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sábado, 9 de abril de 2016

Atentados não reduzem turismo na França

Número de turistas no país sobe 0,9% em 2015 e chega a 84,5 milhões. França é o destino turístico mais procurado do mundo. Meta do governo é atrair 100 milhões de turistas até 2020.
Paris torre eiffel
Apesar dos ataques terroristas em Paris, em janeiro e novembro, o número de turistas na França aumentou 0,9% em 2015 em relação ao ano anterior, divulgou nesta sexta-feira (08/04) o governo francês. Cerca de 84,5 milhões de turistas visitaram a França no ano passado.
O crescimento se deve, principalmente, pelo aumento dos visitantes oriundos de países asiáticos. O país registrou um crescimento de 22,7% no número de turistas da Ásia. Somente em 2015, mais de 2 milhões de chineses visitaram a França.
"O número de turistas chineses passou a casa simbólica dos 2 milhões pela primeira vez e alcançou 2,2 milhões", ressaltou ministro francês do Exterior, Jean-Marc Ayrault.
Em 2014, o governo francês reduziu na emissão de vistos para cidadãos da China, Índia e Cingapura. A medida contribuiu para atrair visitantes dessas regiões.
Ayrault reconheceu, porém, que os atentados de 13 de novembro em Paris limitaram o crescimento nesse setor, principalmente, na capital. Os dados revelaram uma queda de 15% no número de turistas estrangeiros na cidade nos últimos novembro e dezembro.
Houve ainda uma redução de 1,5% no número de turistas europeus. A queda foi registrada entre visitantes oriundos da Alemanha e da Suíça.
Em 2105, a França foi o destino turístico mais procurado do mundo. O país deseja permanecer na liderança nos próximos anos. Segundo Ayrault, a meta é atrair 100 milhões de turistas por ano até 2020.
CN/ap/afp
Retirado do site: http://www.dw.com/pt/atentados-não-reduzem-turismo-na-frança/a-19175155

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Nova versão do poderoso vírus Flame é detectada no Irã e no Líbano



Washington - Uma nova versão do vírus de computador Flame, suspeito de ser uma arma cibernética dos Estados Unidos e de Israel contra o programa nuclear iraniano, foi detectada em computadores de Irã, Líbano e França, revelaram nesta segunda-feira (15/10) especialistas em segurança informática.

A empresa russa Kaspersky Lab, responsável pela descoberta do Flame no início deste ano, batizou a nova versão de miniFlame. Segundo os especialistas, o miniFlame é "um programa malicioso, pequeno e muito flexível, desenhado para roubar dados e controlar sistemas infectados em operações de ciberespionagem dirigidas". O miniFlame se baseia "na mesma plataforma estrutural do Flame", indicou a Kaspersky Lab, acrescentando que pode funcionar de forma independente ou em conjunto com seu irmão mais velho, dedicado a "operações de espionagem em massa".

Alexander Gostev, da Kaspersky Lab, insistiu na precisão deste novo vírus para realizar "ataques cirúrgicos". Por enquanto, a companhia de antivírus contabiliza entre 50 e 60 o número de ataques com o miniFlame no mundo, particularmente em Líbano, França, Estados Unidos, Irã e inclusive Lituânia.



De acordo com estes especialistas, o programa foi desenvolvido a partir de 2007 e foi utilizado até o fim de 2011. "Acreditamos que os desenvolvedores do miniFlame criaram dezenas de mudanças no programa" disse Kaspersky. "Até agora só encontramos seis, datadas entre 2010 e 2011".

A Kaspersky Lab já havia anunciado que o Flame tinha sido lançado no fim de 2006 e que estava relacionado ao Stuxnet, um vírus criado para atacar sistemas da gigante alemã Siemens, normalmente utilizados para a gestão de infraestruturas, como a rede de fornecimento de água ou a extração de petróleo. A maior parte dos sistemas infectados pelo Stuxnet foi descoberta no Irã, o que dá força à ideia de um ataque cibernético por parte de Israel e Estados Unidos contra as instalações nucleares deste país.


Fonte: Correio Web

domingo, 24 de junho de 2012

Alemanha e França parecem conduzir "diálogo de surdos" diante da crise

  • Michael Sohn/AP
    Chanceler alemã, Angela Merkel, cumprimenta o presidente da França, François Hollande, depois de uma cerimônia militar de boas-vindas em Berlim, Alemanha Chanceler alemã, Angela Merkel, cumprimenta o presidente da França, François Hollande, depois de uma cerimônia militar de boas-vindas em Berlim, Alemanha


    • Le Mond (por Daniel Cohen)
       
      A poucos dias do conselho europeu de 28 e 29 de junho, os debates entre França e Alemanha estão começando a parecer um diálogo de surdos. Os franceses querem reforçar a união econômica, enquanto os alemães querem um acordo prévio sobre a união política. Ninguém parece entender o que outro quer dizer. Os alemães ouvem as propostas francesas como uma nova edição do slogan "A Alemanha vai pagar", que marcou a vida política francesa após a Primeira Guerra Mundial. Os franceses interpretam a integração política à maneira alemã como um direito de vigilância e ingerência sobre seu sistema de proteção social.

