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domingo, 14 de janeiro de 2018

PENSAMENTO DE HOJE: LUDWIG VON MISES

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domingo, 27 de agosto de 2017

Agonia e esperança (por Marco Antonio Villa)

Marco Antonio Villa

O governo Michel Temer agoniza. Na nossa história não será o primeiro Presidente da República que encerra melancolicamente seu mandato muito antes do término do período determinado pela Constituição. A diferença é que Temer ao assumir o cargo — em um cenário de desmoralização das instituições — sinalizou que seria o presidente das reformas, que moralizaria a administração pública e conduziria à retomada do crescimento econômico. Acabou estimulando otimismo em um país abalado pelo impeachment de Dilma Rousseff.
Estas expectativas duraram cerca de um ano, até a noite do dia 17 de maio, quando o Brasil tomou conhecimento da delação premiada da JBS. O impacto das revelações aprofundou a crise ética do governo — já abalado por várias denúncias de corrupção que atingiram o círculo íntimo do Presidente — e aumentou a impopularidade de Temer, chegando ao patamar mais baixo de avaliação negativa dos últimos trinta anos. Pior: fez com que a base parlamentar no Congresso Nacional fosse erodida. Desde então, qualquer votação tem resultado incerto, fazendo com que a negociação de cargos e favores se transformasse em política de governo.
Michel Temer chegou ao governo por um dispositivo constitucional. Era o Vice Presidente da República. Simplesmente compôs a chapa. No primeiro mandato de Dilma Rousseff pouco apareceu. Dedicou-se a manter o controle do PMDB, sempre lutando contra a bancada do Senado, que desejava partilhar os ganhos obtidos na intermediação de nebulosos negócios públicos. Insatisfeito com as nomeações controladas pelo PT, divulgou uma carta-manifesto que caiu no vazio. Isto porque não exigia o cumprimento de princípios políticos. Pelo contrário, reclamava que seus amigos do PMDB não estavam sendo contemplados no saque organizado pelo projeto criminoso de poder petista.
O fracasso do governo Temer acabou atingindo os brasileiros que imaginavam que o país poderia enfrentar a corrupção e voltar a crescer. O cenário de desânimo é a cada dia mais presente no cotidiano. Como se não adiantasse fazer política — ou, ao menos, acompanhar os acontecimentos. No ar fica a sensação de ausência de rumo, como se tivéssemos condenados a viver em meio à corrupção e com uma elite política insensível. O desafio é evitar que a agonia do governo Temer não atinja a esperança da mudança almejada pelos brasileiros.
Fonte: Revista IstoÉ Online
http://istoe.com.br/agonia-e-esperanca/

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Turquia quer repatriar bens culturais

Governo reivindica a posse de antiguidades retiradas ilegalmente do país e contrabandeadas no início do século XX para museus americanos
 

Vista da cidade de Usak, de onde foi retirado ilegalmente o Tesouro da Lídia, que foi devolvido à Turquia
pelo Museu Metropolitan em 1993
Depois do sucesso das autoridades italianas e gregas em recuperar artefatos arqueológicos retirados ilegalmente de seus lugares de origem, agora é a vez dos turcos. Acredita-se que dezenas de antiguidades do país foram escavadas e contrabandeadas no início do século XX e hoje estão espalhadas por vários museus americanos, como o Getty, de Los Angeles; o Metropolitan, de Nova York; e o Museu de Arte de Cleveland.

Segundo o diretor de Patrimônio Histórico e Museus da Turquia, Murat Suslu, a ideia não é criar um conflito entre países, e sim iniciar um processo de cooperação. “Acredito que eles possam entender nosso ponto de vista”, afirma.

Os pedidos de repatriação das peças foram acompanhados de provas da origem dos artefatos, e algumas das negociações começaram nos anos 1990. Em 1993 os turcos receberam de volta o chamado Tesouro da Lídia após uma batalha judicial de seis anos com o Museu Metropolitan.

