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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Dilma decide vetar 12 itens e fazer 32 mudanças no Código Florestal Brasileiro


Dilma veta 12 itens do Código Florestal e acaba com anistia a desmatadores
A presidenta Dilma Rousseff decidiu vetar 12 itens doCódigo Florestal e fazer 32 modificações no texto aprovado pela Câmara dos Deputados no fim de abril. O governo vai editar uma medida provisória (MP) para regulamentar os pontos que sofreram intervenção da presidenta. Os vetos e a MP serão publicados na edição de segunda-feira (28) do Diário Oficial da União.
"Foram 12 vetos e 32 modificações, das quais 14 recuperam o texto do Senado, cinco correspondem a dispositivos novos e 13 são ajustes ou adequações de conteúdo", resumiu o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, ao anunciar as decisões.
Entre os pontos vetados está o artigo que trata da consolidação de atividades rurais e da recuperação de  áreas de preservação permanente (APPs). O texto aprovado pelos deputados só exigia a recuperação da vegetação das áreas de preservação permanente (APPs) nas margens de rios de até 10 metros de largura. E não previa nenhuma obrigatoriedade de recuperação dessas APPs nas margens de rios mais largos.
Os vetos estão sendo apresentados pelos ministros do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, da Agricultura, Mendes Ribeiro, do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, e pelo advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, no Palácio do Planalto.
O texto, aprovado pela Câmara no fim de abril, deixou de fora pontos que haviam sido negociados pelo governo durante a tramitação no Senado. Os vetos presidenciais podem ser derrubados pelo Congresso Nacional, desde que tenham o apoio da maioria absoluta das duas Casas – Senado e Câmara – em votação secreta.

Fonte: jb.com.br

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Dilma avalia com ministros vetos ao Código Florestal


Dilma Rousseff se reúne com ministros para avaliar vetos ao Código Florestal
A presidente Dilma Rousseff manteve reunião neste fim de semana com vários ministros, no Palácio do Alvorada, para discutir os possíveis vetos ao novo texto do Código Florestal.
A presidenta Dilma tem até o dia 25 deste mês para sancionar ou vetar - parcial ou totalmente - o texto aprovado pela Câmara dos Deputados. O texto do Congresso Nacional chegou à Casa Civil no último dia 7.
Participaram da reunião no Palácio do Alvorada as ministras do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, da Comunicação Social, Helena Chagas, do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, da Agricultura, Mendes Ribeiro, e o representante da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams.
O texto do novo Código Florestal aprovado pelos deputados desagradou ambientalistas e não era a versão que o Palácio do Planalto esperava aprovar. Durante a tramitação no Senado, o governo conseguiu chegar a um texto mais equilibrado, mas a bancada ruralista na Câmara alterou o projeto e voltou a incluir pontos controversos.


Fontes: Portal Terra/Jornal do Brasil Online

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O risco de ser flexível



A Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, que instituiu o então “novo” Código Florestal, dispõe uma série de questões fundamentais referentes às áreas verdes de nosso país, como a posse rural familiar, a área de preservação permanente, a Amazônia Legal, a supressão de vegetação nativa de nascentes, a derrubada de florestas e tantas outras disposições, que poderiam literalmente encher várias páginas da revista.


Mas hoje falo desse assunto porque o Código Florestal, um dos mais importantes instrumentos de proteção à biodiversidade e à restauração das funções ecológicas, está sendo precarizado, flexibilizado. Está perdendo sua mais importante função: a de proteger o que ainda sobra das áreas verdes do país.
 
O projeto que pretendia reformular essa lei tramitava desde 1999. Depois de adiar por várias vezes a votação, a Câmara aprovou o texto do que poderá ser o “Novo Código Florestal”. A proposta, que agora segue para o Senado, legaliza o uso das Áreas de Preservação Permanente (APP) já ocupadas, prevê anistia para quem desmatou até o ano de 2008 e traz a proibição de novos desmatamentos em todas as propriedades rurais do país por cinco anos a partir da publicação da nova lei (por isso a chamam de “moratória do desmatamento”).
 
Mas, é para isso que precisamos de um outro “novo” Código Florestal?
 
Os diversos adiamentos da votação ocorreram porque é difícil elaborar um texto final que agrade a todos. Quem são esses “todos”? Além dos líderes dos partidos e do relator do projeto, também pertencem a esse grupo os ambientalistas, ruralistas, cientistas, profissionais das áreas ambientais, servidores públicos e outros. Assim, a polêmica deve prosseguir até o texto ser votado pelo Senado.
 
Um dos pontos que gerou discussão diz respeito à recomposição da vegetação ao redor dos rios pequenos (com até 10 metros de largura). A lei hoje reserva 30 metros de mata em cada margem do rio; o novo projeto aprovado pela Câmara estabelece que seja de somente 15 m, isto é, metade do exigido na lei atual. Outro projeto faz com que a área total das APPs seja considerada no cálculo da reserva legal, diminuindo a área de preservação de mata nativa, que deve ser conservada em uma propriedade rural.
 
Polêmica ainda maior deve ocorrer em torno da emenda 164, que passa a permitir que atividades agrossilvopastoris, ecoturismo e turismo rural, desde que consolidadas até 2008, sejam mantidas nas APPs. Bem como outras, desde que consideradas de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, segundo a lei.
 
Além dessas controvérsias que atendem a interesses pontuais, uma notícia veiculada pela ministra do Meio Ambiente informa da possibilidade de substituição das árvores nativas por árvores exóticas (!?) na recomposição da reserva legal, em até 50% de sua extensão. Isso significaria permitir que grandes áreas de reserva legal fossem recompostas com vegetação não original, de custo inferior. Mesmo que o plantio seja temporário, como requerem alguns, essas espécies exóticas não são capazes de manter as funções ecológicas originais, os fluxos de  genes da fauna e flora ou proteger o solo.
 
Assim, a impressão que continuo a ter é de que o menos importante nesta equação é o nosso planeta, de que o texto aprovado na Câmara dá flexibilidade demais para atender a interesses particulares. E essa impressão está cada vez mais ratificada por votações como essa. Você é curioso? Entre no site da Câmara dos Deputados e veja como votaram os deputados do seu estado. Votar foi fácil. Resta saber quem vai ficar responsável pela fiscalização se o governo não conseguir mudar o texto no Senado.
Fonte: Seleções

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