segunda-feira, 25 de junho de 2012
domingo, 24 de junho de 2012
Venda de tablets cresce 351% no país
Neste ano, para cada quatro notebooks ou netbooks, deve ser vendido um tablet, projeta a consultoria especializada em tecnologia IDC. No ano passado, essa relação era de dez para um
Usuário com tablet
(Agência Brasil)
Os brasileiros estão aderindo cada vez mais aos tablets. Com a queda
nos preços, as vendas crescem no país e avançam sobre notebooks e
desktops (computadores de mesa). Mais de 370 mil aparelhos foram
vendidos nos três primeiros meses do ano no país, segundo dados
divulgados pela consultoria especializada em tecnologia IDC, o que
representa um aumento de 351% sobre o mesmo período do ano passado.
Nos cálculos da IDC, o Brasil deve fechar 2012 com a venda de 2,5
milhões de aparelhos, ante 800 mil do ano passado - alta de 212,5%. Em
2010, foram 110 mil. "A taxa de crescimento da venda de tablets é mais
acelerada que a dos notebooks e desktops", diz o analista para o mercado
de tablets da IDC, Attila Belavary.
Neste ano, para cada quatro notebooks ou netbooks, deve ser vendido um
tablet, projeta a IDC. No ano passado, essa relação era de dez para um.
Já para cada sete notebooks e desktops este ano deve ser vendido um
tablet, ante uma relação de 18 para um em 2011.
O grande indutor desse aumento é a redução dos preços. Algumas empresas
nacionais já contam com os benefícios tributários concedidos pelo
governo por meio do Processo Produtivo Básico (PPB), como a Positivo. Já
as multinacionais Samsung e Motorola também usufruem da medida por
fabricarem localmente. A estimativa da IDC era que, no início do ano
passado, apenas 3% dos tablets custassem abaixo de R$ 1 mil, porcentual
que se elevou a cerca de 33% nos primeiros três meses deste ano.
Antes, eram poucas as opções e os tablets eram muito caros", diz o
diretor de Estudos de Mercado da consultoria IT Data, Ivair Rodrigues.
Atualmente, no mercado brasileiro há uma divisão básica entre três
faixas de preços por marcas: o iPad, da Apple, na maior; o Galaxy, da
Samsung, e o Ypy, da Positivo, entre outras, no meio; e os importados de
marcas menos conhecidas, a maioria chinesa, na faixa de baixo. "Os mais
baratos representaram cerca de metade das vendas do setor em 2011",
estima Rodrigues.
Nacionais - A Positivo Informática lançou em setembro
de 2011 o seu tablet, o Ypy, e as vendas superaram as expectativas,
afirma a diretora de desenvolvimento de produtos, Adriana Flores. "Se
tivéssemos mais produtos, poderíamos estar vendendo mais." Ela conta que
o foco da companhia segue na classe média, com aparelhos na faixa de R$
999 e sistemas operacionais em português. Não é objetivo da Positivo
concorrer com o iPad.
Outra fabricante nacional é a DL, cujo público é as classes C e D. As
vendas começaram no primeiro semestre do ano passado, com cerca de mil
peças por mês, diz o diretor da empresa, Paulo Xu. Porém, cresceram
apenas quando a empresa reposicionou os produtos na faixa a partir de R$
399. No último trimestre do ano passado, as vendas mensais atingiram 86
mil peças.
"Não queremos as classes A e B. Queremos completar este mercado, com
preços para atender todos os bolsos", afirma Xu. Neste ano, a demanda
continua aquecida e a DL investe para aumentar a capacidade produtiva.
De janeiro a maio, a produção já subiu 150% e, até agosto, a empresa
projeta mais 300%, com foco nas encomendas de fim de ano das grandes
redes varejistas.
Notebooks - Mesmo com a aceleração das vendas, os
especialistas ainda enxergam espaço para o aumento das vendas de
notebooks e desktops. Isso porque as taxas de penetração ainda são
baixas, quando comparadas a mercados mais maduros. Segundo dados da
Fundação Getúlio Vargas (FGV), existe cerca de um computador para cada
dois habitantes no Brasil, enquanto nos EUA é de 1,1 para cada
americano. "Nos EUA já se vende quase um tablet a cada PC", destaca
Belavary, da IDC.
(Com Agência Estado)
Fonte: veja.abril.com.br
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De fiasco a clássico da ficção científica, "Blade Runner" completa 30 anos
-
Harrison Ford em cena de "Blade Runner"
O cultuado filme "Blade Runner: O Caçador de Androides" completa 30
anos sem seres replicantes e sem as colônias espaciais antecipadas na
trama futurista deste reconhecido longa-metragem, uma das obras-primas
da ficção científica.
Dirigido por Ridley Scott e baseado no livro de Philip K. Dick, "O Caçador de Androides", o filme estreou nos Estados Unidos dia 25 de junho de 1982, mesmo ano que "E.T. - O Extraterrestre", "Jornada nas Estrelas 2: A Ira de Khan" e "Tron: Uma Odisseia Eletrônica", todas com um maior sucesso comercial que "Blade Runner".
"O filme passou de fiasco a clássico sem nunca ter sido um sucesso", declarou Scott ao ser perguntado pelo impacto da produção.
O filme protagonizado por Harrison Ford, Sean Young, Edward James Olms e Daryl Hannah, entre outros, segue os passos de Ford no papel do detetive Rick Deckard ou "Blade Runner", que tinha que caçar robôs com aspecto humano, chamados de replicantes, que se rebelaram após tomarem consciência de si mesmos.
Esses seres replicantes, que faziam parte de uma colônia espacial, retornaram à Terra com a intenção de encontrar seu criador e, após serem tratados como delinquentes, demonstram ter mais humanidade que seus fabricantes.
A história se passa na cidade de Los Angeles do ano 2019, uma data que em 1982 soava como ficção científica. No entanto, nos dias atuais, essa data fica um pouco próxima para abrigar esse sombrio e chuvoso futuro que transforma a quase sempre ensolarada cidade californiana.
A rodagem do filme foi complexa, marcada por tensões, e sua estreia foi pouco promissora.
A versão original, a mais obscura de todas, não funcionou bem com o público nas exibições prévias realizados em várias cidades dos EUA e, por isso, Scott aceitou modificar o filme para dar um sabor mais vitalista a trama.
O primeiro "Blade Runner" insinuava que o personagem de Ford também era um replicante, algo que o diretor chegou a confirmar no ano 2000.