Fonte: História Viva

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Dilma decide vetar 12 itens e fazer 32 mudanças no Código Florestal Brasileiro


Dilma veta 12 itens do Código Florestal e acaba com anistia a desmatadores
A presidenta Dilma Rousseff decidiu vetar 12 itens doCódigo Florestal e fazer 32 modificações no texto aprovado pela Câmara dos Deputados no fim de abril. O governo vai editar uma medida provisória (MP) para regulamentar os pontos que sofreram intervenção da presidenta. Os vetos e a MP serão publicados na edição de segunda-feira (28) do Diário Oficial da União.
"Foram 12 vetos e 32 modificações, das quais 14 recuperam o texto do Senado, cinco correspondem a dispositivos novos e 13 são ajustes ou adequações de conteúdo", resumiu o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, ao anunciar as decisões.
Entre os pontos vetados está o artigo que trata da consolidação de atividades rurais e da recuperação de  áreas de preservação permanente (APPs). O texto aprovado pelos deputados só exigia a recuperação da vegetação das áreas de preservação permanente (APPs) nas margens de rios de até 10 metros de largura. E não previa nenhuma obrigatoriedade de recuperação dessas APPs nas margens de rios mais largos.
Os vetos estão sendo apresentados pelos ministros do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, da Agricultura, Mendes Ribeiro, do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, e pelo advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, no Palácio do Planalto.
O texto, aprovado pela Câmara no fim de abril, deixou de fora pontos que haviam sido negociados pelo governo durante a tramitação no Senado. Os vetos presidenciais podem ser derrubados pelo Congresso Nacional, desde que tenham o apoio da maioria absoluta das duas Casas – Senado e Câmara – em votação secreta.

Fonte: jb.com.br

sábado, 14 de abril de 2012

Governo vai ampliar rede hospitalar para atender a demanda por aborto legal

O Brasil possui 65 hospitais públicos capacitados para fazer o aborto legal. Somente os estados do Paraná e de Roraima não têm unidades qualificadas para a intervenção. Até o final do ano, mais 30 centros médicos serão credenciados, segundo anunciou nesta sexta-feira (13/4) o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao participar de evento no Rio de Janeiro.

De acordo com o ministério, Paraná e Roraima irão receber centros especializados ainda em 2012. Quando um município ou estado não dispõe do serviço, os gestores locais devem providenciar o atendimento mesmo em outras localidades, segundo o governo federal.

Com profissionais treinados, os hospitais de referência fazem aborto nos casos de gravidez por causa de estupro ou quando existe risco à vida da mãe, situações permitidas em lei. Com a decisão desta terça-feira (12/4) do Supremo Tribunal Federal (STF), eles irão também receber mulheres que escolherem interromper a gestação de feto anencéfalo. Antes do julgamento, a mulher que optasse pela antecipação do parto nesses casos precisava autorização de um juiz. Agora, elas têm amparo legal.

O nome dos hospitais não é divulgado para preservar a identidade das mulheres e evitar represálias aos médicos. Em 2010, 1.684 abortos legais foram feitos na rede pública de saúde, conforme balanço do Ministério da Saúde.

Para o ginecologista e coordenador do grupo de estudos sobre aborto da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Thomaz Gollop, não deve ocorrer um aumento significativo de abortos no país por causa de gestações de anencéfalos. Segundo ele, a anencefalia pode ser diagnosticada em três meses de gestação e o parto pode ser antecipado a qualquer tempo nesses casos. “O tempo de gestação nesse caso não tem maior importância. O único bem a ser preservado é a saúde da mãe”.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou hoje a criação de uma comissão para definir critérios de diagnóstico de anencefalia em fetos. Formado por especialistas em ultrassonografia fetal, ginecologia, obstetrícia, genética e bioética, o grupo tem dois meses para apresentar o trabalho.

A anencefalia é uma má-formação no tubo neural que impede o desenvolvimento do cérebro e da calota craniana que, na maioria dos casos, leva à morte do bebê poucas horas depois do parto. O Brasil é o quarto país no mundo com a maior incidência de anencefalia – 1 para cada 500 gestações, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).


Fonte: Agência Brasil/Correioweb

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Novas revelações em escândalo agravam crise no governo de David Cameron





Marcelo Justo, Londres – Carta Maior

O "The Sunday Times", publicação do grupo Murdoch, que parece ter declarado guerra à coalizão conservadora-liberal democrata, revelou novas reuniões secretas do primeiro ministro David Cameron para obter financiamento partidário. O escândalo golpeou duramente o governo. Pesquisa mostra que a reputação de Cameron caiu ao seu nível mais baixo desde que se converteu em primeiro ministro. O artigo é de Marcelo Justo.

