domingo, 18 de março de 2012

Projeto para reduzir maioridade pede presídio exclusivo para jovem de 16 a 18


Caso seja aprovada, e se tivesse validade, uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que tramita no Senado, levaria à construção de novas unidades prisionais exclusivas para jovens de 16 a 18 anos no Brasil.
A PEC iniciada em 1999, pode ser votada a qualquer momento na Casa. O relator da proposta é o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que propõe reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos.
“Só serão punidos os jovens entre 16 e 18 anos que passarem por um exame psicológico, feito por uma junta nomeada pelo juiz, para atestar se o menor tem ou não plena capacidade de entender o que estava fazendo. Se ele tiver e for condenado, só vai para a cadeia nos casos de crimes hediondos. Nos demais crimes, como furto e lesão corporal, a pena será substituída por medida socioeducativa”, afirmou Torres.
Se a lei for aprovada, ela seria considerada inconstitucional porque tenta mudar uma cláusula pétrea (imutável) da Constituição Federal do País, como explica Ariel de Castro Alves, vice-presidente da Comissão Nacional da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “As propostas de redução da idade são inconstitucionais, só poderiam prosperar por meio de uma nova Assembleia Nacional Constituinte”. Assembleia que só pode ser instituída em duas situações: por vontade da população ou por uma revolução.
Pelo texto da PEC, a pessoa entre 16 e 18 anos só será presa se tiver cometido um crime inafiançável. Esses crimes, de acordo com o inciso XLIII do artigo 5° da Constituição, são: tortura, tráfico de drogas, terrorismo e crimes hediondos, como homicídio, latrocínio e estupro.
Questionado sobre o local onde ficariam presos esses jovens, o senador enfatizou que seria necessária a construção de novos presídios. “O governo terá que fazer penitenciárias somente para esses presos entre 16 e 18 anos. Não vai ter isso de conviverem com os presos mais perigosos, reincidentes, o governo vai determinar que seja em local distinto.”
Para Ariel Alves, a medida é “ilusória” e investir em novos presídios seria desperdiçar o dinheiro público. “Na atual estrutura prisional brasileira não é viável. Teria que se abandonar unidades já existentes para construir cadeias para por os adolescentes.”
Ele acrescenta que, pela alta taxa de reincidência no sistema prisional, essa mudança não diminuiria o crime. “A reincidência, conforme dados oficiais do Ministério da Justiça, é de 70% nos presídios. No sistema de internação de adolescentes, por mais crítico que seja, estima-se a reincidência em 30%. A Fundação Casa de São Paulo tem apresentado índices de 12%, mas sem levar em conta os jovens que completam 18 e vão para as cadeias pela pratica de novos crimes.”
Mais jovens no crime
O senador Torres argumenta a necessidade de diminuir a maioridade penal principalmente pelo aumento da criminalidade entre os jovens. “As quadrilhas estão usando menores para criar uma espécie de escudo protetor contra o poder judiciário. Com isso, os jovens se tornam as grandes vítimas do homicídio. Na década de 80, as vítimas tinham entre 22 e 29 anos. Na década de 90, entre 18 e 24 e na década de 2000, baixou ainda mais.”
Alves rebate, analisando que crianças mais novas seriam procuradas para praticar os crimes e sugere um aumento de pena para quem se esconde por trás desses jovens. “Na verdade teria que se aumentar a pena dos adultos que usam os adolescentes para o crime. O que inibe o criminoso não é o tempo da pena, mas a certeza de que ele vai responder. 3% do total de crimes que são esclarecidos e se tornam processos. O mais importante é evitar o envolvimento dos jovens com a criminalidade através de programas e serviços sociais, educacionais e de saúde.”
Fonte: Último Segundo IG

quinta-feira, 15 de março de 2012

O CAÇADOR PERFEITO




Uma antiga estória chinesa nos conta:

Na dinastia Chou grassava uma epidemia de ratos. Estavam por toda parte, aos bandos. Até nos palácios dos senhores nada escapava. Um príncipe de Sung resolveu acabar com a praga. Se tivesse sucesso, obteria poder suficiente para desafiar o Imperador Amarelo e ocupar o trono da China.

Saiu para comprar um gato, mas não havia gato para vender. Libertados da dominação doméstica, os gatos se tinham aburguesado. Já não caçavam ratos. Apenas um ancião ainda se lembrava de um velho criador de gatos que vivia nas montanhas. Ele é que ainda poderia gatos antigos. Mas já devia ter morrido há bastante tempo.