No total, ao longo desses anos, Scott montou cinco versões diferentes do longa-metragem: a inicial, a versão oficial de 1982 para os EUA, a versão internacional desse mesmo ano, a chamada "do diretor" em 1992, que teve seu final feliz eliminado, e a conhecida como "montagem final", lançada em comemoração do seu 25º aniversário de lançamento.
Para comemorar as três décadas de "Blade Runner" em outubro, a Warner Bros. lançará uma edição para colecionador que será apresentada em formato Blu-ray e também contará com as outras versões em DVD.
"Blade Runner" aparece como um exemplo de filme que antecipa seu tempo, sendo um herdeiro de títulos como "Metropolis" (1926), de Fritz Lang, e gerando influência em filmes como "Matrix", "Minority Report: A Nova Lei" e "Prometheus", entre outros.
O filme de Scott se insere dentro da tendência artística do chamado "ciberpunk", movimento muito popular nos anos 80, e sua influência ultrapassou os limites da tela até o ponto do filme virar tema de análise, e os replicantes serem considerados uma referência para os especialistas em robótica.
Outro legado deixado pelo filme foi sua inconfundível trilha sonora, composta pelo grego Vangelis. Assim como o filme, a trilha não teve muito êxito logo de imediato e precisou esperar 12 anos para ser comercializada em um disco.
"Blade Runner" nasceu com ideia de ser uma saga, embora o projeto nunca tenha tomado forma após sua pobre estreia, algo que a produtora Alcon Entertainment se propôs a por em prática nos próximos anos em colaboração com Ridley Scott. Segundo o diretor, essa nova sequência do filme não será centrada no personagem de Harrison Ford.
Dirigido por Ridley Scott e baseado no livro de Philip K. Dick, "O Caçador de Androides", o filme estreou nos Estados Unidos dia 25 de junho de 1982, mesmo ano que "E.T. - O Extraterrestre", "Jornada nas Estrelas 2: A Ira de Khan" e "Tron: Uma Odisseia Eletrônica", todas com um maior sucesso comercial que "Blade Runner".
"O filme passou de fiasco a clássico sem nunca ter sido um sucesso", declarou Scott ao ser perguntado pelo impacto da produção.
O filme protagonizado por Harrison Ford, Sean Young, Edward James Olms e Daryl Hannah, entre outros, segue os passos de Ford no papel do detetive Rick Deckard ou "Blade Runner", que tinha que caçar robôs com aspecto humano, chamados de replicantes, que se rebelaram após tomarem consciência de si mesmos.
Esses seres replicantes, que faziam parte de uma colônia espacial, retornaram à Terra com a intenção de encontrar seu criador e, após serem tratados como delinquentes, demonstram ter mais humanidade que seus fabricantes.
A história se passa na cidade de Los Angeles do ano 2019, uma data que em 1982 soava como ficção científica. No entanto, nos dias atuais, essa data fica um pouco próxima para abrigar esse sombrio e chuvoso futuro que transforma a quase sempre ensolarada cidade californiana.
A rodagem do filme foi complexa, marcada por tensões, e sua estreia foi pouco promissora.
A versão original, a mais obscura de todas, não funcionou bem com o público nas exibições prévias realizados em várias cidades dos EUA e, por isso, Scott aceitou modificar o filme para dar um sabor mais vitalista a trama.
O primeiro "Blade Runner" insinuava que o personagem de Ford também era um replicante, algo que o diretor chegou a confirmar no ano 2000.
No total, ao longo desses anos, Scott montou cinco versões diferentes do longa-metragem: a inicial, a versão oficial de 1982 para os EUA, a versão internacional desse mesmo ano, a chamada "do diretor" em 1992, que teve seu final feliz eliminado, e a conhecida como "montagem final", lançada em comemoração do seu 25º aniversário de lançamento.
Para comemorar as três décadas de "Blade Runner" em outubro, a Warner Bros. lançará uma edição para colecionador que será apresentada em formato Blu-ray e também contará com as outras versões em DVD.
"Blade Runner" aparece como um exemplo de filme que antecipa seu tempo, sendo um herdeiro de títulos como "Metropolis" (1926), de Fritz Lang, e gerando influência em filmes como "Matrix", "Minority Report: A Nova Lei" e "Prometheus", entre outros.
O filme de Scott se insere dentro da tendência artística do chamado "ciberpunk", movimento muito popular nos anos 80, e sua influência ultrapassou os limites da tela até o ponto do filme virar tema de análise, e os replicantes serem considerados uma referência para os especialistas em robótica.
Outro legado deixado pelo filme foi sua inconfundível trilha sonora, composta pelo grego Vangelis. Assim como o filme, a trilha não teve muito êxito logo de imediato e precisou esperar 12 anos para ser comercializada em um disco.
"Blade Runner" nasceu com ideia de ser uma saga, embora o projeto nunca tenha tomado forma após sua pobre estreia, algo que a produtora Alcon Entertainment se propôs a por em prática nos próximos anos em colaboração com Ridley Scott. Segundo o diretor, essa nova sequência do filme não será centrada no personagem de Harrison Ford.
Fonte: EFE - Fernando Mexía/ Uol Entretenimento - Cinema
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Lugo vai à manifestação de rua e diz que saiu para evitar novo massacre
Pablo Porciuncula/AFP
O ex-presidente deposto Fernando Lugo surpreendeu as centenas de
manifestantes que protestavam na rua Alberdi, centro de Assunção, em ato
organizado pela “TV Pública”, e apareceu no local por volta de 0h10
deste domingo (24).
O ex-bispo fez um discurso no qual voltou a criticar seus algozes e
afirmou que aceitou a destituição para evitar um novo massacre, como o
ocorrido em março de 1999, quando sete jovens foram mortos por
atiradores de elite durante protesto em frente ao Congresso.
Lugo disse que tinha informações de que um grupo preparava algo
semelhante ao ocorrido em 1999, episódio que ficou conhecido como “Março
Paraguaio”. “Aceitei o veredicto injusto daquele Parlamento pela paz e
pela não violência”, afirmou.
O impeachment de Lugo foi aprovado no Senado na última sexta-feira
(22). O julgamento político teve início após a Câmara dos Deputados ter
aprovado a abertura de impeachment contra ele na quinta-feira (21),
acusando-o de "mau desempenho" de suas funções. Cinco deputados atuaram
como promotores e, em apenas meia hora, definiram os cinco motivos para
destituir o presidente [veja tabela abaixo]. O motivo mais recente, e
estopim para a abertura do processo de impeachment, foi o conflito
agrário sangrento em Curuguaty, que resultou em 17 mortos na última
semana.
