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domingo, 5 de março de 2017

TROCO TESES POR LIKES


 (Foto: Helena Sbeghen)
Ninguém pode ler tudo.” A primeira frase do Manifesto da Altmetria, publicado em 2010, foi inspirada em uma pesquisa divulgada na Universidade de Ottawa, no Canadá, que estimou a produção científica desenvolvida em todo o mundo. De acordo com o estudo, mais de 50 milhões de artigos foram publicados entre 1665, quando surgiu a primeira revista especializada, na França, e 2009, ano de publicação do trabalho. A pesquisa também afirma que mais de 2,5 milhões de trabalhos científicos são publicados a cada ano em revistas especializadas, quase tudo disponível online. Definitivamente, ninguém pode ler tudo.
Organizado por pesquisadores de diferentes instituições norte-americanas, o Manifesto de 2010 apresenta a altmetria (em inglês, altmetrics), que propõe avaliar a repercussão de pesquisas científicas com base nas interações nas redes sociais. Afinal, se a dinâmica de compartilhamento do conhecimento mudou, por que a principal forma de avaliar a repercussão de uma pesquisa continuaria restrita às citações recebidas em outros artigos?
CURTA E COMPARTILHE
“Enquanto as citações levam cerca de dois anos para aparecer, os dados de altmetria proporcionam um retorno imediato do impacto da pesquisa em fontes não tradicionais, como redes sociais e jornais”, afirma o biólogo britânico Mark Hahnel, fundador e CEO do Figshare, um repositório aberto de artigos científicos.
A plataforma desenvolvida por Hahnel exibe informações como o número de downloads e visualizações, além do selo com a avaliação de altmetria desenvolvida pela Altmetric, empresa inglesa que atribui uma pontuação diferente para cada tipo de interação ocorrida com o artigo online. O cálculo dessa pontuação é desenvolvido por um algoritmo, que calcula a relevância de cada ação: uma notícia citando o artigo em um jornal de grande alcance vale mais do que o compartilhamento em uma rede social para poucas pessoas, por exemplo.
Andréa Gonçalves do Nascimento, bibliotecária que pesquisou a altmetria para seu mestrado na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, destaca que as métricas alternativas colaboram para despertar o diálogo entre o cientista e o público leigo. “O cientista acompanhará a repercussão e entrará em contato com as pessoas que se interessaram pelo estudo”, diz, ressaltando que os métodos formais de divulgação não permitem essa interação entre os cientistas e seus leitores.
#PESQUISATOP
Além de estimular a interação entre os pesquisadores e o público, métodos alternativos de divulgação permitem que mais pessoas tenham acesso a pesquisas de ponta, já que, atualmente, a maior parte dos periódicos científicos não são gratuitos. A utilização de novas métricas para calcular o impacto das pesquisas também beneficia países em desenvolvimento, como Brasil e Índia, uma vez que as revistas consideradas mais relevantes reservam a maior parte de suas páginas para publicar pesquisas produzidas em países ricos.
“Mas esses dados adicionais devem beneficiar de verdade os cientistas e suas instituições, trazendo informações novas e relevantes e não somente dizendo a mesma coisa que as métricas tradicionais já dizem”, afirma William Gunn, diretor de comunicação acadêmica da Elsevier, maior editora científica do mundo.
Rita de Cássia Barradas Barata, diretora de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ressalta que as métricas alternativas são particularmente úteis para saber o impacto de pesquisas que não têm aplicação tão rápida nem geram patentes. “Quanto da pesquisa que é financiada por recursos públicos é de fato relevante para solucionar problemas da sociedade? A altmetria pode ajudar a tornar isso mais claro”, afirma. Mas a diretora da Capes, uma das mais importantes instituições de financiamento de pesquisa do país, alerta para a necessidade de as métricas contarem com critérios rigorosos. “É mais fácil divulgar em redes sociais, mas é difícil saber se esses números são espontâneos ou manipulados.”
Abel Packer, diretor da biblioteca digital brasileira SciELO, considera que a altmetria não substituirá o método tradicional das citações, mas complementará o trabalho de divulgação. “Existe uma correlação entre ser popular nas redes sociais e receber mais citações no futuro.”
Para que os órgãos de incentivo à pesquisa considerem a altmetria um método seguro para identificar trabalhos relevantes, a comunidade científica precisará trocar curtidas, compartilhamentos e comentários com textões. De acordo com Packer, a partir de 2018 será obrigatória a participação em redes sociais das mais de 400 revistas científicas que fazem parte do acervo da SciELO. “A comunicação está na essência da pesquisa científica. O trabalho que não surge para ser comunicado não tem sentido.”
Os números não mentem
A empresa inglesa Altmetric desenvolveu um algoritmo que calcula a relevância dos artigos científicos citados nas redes sociais e nos jornais
17 milhões é o número de menções nas redes sociais recebidas pelos 2,7 milhões de artigos científicos rastreados pela Altmetric
Artigo mais popular de 2016
315 notícias / 8.943 tweets foi escrito pelo ex-presidente Barack Obama, e falava sobre o sistema norte-americano de sáude
O 3º Artigo mais popular de 2016
4.484 tweets / 125 notícias tem contribuição de brasileiros: pesquisadores da Unesp e do Inpe participaram de um trabalho sobre ondas gravitacionais.
Fonte: Revista Galileu versão Online 
link: http://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2017/02/troco-teses-por-likes.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=post

