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domingo, 14 de janeiro de 2018

PENSAMENTO DE HOJE: LUDWIG VON MISES

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domingo, 6 de abril de 2014

Brasil denuncia violência contra mídia

 
 

A situação da liberdade de expressão no Brasil "agravou-se dramaticamente durante 2013 e nos primeiros meses de 2014". A denúncia abre o relatório "Liberdade de Imprensa no Brasil - Outubro de 2013 a Março de 2014" apresentado ontem na Reunião de Meio de Ano da Sociedade Interamericana de Imprensa, que se realiza em Bridgetown, capital de Barbados, no Caribe.

O texto, um detalhado levantamento de 14 páginas lido pelo jornalista Carlos Müller - representava a Associação Nacional de Jornais (ANJ) - informa que nos últimos seis meses foram registradas no País quatro mortes, 66 agressões, dois casos de censura judicial, seis ameaças, um atentado, uma prisão e três casos de intimidação. "Os casos de assassinatos impunes de jornalistas e outros profissionais continuam a ser o fato mais grave" na imprensa do País, adverte o documento. O balanço desconsidera outros sete casos fatais que, investigados, não apontaram relação entre as mortes e o exercício do jornalismo.

A situação do Brasil foi apresentada no final da tarde, depois de relatórios dramáticos sobre Equador, Argentina e Venezuela. No total, cerca de 30 levantamentos foram apresentados por delegados de todo o continente. Hoje o programa inclui debates sobre concentração dos meios de comunicação, proteção da informação na era do Google e uma homenagem aos 20 anos da Declaração de Chapultepec.

O documento do Brasil considera "motivo de alarme" a persistência dos casos de censura judicial, "posto que praticada por magistrados". O texto afirma que é "digno de nota que a censura aplicada ao jornal O Estado de S. Paulo, em 31 de julho de 2009, ainda não tenha sido objeto de decisão final". No entanto, avalia como positivo que as sentenças "sigam sendo revistas pelas instâncias superiores do Judiciário". 

Os protestos de rua que tomaram as ruas de muitas cidades brasileira, no ano passado, são detalhadamente descritos. Neles se registraram 66 casos de "jornalistas profissionais vítimas de truculência policial e de agressões pelos manifestantes. No episódio mais conhecido, um cinegrafista da Band, Santiago Andrade, foi atingido por uma bomba no dia 6 de fevereiro passado, no centro do Rio, e morreu dias depois no hospital.

Além de Santiago, os outros três mortos mencionados no relatório foram os jornalistas Geolino Xavier (Portal N3, Bahia), Pedro Palma (Panorama Regional, Estado do Rio) e Rômulo Laurentino de Souza (Aroeiras Online, Paraíba). O texto olha o futuro e alerta que "é motivo de preocupação" que incidentes como o que vitimou Santiago voltem a ocorrer durante a Copa do Mundo. No capítulo das agressões, que descreve 66 episódios, um dos destaques foi a ação da PM paulista, dia 22 de fevereiro passado, em manifestação contra a Copa, no centro de São Paulo. Cenas de violência nas ruas terminaram, naquele dia, com 19 jornalistas detidos. 

O relatório informa, por fim, que a ANJ reuniu-se com o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, e pediu providências contra o cenário hostil ao exercício do jornalismo. O ministro "reconheceu a gravidade da situação" e prometeu adotar medidas como criar um protocolo de atuação para a polícia em sua atuação nas manifestações de rua. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Notícias  Yahoo