Londres - O escândalo das “doações em troca de acesso político” teve um novo capítulo com as revelações publicadas neste domingo pelo “The Sunday Times”. Como um jogador que mantém as cartas coladas ao corpo, a publicação dominical do grupo Murdoch, que parece ter declarado guerra à coalizão conservadora-liberal democrata, revelou novas reuniões secretas do primeiro ministro David Cameron para obter financiamento partidário.

Na segunda-feira passada Cameron publicou uma lista de 13 jantas que havia tido com doadores em uma tentativa de enterrar o escândalo causado pela investigação do “The Sunday Times” que filmou o então tesoureiro do Partido Conservador, Peter Cruddas, oferecendo acesso privilegiado ao primeiro ministro e a seu ministro de Finanças em troca de uma doação de 250 mil libras. Cameron assegurou que a lista continha todos os eventos com doadores dos quais participou desde a vitória eleitoral em maio de 2010. Mas neste segundo capítulo do escândalo, o jornal revela que houve outras jantas e que Cruddas, longe de ser um “jogador menor” como asseguravam altos dirigentes conservadores, havia participado da maioria dos eventos.

Segundo o periódico dos Murdoch, Cruddas garantiu uma doação de um milhão de libras duas semanas antes de renunciar ao seu cargo por causa do escândalo. Na gravação secreta, o hoje ex-tesoureiro dos conservadores não identifica o nome do doador. O “The Sunday Times” o identifica como Michael Bishop, ex-diretor da empresa aérea BMI, a quem Cruddas entregou um cartão de aniversário assinado pelo próprio Cameron. Bishop confirmou ao jornal seu encontro com Cruddas, mas disse que essa não era a cifra que havia doado.

O escândalo não se limita ao primeiro ministro e ao ministro de Finanças. Segundo o “The Sunday Times”, os doadores foram convidados a outras 15 jantas e almoços com ministros e altas figuras partidárias. Nestes encontros, pode-se fazer um “quem é quem” do Partido Conservador. Desde o ministro da Defesa, Phillip Hammond, até a ministra do Interior, Teresa May, e os titulares das pastas do Trabalho, Justiça e Educação, passando pela co-presidenta do Partido Conservador, a baronesa Warsi e importantes dirigentes, ninguém deixou de passar o chapéu para empresários e executivos do setor financeiro.

O chanceler William Hague foi o anfitrião de um evento privado com mais de 70 embaixadores estrangeiros, em outubro passado, financiado com uma doação de 10 mil libras de uma cliente de Sarah Southern, uma lobista que se encontra no centro do escândalo. Southern disse a dois repórteres do “The Sunday Times” que se fizeram passar por executivos de um fundo investidor em um paraíso fiscal que por essa soma eles seriam os “únicos participantes privados na janta”. Já Edward Staite, ex-chefe de imprensa do ministro de Finanças George Osborne, sugeriu a estes “executivos” que poderiam financiar uma Unidade de Política conservadora em temas que quisessem promover: Sarah Southern era a ponte entre Straite e os “executivos”.

O escândalo está golpeando duramente o Partido Conservador. Uma pesquisa publicada pelo “The Sunday Times” mostra que os trabalhistas têm uma vantagem de 9 pontos – 7 a mais do que há duas semanas – e que a reputação do primeiro ministro David Cameron caiu ao seu nível mais baixo desde que se converteu em primeiro ministro: hoje, somente 26% dos britânicos aprovam sua gestão. O escândalo se somou à polêmica do orçamento anunciada há dez dias que ficou conhecido como o “granny tax” (imposto da vovó), uma redução na renda dos aposentados para financiar um desconto tributário para os mais ricos.

As tentativas de escapar da “pior semana da coalizão” com alguma ofensiva que golpeie a oposição trabalhista converteu-se em espetaculares gols contra. Na terça-feira, o chefe de gabinete Francis Maude disse que os motoristas deviam abastecer-se com um galão adicional de gasolina pelo perigo que constituía a irresponsável ameaça de greve dos motoristas de caminhões-tanque.