sábado, 24 de janeiro de 2015

BRASIL OCUPA O 90º LUGAR NO RANKING GLOBAL DE VELOCIDADE DE CONEXÃO À INTERNET

Por Ennio Rodrigues
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Nem os mais otimistas se iludem: a internet brasileira precisa melhorar – e muito! Segundo a última versão do levantamento “State of Internet”, organizado pela Akamai e divulgado neste mês, o Brasil está na 90º colocação no ranking de velocidade média de conexão, com índice de 2,9Mbps, abaixo da média global de 4,5Mbps. A pesquisa, com dados referentes ao terceiro trimestre de 2014, avalia 140 países/regiões pelo mundo..
Para entrarmos no Top 10, só mesmo isolando apenas os países americanos. Atualmente, em termos de velocidade média de conexão, estamos atrás de Peru, Equador e Uruguai. Aliás, o país vizinho do sul é o principal destaque do continente. Depois um aumento de 148% em relação ao mesmo período do ano passado, o Uruguai se tornou o terceiro com melhor velocidade de conexão na América, perdendo apenas para Estados Unidos e Canadá. A média uruguaia é de 5,5Mbps e com picos de velocidade que chegam a 58,6Mbps (!), os maiores da região no período avaliado. Veja o quadro da comparação dos países americanos:
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Promessa de campanha?
Um dos objetivos reforçados pela recém reeleita presidente da república, Dilma Rousseff, durante a corrida eleitoral do ano passado foi o programa de “universalização” do acesso à banda larga no país. Em um dos atos de campanha, em outubro, a então candidata afirmou que até 2018 a meta é levar a 90% da população internet com velocidade variando de 25Mbps até 35Mbps, ou seja, mais de doze vezes melhor que a média atual.
Por enquanto, o cenário nacional é complicado. Apesar do recente aumento de 9,5% da velocidade de conexão (passamos da média de 1,1Mbps no terceiro trimestre de 2013, para 2,9Mbps no mesmo período de 2014), saímos da 89ª para a 90ª posição na comparação global.
Além da média de velocidade aquém da mundial, o Brasil enfrenta uma grande desigualdade no acesso. Se, por um lado, tivemos picos de conexão de 20,5Mbps, apenas 25% dos usuários têm conexão com velocidade média acima dos 4Mbps. Inseridos nesse grupo estão aqueles com velocidade média superior a 10Mbps, que representam apenas 1,6% de todos os internautas brasileiros.
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O compromisso do “Banda Larga Para Todos” foi reafirmado no discurso de posse de Dilma Rousseff, mas o desafio não é nada fácil.

Em primeiro, claro, os asiáticos
Origem de gigantes da tecnologia, como Samsung, LG, Toshiba e outros, não é surpresa ver países como Coreia do Sul, Hong Kong e Japão no topo da lista, com média de velocidade de conexão de 25,3Mbps, 16,3Mbps e 15Mbps, respectivamente. Na parte de cima da tabela também estão países com tradicional investimento de longo prazo em infraestrutura e em serviços de uso comum, como os europeus: Suíça, Suécia e Holanda.
No geral, a velocidade pelo mundo melhorou, subiu 25% em um ano para chegar a média de 4,5Mbps. O principal destaque dentre os dez primeiros do ranking é Singapura, que teve um aumento de 57% na velocidade média de conexão, saltando de 22ª para 10ª no ranking mundial em apenas um ano.
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 Fonte: Site da Revista Superinteressante - Jan/2015

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

DESAFIOS DA EDUCAÇÃO NO SÉCULO XXI (por Rogério Rocha)

Neste vídeo exponho os principais desafios e exigências postas aos mestres, estudantes e aprendizes no século em que estamos. 

A partir do contexto evidenciado, e com base em conceitos como o de sociedade em rede, conectivismo e transferência de conhecimento, elenco algumas das condições necessárias ao bom desenvolvimento da relação ensino-aprendizagem, bem como as características que deve ter o aprendiz do século XXI diante das novas ferramentas utilizadas na educação. Assistam! Comentem! Curtam!


segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Ângela Merkel declara ser contrária à neutralidade da rede


Angela MerkelDe acordo com a chanceler alemã, a internet deve ter uma via mais rápida para serviços de "alta prioridade"
A chanceler alemã Angela Merkel se posicionou contra a neutralidade da internet, durante uma conferência em Berlim, na quinta-feira (4).
Merkel defendeu uma internet de “duas vias”: uma delas para serviços “especiais”, de alta prioridade, e outra que seria semelhante à rede atual.
Segundo a chanceler da Alemanha, essas vias de alta velocidade são necessárias para o desenvolvimento de novos usos da internet, como telemedicina e carros autônomos.
De acordo com o jornal alemão Frankfurter Allgemeine, o governo alemão estuda autorizar serviços de streaming de vídeo a pagar mais por serviços mais velozes de internet.
A União Europeia, bloco de países do qual a Alemanha faz parte, apoia a neutralidade da internet, mas ainda deve se reunir para discutir uma posição oficial.
Fonte: Exame Info Online