sábado, 7 de julho de 2012

Sobre a Condição Mecânica



Em 1962, era lançado o livro ‘Laranja Mecânica’, de Anthony Burgess, que ganhou grande notoriedade com o lançamento do filme homônimo em 1971, sob a direção de Stanley Kubrick.  Embora décadas tenham se passado desde então, as temáticas abordadas pela obra original e pela sua adaptação cinematográfica – dentre as quais figuram o livre-arbítrio e o condicionamento psicológico – permanecem ainda extremamente atuais. Sinal claro disso é a publicação, na edição do mês passado da The New Yorker, de uma seção aberta a comentários de Burgess.
O título da matéria, ‘The Clockwork Condition’ – algo como ‘A Condição Mecânica’ – faz referência à obra mais famosa do autor e ressalta as suas muitas preocupações que serão trabalhadas ao longo do texto, dentre as quais, os perigos e os dilemas morais pertinentes ao condicionamento humano. Burgess começa fazendo uma sinopse de sua obra. Trata-se da trajetória de um delinquente, Alex, que aterroriza as ruas de uma grande cidade à noite, roubando, vandalizando, estuprando e, eventualmente, matando. Ele é preso e punido, mas o Estado não se contenta meramente com a sua prisão e decide aplicar ao anti-herói uma terapia de aversão, que comprovadamente eliminaria quaisquer propensões criminais para sempre.
Alex é, assim, submetido a sessões de terapia, nas quais são injetadas nele substâncias que provocam fortíssimas náuseas, enquanto é forçado a assistir a cenas de violência ao som de música clássica. Conforme esperado, o resultado desse procedimento é que logo ele não consegue mais contemplar cenas de violência sem se sentir desesperadamente mal. Além disso, como o seu desejo sexual sempre esteve associado a traços de agressão, ele não mais consegue ver uma desejável parceria sexual sem ficar enjoado. O tratamento chega até mesmo a privá-lo de um dos seus maiores prazeres: ouvir as sinfonias de Beethoven, que Alex também passa a associar ao seu enorme mal-estar.
É nesse ponto que Burgess, na matéria da The New Yorker, conclui o óbvio – por mais que se queira, homens não são máquinas, e há uma grande dificuldade em isolar alguns impulsos de outros. Para o autor, o Estado passa dos limites quando inibe o prazer experimentado por Alex ao som daquilo que ele considerava a sublimação do belo: a música. Ao tentar inibir instintos violentos, o aparato estatal buscava livrar a sociedade de uma constante ameaça; já a eliminação do seu prazer em ouvir musica clássica em nada melhoraria a sociedade, figurando como um terrível efeito colateral.
É justamente ao som da Nona Sinfonia que Alex, enlouquecido, tenta se suicidar. Diante dessa situação, segmentos da sociedade se compadecem e Alex é submetido a outro tipo de terapia, que o restaura à sua condição anterior de ‘liberdade’. Ao final do romance, o protagonista imagina outros mais elaborados padrões de violência – o curioso, porém, é que Burgess ressalta a sua intenção de que esse fosse um final feliz. Explica-se: seria melhor ser uma pessoa má pelo livre-arbítrio do que ser uma pessoa boa através de lavagem cerebral científica.
O ponto do condicionamento humano, que Burgess chama de lavagem cerebral científica, é justamente um dos mais interessantes e relevantes para os tempos atuais abordados na história. É também em relação a isso que o autor dialoga com B. F. Skinner, na obra deste último ‘Para Além da Liberdade e da Dignidade’. Para Skinner, haveria inúmeros benefícios em um condicionamento positivo do ser humano – ou seja, haveria vantagens utilizando-se apenas estímulos positivos em resposta a comportamentos desejados. Segundo ele, seria evidente que o comportamento humano precisaria mudar; e, para isso, seria também necessário o que chamou de tecnologia de comportamento humano.
O que importaria, portanto, seria a exteriorização do ser humano, particularmente aquilo que faz um item do seu comportamento levar a outro. É em relação a essa exteriorização que o condicionamento positivo agiria: levaria a respostas instintivas condicionadas, não a reações racionais. No argumento de Skinner, apenas o condicionamento negativo transformaria o protagonista de ‘Laranja Mecânica’ em um modelo nauseado de não agressão.  Estabelece-se, assim, um diálogo entre Skinner e Burgess – o primeiro defende a técnica e toma-a como necessária para a sobrevivência da humanidade; o segundo repudia-a em suas versões positiva e negativa, preferindo preservar o campo de escolhas a ceder às mecanicidades do behaviorismo.
Embora a matéria de Burgess adentre algumas outras discussões profundas e dialogue também com outros autores – a exemplo de George Orwell, em seu ‘1984’, trabalhando a o caráter intolerável do fardo de escolher –, aqui o foco será o condicionamento humano. Tal escolha se dá pela pertinência dessa discussão em relação a um assunto já debatido no ERA, em textos de Roberta Avillez e Bennett Foddy  (este último em tradução autorizada): a gamificação. Trata-se de uma tendência de introduzir mecanismos de games na interação de setores da sociedade – tais como o empresarial – com a população.
Por esses mecanismos, pequenas recompensas são distribuídas às pessoas quando elas têm um comportamento desejado; estabelece-se uma espécie de competição entre o público-alvo, com o vencedor sendo aquele que acumulou mais recompensas por agir de um modo valorizado por quem promove esse ‘jogo’ na vida real. Em última instância, o que está em disputa é uma forma de condicionamento humano: apela-se para os instintos mais competitivos do ser humano, de forma que ele busque se destacar no processo e, para isso, aja conforme o esperado para acumular pequenas recompensas.
A gamificação já vem sendo questionada atualmente, especialmente em relação ao seu uso constante pelas grandes corporações. Conforme trabalhado nos textos citados sobre o assunto, parece haver um dilema moral em relação ao uso dessa estratégia para atingir determinados fins. Enquanto a preocupação em relação à gamificação corporativa reside no fato de as pessoas serem condicionadas a fazerem o que seria mais benéfico para as empresas, preocupação semelhante é expressa em ‘Laranja Mecânica’ quanto ao uso do condicionamento pelo governo, mesmo que visando o bem da sociedade.
Seja em uma ou em outra situação, o que está em debate é o limite entre a liberdade de escolher e a resposta mecanicamente condicionada – em uma referência ao título da obra mais famosa de Burgess, a fronteira entre a organicidade do ser humano e a mecanização que se tenta impor a ele. Kubrick, diretor da adaptação cinematográfica desse livro, trata o mesmo como uma sátira social referente à questão da psicologia behaviorista e do condicionamento psicológico como novas armas para um governo totalitarista impor vasto controle sobre os cidadãos e os transformar em pouco mais que robôs.
A referência de Kubrick aos governos totalitários parece se estender a várias esferas do mundo contemporâneo – se o pensamento da época de lançamento do filme era marcado pela preocupação com o totalitarismo, o de hoje volta-se para um condicionamento cada vez maior implantado pelos mais diversos setores sociais, como mostra a questão da gamificação. Parece propício que, logo no início de sua matéria da The New Yorker, Burgess tenha situado o período em que se passa ‘Laranja Mecânica’ da seguinte forma: ‘This city could be anywhere, but I visualized it as a sort of compound of my native Manchester, Leningrad, and New York. The time could be anytime, but it is essentially now’.(Tradução nossa: Essa cidade poderia estar em qualquer lugar, mas eu a visualizei como um misto da minha Manchester natal, Leningrado e Nova Iorque. O tempo poderia ser qualquer um, mas é essencialmente o atual)
Referência:
Anthony Burgess, “The clockwork condition”, The New Yorker, 4 de junho de 2012.
Fonte: era.org.br