Maude queria colocar o foco no vínculo econômico entre os caminhoneiros e o trabalhismo, mas sua advertência provocou o caos. Um estouro de motoristas desesperados gerou um perigo real de desabastecimento, algumas brigas a soco em postos de gasolina e uma mulher sofreu graves queimaduras quando transferia, em sua casa, gasolina de um galão a outro. Hoje muitos conservadores admitem que as palavras de Maude foram irresponsáveis e estão pedindo sua cabeça. O grupo Murdoch, que está entregando a fatura ao governo pela investigação que este ordenou o ano passado sobre as escutas telefônicas ilegais feitas por suas publicações, publicou com destaque no “The Sunday Times” “que os dias de Maude estão contados”.

Tradução: Katarina Peixoto


Fonte: Página Global

quinta-feira, 15 de março de 2012

Governo intensifica pesquisa por terras raras na Região Amazônica


Metais terras raras
 
Por trás das telas dos tablets, smartphones e notebooks há componentes de alto desempenho tecnológicos produzidos com o uso de 17 minerais que formam um conjunto de óxidos metálicos chamado terras raras. O insumo aplicado em eletroeletrônicos de alto desempenho, como dispositivos de misseis e circuitos de computadores, é alvo de uma disputa acirrada entre China, Estados Unidos, Japão e União Europeia deflagrada nesta semana na Organização Mundial do Comércio (OMC).
É em meio ao contencioso diplomático que o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) intensificará no segundo semestre duas pesquisas minerais para descobrir reservas desses insumos nos estados de Amazonas, na região conhecida como Pitinga, e Roraima, no entorno da área chamada de Repartimento. “Vamos fazer uma amostragem geoquímica para ver o teor de terras raras nessas regiões para montar um mapa com informações sobre os resultados”, antecipa o presidente do CPRM, Manoel Barretto.
A investida é parte do programa de nacional de minerais estratégicos elaborado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) para avançar sobre insumos que o país depende de importação, como o fosfato utilizado pela indústria de fertilizantes.
Apesar de ter começado no ano passado, com orçamento de R$ 18,5 milhões até 2014, o programa ganha corpo em 2012. “O orçamento para terras raras nesse ano é de R$ 1,35 milhão, mas se os resultados forem bons podemos deslocar recursos de outros minerais. Podemos ir a R$ 4 milhões, R$ 5 milhões”, indica Barretto.
O CPRM detém o direito de exploração sobre as áreas onde a pesquisa ocorrerá. O órgão recolhe as informações e, no modelo vigente hoje, cede os mapas geológicos a mineradoras interessadas em explorar os recursos. Caso o novo código mineral seja aprovado, o CPRM deve leiloar os mapas para empresas interessadas.
A mudança é vista como passo importante para captação de recursos pelo órgão do MME, cujo programa de estudos prevê o avanço sobre novas áreas com potencial de incidência de terras raras. “No ano que vem, vamos trabalhar em muitos mais áreas”, comenta.
Posição ainda modesta
A intensificação das sondagens ocorre após o Mineral Commodity Summary 2011, uma das publicações mais importantes da geologia mundial, elaborada pelo US Geological Survey (USGS – sigla do serviço americano de geologia), indicar o Brasil como uma das possíveis novas fronteiras minerais com mais de 52 milhões de toneladas de terras raras.

Por enquanto, os depósitos brasileiros somam 48 mil toneladas comprovadas. A exploração é feita em baixa escala, principalmente pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB). “É cedo para falar em números, mas o potencial do Brasil em terras raras é muito grande”, diz o presidente do CPRM.
A China tem 55 milhões de toneladas em depósitos comprovados, o que lhe garante entre 95% e 97% da produção mundial. Em seguida estão países da ex-União Soviética (19 milhões de toneladas), Estados Unidos (13 milhões) e Austrália (1,6 milhão), cujos depósitos não foram explorados devido ao alto custo ambiental e financeiro necessário.
Caso o CPRM comprove o potencial sugerido pela USGS, o Brasil pode ocupar mais destaque no mercado de commodities. Pode ganhar também um peso mais significativo na seara diplomática em torno dos minerais cada vez mais rivalizados por países postulantes a produtores de alta tecnologia, principalmente agora que a demanda mundial coloca China, Estados Unidos, Japão e União Europeia em uma disputa comercial por terras raras sem precedentes. Além incrementar um incipiente e potencial consumo interno com a chegada da produção do iPad pela chinesa Foxcon.
Disputa diplomática
As terras raras ganharam os holofotes do noticiário global em 2011, após a China restringir a exportação do insumo para o Japão.