      Essa dificuldade em se entenderem, na verdade, é o sintoma do problema que deve ser resolvido. O euro é a moeda de uma união não identificada, e ele tem sofrido, de acordo com o raciocínio constantemente lembrado pelos economistas americanos, por não estar apoiado em um Estado federal. Nos Estados Unidos, um Estado que seja atingido por uma recessão automaticamente paga menos impostos ao Estado central, sem que isso tenha influência sobre as despesas federais. Esse mecanismo cria uma importante proteção automática, que permite compensar em 30% a 40% o custo da recessão.

      Já no caso dos Estados europeus, a atual crise os tem paralisado, uma vez que eles não podem recorrer a um nível superior de responsabilidade para amortecer seu impacto. Além disso, como um desempregado grego ou espanhol não pode ir para a Baviera encontrar um emprego, as fronteiras nacionais se tornam de fato uma prisão para os países em dificuldades.

      A crise bancária é um exemplo essencial dos problemas que têm surgido. Quando o Estado californiano se encontra em crise, os correntistas do banco nacional Wells Fargo não são ameaçados, pois são protegidos por garantias federais indivisíveis. Muitos pedem hoje por uma união bancária europeia, que faça voltar para o nível federal a dupla tarefa de supervisionar e recapitalizar os bancos em apuros.

      Mas há dois problemas. Primeiro, não se compra uma apólice de seguros depois que o incêndio já aconteceu, quando foram revelados os beneficiários do mecanismo. Vista a partir da Alemanha, a proposta de uma união bancária equivale a pedir que os contribuintes alemães recapitalizem os bancos espanhóis. Segundo – o obstáculo maior - , não se sabe o que é o "nível federal" dentro da zona do euro. O Tribunal Constitucional de Karlsruhe proíbe que se tire o poder orçamentário do Bundestag em prol de instituições "não democráticas". Qual é o sentido exato do conceito?

      De acordo com recentes decisões desse Tribunal Constitucional, seria considerada como democrática uma instância eleita segundo o princípio de que um voto tem o mesmo peso que o outro. O Parlamento Europeu, segundo essa definição, não é, pois os representantes atuam de acordo com circunscrições nacionais que não respeitam a equivalência entre demografia e representação. Além disso, o Parlamento Europeu não é dedicado à zona do euro, mas à Europa dos 27 Estados-membros. Em suma, não existe uma instância de controle democrático que possa vigiar o poder concedido a um organismo encarregado, por exemplo, de recapitalizar um banco em dificuldades.

      A imensidão da tarefa parece desanimadora, mas nenhum desses problemas é insuperável.

      Só para ficar no exemplo da união bancária, pode-se primeiramente decidir sobre o fato de que um dia ela será criada, uma vez que os bancos nacionais tenham sido devidamente recapitalizados. Isso resolve o primeiro problema, o do reconhecimento; primeiro se faz a faxina, depois se passa para o nível federal, para voltar a dar coerência sistêmica ao projeto europeu. A respeito do controle democrático, é preciso ter uma instância própria da zona do euro. Os alemães têm considerado uma nova Câmara, constituída de parlamentares nacionais.

      É possível também imaginar outras fórmulas. Os eurodeputados da zona do euro poderiam ser eleitos em chapas transnacionais, ao passo que os outros países escolheriam seus representantes de acordo com as circunscrições nacionais habituais. Um parlamento da zona do euro poderia então se reunir o tanto que fosse necessário, para designar as comissões dedicadas aos temas que dizem respeito à zona e votar neles. O processo seria longo e complexo. Não bastará fechar um acordo com a Alemanha sobre uma nova estrutura institucional, será preciso também encontrar um consenso sobre os princípios constitucionais fundadores que orientarão as políticas comuns.

      Pode-se ter o luxo de se embarcar nessa nova iniciativa, num momento em que a crise exige que se tomem decisões rápidas? Ela evidentemente não substituirá as decisões de curto prazo que deverão ser tomadas, a respeito da dívida e da condução da política orçamentária. Mas o anúncio de que uma iniciativa ambiciosa foi tomada, com um cronograma preciso, teria um efeito considerável. Isso porque o paradoxo dos mercados financeiros é que eles podem entrar em uma espiral quando são abandonados, mas que eles também são perfeitamente capazes de se antecipar a um cronograma distante, contanto que ele seja plausível. É possível ainda sair da crise por cima, se mostrarem que entenderam a causa.

      Tradutor: Lana Lim

      quarta-feira, 20 de junho de 2012

      A aventura virtual da escrita

      Exposição digital organizada pela Biblioteca Nacional da França usa o rico acervo da instituição para conta a história da escrita
       


      O surgimento da escrita, há mais de 5 mil anos, foi resultado do desenvolvimento do comércio e da urbanização em algumas partes do mundo. Em seguida, a necessidade de novas formas de comunicação deu origem aos primeiros livros. É isso que mostra a exposição virtual “A aventura do livro”, organizada pela Biblioteca Nacional da França utilizando vários itens de seu acervo.