O ex-bispo descartou a possibilidade de voltar à Presidência.“Não
acredito que o Congresso possa rever sua decisão”, disse. Lugo, no
entanto, lembrou que Brasil, Argentina e Uruguai estão retirando seus
embaixadores do Paraguai e afirmou que em 21 de abril de 2013, data das
próximas eleições, “o processo democrático continuará com força”.
O mandatário destituído disparou contra os parlamentares, a quem os
responsabilizou pela miséria e o “retorno a uma ditadura que o povo não
quer”. “A ditadura não é só militar, mas também pode ser parlamentar, do
dinheiro, do narcotráfico, da violência. Não queremos isso”, afirmou.
Por fim, o ex-presidente convocou os paraguaios a protestarem
pacificamente contra o governo de Federico Franco. “A pátria nos chama a
um protesto pacífico. Eu, como cidadão paraguaio, me somo aqui, na rua,
na praça, no campo, na cidade. Não se trata de Lugo; eles destituíram a
democracia, a participação. Não respeitaram a vontade popular”, disse.
Veja as cinco acusações que levaram ao pedido de impeachment
Mau uso de quartéis militares | A primeira acusação é o ato político ocorrido, com a autorização do Lugo, no Comando de Engenharia das Forças Armadas em 2009. Grupos políticos da esquerda se reuniram no local, usaram bandeiras e cantaram hinos ideológicos. Segundo o deputado José López Chávez, no ato, as Forças Armadas foram humilhadas, além de terem sido hasteadas outras bandeiras, num desrespeito a um símbolo nacional. |
Confronto em Curuguaty | Num dos piores incidentes sobre a disputa de terras no Paraguai, Lugo mandou 150 soldados do Exército para desocupar uma propriedade rural numa área de fronteira com o Brasil. No confronto com agricultores, ocorrido na última sexta-feira (15), ao menos 17 pessoas morreram. Das vítimas, sete eram policiais. |
Ñacunday | Outro ponto está relacionado às invasões de terras na região de Ñacunday, distrito localizado no departamento (equivalente a Estado) do Alto Paraná, a 95 quilômetros da fronteira do Brasil com o Paraguai. O deputado Jorge Avalos Marín acusa Lugo de gerar instabilidade entre os camponeses na área ao incentivar os próprios “carperos”, como são chamados os que acampam sob lonas pretas, as ditas “carpas”, encarregados da demarcação de terras. Os sem-terra estão há mais de dez anos na região e, desde então, vivem em conflito com os brasiguaios, brasileiros que se mudaram para o país vizinho para plantar e trabalhar entre as décadas de 60 e 70. Nos últimos meses, o embate tomou contornos críticos. |
Insegurança | Os parlamentares acusaram ainda o presidente Lugo de não ter sido eficaz na redução da insegurança que assola o país, embora o Congresso Nacional tivesse aprovado mais recursos financeiros. Além disso, eles criticam os gastos com a procura por foragidos do grupo criminoso EPP (Exército do Povo Paraguaio). Segundo o deputado, nunca na história o EPP (Ejercito del Pueblo Paraguayo), o braço armado do Partido de Izquierda Patria Libre, fez tantas vítimas entre integrantes da Polícia Nacional. Apesar disso, a conduta do presidente teria permanecido inalterada, o que teria dado mais poder ao grupo. |
Assinatura do Protocolo de Ushuaia II | A assinatura do polêmico documento Protocolo de Usuaia II é visto como um atentado contra a soberania da República. Segundo a acusação dos parlamentares, o presidente não foi transparente sobre a assinatura desse documento já que até a presente data não havia encaminhado uma cópia do Congresso. A oposição a Lugo afirma que a assinatura do protocolo poderia resultar no corte do fornecimento de energia ao Paraguai, além de atentar contra a população e ter um claro perfil autoritário. Eles alegam ainda que Lugo tentou incluir medidas para fechar as fronteiras. |
Fonte: Notícias Uol Internacional
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Alemanha e França parecem conduzir "diálogo de surdos" diante da crise
Michael Sohn/AP
Chanceler alemã, Angela Merkel, cumprimenta o
presidente da França, François Hollande, depois de uma cerimônia militar
de boas-vindas em Berlim, Alemanha
Le Mond (por Daniel Cohen)
A poucos dias do conselho europeu de 28 e 29 de junho, os debates entre
França e Alemanha estão começando a parecer um diálogo de surdos. Os
franceses querem reforçar a união econômica, enquanto os alemães querem
um acordo prévio sobre a união política. Ninguém parece entender o que
outro quer dizer. Os alemães ouvem as propostas francesas como uma nova
edição do slogan "A Alemanha vai pagar", que marcou a vida política
francesa após a Primeira Guerra Mundial. Os franceses interpretam a
integração política à maneira alemã como um direito de vigilância e
ingerência sobre seu sistema de proteção social.
Essa dificuldade em se entenderem, na verdade, é o sintoma do problema
que deve ser resolvido. O euro é a moeda de uma união não identificada, e
ele tem sofrido, de acordo com o raciocínio constantemente lembrado
pelos economistas americanos, por não estar apoiado em um Estado
federal. Nos Estados Unidos, um Estado que seja atingido por uma
recessão automaticamente paga menos impostos ao Estado central, sem que
isso tenha influência sobre as despesas federais. Esse mecanismo cria
uma importante proteção automática, que permite compensar em 30% a 40% o
custo da recessão.
Já no caso dos Estados europeus, a atual crise os tem paralisado, uma
vez que eles não podem recorrer a um nível superior de responsabilidade
para amortecer seu impacto. Além disso, como um desempregado grego ou
espanhol não pode ir para a Baviera encontrar um emprego, as fronteiras
nacionais se tornam de fato uma prisão para os países em dificuldades.
A crise bancária é um exemplo essencial dos problemas que têm surgido.
Quando o Estado californiano se encontra em crise, os correntistas do
banco nacional Wells Fargo não são ameaçados, pois são protegidos por
garantias federais indivisíveis. Muitos pedem hoje por uma união
bancária europeia, que faça voltar para o nível federal a dupla tarefa
de supervisionar e recapitalizar os bancos em apuros.