O príncipe subiu as montanhas. Depois de muita busca, encontrou o velho criador de gatos. Comprou um gato muito bem treinado e voltou para a cidade. Chegando ao palácio pela noitinha, soltou o gato na despensa. A noite toda o gato caçou rato. Pela manhã, o príncipe estava satisfeito. Tinha resolvido o problema. Não se via um rato pelas redondezas. Correu ao Imperador a fim de levar a chave para a praga e suas pretensões. Por seu lado, os ratos se tinham recolhido aos buracos e o gato, que trabalhara a noite inteira, enrolou-se num canto e adormeceu. Os ratos, então, aproveitaram o descanso do caçador para reaparecer e limpar a despensa. Ao chegar ao palácio imperial, o príncipe soube da nova.

Revoltado, foi procurar o criador de gatos com uma queixa. O gato só caçava de noite. Passava o dia todo dormindo. E os ratos logo descobriram o método do caçador e agora dormiam de noite e roubavam de dia.

Ele precisava de um gato caçador inveterado, que caçasse dia e noite. O criador lhe disse que um gato assim era muito raro. Ele mesmo só tinha alguns exemplares. Resultava de um treinamento todo especial. Por isso era muito caro. Custava a metade de toda a riqueza do império. O príncipe achou o preço razoável para resolver um problema que lhe valeria o trono da China.

Trouxe um dos gatos especiais e soltou na despensa. O gato não parava mesmo de caçar. Caçava dia e noite, semanas a fio. O príncipe tinha resolvido o problema em definitivo. Mas os ratos esperavam nos esconderijos. Viria ainda um dia em que aquele caçador inveterado haveria de parar. Não era possível. Tinha de refazer as forças. E neste dia reapareceram com mais fome ainda e devoraram tudo que encontraram. O príncipe desesperou de vez. Já tinha comunicado ao imperador a solução definitiva. Era o fim de suas pretensões.

Voltou às montanhas e perguntou ao criador de gatos se não tinha por acaso um caçador perfeito. De nada adiantava caçar dia e noite por semanas a fio, se depois o gato especial ia dormir para refazer as forças. Queria um caçador que caçasse sempre e para sempre. Um gato assim, respondeu o criador, não apenas não tem preço, como só pode existir um. É o segredo de todos os criadores. Mesmo para o Imperador Amarelo não posse vender, só posso, no máximo, emprestar e por alguns dias apenas. – Mas de que vale um empréstimo de uns dias? – perguntou o príncipe. – A perfeição sempre tem valia, respondeu o velho criador de gatos.

O príncipe olhou para o gato caçador perfeito. Estava deitado em cima do forno e dormia. O criador o levantou e o pôs nos braços do príncipe. O gato não acordou. O príncipe o sacudiu, puxou-lhe os bigodes, apertou-lhe a cauda e o caçador perfeito continuava dormindo, sem nem se mexer. Embora descrente, o príncipe decidiu fazer ainda uma última tentativa e levar o gato por alguns dias. Durante os solavancos da volta, o gato continuava impassível dormindo o sono profundo dos perfeitos. Tão logo chegou, o príncipe deixou o gato num canto da despensa e foi cuidar de fazer as malas.

 Os ratos se recolheram para observar qual seria a técnica e o método do novo caçador. Passou o dia e o gato dormia. Passou a noite e o gato dormia. Veio a manhã e o gato dormia. Os ratos começaram a tremer! Não tem método, não tem técnica, não tem ferramenta, não tem meio: o caçador perfeito! Nele tudo é o silêncio de uma realização perfeita. E contra o silêncio da fala não há o que fazer. Junto com o príncipe, os ratos abandonaram a região de Shung e deixaram o império da dinastia Chou.

(Fonte: CARNEIRO LEÃO, Emanuel. Aprendendo a pensar. vol. II, 2.ed. Vozes: Petrópolis, Rio de Janeiro, 2000. pp.30-32.)