      A mostra pode ser acessada no site http://classes.bnf.fr/livre/. Ao visitá-la, o internauta descobre que a escrita surge simultaneamente na Mesopotâmia e no Egito no IV milênio a.C., e na América Central e no sul da Índia no II milênio a.C. Com o passar do tempo os sistemas se tornam cada vez mais complexos, como mostra o site por meio de vídeos.

      A exposição apresenta diferentes tipos de escrita e suas descrições, além de indicar bibliografia complementar para pesquisa e disponibilizar várias ilustrações, tudo de forma didática e organizada.
       
      Fonte: História Viva

      quinta-feira, 14 de junho de 2012

      Itália e França reconhecem que o euro não está a salvo


      Encontro sobre a crise europeia reuniu o italiano Mario Monti e o francês François Hollande. Foto: AP
      Encontro sobre a crise europeia reuniu o italiano Mario Monti e o francês François HollandeFoto: AP
      Itália e França enfatizaram nesta quinta-feira a importância das medidas adotadas até agora em nível europeu para enfrentar a crise da dívida que atinge o continente, mas destacaram que os progressos obtidos "não são suficientes para poder manter o euro à margem das turbulências do mercado".
      O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, e o presidente francês, François Hollande, fizeram esta avaliação em entrevista coletiva conjunta após a reunião bilateral que mantiveram em Roma.
      O encontro precedeu a cúpula do próximo dia 22, que também será realizada na capital italiana. O evento contará ainda com a participação da chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy.
      "É um momento crucial para o mundo e para a União Europeia (UE)", destacou Monti no início de seu discurso, durante o qual fez questão de enfatizar a "sintonia" que tem com Hollande sobre as medidas adotadas para enfrentar a crise.
      O primeiro-ministro da Itália ressaltou que os dois países coincidem em avaliar positivamente as medidas adotadas até agora em nível europeu, assim como o recente pacote de ajuda financeira ao setor bancário espanhol. No entanto, Monti reconheceu que as medidas não são poucas, mas considerou que ainda são necessárias novas ações para enfrentar a crise. "Os importantes progressos obtidos quanto à governabilidade europeia não são suficientes para poder manter o euro à margem das turbulências do mercado".
      Por tudo isso, o premiê italiano disse que ambos consideram necessário agir "reforçando os pontos fracos do sistema" com ações sobre a "economia real e sobre aspectos financeiros". O chefe de governo italiano destacou também que, durante a reunião com Hollande, eles analisaram a questão da dívida soberana, assim como os instrumentos necessários para restabelecer a confiança nos países mais expostos e trocaram opiniões sobre a hipótese de uma emissão comum de títulos - os chamados eurobônus.
      Tanto Hollande como Monti já respaldaram várias vezes a emissão conjunta de papéis da dívida na Europa, mas ainda há países reticentes, especialmente no norte do continente, entre eles a Alemanha. Sobre a delicada situação econômica que atinge a Grécia e a incerteza existente ante o pleito geral que será realizado no país no próximo domingo, Monti afirmou que tanto ele como Hollande desejam a permanência de Atenas na zona do euro, assim como o respeito do país a seus compromissos.
      Ambos os líderes reiteraram ainda a necessidade de impulsionar posteriormente as políticas de crescimento em nível europeu, mas destacaram que não se pode abandonar ou prestar menor atenção às políticas de disciplina fiscal.
      Hollande, por sua vez, manifestou que há vontade de fazer com que o crescimento seja "nosso objetivo", também na próxima cúpula do G20, que será realizada nos dias 18 e 19 de junho em Los Cabos (México). O presidente francês ressaltou que "o crescimento, a estabilidade e a integração" são os três princípios que devem envolver a Europa. "A Europa precisa de mecanismos que lhe permitam apoiar os bancos e os Estados que estejam em situação complicada para, assim, frear a especulação". Em sua opinião, são necessários "mecanismos estáveis, duráveis, eficazes e com recursos suficientes para pôr o euro a salvo da especulação".
      Sobre Angela Merkel, porta-bandeira das políticas de austeridade na Europa, Mario Monti buscou defender as ideias da governante alemã, da mesma forma que os outros chefes de Estado e de governo. "Ela está perenemente em busca de soluções para a Europa".
      "Com relação ao presidente Hollande, tive alguns meses a mais para debater com Merkel e sempre encontrei um grande interesse comum em encontrar as melhores soluções, tanto sob o aspecto do crescimento quanto no da estabilidade", acrescentou Monti.
      O encontro desta quinta-feira em Roma ocorreu num momento delicado para a Itália, depois que o empréstimo europeu estipulado no sábado passado para os bancos espanhóis ter situado as finanças italianas novamente no ponto de mira dos mercados, ao que se soma a incerteza para o futuro da zona do euro diante das eleições gregas.
      Fonte: noticias.terra.com.br

      sábado, 12 de maio de 2012

      Lula parabeniza vitória de Hollande na França


      Ex-presidente brasileiro mandou carta ao recém -eleito presidente francês, que solicitou o brasileiro durante campanha

      O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva enviou mensagem parabenizando o recém-eleito François Hollande como presidente da França. Durante a campanha eleitoral, Hollande citou Lula como uma de suas inspirações políticas, “por ter conseguido ser ele mesmo, fiel aos seus valores, a sua luta sindical e, ao mesmo tempo, ter feito do Brasil um dos países mais dinâmicos do mundo”, segundo informações do Instituto Cidadania. 