Mas há dois problemas. Primeiro, não se compra uma apólice de seguros
depois que o incêndio já aconteceu, quando foram revelados os
beneficiários do mecanismo. Vista a partir da Alemanha, a proposta de
uma união bancária equivale a pedir que os contribuintes alemães
recapitalizem os bancos espanhóis. Segundo – o obstáculo maior - , não
se sabe o que é o "nível federal" dentro da zona do euro. O Tribunal
Constitucional de Karlsruhe proíbe que se tire o poder orçamentário do
Bundestag em prol de instituições "não democráticas". Qual é o sentido
exato do conceito?
De acordo com recentes decisões desse Tribunal Constitucional, seria
considerada como democrática uma instância eleita segundo o princípio de
que um voto tem o mesmo peso que o outro. O Parlamento Europeu, segundo
essa definição, não é, pois os representantes atuam de acordo com
circunscrições nacionais que não respeitam a equivalência entre
demografia e representação. Além disso, o Parlamento Europeu não é
dedicado à zona do euro, mas à Europa dos 27 Estados-membros. Em suma,
não existe uma instância de controle democrático que possa vigiar o
poder concedido a um organismo encarregado, por exemplo, de
recapitalizar um banco em dificuldades.
A imensidão da tarefa parece desanimadora, mas nenhum desses problemas é insuperável.
Só para ficar no exemplo da união bancária, pode-se primeiramente
decidir sobre o fato de que um dia ela será criada, uma vez que os
bancos nacionais tenham sido devidamente recapitalizados. Isso resolve o
primeiro problema, o do reconhecimento; primeiro se faz a faxina,
depois se passa para o nível federal, para voltar a dar coerência
sistêmica ao projeto europeu. A respeito do controle democrático, é
preciso ter uma instância própria da zona do euro. Os alemães têm
considerado uma nova Câmara, constituída de parlamentares nacionais.
É possível também imaginar outras fórmulas. Os eurodeputados da zona do
euro poderiam ser eleitos em chapas transnacionais, ao passo que os
outros países escolheriam seus representantes de acordo com as
circunscrições nacionais habituais. Um parlamento da zona do euro
poderia então se reunir o tanto que fosse necessário, para designar as
comissões dedicadas aos temas que dizem respeito à zona e votar neles. O
processo seria longo e complexo. Não bastará fechar um acordo com a
Alemanha sobre uma nova estrutura institucional, será preciso também
encontrar um consenso sobre os princípios constitucionais fundadores que
orientarão as políticas comuns.
Pode-se ter o luxo de se embarcar nessa nova iniciativa, num momento em
que a crise exige que se tomem decisões rápidas? Ela evidentemente não
substituirá as decisões de curto prazo que deverão ser tomadas, a
respeito da dívida e da condução da política orçamentária. Mas o anúncio
de que uma iniciativa ambiciosa foi tomada, com um cronograma preciso,
teria um efeito considerável. Isso porque o paradoxo dos mercados
financeiros é que eles podem entrar em uma espiral quando são
abandonados, mas que eles também são perfeitamente capazes de se
antecipar a um cronograma distante, contanto que ele seja plausível. É
possível ainda sair da crise por cima, se mostrarem que entenderam a
causa.
Tradutor: Lana Lim
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Perícia aponta mentira de Thor e imprudência de Luciano Huck
Filho do homem mais rico do Brasil
tentou comandar, pelo Twitter, um inquérito policial sobre a morte do
ciclista pobre, o apresentador Luciano Huck inocentou o bilionário antes
de ter elementos para julgar; Eike Batista, por sua vez, lamentou a
perda do brinquedinho; e agora?
Raras vezes se viu no Brasil uma tentativa tão explícita de calar, pela força do dinheiro, uma investigação policial.
O caso era uma autêntica fábula brasileira, que expunha nossas mazelas e fraturas sociais.
No dia 18 de março deste ano, Thor
Batista, filho do homem mais rico do Brasil, Eike Batista, atropelou em
sua Mclaren um rapaz negro, Wanderson Silva, que conduzia uma bicicleta,
num país onde crimes de trânsito raramente são punidos. Rapidamente,
Eike e Thor passaram a bombardear internautas com mensagens no Twitter.
Foto:/Edição/247
Em 63 mensagens sequenciais, Thor deu
sua versão para o acidente. Numa delas, disse que “vinha na faixa da
esquerda, com muito cuidado, sem ao menos dialogar com meu carona quando
repentinamente um ciclista atravessou…”.
Em outra, assegurou que “a frenagem trouxe o carro de 100km/h até 90 km/h”.
Eike, por sua vez, deu força ao filhão
dizendo que era a quinta vez apenas que ele dirigia a Mclaren, xodó da
família. E contratou o advogado mais caro do País, Marcio Thomaz Bastos,
para defender o pupilo. “Só contrato o melhor”, disse Eike à época.
Em diversos veículos de comunicação,
também se exerceu uma pressão imensa para que o caso não fosse analisado
pela ótica da luta de classes – afinal, ricos não podem ser punidos
simplesmente porque são ricos.
A cereja do bolo foi o tweet publicado
pelo “bom-moço” Luciano Huck, que enriquece às custas de “Wandersons” e,
assim, frequenta as rodas de “Thors” e “Eikes”. “Fatalidade. Prestou
socorro e não tinha bebido”, tuitou Huck no dia do acidente, antes de
ter qualquer elemento para julgar.
Pois bem: todos acabam de ser
desmoralizados pela perícia oficial realizada pela polícia do Rio de
Janeiro. Uma polícia que, diga-se de passagem, conseguiu realizar um
trabalho independente apesar de todas as suspeitas que recaiam sobre seu
trabalho, em razão da propalada influência de Eike Batista no governo
do Rio de Janeiro.
Sabe-se agora que Thor dirigia a pelo
menos 135 km/h, acima do limite de 110 km/h, e vinha realizando
ultrapassagens em ziguezague segundo o depoimento de testemunhas.
Em sua defesa, o filho do bilionário
pretende apresentar uma perícia privada – mas, em países sérios, o que
vale é a investigação oficial, não aquela paga por quem tem interesse em
se livrar de suas responsabilidades.
Thor mentiu. Luciano Huck foi falastrão. E Eike se comportou como um pai que não sabe impor limites aos filhos.
Aliás, recomenda-se que Thor feche
urgentemente seu Twitter. Num post, revelou um encontro com o presidente
da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, que estuda realizar um aporte
bilionário numa empresa de Eike Batista em má situação financeira, a
LLX.
Em outro, Thor fez uma brincadeira
pueril. Disse que o cruzamento de um quero-quero com um pica-pau resulta
em que quero-pica-quero-pau.