Turquia diz que mil sírios cruzaram fronteira nas últimas 24h



Refugiados sírios caminham entre tendas em campo de refugiados na cidade fronteiriça com a Turquia, Boynuyogun, na província de Hatay, em junho de 2011. Cerca de mil refugiados sírios cruzaram a fronteira para a Turquia nas últimas 24 horas. Foto de arquivo 29/06/2011  REUTERS/Osman Orsal








GUVECCI, Turquia, 15 Mar (Reuters) - Cerca de mil refugiados sírios cruzaram a fronteira para a Turquia nas últimas 24 horas, um forte aumento no número de pessoas que fogem dos confrontos na Síria, e mais são esperadas enquanto as lutas continuarem na cidade de Idlib, próxima do país vizinho, afirmaram autoridades turcas nesta quinta-feira.
A Turquia se opôs a uma intervenção militar na Síria, mas destacou que a onda de refugiados é um dos fatores que podem provocar esforços para estabelecer uma "zona de segurança" dentro do território sírio.
Autoridades disseram que outro limite para a Turquia seria se as forças do presidente Bashar al-Assad começassem a massacrar outras cidades sírias. O país vizinho, entretanto, disse que não faria ações unilaterais e que qualquer iniciativa deveria vir da Liga Árabe.
"Em torno de mil pessoas cruzaram a fronteira da Síria com a Turquia nas últimas 24 horas", disse a autoridade. "Esperamos que isso (chegada de refugiados) prosseguirá enquanto as operações em Idlib continuarem".
Ativistas da oposição afirmaram que o Exército matou dezenas de pessoas na cidade de Idlib, enquanto rebeldes também mataram tropas do governo.
Autoridades turcas estimaram anteriormente que cerca de 200 a 300 sírios atravessavam a fronteira diariamente na semana passada, um acentuado crescimento.
Há em torno de 14 mil refugiados sírios registrados na Turquia e mais 2 mil pessoas que podem não estar registradas e que vivem com parentes.
A Turquia abrirá um novo campo de refugiados perto da cidade de Kilis, no sul, no mês que vem, para abrigar mais 10 mil sírios. Trabalhos começaram também em outro campo, perto do lado oriental da fronteira em Ceylanpinar, para 20 mil pessoas, de acordo com o oficial.
Isso faria com que a capacidade total para refugiados sírios atingisse 45 mil, mas as autoridades se recusaram a informar quantos estavam esperando.
A Organização das Nações Unidas disse nesta semana que cerca de 30 mil refugiados fugiram da Síria desde o início do conflito há um ano, enquanto centenas de milhares de pessoas estão deslocadas dentro do país. Outros refugiados foram principalmente à Jordânia e ao Líbano.
(Reportagem de Jonathon Burch)
Fonte: Agência Reuters

Emprego na zona do euro recua; custo trabalhista sobe


 
BRUXELAS, 15 Mar (Reuters) - O número de pessoas empregadas na zona do euro caiu novamente nos últimos três meses de 2011, enquanto os custos com a hora de trabalho aumentaram, destacando a dificuldade da Europa em promover uma recuperação no mercado de trabalho, a exemplo dos Estados Unidos.
O emprego nas 17 nações da zona do euro caiu 0,2 por cento no quarto trimestre na comparação com o terceiro, informou nesta quinta-feira o escritório de estatísticas da União Europeia (UE), Eurostat.
O tamanho da população empregada encolheu na mesma proporção do terceiro trimestre ante o segundo, na medida em que o devastador impacto da crise de dívida soberana começou a prejudicar a economia no bloco.
Esse resultado se contrasta com os Estados Unidos, onde os empregos não agrícolas atingiram o terceiro mês consecutivo de alta acima de 200 mil em fevereiro, sinalizando uma recuperação mais forte do impacto global da crise de dívida.
Na zona do euro, os custos com horas trabalhistas subiram em 2,8 por cento no quarto trimestre comparado com o mesmo período do ano anterior, com aumento de 3,3 por cento na indústria, segundo a Eurostat, em um sinal de que a Europa luta para aumentar a produtividade e a competitividade.
As nações da zona do euro, com exceção da Alemanha, promoveram generosos aumentos salariais na última década durante o forte crescimento econômico que seguiu a introdução do euro, e isso está custando as margens de competitividade.
Os custos trabalhistas têm subido desde 2011 em cerca de 12 por cento na União Europeia como um todo e em quase 18 por cento na zona do euro, mostraram os dados da Eurostat.
(Reportagem de Robin Emmott)
Fonte: Agência Reuters