A decisão de Pequim deflagrou um contencioso diplomático na Ásia, agora com dimensão globalizada após os Estados Unidos, a União Europeia e os japoneses acionarem a Organização Mundial do Comércio (OMC) em processo contra a China por reserva de mercado.
Logo após a decisão comunicada pelo presidente americano Barack Obama nesta terça-feira, o governo chinês se apressou em afirmar que o estabelecimento de cotas para exportação atende é parte da política interna “proteção ao meio ambiente e desenvolvimento sustentável".
Pequim mantém para este ano a cota total de 30 mil toneladas para exportação, mesmo volume do ano passado. “Para nós, estas medidas [estabelecimento de cotas] estão de acordo com as regras da OMC”, afirmou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Liu Weimin.
O embate revela não somente o peso das terras raras para uma economia cada vez mais dependente de equipamentos eletrônicos de alto desempenho, mas principalmente a disposição da China de concentrar em seu território a produção de itens como os tablets.
Foi esse o argumento de Obama ao contestar a China, alegando interesse em manter a produção desses produtos em seu território. “Queremos as nossas empresas a produzir esses produtos aqui nos Estados Unidos, mas para que isso aconteça os nossos produtores têm que ter acesso às terras raras, que a China fornece", afirmou o presidente americano. “Agirei quando for necessário, se os nossos trabalhadores e as nossas empresas estiverem sujeitas a práticas comerciais injustas”, completou.
Vale estuda minerais
A Vale está flertando com o mercado de terras raras, como parte de seu projeto para ampliar o peso de minerais mais rentáveis a seu portfólio, concentrado em minério de ferro.

A mineradora Vale já anunciou a incidência de terras raras em ativos comprados da Fosfértil e agora faz pesquisas para medir se a incidência dos minerais em suas reservas de fosfato é comercialmente viável.
A empresa não revela detalhes do estudo nem os valores envolvidos na pesquisa. Para este ano, o plano de investimentos da mineradora destina US$ 981 milhões para um programa global de exploração mineral. A divisão de fosfato e potássio, onde pode haver terras raras, recebe US$ 50 milhões.
Fonte: IG Economia

quinta-feira, 1 de março de 2012

Dezoito estados articulam em Brasília o pacto federativo


A chamada 'PEC 29', que aumentou os gastos dos estados com a Saúde; o novo Piso Salarial do Magistério, retroativo a janeiro e com impactos de diferentes intensidades para estados e municípios; e a possibilidade de aprovação da chamada 'PEC 30', que nivela os salários da Polícia Militar dos estados aos da PM do Distrito Federal. Esses são alguns dos fatores que unem praticamente todos os governadores em torno da certeza de que pelo menos 19 das 27 unidades da federação brasileira estarão irremediavelmente 'quebradas' a partir de 2013.