Thor, que acaba de ser desmascarado pela perícia realizada pela polícia do Rio, foi indiciado por homicídio culposo.
Dias atrás, ele teve outro brinquedinho apreendido: a Ferrari que conduzia sem placa nas ruas do Rio de Janeiro.
Quantos “Wandersons” serão necessários
até o Brasil aprenda a efetivamente tratar crimes de trânsito, que matam
milhares de pessoas no País, como crimes, e não como fatalidades
inocentadas por Luciano Huck?
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Após "maratona", Itália vence Inglaterra nos pênaltis e pega Alemanha na semi
Parker puxa camisa do atacante italiano Balotelli na prorrogação do jogo
Após duas horas de bola e rolando, a Itália só conseguiu vencer a
Inglaterra nas cobranças e pênaltis para garantir a classificação à
semifinal da Eurocopa. Em um jogo movimentado e com mais de uma dezena
de chances de gol, as duas seleções não saíram do 0 a 0. Nos pênaltis,
os italianos erraram menos, apenas uma cobrança contra duas
desperdiçadas dos ingleses, e levaram a vaga.
A Itália foi melhor durante a maior parte do jogo neste domingo. Com
Balotelli, Pirlo e Cassano, o time deu mais de 30 chutes no gol de Hart.
Nenhum deles entrou e o jogo só foi decidido nas cobranças de pênaltis,
quando os ingleses Ashley Young e Ashley Cole desperdiçaram as
cobranças e deram a vitória à Itália por 4 a 2.
Na próxima quinta-feira, os italianos enfrentarão a Alemanha, em Varsóvia. Um dia antes, acontece a outra semifinal entre Portugal e Espanha, em Donetsk.
Na próxima quinta-feira, os italianos enfrentarão a Alemanha, em Varsóvia. Um dia antes, acontece a outra semifinal entre Portugal e Espanha, em Donetsk.
O primeiro tempo da partida começou movimentado, com a Itália
pressionando os ingleses e apostando, principalmente, em chutes de longa
distância. Foi assim já no primeiro minuto de jogo, quando Balotelli
bateu de fora da área, tentando surpreender Hart. O goleiro inglês
defendeu com tranquilidade.
Dois minutos depois, a Itália chegou mais perto ao gol. Após receber a
bola de Marchisio, De Rossi, de primeira, chutando de fora da área,
mandou a bola na trave. Os ingleses responderam com Rooney. Aos 13
minutos, o atacante recebeu a bola na área e tocou de cabeça por cima do
travessão. E assim foi durante todo o primeiro tempo, com chances de
gol para as duas seleções.
Os times voltaram sem mudanças para o segundo tempo. A Itália começou
ainda mais agressiva e teve pelo menos três chances de gol nos primeiros
dez minutos. A Inglaterra atacava menos e tinha menos posse de bola que
o rival.
Com a proximidade do final do tempo regulamentar, a Itália esfriou o
seu ímpeto nos ataques. Os ingleses aproveitaram o recuo, passaram a
frequentar mais o campo de ataque e criaram chances de marcar nos
minutos finais. Foi assim aos 47 minutos do segundo tempo, quando Rooney
tentou marcar de bicicleta, na pequena área. O atacante acertou na
bola, mas ela subiu demais e passou por cima do gol de Buffon.
Na prorrogação, o jogo seguiu tenso, com os dois times comedidos, mas
criando chances de gol. A Itália seguiu com mais posse de bola, mas a
Inglaterra levava perigo nas poucas vezes que chegava à área rival.
Porém, aos 9 minutos do segundo tempo da prorrogação foram os italianos
assustaram. Em jogada de Diamanti, Nocerino tocou para o gol de cabeça. O
meia da Itália estava impedido e o lance foi anulado pelo árbitro.
Fonte: Uol Esporte
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sábado, 23 de junho de 2012
A vantagem de comer terra
Novas descobertas sugerem que comer terra não é necessariamente patológico, mas apenas uma adaptação | |||||||||||||||||||
por Philip T. B. Starks e Brittany L. Slabach | |||||||||||||||||||
Em 2009, um grupo de estudantesde biologia
da Tufts University reuniu-se para comer terra. Eles moeram pequenos
torrões de argila e ingeriram o pó para descobrir, pela primeira vez, o
sabor desse material. Esse estranho teste de sabor era parte de um curso
de medicina darwiniana oferecido por um de nós (Starks). Os alunos
estavam estudando a evolução da geofagia – a prática de comer terra,
principalmente solos semelhantes à argila, coisa que animais e pessoas
praticam há milênios.
O guia padrão de referência para psiquiatras – a quarta edição do Manual de Estatística e Diagnóstico de Transtornos Mentais (DSMI, na sigla em inglês) – classifica
a geofagia como um transtorno de alimentação em que a pessoa consome
coisas que não são alimentos, como cinza de cigarro e tinta de parede. Mas
como os alunos viriam a descobrir, estudos culturais de animais e
humanos sugerem que a geofagia não é necessariamente uma anormalidade –
na verdade, ela é um tipo de adaptação. Os pesquisadores estão
analisando o ato de comer terra sob um ângulo diferente e descobrindo
que o comportamento geralmente serve para suprir minerais vitais e para
desativar toxinas de alimentos e do ambiente.
Abordagem evolucionária Uma forma de decidir se a geofagia é anormal ou adaptativa é determinar até que ponto o comportamento é comum em animais e em sociedades humanas. Como o comportamento é observado em muitas espécies e culturas diferentes, é provável que seja benéfico.
Atualmente parece não
haver dúvida de que a geofagia é ainda mais comum no reino animal do que
se pensava. Os pesquisadores observaram geofagia em mais de 200
espécies de animais, incluindo papagaios, veados, elefantes, morcegos,
coelhos, babuínos, gorilas e chimpanzés. A geofagia também é bem
documentada em humanos, com registros que datam da época de Hipócrates
(460 a.C.). Os mesopotâmios e antigos egípcios usavam a argila
medicinalmente: eles cobriam ferimentos com emplastros de barro e comiam
terra para tratar de várias doenças, principalmente do intestino.
Alguns povos indígenas das Américas usavam terra como um tempero e
preparavam alimentos naturalmente amargos como noz de carvalho e batatas
com um pouco de terra para neutralizar o amargor. A geofagia foi
praticada com frequência na Europa até o século 19 e em algumas
sociedades, como a etnia Tiv, da Nigéria, o desejo de comer terra é
sinal de gravidez.