      Hollande, candidato do Partido Socialista, fez as afirmações durante uma entrevista à revista Paris Match.

      Em carta, Lula afirmou que a “chegada à presidência foi uma vitória da tradição francesa de defesa da igualdade, uma fonte de inspiração e força para todos nós que lutamos por um mundo mais justo e solidário” e ressaltou “a volta ao poder na França do Partido Socialista, do grande François Mitterrand”.

      O ex-presidente brasileiro disse ainda que Hollande terá Dilma Rousseff como uma parceira excepcional da França. 
      O novo presidente citou ainda ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, “por sua coragem”, e o presidente americano Barack Obama, “pelo simbolismo excepcional que representa”. O francês citou ainda o ex-chanceler alemão Helmut Kohl pela “força que ele transmitia e pela consciência de sua responsabilidade histórica no momento da reunificação da Alemanha”.

      Veja abaixo a carta enviada por Lula a Hollande: 

      Meu querido companheiro François Hollande,

      Parabéns pela sua vitória. A sua chegada a presidência foi uma vitória da tradição francesa de defesa da igualdade, uma fonte de inspiração e força para todos nós que lutamos por um mundo mais justo e solidário.

      Após tanto tempo, valeu a espera pela volta ao poder na França do Partido Socialista, do grande François Mitterrand.

      Eu tenho certeza que sua liderança terá um importante impacto em toda a Europa, em um momento onde são fundamentais a coragem e a ousadia para a população do continente retomar a esperança e a economia voltar a gerar empregos.

      A juventude europeia olha com entusiasmo para Paris, em busca de novos caminhos para voltar a ter confiança no futuro. Não podemos nos contentar com planos de austeridade que propõem recessão, perda de direitos, corte de salários e desemprego.

      A sua vitória significa a possibilidade da volta de um projeto europeu generoso, com crescimento e sem qualquer tipo de intolerância ou xenofobia. Porque a União Europeia, mais do que pertencer aos europeus, é um patrimônio de toda a humanidade, como um símbolo da paz e exemplo de cooperação para outras regiões do mundo.

      Eu também tenho a mais plena confiança de que encontrará na presidenta Dilma Rousseff uma excepcional parceira da França, e que serão reforçados os projetos e os laços de amizade que unem nossos países.
      Fonte: Bandnews

      domingo, 6 de maio de 2012

      François Hollande, do Partido Socialista, é o novo presidente da França


      François Hollande, do Partido Socialista, é o novo presidente da França, segundo a primeira divulgação das pesquisas de boca de urna. O candidato da esquerda obteve 51,9% dos votos válidos e comandará o país nos próximos cinco anos.  Candidato da direita, Nicolas Sarkozy obteve 48,1% dos votos. 
      A vitória de Hollande marca o retorno da esquerda à presidência da França, 17 anos após o fim do segundo mandato do ex-presidente socialista François Mitterrand, em 1995. Mitterrand - a principal inspiração do agora presidente eleito - foi sucedido pelo conservador Jacques Chirac (1995-2007), e depois por Nicolas Sarkozy (2007-2012), ambos do partido de direita União por um Movimento Democrático.
      O presidente Nicolas Sarkozy já admitiu a derrota e fez um discurso para os seus eleitores em Paris. A expectativa é a de que Hollande faça um pronunciamento nos próximos minutos.  
      A eleição caracterizou definitivamente que a situação da França é grave. Há um ditado francês que diz que, no primeiro turno, os franceses votam com o coração e, no segundo, votam com o bolso. Desta vez, a França colocou a mão no bolso e viu que estava vazio. Era hora de colocar um socialista no poder. 
      Fonte: Jornal do Brasil