Governo intensifica pesquisa por terras raras na Região Amazônica


Metais terras raras
 
Por trás das telas dos tablets, smartphones e notebooks há componentes de alto desempenho tecnológicos produzidos com o uso de 17 minerais que formam um conjunto de óxidos metálicos chamado terras raras. O insumo aplicado em eletroeletrônicos de alto desempenho, como dispositivos de misseis e circuitos de computadores, é alvo de uma disputa acirrada entre China, Estados Unidos, Japão e União Europeia deflagrada nesta semana na Organização Mundial do Comércio (OMC).
É em meio ao contencioso diplomático que o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) intensificará no segundo semestre duas pesquisas minerais para descobrir reservas desses insumos nos estados de Amazonas, na região conhecida como Pitinga, e Roraima, no entorno da área chamada de Repartimento. “Vamos fazer uma amostragem geoquímica para ver o teor de terras raras nessas regiões para montar um mapa com informações sobre os resultados”, antecipa o presidente do CPRM, Manoel Barretto.
A investida é parte do programa de nacional de minerais estratégicos elaborado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) para avançar sobre insumos que o país depende de importação, como o fosfato utilizado pela indústria de fertilizantes.
Apesar de ter começado no ano passado, com orçamento de R$ 18,5 milhões até 2014, o programa ganha corpo em 2012. “O orçamento para terras raras nesse ano é de R$ 1,35 milhão, mas se os resultados forem bons podemos deslocar recursos de outros minerais. Podemos ir a R$ 4 milhões, R$ 5 milhões”, indica Barretto.
O CPRM detém o direito de exploração sobre as áreas onde a pesquisa ocorrerá. O órgão recolhe as informações e, no modelo vigente hoje, cede os mapas geológicos a mineradoras interessadas em explorar os recursos. Caso o novo código mineral seja aprovado, o CPRM deve leiloar os mapas para empresas interessadas.
A mudança é vista como passo importante para captação de recursos pelo órgão do MME, cujo programa de estudos prevê o avanço sobre novas áreas com potencial de incidência de terras raras. “No ano que vem, vamos trabalhar em muitos mais áreas”, comenta.
Posição ainda modesta
A intensificação das sondagens ocorre após o Mineral Commodity Summary 2011, uma das publicações mais importantes da geologia mundial, elaborada pelo US Geological Survey (USGS – sigla do serviço americano de geologia), indicar o Brasil como uma das possíveis novas fronteiras minerais com mais de 52 milhões de toneladas de terras raras.

Por enquanto, os depósitos brasileiros somam 48 mil toneladas comprovadas. A exploração é feita em baixa escala, principalmente pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB). “É cedo para falar em números, mas o potencial do Brasil em terras raras é muito grande”, diz o presidente do CPRM.
A China tem 55 milhões de toneladas em depósitos comprovados, o que lhe garante entre 95% e 97% da produção mundial. Em seguida estão países da ex-União Soviética (19 milhões de toneladas), Estados Unidos (13 milhões) e Austrália (1,6 milhão), cujos depósitos não foram explorados devido ao alto custo ambiental e financeiro necessário.
Caso o CPRM comprove o potencial sugerido pela USGS, o Brasil pode ocupar mais destaque no mercado de commodities. Pode ganhar também um peso mais significativo na seara diplomática em torno dos minerais cada vez mais rivalizados por países postulantes a produtores de alta tecnologia, principalmente agora que a demanda mundial coloca China, Estados Unidos, Japão e União Europeia em uma disputa comercial por terras raras sem precedentes. Além incrementar um incipiente e potencial consumo interno com a chegada da produção do iPad pela chinesa Foxcon.
Disputa diplomática
As terras raras ganharam os holofotes do noticiário global em 2011, após a China restringir a exportação do insumo para o Japão.