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Charge do dia

Erro 404: tem uma mosca na minha SOPA


Nas últimas semanas, um dos assuntos que mais foi colocado em pauta em sites de tecnologia foi a SOPA (nova lei de direitos autorais dos Estados Unidos). Um dos maiores argumentos dos opositores ao projeto é referente à falta de liberdade que seria gerada, caso o texto fosse aprovado no Congresso norte-americano sem nenhuma alteração.
Mas aqui no Erro 404, nós não vamos criar hipóteses de como seria o mundo com a lei. Nós fomos muito além. Utilizamos um de nossos supercomputadores para entrar em contato com um redator do Techmundo, uma versão do Tecmundo em uma realidade alternativa. Lá, o projeto foi aprovado. Nosso correspondente Renan Arruda trouxe as informações. Confira o texto, na íntegra.

O caos do mundo

A lei antipirataria mais cruel já criada instaurou o caos por todo o mundo. Noventa e oito por cento dos sites foram obrigados a sair do ar por algumas horas para se adequar às normas. Só continuaram disponíveis alguns Tumblrs de conteúdo original – mas o porém é que ninguém acessa essas páginas.  
Esta imagem é de Domínio Público! A SOPA não pode nos julgar. (Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)
Blogs, portais, redes sociais e agregadores deixaram de funcionar por causa da norma. Ninguém quer ser responsabilizado por erros alheios. Todas as redes de compartilhamento P2P estão sendo desligadas e softwares já pararam de funcionar. Estima-se que todos os programadores desse tipo de serviço serão demitidos nos próximos dias.
Mas o pior é que ninguém consegue mais confiar em ninguém. O governo contratou 5 milhões de pessoas para trabalhar como fiscais da SOPA. Todos são agentes secretos, agindo para encontrar possíveis rebeldes que continuam compartilhando arquivos. A qualquer sinal, eles acionam seus contatos e os “criminosos” somem do mapa – na verdade, os mapas também sumiram, porque uma editora de atlas exigiu os direitos autorais deles.