      quarta-feira, 25 de abril de 2012

      Com 18%, partido xenófobo quer ser a direita "normal" da França


      Paris - Ela não passou para o segundo turno das eleições presidenciais francesas, como desejava. Ainda assim, Marine Le Pen, a candidata do partido de extrema direita Frente Nacional (FN), não tirou mais o sorriso do rosto desde domingo, quando registrou uma votação histórica para a sigla: 6,4 milhões de pessoas, ou 17,9% do eleitorado, escolheram a extrema direita para governar a França nos próximos cinco anos. O resultado consolida os planos dos "frentistas" de substituir a direita tradicional francesa por uma direita dita "nacionalista", contrária não somente à imigração como à globalização econômica e cultural.
      A direita tradicional francesa responde pelo nome de UMP, o partido do presidente Nicolas Sarkozy, e defende o livre mercado e a consolidação europeia, mas um maior controle das fronteiras do continente. As propostas permanecem distantes dos anseios da Frente Nacional, que ao longo do mandato de Sarkozy se queixou sem trégua da "imigração descontrolada" e da "islamização da França", além da "ditadura de Bruxelas", onde são tomadas as principais decisões da União Europeia.
      Com o altíssimo escore registrado no primeiro turno, Marine Le Pen e sua turma entenderam que podem ter força o suficiente para ter mais peso na política francesa - os frentistas estão certos de que a extrema direita ocupa, cada vez mais, o lugar da direita tradicional, à exemplo do que aconteceu em outros países europeus, como a Áustria e a Hungria, onde a "direita nacionalista" se inseriu para ficar.
      "Marine Le Pen deseja ver a derrota de Sarkozy para poder se apresentar como a oponente número 1 dos socialistas, ao mesmo tempo em que cria discórdias nos corredores da UMP, embora ela saiba que este continua sendo um partido difícil de desestabilizar", analisa o especialista em extrema direita Sylvain Crépon, da Universidade de Nanterre.
      FN quer implodir a atual direita
      O próximo passo nessa estratégia vai ser investir todas as fichas nas eleições legislativas, em junho, quando o partido espera eleger cinco ou seis deputados para retornar à Assembleia Nacional. "O seu objetivo é de provocar a implosão da direita francesa atual para fazê-la se recompor em torno dela e das ideias da Frente Nacional."
      Por essa razão, Le Pen não deve apoiar a candidatura de Sarkozy contra o rival socialista François Hollande no segundo turno, em 6 de maio: ela deve incentivar os frentistas à se abster da votação. Mais do que nunca, o atual presidente se vê obrigado a cortejar ainda mais o eleitorado extremista, depois de já ter começado a sedução dos ultranacionalistas desde os primeiros movimentos da campanha.
      Ainda assim, estima-se que cerca de 50% dos eleitores que votaram por Le Pen no último domingo migrarão para Sarkozy no segundo turno, enquanto em torno de 25% se inclina, paradoxalmente, a escolher Hollande. O restante não deve retornar à urnas.
      Essa divisão acontece porque o eleitor da Frente Nacional, na realidade, não tem clareza sobre os significados do espectro político: são agricultores, operários e desempregados. Apenas 15% concluiu o segundo grau e menos ainda, 7%, frequentou bancos universitários. São, portanto, cidadãos suscetíveis a discursos populistas, sobretudo em momentos de crise como o atual.
      "O voto Frente Nacional é cada vez menos um voto de protesto, como era há 20 anos. Percebemos uma verdadeira adesão ao discurso frentista, que foca na imigração como a principal razão para explicar os problemas econômicas da França", explica Jean-Yves Camus, um dos maiores especialistas no assunto do país. O pesquisador do Instituto Relações Internacionais e Estratégicas lembra que, a partir de 1988, as votações obtidas pelo partido extremista vêm aumentando a cada eleição, culminando com a ascensão ao segundo turno nas eleições presidenciais de 2002.
      Discurso moderado
      Desde que Marine Le Pen substituiu o pai, Jean-Marie Le Pen, no comando da sigla e adotou um discurso menos radical, assumir a adesão à Frente Nacional está deixando de ser um tabu. "Este é o maior perigo, principalmente porque cerca de 50% dos militantes da UMP são abertos a ouvir o discurso da Frente Nacional. São pessoas de direita que no fundo concordam com os argumentos da extrema direita, mas não com a forma como eles eram expostos na época de Jean-Marie Le Pen", observa. O pai de Marine era conhecido pelos discursos e piadas racistas, pelos quais responde na Justiça francesa até hoje, embora tenha se aposentado da política.
      Apesar da "normalização" da retórica, os resultados da FN causaram indignação na França: desde o anúncio das porcentagens de cada candidato, a imprensa e o eleitores, nas ruas e redes sociais, tentam compreender quem é e onde está essa França xenófoba.
      Os resultados definitivos mostram que as maiores votações aconteceram nas regiões da Alsace, na fronteira com a Alemanha, e de Alpes-Maritimes, onde há uma forte presença de imigrantes estrangeiros e estatísticas elevadas de violência urbana. Porém os especialistas garantem que os quase 18% de votos de Le Pen não são uma surpresa: além da adesão crescente ao programa do partido, a alta rejeição ao atual presidente levou milhares de franceses a quererem punir Sarkozy nas urnas. São estes mesmos eleitores que agora o governante tem a obrigação de conquistar, se não quiser ser o primeiro presidente em 30 anos a não conseguir se reeleger no país.
      Fonte: Jornal do Brasil

      segunda-feira, 23 de abril de 2012

      Sarkozy corteja extrema direita após vitória de Hollande


      Presidente da França e candidato do partido UMP, Nicolas Sarkozy, faz discurso a apoiadores no  centro de reuniões La Mutualité, em Paris. Nicolas Sarkozy promete ser mais rígido em relação a assuntos como imigração e segurança, à medida que busca ganhar o número recorde de eleitores de extrema-direita. 22/04/2012  REUTERS/Yves Herman