Uma explicação comum para o hábito de animais e
pessoas ingerirem terra é que o solo contém minerais como cálcio, sódio
e ferro, que mantêm a produção de energia e outros processos biológicos
vitais. Como as necessidades desses minerais variam com a estação do
ano, com a idade e com o estado geral de saúde dos animais, a geofagia é
particularmente comum quando sua dieta alimentar não fornece minerais
suficientes ou quando os desafios do ambiente exigem mais energia que o
normal. Gorilas-das-montanhas e búfalos africanos que vivem em altas
altitudes podem, por exemplo, ingerir terra como uma fonte de ferro que
promove o desenvolvimento das células vermelhas do sangue. Elefantes,
gorilas e morcegos consomem terra rica em sódio quando sua alimentação
não contém quantidades suficientes desse elemento químico. Populações de
elefantes visitam constantemente cavernas subterrâneas onde cavam e
ingerem rochas ricas em sal.
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Rogério Rocha
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A cidade que vai mudar o mundo
Sem lixo, sem engarrafamentos, com baixo consumo de energia, uso
racional água e interconexão total. Songdo será o canto mais high-tech
do planeta
BBC |
Songdo, na Coreia do Sul, é um modelo de cidade inteligente |
As ruas de Songdo parecem desertas. Não há muito para se ver
na cidade do futuro no momento, já que ela ainda não está pronta. Mesmo
assim, cerca de 22 mil pessoas já vivem ali, e se espera que mais 5 mil
novos habitantes cheguem até o fim do ano.Quando estiver construída, em
2015, o plano é que Songdo se torne o lar de 65 mil pessoas. Eles
viverão na cidade mais inteligente do planeta – medida não pelo QI dos
habitantes, claro, mas pela tecnologia empregada nos parques, ruas e
prédios. Esta “cidade inteligente” está sendo construída numa área de
aproximadamente seis quilômetros quadrados e seu projeto é extremamente
ambicioso.
Localizada em uma ilha artificial a 56 quilômetros ao
oeste de Seul, na Coreia do Sul, Songdo pretende mostrar para a capital
coreana e para cidades de todos os continentes o que elas podem vir a
ser no futuro. A humanidade precisará de mais cidades inteligentes. A
estimativa das Nações Unidas é de que os centros urbanos serão a moradia
de mais de 70% da população mundial até 2050 – 6,4 bilhões dos 9,3
bilhões de habitantes do planeta. Elas já são o lar de metade dos 7
bilhões de seres humanos, e adicionar mais 3 bilhões de indivíduos a
esse total testará os limites das cidades existentes. A solução, de
acordo com os responsáveis por Songdo, é construir cidades inteligentes,
capazes de dialogar com seus residentes e com o meio ambiente.
Iniciada
em 2000 e com um custo estimado em US$ 35 bilhões, Songdo é o maior
investimento privado do setor imobiliário na história. A maior parte do
dinheiro veio da imobiliária americana Gale International e do banco de
investimentos Morgan Stanley. O dinheiro é, em grande parte, para criar
uma “rede universal” – utilizando a internet para ligar não apenas
pessoas, mas também objetos, casas e carros. Conforme a cidade vem sendo
construída, a gigante das telecomunicações Cisco está instalando
sensores no asfalto, nas ruas e nos edifícios. Cada um destes sensores
enviará dados de forma ininterrupta para um centro de controle, onde
informações a respeito dos prédios, da demanda por energia, das
condições do asfalto e do trânsito, assim como a temperatura externa e
interna, serão coletadas e analisadas.
Cidade pensante
“Estamos
construindo uma cidade que usará informação como combustível. O centro
de controle será o cérebro de Songdo”, explica o CEO da Cisco, John
Chambers. Câmeras de trânsito, por exemplo, vão monitorar quantos
pedestres estão na calçada. Desta forma, para reduzir custos, ruas
vazias poderão ter luzes diminuídas, enquanto as movimentadas terão a
iluminação reforçada. Estresses atípicos também poderão ser detectados
precocemente em ruas ou estruturas, para prevenir atrasos custosos
causados por obras maiores.Outra inovação foi desenhada para evitar
problemas de trânsito enfrentados por todas as cidades. Etiquetas com
identifi cação por radiofrequência (Radio-Frequency Identification, ou R
Fid, na sigla em inglês) serão colocadas em todas as placas de
veículos. Estes aparelhos estão sintonizados em uma frequência
específica e conectados a um processador de baixíssimo consumo. A
etiqueta enviará um sinal se identificando ao controle central. Isso
ocorre em menos de um segundo, e quando todos os carros estiverem dentro
do sistema, um retrato exato do trânsito na cidade poderá ser obtido em
qualquer situação, a qualquer momento. A tecnologia permitirá ao centro
de controle ajustar o intervalo dos semáforos, criar desvios e fornecer
alertas mais cedo. Até mesmo os semáforos terão alta tecnologia, com
lâmpadas incandescentes comuns sendo substituídas pelas LED – que
necessitam de apenas 1% da energia das antigas.O elemento que deverá ter
maior efeito na vida dos moradores, no entanto, será a telepresença. As
telas serão instaladas em todas as casas e escritórios e até mesmo nas
ruas, permitindo às pessoas fazer videochamadas de qualquer local.
Coração verde
A
tecnologia integrada no coração de Songdo é apenas uma parte da
história. O objetivo de uma cidade inteligente é criar algo artificial,
mas também sustentável, com o mínimo de impacto ao meio ambiente.O
recurso natural mais fundamental para seres humanos é a água. Dados de
2006 das Nações Unidas apontam que, em média, moradores de cidades
norte-americanas usam 575 litros de água por dia. Qualquer nova cidade
que surgir vai aumentar o uso global do recurso, mas um desenho
inteligente do terreno, mecanismos de retenção de água da chuva e o
tratamento de água “suja” de pias e máquinas de lavar pratos e roupas
permitirão ao sistema de irrigação de Songdo usar apenas um décimo da
quantidade de água limpa que seria esperada para uma cidade desse porte.
Plantar vegetação no topo dos edifícios reduzirá perda de água da chuva
e combaterá o efeito “ilha de calor” gerado pelas cidades, uma vez que
as plantas absorverão os raios solares e os usarão para fotossíntese,
refrescando o ar em sua volta.