Ouvir música está perigoso

Você acessa sites como o Grooveshark? E o YouTube? Então você está correndo perigo. Exatamente, ouvir música na web também se transformou em um crime. Mesmo que você não baixe nenhum arquivo em seu computador, o simples fato de executar canções da internet já faz com que você seja obrigado a pagar multas.
Para quem divulgar conteúdo, a punição é ainda maior: prisão. Pena de dois a oito anos de reclusão, sendo que alguns países já cogitam a utilização de pena de morte para os reincidentes. O grande problema é que ninguém mais tem certeza de quem são os autores de cada obra criada.
Eu sou punk... e não ligo pra SOPA! Pra pagar a multa, vou vender minha roupa!
Assim que um usuário posta uma música na internet, ela tem os direitos autorais requisitados por um artista. Em seguida, outra banda diz que a base utilizada para a canção foi inspirada em um arquivo deles. Não demora muito até que alguém requisite os royalties da sequência de notas “Dó-Ré-Mi”. Mais dois dias se passam e três escolas de música tentam patentear o “Dó”, o “Ré” e o “Mi”. Depois alguém tenta bloquear o uso da palavra “Música” e todos acabam presos – menos Luiza, que está no Canadá.

Wikipédia agora é paga

O maior site de conteúdo livre do mundo deixou de ser livre. Para pagar as dívidas que possuía com editoras – devido ao imenso número de artigos com citações indevidas e plágios – os fundadores do serviço decidiram cobrar pelos acessos. Agora, a permanência nas páginas da Wikipédia custa cerca 9,99 dólares para cada 30 minutos.
E não adianta tentar copiar o conteúdo para seu computador, pois os servidores da enciclopédia virtual são programados para impedir qualquer pessoa de salvar os arquivos disponíveis. A SOPA  está levando todos à falência e a muitos outros problemas. Conseguimos alguns dados estatísticos que mostram os principais impactos sociais relacionados à nova lei e à Wikipédia:
  • 78% dos trabalhos escolares deixaram de ser entregues;
  • 7 em cada 10 pessoas ficaram com menos conteúdo para conversar na internet;
  • o movimento nas bibliotecas escolares cresceu 12 vezes;
  • Jimmy Wales fez 4 apelos pessoais em banners;
  • 3 mil pessoas não perceberam que estavam na Desciclopédia e passaram vergonha no colégio.

Como procurar sem o Google?

Um dos termos mais controversos da SOPA diz que os sites devem ser responsabilizados por todo o conteúdo encontrado neles. Imagine o quanto seria problemático para o Google ter de pagar os direitos autorais por cada link que existe em suas páginas. Para evitar a falência, o maior buscador do mundo “fechou as portas” aqui na nossa dimensão.
O problema é que ninguém mais consegue encontrar nada na internet. Tudo virou “Deep Web”. Fazer trabalhos da faculdade ficou impossível, porque não temos mais o Acadêmico. E ainda há várias outras situações que estimularam vários grupos a se reunir para organizar uma manifestação contra o fechamento do Google, sendo que eles iriam se reunir na última quarta-feira, às 19 horas.
Você acha que a manifestação foi um sucesso? Muito se engana. Quase ninguém anotou o endereço do fórum nos favoritos do navegador e, sem o Google, foi impossível lembrar-se das informações sobre o local do evento. Somente oito pessoas conseguiram chegar em tempo, mas a prefeitura exigiu o pagamento dos direitos autorais pela utilização da praça e todos tiveram que ir embora.
.....
Atenção: este artigo faz parte do quadro "Erro 404", publicado semanalmente no Baixaki e Tecmundo com o objetivo de trazer um texto divertido aos leitores do site. Algumas das informações publicadas aqui são fictícias, ou seja, não correspondem à realidade.

Fonte: Tecmundo.com.br

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