      Por Daniel Flynn e Brian Love
      PARIS, 23 Abr (Reuters) - O presidente da França, Nicolas Sarkozy, prometeu nesta segunda-feira ser mais rígido em relação a assuntos como imigração e segurança, à medida que busca ganhar o número recorde de eleitores de extrema-direita e minimizar a estreita liderança do candidato socialista, François Hollande, no primeiro turno.
      Hollande, de centro-esquerda, venceu Sarkozy no turno de domingo por 28,6 por cento, enquanto Sarkozy ficou com 27,1 por cento. Mas foi a líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, que roubou a cena com 17,9 por cento dos votos, o maior registro que um candidato de extrema-direita já conseguiu no país.
      Seu desempenho reflete os avanços em todo o continente de populistas contra o sistema e eurocéticos, de Amsterdã e Viena a Helsinque e Atenas, à medida que a crise da dívida da zona do euro aprofunda a insatisfação com os governos por causa de cortes nos gastos governamentais e desemprego.
      Sarkozy - o primeiro presidente francês que, ao tentar reeleger-se, fica em segundo lugar no primeiro turno - enfrentou um difícil exercício de equilíbrio ao reiniciar a campanha nesta segunda-feira tentando atrair tanto os eleitores da extrema-direita quanto os centristas, de cujo apoio ele precisa para ganhar o segundo turno do dia 6 de maio.
      "Hoje, eu volto para a campanha", disse Sarkozy em um comunicado. "Vou continuar a defender os nossos valores e compromissos: respeito das nossas fronteiras, a batalha contra a mudança de fábricas para o exterior, controle da imigração e a segurança de nossas famílias".
      Ao deixar a sede de seu partido, em Paris, Sarkozy declarou aos repórteres: "Os eleitores da Frente Nacional têm de ser respeitados. Eles expressaram seu ponto de vista. Foi um voto de sofrimento, um voto de crise. Por que insultá-los? Eu soube que o sr. Hollande os criticou."
      Pesquisas de opinião no domingo mostraram que Hollande, que promete mudar o rumo da Europa caso seja eleito, por meio de ações para amenizar medidas de austeridade e garantir maior justiça social, deve provavelmente vencer o segundo turno com cerca de 53 a 56 por cento dos votos.
      Mas o forte desempenho de Marine Le Pen ofereceu a Sarkozy um raio de esperança inesperado.
      A boa votação de Marine Le Pen provocou temores sobre um maior apoio regional a políticos populistas antieuro, o que poderia abalar ainda mais o já frágil consenso a respeito de como gerir a crise da dívida nos próximos meses.
      O apoio francês ao euro até agora é relativamente sólido, já que oito em cada dez franceses são favoráveis a que o país continue usando a moeda única, segundo pesquisa publicada em fevereiro pelo jornal Le Figaro.
      (Reportagem de Adicional por Catherine Bremer, John Irish, Nicholas Vinocur, Vicky Buffery, Alexandria Sage, Brian Love, Matthias Blamont e Daniel Flynn em Paris, Anirban Nag em Londres)
      Fonte: Agência Reuters

      segunda-feira, 2 de abril de 2012

      AS ELEIÇÕES NA FRANÇA



      Ignacio Ramonet – Carta Maior

      Segundo as pesquisas, a final será disputada entre dois candidatos: o atual presidente Nicolas Sarkozy, e o socialista François Hollande. E todas apontam a vitória de Hollande no segundo turno Mas restam ainda várias semanas de campanha e muita coisa pode acontecer. Além disso, cerca de um terço dos eleitores não decidiram ainda em quem votar. O entusiasmo provocado por Jean-Luc Melenchon deu uma nova esperança às classes trabalhadoras , aos militantes veteranos e a milhares de jovens indignados. O artigo é de Ignacio Ramonet.

      Na França, a eleição presidencial é “a mãe de todas as votações” e o ponto incandescente do debate político. Ela ocorre a cada cinco anos. É um sufrágio universal direto em dois turnos. Em princípio, qualquer cidadão francês pode se apresentar como candidato no primeiro turno, que desta vez será no dia 22 de abril. Deve, porém, cumprir uma série de requisitos. Entre eles, contar com o apoio de 500 representantes eleitos de, pelo menos, 30 departamentos (estados) distintos [1]. Se nenhum candidato obtiver maioria absoluta (50% dos votos mais um), um segundo turno será realizado duas semanas depois. Desde a inauguração da Quinta República em 1958, sempre houve um segundo turno. Participam dele somente os dois candidatos mais votados no primeiro turno. Ou seja, será preciso esperar até o dia 6 de maio para conhecer o resultado. Neste período, toda a vida política do país gira em torno desse acontecimento central.

      No momento, ninguém pode considerar a disputa ganha. Segundo todas as pesquisas, a final será disputada entre dois candidatos: o atual presidente conservador Nicolas Sarkozy, e o líder socialista, François Hollande. Mas restam ainda várias semanas de campanha e muita coisa pode acontecer [2]. Além disso, cerca de um terço dos eleitores não decidiram ainda em quem votar.