A decisão de Pequim deflagrou um contencioso diplomático na Ásia, agora com dimensão globalizada após os Estados Unidos, a União Europeia e os japoneses acionarem a Organização Mundial do Comércio (OMC) em processo contra a China por reserva de mercado.
Logo após a decisão comunicada pelo presidente americano Barack Obama nesta terça-feira, o governo chinês se apressou em afirmar que o estabelecimento de cotas para exportação atende é parte da política interna “proteção ao meio ambiente e desenvolvimento sustentável".
Pequim mantém para este ano a cota total de 30 mil toneladas para exportação, mesmo volume do ano passado. “Para nós, estas medidas [estabelecimento de cotas] estão de acordo com as regras da OMC”, afirmou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Liu Weimin.
O embate revela não somente o peso das terras raras para uma economia cada vez mais dependente de equipamentos eletrônicos de alto desempenho, mas principalmente a disposição da China de concentrar em seu território a produção de itens como os tablets.
Foi esse o argumento de Obama ao contestar a China, alegando interesse em manter a produção desses produtos em seu território. “Queremos as nossas empresas a produzir esses produtos aqui nos Estados Unidos, mas para que isso aconteça os nossos produtores têm que ter acesso às terras raras, que a China fornece", afirmou o presidente americano. “Agirei quando for necessário, se os nossos trabalhadores e as nossas empresas estiverem sujeitas a práticas comerciais injustas”, completou.
Vale estuda minerais
A Vale está flertando com o mercado de terras raras, como parte de seu projeto para ampliar o peso de minerais mais rentáveis a seu portfólio, concentrado em minério de ferro.

A mineradora Vale já anunciou a incidência de terras raras em ativos comprados da Fosfértil e agora faz pesquisas para medir se a incidência dos minerais em suas reservas de fosfato é comercialmente viável.
A empresa não revela detalhes do estudo nem os valores envolvidos na pesquisa. Para este ano, o plano de investimentos da mineradora destina US$ 981 milhões para um programa global de exploração mineral. A divisão de fosfato e potássio, onde pode haver terras raras, recebe US$ 50 milhões.
Fonte: IG Economia

México anuncia pré-acordo automotivo com Brasil

 


O México alcançou um "pré-acordo" com o Brasil sobre as divergências a respeito do instrumento comercial para a importação de carros, que o governo brasileiro deseja revisar, anunciou o ministro mexicano da Economia, Bruno Ferrari.

"Foi uma boa reunião, uma boa negociação. Eu poderia dizer que, a princípio, estaríamos falando de um pré-acordo: eles ainda estão fazendo diferentes consultas com seu país e estou esperando a posição final do governo", declarou o ministro.
Ferrari se reuniu na Cidade do México com o ministro brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, ao lado dos chanceleres dos dois países, Patricia Espinosa e Antonio Patriota, para destravar as negociações sobre a revisão de um acordo automotivo denominado ACE-55, assinado em 2002.
O Brasil deseja que o México limite as exportações de veículos a uma cota anual de US$ 1,4 bilhão durante três anos, para corrigir um déficit na balança comercial entre os dosi países de US$ 1,7 bilhão a favor do México.
"O que estamos buscando é que isto seja um acordo temporário porque não queremos acabar com o ACE-55, que é uma coisa importante", declarou Ferrari, que considerou a discussão "positiva" por ter permitido aproximar as posições de Brasil e México.
Para o México, a solução deve acontecer dentro do acordo ACE-55 na forma de um protocolo. O Brasil enfrenta um aumento considerável das importações em consequência da valorização do real, o que diminuiu a competitividade de sua indústria. O governo aumentou as taxas de importação, mas com o acordo de 2002 a medida não pode ser aplicada aos carros fabricados no México.
As exportações de automóveis do México para o Brasil aumentaram quase 40% em 2011. O comércio entre os dois países aumentou para cerca de US$ 8,5 bilhões e 40% dele corresponde ao setor automotor.
O presidente da Associação Mexicana da Indústria Automotiva (AMIA), Eduardo Solís disse aos jornalistas que qualquer acordo para limitar as exportações ao Brasil "teria que ser transitório".
O México é o maior exportador de veículos da América Latina, com uma produção total de 2,5 milhões em 2011 dos quais 2,1 milhões foram vendidos ao exterior, quase 70% deles aos Estados Unidos.
Fonte:Portal Terra

Estudo mostra que ratos são tão bons em tomar decisões quanto os humanos


 

Que os ratos são espertos é um fato conhecido. Mas cientistas americanos afirmaram nesta terça-feira que uma série de testes demonstraram que os roedores podem ser simplesmente tão bons quanto os humanos em julgar informações para tomar a melhor decisão.A descoberta pode ajudar os cientistas a compreender melhor o funcionamento do cérebro a fim de ajudar pessoas com autismo, que têm dificuldade em processar estímulos variados como as outras pessoas conseguem fazer, afirmaram os autores do estudo.