Ainda por cima, Songdo não
precisará de recolhimento de lixo. Um sistema centralizado de coleta,
funcionando por meio de pressão, levará embora os resíduos líquidos e
sólidos, dispensando a necessidade de caminhões com lixeiros circulando
pela cidade. Estas inovações, porém, são o bastante para tornar uma
cidade inteligente? E elas são inéditas? Existem alguns projetos em
andamento em outros locais do mundo. Particularmente na Europa e na
América do Norte, cidades estão integrando tecnologias inteligentes em
suas infraestruturas na forma de redes elétricas que recolhem informação
sobre os consumidores e fornecedores.
A companhia israelense
Innowattech desenhou um sistema de pequenas placas a serem instaladas
embaixo do asfalto, para que, conforme os carros passem, pressionem
estas placas. Elas, por sua vez, convertem as pequenas depressões feitas
no asfalto em eletricidade a ser armazenada em baterias ou enviada de
volta à rede. O sistema também pode calcular se um caminhão está pesando
acima do permitido, e enviar a informação diretamente às autoridades –
utilizando a própria energia gerada pelos veículos infratores para
fazê-lo. A empresa está testando agora se a mesma tecnologia funcionaria
para ferrovias. Enquanto isso, a arquiteta moradora de Buenos Aires
Arianna Callegari desenvolveu uma rede de pequenas turbinas que se
encaixam na parede e no teto de túneis. Estas turbinas geram pequenas
quantidades de eletricidade com o vento resultante da passagem de
caminhões e trens.
O que, afinal, o futuro reserva aos moradores
das cidades? Além da criação de núcleos como Songdo, onde novas
tecnologias são parte do projeto, as cidades existentes podem se tornar
inteligentes?“Existem muitas cidades na Europa – Amsterdã, Barcelona,
Malmö, Estocolmo – que estão apostando nas parcerias com os cidadãos
para se tornarem cidades inteligentes”, diz o chefe do Centro para
Cidades Sustentáveis da Universidade de Napier, em Edimburgo, Mark
Deakin.
Amsterdã, por exemplo, promove a colaboração entre
moradores, empresas e governo para tentar poupar energia, mudando o
comportamento das pessoas e implementando tecnologia inteligente. A
meta, ambiciosa, é reduzir os níveis de gás carbônico para 40% do que
era emitido pela cidade em 1990 até 2025. “De certa forma, melhorar
cidades antigas é como o trabalho de um dentista – é preciso retirar o
que está apodrecendo”, diz Deakin. O presidente da Gale International,
Stan Gale, tem uma visão própria a respeito de como as cidades
inteligentes vão evoluir no futuro. O executivo tem planos de criar 20
novas cidades ao longo da China e da Índia, para as quais Songdo será o
modelo. “Cada uma destas cidades será feita de forma mais rápida, melhor
e mais barata do que a anterior, ano após ano”, diz ele.
Esse
cenário, no entanto, sugere que o rápido avanço tecnológico levará
Songdo a se tornar rapidamente ultrapassada. Nasa, ESA e outras agências
espaciais conhecem bem este problema. Sabendo que a capacidade de
resolver problemas em sondas que deixam a Terra é limitada, estas
agências planejam com antecedência para tornar a tecnologia tão avançada
quanto possível. O trabalho dos arquitetos de Songdo é mais fácil, uma
vez que a tecnologia totalmente integrada pode ser melhorada ou
substituída na Terra sempre que for necessário.Com a população do nosso
planeta em constante crescimento, a criação de cidades inteligentes e a
evolução dos centros urbanos já existentes parecem inevitáveis –
particularmente conforme avançamos para áreas mais inóspitas do globo
terrestre.
Fonte: Revista Conhecer
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O brasileiro é o povo mais feliz que existe?
Relatório apresentado em conferência da ONU destrói o mito e diz
que, apesar de sermos a sexta maior economia do planeta, há 24 países em
que a população é mais feliz.
Carnaval no Rio de Janeiro: explosão de felicidade |
Sempre com um sorriso no rosto, independentemente das
adversidades. Dono de um bom humor sem fim e de uma capacidade ilimitada
de receber bem o próximo, mesmo quando ele vem de outro país e não fala
a nossa língua. O brasileiro tem a fama de ser o povo mais feliz do
mundo e o principal motivo seria a bênção de nascer em um país
ensolarado, com paisagens belíssimas, poupado de cataclismos, de ataques
terroristas e conceitos religiosos ou étnicos. Mas seria isso
suficiente para alcançar o topo do ranking mundial da felicidade? A
resposta é não, de acordo com o relatório divulgado na 1ª Conferência
das Nações Unidas sobre a Felicidade e o Bem-Estar, realizada em Nova
York, em um momento em que a ONU defende um novo parâmetro para medir o
desenvolvimento dos países, o Índice de Felicidade Bruta (FIB), criado
no Butão.
O Brasil aparece em 25º lugar no ranking da pesquisa,
que leva em consideração fatores como a distribuição da riqueza, a
oferta de emprego, o acesso aos serviços básicos, como saúde e educação,
a ausência de corrupção e o respeito ao meio ambiente.O Relatório
Mundial da Felicidade foi elaborado pelo Instituto Earth, da
Universidade de Columbia, que analisou dados recolhidos entre 2005 e
2011 em 156 países. No topo, aparecem os povos dos países nórdicos, que
não são necessariamente os mais ricos, mas têm acesso a ótimos serviços
básicos. Dinamarca, Noruega, Finlândia e Holanda lideram o mundo no que
se refere à felicidade bruta, contrastando com países como o Togo,
Benim, República Centro-Africana ou Serra Leoa, no extremo oposto. Os
Estados Unidos ficaram em 11º lugar, Israel em 14º e o Reino Unido em
18º.
Indicador brasileiro
O Brasil é hoje o sexto maior Produto Interno Bruto (PIB) do mundo e está em 84º lugar em termos de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Podemos dizer então que o brasileiro é feliz? “Para mim, não”, avalia o professor Fábio Gallo, que coordena o recém-criado Núcleo de Estudos sobre a Felicidade e o Comportamento Financeiro, da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), junto com o colega Wesley Mendes.
O núcleo, que está antenado com a economia comportamental, escola em voga no exterior há pelo menos uma década, desde que os americanos Michael Spence e Joseph Stiglitz ganharam o prêmio Nobel, prepara-se para medir a felicidade do brasileiro. Todavia, não vai seguir obrigatoriamente os parâmetros da ONU em relação ao tema.“Nós não queremos reproduzir a Felicidade Interna Bruta (FIB) como está montada para o Butão.