      Os debates se desenvolvem em um contexto marcado por dois fenômenos principais: 1) a maior crise econômica e social que a França já conheceu nas últimas décadas [3]; 2) uma crescente desconfiança sobre o funcionamento da democracia representativa.

      A Constituição só autoriza dois mandatos consecutivos. O presidente Sarkozy anunciou oficialmente, no dia 15 de fevereiro, sua candidatura à reeleição . Desde então, a poderosa máquina de seu partido, a União por um Movimento Popular (UMP), foi colocada briosamente em funcionamento e conseguiu que todos os demais candidatos de direita (com exceção de Nicolas Dupont-Aignan) se retirassem da disputa, deixando Sarkozy como único representante da corrente conservadora [4]. A batalha, porém, não será fácil. Todas as pesquisas apontam Sarkozy como derrotado no segundo turno pelo candidato socialista François Hollande.

      Sarkozy tornou-se muito impopular. No exterior, muitas pessoas não aceitam isso, unicamente porque privilegiam sua imagem de líder internacional enérgico, dirigindo, junto com Angela Merkel, as cúpulas europeias ou as reuniões do G-20. Além disso, em 2011, ele assumiu também uma postura de chefe militar e conseguiu ganhar duas guerras, na Costa do Marfim e na Líbia.

      Por outro lado, no terreno do “glamour”, seu casamento com a célebre ex-modelo Carla Bruni, com quem acaba de ter uma filha, contribuiu para fazer dele um ator permanente da imprensa de celebridades. Daí a perplexidade de parte da opinião pública estrangeira ante sua eventual derrota eleitoral.

      Mas é preciso levar em conta, em primeiro lugar, um princípio político quase universal: não se ganham eleições graças a um bom balanço de política externa, por melhor que ele seja. O exemplo histórico mais conhecido é o de Winston Churchill, o “velho leão” britânico vencedor da Segunda Guerra Mundial e derrotado nas eleições de 1945. Outro exemplo é o de Richard Nixon, o presidente estadunidense que colocou um fim à Guerra do Vietnã e reconheceu a China Popular, mas se viu obrigado a renunciar para não ser substituído. É preciso considerar também que outra lei parece ter se estabelecido na Europa nestes últimos anos no contexto da crise financeira: nenhum governo que disputou a reeleição saiu vencedor.

      Em segundo lugar, está o balanço do seu mandato, que é execrável. Além dos numerosos escândalos em que esteve envolvido, Sarkozy foi o “presidente dos ricos” a quem brindou com regalias fiscais inéditas, enquanto sacrificava as classes médias e desmantelava o Estado de bem estar. Essa atitude alimentou críticas de todos os cidadãos que, pouco a pouco, foram sendo engolidos pelas dificuldades: perda de emprego, redução do número de funcionários, ampliação da idade de aposentadoria, aumento do custo de vida. Não cumpriu suas promessas e a decepção dos franceses aumentou.

      Sarkozy cometeu também gigantescos erros de comunicação. Já na noite de sua eleição, em 2007, ele se exibiu em um célebre restaurante parisiense na avenida Champs Elisées, festejando sem constrangimento na companhia de um punhado de multimilionários. Aquela interminável farra no Fouquet’s acabou se tornando o símbolo da vulgaridade e ostentação de seu mandato. Os franceses não esqueceram dela e muitos de seus eleitores mais humildes jamais o perdoaram.

      Com sua hiperatividade, sua vontade de estar presente em todas as partes e de decidir tudo sozinho, Sarkozy esqueceu uma regra fundamental da Quinta República: o presidente – que possui mais poder que qualquer outro chefe de Executivo das grandes democracias mundiais – deve saber ser reservado e dosar com prudência suas intervenções públicas. Deve ser o senhor da penumbra e não se queimar por excesso de exposição. E foi o que acabou acontecendo. O excesso de visibilidade acabou por desgastar sua autoridade, convertendo-o em uma caricatura de si mesmo, a caricatura de um dirigente permanentemente empolgado, impetuoso, excitado...

      Nenhuma pesquisa, até agora, aponta Sarkozy como vencedor destas eleições. Mas ele é um guerreiro disposto a tudo. E também, às vezes, um pilantra sem escrúpulos, capaz de agir como um verdadeiro aventureiro. Foi assim que, desde que se lançou na campanha no mês passado, com um descaramento monumental não hesitou em seu apresentar - ele que foi o “presidente dos ricos” – como o “candidato do povo”, esgrimindo argumentos próximos da xenofobia para roubar votos da extrema-direita. O movimento teve eficácia eleitoral. Imediatamente as pesquisas de intenção de voto disseram que ele ganhou vários pontos conseguindo ultrapassar o candidato socialista no primeiro turno.

      François Hollande é, no momento, o favorito, segundo as pesquisas. Todas, sem exceção o apontam como vencedor no próximo dia 6 de maio. Pouco conhecido no exterior, Hollande é considerado por seus próprios eleitores como um “burocrata” por ter sido durante mais de onze anos (1997-2008) o primeiro secretário do Partido Socialista [5]. Contrariamente a sua ex-companheira Segolène Royal, nunca foi ministro. E sua indicação como candidato dos socialistas não foi pacífica. Ele só garantiu a nomeação após duríssimas eleições primárias no interior do partido (nas quais, por razões fartamente conhecidas [6], Dominique Strauss-Kahn, o preferido dos eleitores socialistas, não pode competir).

