Fãs da trama que uniu os atores Ingrid Bergman e Humphrey Bogart na cidade marroquina de Casablanca podem celebrar: Cass Warner, neta de um dos fundadores do estúdio de cinema Warner, anunciou na semana passada seus planos de produzir uma sequência do premiado longa-metragem lançado em 1942 pelo diretor Michael Curtiz. A ideia surgiu depois da descoberta de um roteiro inédito intitulado "Retorno à Casablanca", escrito por Howard Koch, um dos três roteiristas do filme original. O estúdio já está em busca de diretores dispostos a assumir a responsabilidade.
Reproduzo aqui no blog uma postagem retirada originalmente do blog Combe do Iommi, sobre a banda americana Twisted Sister, que tocou muito nas vitrolas dos anos 80 e que embalou a juventude de muitos fãs da banda. Curtam!
Twisted Sister – Love Is For Suckers [1987]
Nova York, segunda metade dos anos 70. O punk era a nova ordem mundial, mas ainda não tinha aquela característica de movimento sujeito a traições imbecis e radicalismos. Eram apenas um bando de junkies com muita gana e que não sabiam tocar direito seus instrumentos.
As vertentes eram inúmeras. Dos devotos do som de Detroit, de MC5 e Stooges (como os Ramones e os Sex Pistols), àqueles adeptos da androginia de Marc Bolan e seu T Rex (como New York Dolls e Twisted Sister). Tudo isso dentro de uma trincheira underground que ameaçava sobremaneira o já cansado esquemão do mainstream. O Twisted Sister ocupava seu espaço.
No começo dos anos 80, a vertente adotada pelo Twisted Sister estava se afastando do punk e flertando com o hard rock, iniciando aquilo que seria o Glam Metal, Hard Farofa ou chame lá do que quiser. As novidades eram Poison e Mötley Crüe (este último ainda com um pé no heavy metal em seu primeiro disco).
O auge do sucesso dos Sisters se deu com Stay Hungry e o hipermegahit We’re not gonna take it. Uma canção com a simplicidade punk, com três acordes e sem um solo de guitarra que necessitasse um mínimo de estudo no instrumento. A bateria era forte e marcada e os vocais, melódicos mas com um apelo gutural. O disco estourou mundo a fora e transformou a banda em um dos principais expoentes daquele mainstream tão odiado.
Depois veio Come Out And Play, com uma superprodução digna de primeiro escalão do cast da gravadora: capa com tampa de bueiro que abre e mostra a foto do encarte; encarte primoroso com fotos em cores e todas as letras; participação especial de medalhões como Alice Cooper e Billy Joel; e farta distribuição mundial.
Mas o dinheiro é um veneno para quem não está preparado ou não sabe lidar com ele. E o Twisted Sister afundou-se na trincheira que eles mesmos cavaram. Eddie “Fingers” Ojeda sofre um esgotamento nervoso (até hoje não explicado) e a turnê teve que ser interrompida (os palcos da turnê eram fantásticos, tendo até um carro todo pichado como cenário). A. J. Pero, o baterista responsável pela maravilhosa introdução de We’re not gonna take it, pula fora da banda. O futuro é incerto.
Mas gravadora não quer saber de problemas humanos. Quer dinheiro e o retorno ao investimento que foi feito. Nesse clima é composto e gravado Love Is For Suckers, postagem de hoje.
Da formação original, praticamente só Dee Snider e Mark “The Animal” Mendoza restaram trabalhando. O disco é praticamente um trabalho solo de Dee Snider, que conta com Joey “Seven” Franco (Widowmaker) nas baquetas e o novato Reb Beach (sim, ele mesmo) nas guitarras, em sua primeira gravação profissional pré Winger. Jay Jay French e Eddie “Fingers” Ojeda participam, mas percebe-se claramente que estão em segundo plano (se é que gravaram alguma coisa realmente). A produção ficou a cargo do excelente Beau Hill (Chery Pie, do Warrant), que também gravou os teclados.
A Atlantic Records bota nas prateleiras esse disco no dia 13 de agosto de 1987, quando um já agonizante Twisted Sister não existia mais na prática, pois a tentativa de uma turnê encerrou após dois meses e alguns poucos shows. O play, senhoras e senhores, só não é o melhor daquele ano no hard rock porque tem que concorrer com o 1987 do Whitesnake. Um petardo do hard rock oitentista como poucas vezes se viu.
Bateria precisa e pesada, guitarras perfeitas, com solos e riffs inspiradíssimos (cortesia de Beach), vocais maravilhosos e uma produção impecável. Wake Up The Sleeping Giant abre os trabalhos dizendo a todos que, apesar de adormecida, a carreira de Snider ainda tinha muito a oferecer.
Hot Love e Tonight formaram o single do álbum, e constituem duas das melhores músicas do hard rock que conheço. Fora de série. Temos um Twisted Sister apresentando os melhores riffs, letras e refrões de sua carreira. Hot Love também teve clipe veiculado na MTv, no qual Eddie Ojeda sequer aparece (na cena de palco não aparece o rosto do segundo guitarrista). A estrela, obviamente, é Dee Snider.
I’m So Hot For You, Me And The Boys, One Bad Habbit (letra genial) e I Want This Night To The Last Forever são perfeitas. O disco é bom do começo ao fim! Difícil destacar somente uma. Tudo aqui é bem feito e inspirado. Dee Snider mostrava ao mundo que poderia fazer música boa sem as maquiagens pesadas e sem seus companheiros de Twisted Sister.