Preocupados com a situação, 18 estados representados por seus governadores ou vice-governadores estiveram reunidos, ontem (28), em Brasília, inicialmente na residência da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e mais tarde com o presidente da Câmara Federal, deputado Marcos Maia, e o presidente do Senado, José Sarney, no gabinete deste.
Os governadores buscam a efetivação do pacto federativo. Antonio Anastasia e André Pucciinelle, respectivamente, governadores de Minas Gerais e do Mato Grosso do Sul, afirmaram que os estados devem zerar seus interesses individuais para se unirem na principal questão coletiva, que é a da viabilidade econômica de todas as unidades da federação.
Marconi Perillo, governador de Goiás, ressaltou que provavelmente não conseguirá fechar as contas deste ano, tamanha é a diferença entre o orçamento do Estado e as demandas já regulamentadas para 2012. 'A situação é da maior gravidade e, caso não aconteça nada de novo em favor dos estados, estaremos todos inviabilizados', assegurou.
Os 18 estados reunidos, ontem, em Brasília, acataram a sugestão da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, de se dividirem em equipes de trabalho que vão se debruçar sobre as alternativas capazes de aliviarem a atual situação.
Uma das equipes vai trabalhar sobre a questão da divisão dos royalties do petróleo; outra sobre a renegociação da dívida dos estados; uma terceira equipe sobre a recuperação do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do chamado comércio não presencial, ou seja, do crescente consumo de bens pela internet; uma quarta equipe de governadores vai discutir sobre a correção dos prejuízos produzidos pela Lei Kandir; um grupo para a questão do Fundo de Participação dos Estados (FPE); e outra equipe para os temas atinentes ao, Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), mais precisamente sobre os danos provocados pela guerra fiscal.
Feitos esses estudos, os estados, por meio dos seus representantes, voltam a se reunir para propor, ao Governo Federal e ao Congresso Nacional, novas fórmulas de obtenção de receitas, sem as quais, asseguram todos os governadores presentes, não há como atender as necessidades de investimento, pagar salários e cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Participaram dos encontros em Brasília os governadores de Alagoas, Teotônio Vilela Filho; do Distrito Federal, Agnelo Queiroz; de Goiás, Marcone Perillo; do Maranhão, Roseana Sarney; do Mato Grosso, Sinval Barbosa; do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli; de Minas Gerais, Antonio Anastasia; do Pará, Simão Jatene; do Rio Grande do Norte, Rosalba Rosado; de Rondônia, Confúcio Aires Moura; e de Roraima, José de Anchieta.
Como representantes dos governadores dos seus estados, participaram Domingos Aguiar Filho, vice-governador do Ceará; Rômulo Gouveia, vice-governador da Paraíba; João Oliveira, vice-governador do Tocantins; deputado federal Átila Lira, do Piauí; e representantes de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
Fonte: Jornal Pequeno

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Beija a flor do "panis et circenses"

A todos indico a leitura do artigo abaixo, de autoria do meu caro amigo, Professor Jorge Leão.


A indústria cultural vende seus modelos, impondo seus estigmas. Embalada pela utilidade do corpo em seu aspecto aparente, a mídia noticia o ritmo do Maranhão sob a imagem de um beija-flor...



A homenagem da cidade de São Luís na cidade “maravilhosa” retrata o sucesso da propaganda eleitoreira, que visa manter no poder o mesmo sistema-do-mirante, agora em ritmo de samba e bumba-boi.

A marca deste investimento milionário será mostrar uma casca, uma imagem aparente e fictícia do Maranhão, que vê os seus brincantes na passarela sendo títeres do fracasso social, político e cultural de nossa cidade e nosso empobrecido estado, enquanto nas arquibancadas a platéia assiste aturdida o desfile de um carro iluminado na passarela de um carro abre-alas que nunca foi nosso.

Aqueles que possuem um pouco de percepção logo observarão que este carnaval é para poucos, pois ele se alimenta do comércio da cultura e do analfabetismo político de milhões de maranhenses que vão olhar extasiados o desfile da escola, sem entender por que no estado mais pobre do Brasil o povo é tão “feliz”, mesmo sendo tão excluído...

Não se faz imagem de cultura de um povo sem a garantia de que o mesmo possa usufruir de justiça social, de uma política de renda equitativa, da extinção do latifúndio (o Maranhão é o estado que possui mais mortes no campo em todo o país por conflitos de terra), da erradicação do trabalho escravo (milhares de maranhenses trabalhando dentro e fora do estado sem as mínimas condições de saúde e dignidade), do fim do analfabetismo funcional (que assola cerca de 1.300.000 maranhenses), e da eliminação da mortalidade infantil (uma das mais altas do mundo).

Esses são pontos chave para compreendermos o porquê de tanta festa, patrocinada pelo governo do estado. O sistema-do-mirante aqui nestas terras se alimenta da falência social, econômica, cultural e política da maior parte dos maranhenses, que se encontram aplaudindo o continuísmo de um império oligárquico que sempre expõe seus tentáculos sobre a farsa folclórica de um povo que continua a esquentar seus pandeirões na fogueira da miséria e da falência na educação, e no sistema de saúde vergonhoso a que se encontra padecendo grande parte de nossa população.

Mesmo passada a ditadura militar no Brasil, vive-se no Maranhão a ditadura da politicagem, que exclui a população pobre do campo, pois se encontra vendida pelos coronéis do latifúndio e do agronegócio. Soma-se a isso o feitiço do boi, que agora não morre mais, pois presta serviços caros ao dono da fazenda.