      François Hollande é um social-liberal de centro, conhecido por suas habilidades como negociador e sua dificuldade em tomar decisões. Ele é reprovado por ser demasiadamente tímido e manter-se permanentemente em situações confusas. Seu programa econômico não se distingue nitidamente, nas questões de fundo, do programa dos conservadores. Após ter afirmado em um discurso eleitoral que “o inimigo principal” era o setor financeiro, ele se apressou em ir a Londres para tranquilizar os mercados lembrando a eles que ninguém privatizou e liberalizou mais que os socialistas franceses [7]. No que diz respeito ao euro, à dívida soberana e aos déficits orçamentários, Hollande – que afirma agora querer renegociar o Pacto Fiscal [8] – segue a mesma linha de outros dirigentes social-democratas, como Yorgos Papandreou (Grécia), José Sócrates (Portugal) e José Luis Zapatero (Espanha), que depois de terem renegado seus princípios e aceitado a forca de Bruxelas, foram eleitoralmente expulsos do poder.

      A flacidez política de François Hollande aparece ainda mais flagrante quando comparado com o candidato da Frente de Esquerda, Jean-Luc Melenchon. Com 14% das intenções de voto, ele é a grande revelação destas eleições. Seus comícios são os que reúnem o maior número de pessoas e seus discursos, verdadeiros modelos de educação popular, são os que despertam maior entusiasmo. No dia 18 de março, aniversário da revolução da Comuna de Paris, conseguiu mobilizar cerca de 120 mil pessoas na Praça da Bastilha, algo jamais visto nos últimos cinquenta anos. Tudo isso deveria favorecer uma guinada à esquerda dos socialistas e de François Hollande, ainda que as diferenças de propostas entre os dois sejam abismais.

      O programa de Jean-Luc Melenchon, resumido em um pequeno livro intitulado “L’Humain d’abord!” [9] (O humano em primeiro lugar!), que já vendeu centenas de milhares de exemplares, propõe, entre outras medidas: repartir a riqueza e abolir a insegurança social; retirar o poder dos bancos e dos mercados financeiros; planificação ecológica; convocação de uma Assembleia Constituinte para uma nova República; rompimento com o Tratado de Lisboa e construção de outra Europa; iniciar a “desmundialização”.

      O entusiasmo popular provocado por Jean-Luc Melenchon dá uma nova esperança às classes trabalhadoras , aos militantes veteranos e a milhares de jovens indignados. É também uma resposta a uma democracia em crise, na qual muitos cidadãos já não acreditam na política nem no ritual das eleições.

      Enquanto a extrema-direita diminui de tamanho e fracassa a tentativa de revivê-la mediante o experimento de Marine Le Pen, estas eleições presidenciais francesas podem demonstrar que, em uma Europa desorientada e em crise, segue vida a esperança de construir um mundo melhor.

      NOTAS
      [1] Esta exigência se revelou insuperável para ao menos dois pretendentes importantes: Dominique de Villepin, gaulista, ex-primeiro ministro, e Corinne Lepage, ecologista, ex-ministra, acabaram excluídos da competição.
      [2] Por exemplo, o assassinato de três militares no sul da França e a odiosa matança de crianças judias em Tolouse no dia 19 de março, cometidos por um jovem jihadista relacionado com a Al Qaeda, impactaram com força a campanha, dando naturalmente um protagonismo particular ao presidente Nicolas Sarkozy.
      [3] Taxa de desemprego: 9,8%. Desemprego dos jovens com menos de 25 anos: 24%. Número total de desempregados: 4,5 milhões.
      [4] Retiraram-se da disputa em favor de Sarkozy: Christine Boutin (Partido Democrata Cristão), Hervé Morin (Novo Centro) e Frédéric Nihous (Caça, Pesca, Natureza e Tradições). Pelo mesmo motivo, o centrista Jean-Louis Borloo não apresentou sua candidatura. E a eliminação de Dominique de Villepin e de Corinne Lepage terá também como consequência a migração do apoio da maioria de seus eleitores para a candidatura de Sarkozy.
      [5] Nas pesquisas, dois terços dos eleitores de Hollande declaram que o fazem por “rejeição a Sarkozy”; só um terço diz que adere às ideias de Hollande.
      [6] Sobre esse tema ler: “Uma izquierda descarriada”,de Ignacio Ramonet, Le Monde Diplomatique em espanhol, junho de 2011.
      [7] The Guardian, Londres, 14 de fevereiro de 2012.
      [8] Sobre esse tema ler: “Nuevos protectorados”, de Ignacio Ramonet, Le Monde Diplomatique em espanhol, março de 2012.
      [9] http://www.lhumaindabord2012.fr/
      Tradução: Katarina Peixoto


      Fonte: Página Global

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