Queremos criar um indicador que permita observar os padrões de bem-estar próprios para o brasileiro. O FIB é um indicador com 73 variáveis, nove indicadores macros, mas para um povo que vive uma cultura muito própria, é um reinado, tem população pequena. Não tem como dizer que aquele indicador seja adequado para o Brasil”, explica o professor Gallo.“Hoje, as principais políticas públicas de bem-estar nascem da esfera federal e não costumam refletir as necessidades dos municípios, por exemplo. Por isso, não queremos ter só um número, queremos ferramentas para os governantes e empresários se orientarem sobre as necessidades de cada população”, acrescenta. A proposta da FGV é criar uma metodologia que permita medir padrões de bem-estar, com pesos diferenciados para os mesmos fatores, de acordo com a região, o gênero e a faixa etária.“Wesley fez no ano passado uma pesquisa sobre comportamento financeiro e no final se perguntava sobre a felicidade.
Este
estudo já mostrou que há diferentes padrões de bem-estar, de acordo com o
lugar em que se vive”, diz o professor Gallo.“A principal preocupação
dos paulistanos era com a segurança pessoal, enquanto a principal
satisfação era fruto das perspectivas de crescimento acadêmico. Entre os
gaúchos, a preocupação surgia da expectativa de conseguir um bom
trabalho. A satisfação vinha de uma boa vida social”, exemplifica.Para
montar o novo índice, a FGV-SP está fechando parcerias para coletas de
dados. Um dos possíveis parceiros para a pesquisa é o movimento não
governamental Mais Feliz, que reivindicou, com sucesso, a inclusão da
felicidade como tema na Conferência das Nações Unidas sobre o
Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
Na opinião do ativista e
publicitário que lidera o movimento, Mauro Motoryn, a inovação
tecnológica deve levar as pessoas a participarem da administração
pública em tempo real e online, via celular ou computador. “Teremos no
futuro uma sociedade mais viva e participativa. Isso é bom para os
administradores competentes, porém, cruel para os desavisados”, alerta
Motoryn, que acaba de lançar uma plataforma para celular, tablet e via
facebook que avalia o nível de satisfação da população em tempo real,
disponível no site www.myfuncity.org.
O
Myfuncity permite medir a felicidade e saber quais são as
reivindicações do cidadão em qualquer lugar do Brasil. O aplicativo
possibilita gestão pública por meio da tecnologia digital das redes
sociais, permitindo que os cidadãos avaliem a qualidade das cidades a
partir de 12 indicadores relacionados ao trânsito, segurança, meio
ambiente, bem-estar, saúde e educação, com notas em uma escala de zero a
dez.“O aplicativo MyFunCity permite que cada usuário avalie
exaustivamente sua rua, seu bairro e sua comunidade, em categorias como
saúde, educação, transporte, poluição (sonora e visual). É possível
interagir com os demais cidadãos e analisar cada região em detalhes”,
explica.
Para Motoryn, a 25ª posição do Brasil no ranking da
felicidade mundial remete as falhas gritantes do país em relação a
questões sociais.“A gente não pode confundir um país alegre com um país
feliz do ponto de vista daquilo que recebe do Estado. Ou seja, nós temos
deficiências graves na área da saúde, por exemplo, e isso inclui
decisivamente na colocação no ranking”, diz. “Mas acho o brasileiro um
povo extremamente feliz. Diante das adversidades, ele continua e
acredita que o amanhã será melhor”, acrescenta.
Ao que tudo
indica, os governantes brasileiros sabem que os parâmetros estão mudando
e se mostram preocupados com esta felicidade a medir. A proposta de
transformar o tema em política pública já está tramitando no Congresso
Nacional por meio da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 19/2010,
cujo relator é o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).
Fonte: Revista Conhecer
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Alemanha avança às semi com 100% de aproveitamento
Equipe do técnico Joachim Löw venceu a Grécia por 4 a 2
Khedira fez o segundo gol da Alemanha na vitória contra a Grécia
(Joern Pollex/Getty)
A Alemanha venceu a Grécia por 4 a 2 nesta sexta-feira, em Gdansk, na
Polônia, e se classificou para as semifinais da Eurocopa. Os alemães têm
100% de aproveitamento na competição e agora espera o vencedor da
partida entre Inglaterra e Itália, que jogam no domingo. O técnico
alemão, Joachim Löw, disse que o jogo exigiria paciência, por causa do
esquema defensivo da Grécia. Apesar da retranca, a Alemanha não teve
dificuldades em dominar o adversário.
O primeiro gol ssaiu aos 40 minutos do primeiro tempo. Na esquerda,
Lahm cortou para dentro e acertou um belo chute. Aos dez minutos do
segundo tempo, Salpingidis puxou contra-ataque pela direita e cruzou
para Samaras, que empurrou para dentro do gol, empatando a partida.
Alguns minutos depois, Boateng cruzou da direita, e Khedira, livre,
pegou de primeira, marcando um belo gol. Pouco depois, Klose subiu mais
que Papadopoulos e marcou o terceiro dos alemães. Aos 28 minutos, Reus
chutou forte, a bola bateu no travessão e entrou, fazendo o quarto gol. E
aos 43 minutos Boateng colocou a mão na bola dentro da área, e
Salpingidis fez o segundo gol da Grécia.
Neste sábado, jogam Espanha e França, às 15h45.
(Com agência Gazeta Press)
Fonte: veja.abil.com.br
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California "dominates" list of cities with most stolen cars
The city where your car is most likely to be stolen is in California. In fact, the top three cities are in California, and of the top 10, six are in that state. So says a report by Forbes that compares the number of stolen cars per 100,000 population.
Using that ratio, Fresno, California, with 808 stolen cars per 100,000 people and a total of 7,621 stolen cars in 2011, ranks number one in the nation. In second place is Modesto; third is occupied by Bakersfield.
For fourth and fifth, we have to travel north to Spokane and Yakima Washington. The remaining cities are all in the Golden State except for Anderson, S.C. at number eight. With a population of about 27,000, Anderson (nickname: The Friendliest City in South Carolina) had 911 cars stolen in 2011, giving it a score of 483.32.
See the full list of cities below.
2011 thefts and rate per 100,000
- Fresno - 7,621 808.25
- Modesto - 3,315 639.32
- Bakersfield - 5,240 615.23
- Spokane, WA - 2,614 551.75
- Yakima, WA - 1,308 529.25
- San Francisco - 23,223 528.87
- Stockton, CA - 3,532 507.32
- Anderson, SC - 911 483.32
- Vallejo, CA - 2,002 480.71
- Visalia, CA - 2,125 472.78
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