 Com este cenário, surge, ao lado da fome e da miséria, a propaganda de que ‘é bom demais viver no Maranhão’. Este é o setor onde a indústria do pão e circo explora com maior eficiência, utilizando-se do controle midiático para falsear a realidade, dizendo a todo o Brasil que o povo maranhense sabe fazer festa...

O objetivo único deste sistema-do-mirante é a manutenção de uma massa de vacas de presépio, sempre dispostas a acatar incontestavelmente, ao comando dos pandeirões, matracas e tamborins, o traço infeliz de um povo que sorri de sua miséria, ainda tendo que ver um falso beija-flor pousar em um jardim de flores artificiais.
 
Jorge Leão
Professor de Filosofia do Instituto Federal do Maranhão

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Brasil concede visto de turista a blogueira cubana Yoani Sanchez


Yoani Sanchez, blogueira dissidente de Cuba
Brasília - O governo brasileiro concedeu hoje visto de turista para que a dissidente cubana Yoani Sanchez venha ao Brasil para a apresentação do documentário "Conexión Cuba-Honduras", do cineasta Dado Galvão, do qual participa.
Yoanes havia pedido o visto em uma carta enviada à presidente Dilma Rousseff na última sexta-feira. O visto foi liberado, mas não garante a visita de Yoani. Antes, a dissidente precisa da autorização do próprio governo cubano para deixar o país, o que ela não conseguiu até hoje, apesar das 18 tentativas.
Yoani também pediu, na carta, uma audiência com a presidente durante sua visita a Cuba, que acontece nos próximos dias 30 e 31. A agenda de Dilma durante a visita ainda não está fechada, mas dificilmente ela terá encontros com dissidentes.
Fonte: Exame.com

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

BGE comprova: cidadãos pagam mais por médicos e remédios do que o Estado


Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmaram o que os contribuintes já sabem há um bom tempo: garantia de bom atendimento médico no país é só para quem pagar do próprio bolso. A pesquisa Conta-Satélite de Saúde (CSS) concluiu que, em 2009, os brasileiros gastaram R$ 157,1 bilhões com tratamentos, 27% a mais do que o montante aplicado pela administração pública em igual período. Ao todo, o setor movimentou R$ 283,6 bilhões no ano, o que representou 8,8% do Produto Interno Bruno (PIB, soma das riquezas produzidas em um ano). Em 2008, essa participação havia sido de 8,3%. 


Os brasileiros gastaram R$ 56 bilhões apenas com medicamentos, bem mais do que os R$ 6,3 bilhões investidos pelo governo em remédios distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Na comparação per capita, os gastos públicos ficaram em R$ 645,27, contra R$ 835,65 das famílias. O resultado é que a população tem que fazer malabarismo para conseguir que as despesas caibam no orçamento. Cansado da precariedade dos hospitais públicos, o aposentado Avando Alves dos Santos, 69 anos, resolveu contratar um plano privado para si e a esposa, Cleusa de Castro Alves, 60 anos, há pouco mais de um ano. Ele desembolsa R$ 1,4 mil por mês só com as mensalidades. “Para piorar, nem assim o atendimento é bom”, desabafou Santos. 



A situação de Rubens de Sá, 74 anos, também é desesperadora. Apesar de gastar R$ 1,2 mil por mês com o convênio, ele teve de esperar mais de um mês para conseguir uma simples consulta com um oftalmologista. “A saúde no Brasil está péssima. O governo não investe e a população fica subordinada às operadoras de saúde”, lamentou. Na avaliação de Álvaro Martim Guedes, professor da 

Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Araraquara (SP), os números do IBGE demonstraram que o país pouco avançou nas políticas de saúde. “O fato de o ônus dos tratamentos pender mais para o lado das famílias do que para o do governo indica que o setor está na contramão da proposta do SUS. Ainda estamos muito longe de democratizar o serviço”, concluiu.