Cientistas do Laboratório de Cold Spring Harbor fizeram experimentos em que apresentaram a ratos uma variedade de estímulos sonoros e visuais e analisaram como os animais processaram a informação e reconheceram padrões a fim de obter um prêmio.
Comparando os ratos aos humanos submetidos a testes similares, os estudiosos descobriram que os dois grupos tomaram decisões que se alinharam à curva "estatisticamente ótima" ou, em outras palavras, fizeram a melhor escolha possível.
"A combinação estatisticamente ótima de estímulos multissensoriais tem sido bem documentada em humanos, mas muitos são céticos quanto à ocorrência deste comportamento em outras espécies", explicou a neurocientista Anne Churchland, que conduziu o estudo, que será publicado na edição desta quarta-feira do periódico Journal of Neuroscience.
"Nosso trabalho é a primeira demonstração desta ocorrência em roedores", acrescentou.
As descobertas sugerem que o mesmo processo evolutivo pode atuar em ratos e em humanos, permitindo um processo sofisticado de tomada de decisões e podendo oferecer uma plataforma para o estudo de distúrbios do espectro do autismo, destacou o estudo.
Pessoas com autismo costumam ser incapazes de decidir em qual estímulo sensorial devem prestar atenção e qual devem ignorar, tornando práticas da rotina diária, como uma ida à mercearia, algo insuportável.
"Podemos usar nosso modelo usado em ratos para compreender como o cérebro combina informações multissensoriais e nos colocarmos melhor para desenvolver tratamentos para estes distúrbios nas pessoas", explicou Churchland.
Em breve, Churchland e seus colegas planejam aprofundar a pesquisa, estudando a interação entre experiências sensoriais e a memória.
"Agora que temos um bom modelo animal no qual podemos investigar estas questões, o mundo - ou o cérebro - é nosso território", afirmou a cientista.
Fonte: Yahoo Notícias

Funcionária cai dentro de bueiro no Aeroporto Tom Jobim, o Galeão


RIO - Uma funcionária de uma empresa que presta serviços para a Infraero caiu dentro de um bueiro nos arredores do Terminal 1 do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, o Galeão, na madrugada desta quinta-feira. A mulher, que é caixa do estacionamento, foi socorrida por um segurança e atendida por bombeiros do próprio aeroporto. Porém, foi levada ao hospital de táxi.
O acidente aconteceu pouco antes da 1h. Daiana Santos de Almeida, de 20 anos, estava em seu horário de jantar. Normalmente, ela opera caixas no Terminal 1, mas nesta madrugada foi deslocada para o Terminal 2. Em seu período de descanso, ela fez o trajeto entre os terminais e acabou se acidentando próximo à área de desembarque.
O bueiro que mede cerca de 1,5 metro de profundidade estava destampado. Daiana foi retirada do foço por um segurança que cuida da área externa do terminal. Ela foi atendida por bombeiros que atuam dentro do próprio aeroporto, teve um braço imobilizado, e em seguida encaminhada para o posto médico. Contudo, um de seus supervisores precisou a levar de táxi para o Hospital de Bonsucesso, já que havia suspeita de fratura do braço. Daiana fez exames e foi liberada. Segundo um funcionário da Infraero, a ambulância do aeroporto só pode sair do local em casos em que a vítima corre risco de vida.
De acordo com relatos de funcionários, o bueiro em que Daiana se acidentou fica em um trajeto feito com constância por quem trabalha no aeroporto. Os funcionários contaram que fazem esse percurso porque diminui a distância entre um terminal e o outro.
Em um perímetro de menos de 20 metros, a reportagem do GLOBO encontrou pelo menos mais dois bueiros destampados. Cerca de uma hora após o acidente, um funcionário a Infraero colocou um tapume e um cavalete em cima do bueiro em que Daiana caiu.
Fonte: Yahoo Notícias

Citação do Dia: Martin Heidegger



"Inter-esse significa: estar no meio e entre coisas, morar, permanecer no interior de uma coisa. Mas para o interesse de hoje vale o interessante. O interessante é o que permite ficar indiferente já no momento seguinte e ser substituído por uma outra coisa, que tanto quanto a primeira não atinge ninguém. Hoje em dia se pensa muitas vezes valorizar especialmente uma coisa por achá-la interessante. Na verdade, assim já se empurrou o interessante para a indiferença e monotonia."

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