Tem baladão também. You Are All I Need é daquelas baladas típicas do Twisted Sister, com o vocalista cantando o amor para “suckers” como se fosse convencer a gata com a ajuda de um tacape. Mas, ainda assim, é o amor, que se manifesta de maneiras misteriosas.
Em época de internet, na qual não estamos presos aos jabás das rádios e canais de televisão, podemos escutar o que quisermos e dar o nosso veredito. Ouça Love Is For Suckers e me respoda: é ou não é o melhor disco do Twisted Sister?
Mesmo que você achar que não, ainda assim o convenci a escutar essa pérola. E isso para mim já vale a pena.
Track List
1. "Wake Up (The Sleeping Giant)" 2. "Hot Love" 3. "Love Is for Suckers" 4. "I'm So Hot for You" 5. "Tonight" 6. "Me and the Boys" 7. "One Bad Habit" 8. "I Want This Night (To Last Forever)" 9. "You Are All That I Need" 10. "Yeah Right"
Dee Snider (vocais) Eddie "Fingers" Ojeda (guitarras) Jay Jay French (guitarras, vocais) Mark "The Animal" Mendoza (baixo, vocais) Joey “Seven” Franco (bateria)
Músicos creditados como adicionais
Reb Beach (guitarras) Beau Hill (teclados, vocais) The New West Horns (sopros) Jimmy Chalfant, Steve Whiteman, Kip Winger (vocais)
Um clip do DJ Schmolli com uma sequência genial de clássicos do rock mixados sobre bases de músicas famosas do gênero e da canção "Rock the Ages" da banda Def Leppard. Sensacional!
O cultuado filme "Blade Runner: O Caçador de Androides" completa 30
anos sem seres replicantes e sem as colônias espaciais antecipadas na
trama futurista deste reconhecido longa-metragem, uma das obras-primas
da ficção científica.
Dirigido por Ridley Scott e baseado no livro de Philip K. Dick, "O
Caçador de Androides", o filme estreou nos Estados Unidos dia 25 de
junho de 1982, mesmo ano que "E.T. - O Extraterrestre", "Jornada nas
Estrelas 2: A Ira de Khan" e "Tron: Uma Odisseia Eletrônica", todas com
um maior sucesso comercial que "Blade Runner".
"O filme passou de fiasco a clássico sem nunca ter sido um sucesso", declarou Scott ao ser perguntado pelo impacto da produção.
O filme protagonizado por Harrison Ford, Sean Young, Edward James Olms e
Daryl Hannah, entre outros, segue os passos de Ford no papel do
detetive Rick Deckard ou "Blade Runner", que tinha que caçar robôs com
aspecto humano, chamados de replicantes, que se rebelaram após tomarem
consciência de si mesmos.
Esses seres replicantes, que faziam parte de uma colônia espacial,
retornaram à Terra com a intenção de encontrar seu criador e, após serem
tratados como delinquentes, demonstram ter mais humanidade que seus
fabricantes.
A história se passa na cidade de Los Angeles do ano 2019, uma data que
em 1982 soava como ficção científica. No entanto, nos dias atuais, essa
data fica um pouco próxima para abrigar esse sombrio e chuvoso futuro
que transforma a quase sempre ensolarada cidade californiana.
A rodagem do filme foi complexa, marcada por tensões, e sua estreia foi pouco promissora.
A versão original, a mais obscura de todas, não funcionou bem com o
público nas exibições prévias realizados em várias cidades dos EUA e,
por isso, Scott aceitou modificar o filme para dar um sabor mais
vitalista a trama.
O primeiro "Blade Runner" insinuava que o personagem de Ford também era
um replicante, algo que o diretor chegou a confirmar no ano 2000.
No total, ao longo desses anos, Scott montou cinco versões diferentes
do longa-metragem: a inicial, a versão oficial de 1982 para os EUA, a
versão internacional desse mesmo ano, a chamada "do diretor" em 1992,
que teve seu final feliz eliminado, e a conhecida como "montagem final",
lançada em comemoração do seu 25º aniversário de lançamento.
Para comemorar as três décadas de "Blade Runner" em outubro, a Warner
Bros. lançará uma edição para colecionador que será apresentada em
formato Blu-ray e também contará com as outras versões em DVD.
"Blade Runner" aparece como um exemplo de filme que antecipa seu tempo,
sendo um herdeiro de títulos como "Metropolis" (1926), de Fritz Lang, e
gerando influência em filmes como "Matrix", "Minority Report: A Nova
Lei" e "Prometheus", entre outros.
O filme de Scott se insere dentro da tendência artística do chamado
"ciberpunk", movimento muito popular nos anos 80, e sua influência
ultrapassou os limites da tela até o ponto do filme virar tema de
análise, e os replicantes serem considerados uma referência para os
especialistas em robótica.
Outro legado deixado pelo filme foi sua inconfundível trilha sonora,
composta pelo grego Vangelis. Assim como o filme, a trilha não teve
muito êxito logo de imediato e precisou esperar 12 anos para ser
comercializada em um disco.
"Blade Runner" nasceu com ideia de ser uma saga, embora o projeto nunca
tenha tomado forma após sua pobre estreia, algo que a produtora Alcon
Entertainment se propôs a por em prática nos próximos anos em
colaboração com Ridley Scott. Segundo o diretor, essa nova sequência do
filme não será centrada no personagem de Harrison Ford.
Fonte: EFE - Fernando Mexía/ Uol Entretenimento - Cinema