José Ricardo da Costa, professor de economia do Ibmec, ressaltou que, entre todos os países membros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) — considerado o grupo de nações desenvolvidas —, apenas nos Estados Unidos o gasto das famílias com saúde é maior do que o da administração pública. “Além disso, no Brasil, com uma despesa equivalente à dos cidadãos dos países desenvolvidos, o serviço que se obtém é de qualidade bem inferior. Não basta inverter a balança, é preciso melhorar a eficiência do gasto”, ponderou. 


Crescimento
Para fazer o cálculo do CSS, o IBGE leva em conta tudo o que as famílias gastam, desde um simples frasco de vitamina C ou talco antisséptico até exames e cirurgias de alta complexidade. No caso das despesas da administração pública, são levadas em conta campanhas de atenção à saúde e vacinação, vigilância sanitária, postos de saúde, hospitais e pagamentos do SUS a hospitais e serviços sociais privados. À medida que os países enriquecem, a tendência é de aumento da participação da saúde no PIB, devido a fatores como o envelhecimento da população, a sofisticação dos tratamentos e o desenvolvimento de novas tecnologias. Um exemplo emblemático é o uso de aparelho dentário, hoje amplamente disseminado no país, mas inacessível para boa parte das pessoas até  alguns anos atrás. 



Em 2009, apesar de todos os demais setores da economia terem estagnado por conta da crise econômica mundial, o setor de saúde cresceu 2,7%. “A saúde não oscila tanto quanto outras atividades em períodos de crise, porque é um gasto prioritário. As pessoas podem cancelar uma viagem ou a compra de um carro, mas precisam continuar a comer e a ir ao médico independentemente do que aconteça nos mercados”, explicou Ricardo Moraes, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE.



Lídia Abdalla, superintendente técnica da rede de laboratórios Sabin, calcula que a procura por exames cresceu a uma média de 30% nos últimos anos. “O leque de exames oferecidos cresce a todo momento e as pessoas estão cada vez mais dispostas a fazerem procedimentos preventivos, não só quando estão doentes, como no passado”, revelou Lídia.

Fonte: Correioweb

sábado, 24 de dezembro de 2011

Russos saem às ruas em protesto contra resultado de eleições


Manifestante protesta contra o governo na Rússia (Foto: AP)
Milhares de pessoas enfrentaram temperaturas abaixo de zero na Rússia para protestar contra as eleições parlamentares do país, que resultaram em vitória para o partido oficial.
Em Moscou, quase 50 mil pessoas prometeram através do site de mídia social Facebook comparecer ao protesto nesta véspera de Natal. O Ministério do Interior estima que pelo menos 28 mil cumpriram a promessa.
Por causa do frio, a prefeitura da capital está provendo chá e comidas quente, ainda que simples, feitas em cozinhas especialmente montadas no local.
Cerca de 40 ônibus com policiais estão fazendo a proteção do ato, que foi autorizado pela polícia.
Entre as 22 personalidades que devem discursar para as massas em Moscou está o ex-líder do período soviético Mikhail Gorbachov. Estão incluídos também blogueiros, intelectuais e militantes proeminentes.

Jornada de atos

Protestos estão sendo realizados neste sábado também em outras cidades russas.
Em Vladivostok, no leste do país, manifestantes carregaram cartazes pedindo que o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, seja levado a julgamento.
Em São Petersburgo, cidade de Putin e do presidente, Dmitry Medvedev, a polícia efetuou dezenas de prisões.
Manifestante protesta contra o governo na Rússia (Foto: AP)
Manifestantes encararam temperaturas abaixo de zero
Já em Orenbug, na fronteira russa com o Cazaquistão, os manifestantes foram pouco numerosos - cerca de cem - e o frio chegou a -15ºC.
Na Sibéria, a sensação térmica foi de -20ºC.

Eleições

Embora com uma votação que caiu de 64% para 49% do total, o partido Rússia Unida, de Putin e de Medvedev, saiu vencedor nas eleições parlamentares realizadas no último dia 4.
Para acalmar a insatisfação, o governo anunciou nesta semana reformas políticas, como eleições diretas para governadores regionais e processos mais simples para o registro de partidos.
Entretanto, muitos manifestantes dizem que as medidas não são suficientes.
Segundo os manifestantes, um protesto que reuniu 50 mil pessoas no dia 10 de dezembro foi o maior ato de insatisfação contra o governo desde a queda da União Soviética, em 1991.
Fonte: BBC Brasil

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