O Grande Irmão da Internet

O livro "O Círculo", de Dave Eggers, agora no Brasil, marca o fim de nossa relação ingênua com as redes sociais

Por Alexandre Mansur
Mae Holland é uma jovem americana ambiciosa, sociável e bonita. Consegue, por indicação de uma amiga, emprego na mais desejada empresa do mundo: o Círculo. Trata-se da corporação que controla a maior rede social do planeta, de mesmo nome. Uma mistura de GoogleApple,Facebook, Amazon e outros gigantes, o Círculo intermedeia as interações sociais, as compras on-line, os deslocamentos das pessoas e até as informações sobre saúde. Tudo isso de forma lúdica, fácil e moderna, pelo celular, pelo computador, pelos tablets e por outros aparelhos conectados. A sede do Círculo é um paraíso no Vale do Silício, nos Estados Unidos. Prédios confortáveis espalhados por um campus arborizado, com vastos gramados e amenidades como quadras esportivas, transporte grátis, massagem, exercícios, festas permanentes. Lá, a qualquer momento, um congressista oferece uma palestra sobre tecnologia, um artista famoso dá um show, um grupo de funcionários organiza uma festa à fantasia, outro organiza uma votação por mais comida vegetariana nos restaurantes do campus. Tudo é grátis para os funcionários. Há até um hotel, de uso livre, para quem prefere nem voltar para casa após o expediente.

O Círculo (Foto: Época)


1984 (Foto: Alyne Tanin)
Gradualmente, esse maravilhoso mundo novo vai revelando uma outra faceta. O Círculo monitora a vida das pessoas, faz lobby político e até chantagem. Promove um novo estado de valores, onde tudo deve ser vigiado, nenhum aspecto da vida privada (de funcionários ou usuários) deve ser escondido. Pouco a pouco, a vida conectada feliz e próspera se transforma numa distopia contemporânea. Esse é o tema central do livro O Círculo, do jornalista americano Dave Eggers (Companhia das Letras, 528 páginas, R$ 54), lançado agora no Brasil. A obra foi lançada nos EUA no ano passado e virou uma referência no debate sobre os limites éticos das redes sociais. É uma das mais contundentes críticas ao risco de sacrificarmos uma parte importante de nossa liberdade e de nossa privacidade, em nome das facilidades oferecidas pelos serviços atuais da internet. A fantasia de Eggers faz referências evidentes ao pesadelo totalitário descrito pelo escritor inglês George Orwell no livro 1984. Publicado em 1949, à sombra da Segunda Guerra Mundial, Orwell descreve um estado policial em que os cidadãos são monitorados e influenciados por meio de TVs e câmeras onipresentes.
O universo apresentado em O Círculo foi visto por alguns críticos como exagerado. Em determinado momento, um namorado da personagem central, Mae, grava um vídeo com momentos íntimos entre os dois e divulga as cenas na internet. Constrangida e revoltada, Mae exige que o vídeo seja apagado da rede. Surpreendentemente, é convencida por um dos fundadores do Círculo de que não só o vídeo deve continuar disponível, como sua existência precisa ser louvada. Para ele, é um símbolo da transparência que ajudará a sociedade a se portar de forma mais íntegra. A partir do princípio segundo o qual quem não deve não teme, os fundadores do Círculo pregam que tudo o que acontece deve ser mostrado, que nenhum aspecto da vida deve escapar ao escrutínio público, em nome da correção e da segurança coletivas. Chegam a elaborar três slogans, semelhantes aos do Grande Irmão de 1984. “Segredos são mentiras” significa que quem esconde algo deve ter feito algo errado; “Compartilhar é cuidar” lembra que divulgar tudo sobre si é uma prova de amor e confiança; e, finalmente, “Privacidade é roubo” implica que divulgar dados íntimos (como de saúde) pode ajudar quem cuida de você a antecipar problemas futuros e a entender padrões globais, para cuidar com eficiência de sua vida e da coletividade. Portanto, privar o público desses dados é subtrair algo de todos. A inversão de valores de O Círculo pode soar absurda. Por exageradas que sejam, têm o poder, como uma lente de aumento, de revelar algo que passamos a aceitar facilmente com o crescimento das redes sociais.


Quanto o Círculo está distante do mundo de hoje? Empresas como Facebook (também dono do comunicador WhatsApp) e Google (também proprietário da rede YouTube) colhem dados  sobre seus bilhões de usuários e resistem a tirar do ar o que é publicado, mesmo quando a publicação é feita sem autorização ou conhecimento dos envolvidos. Encantados com as redes, muitas vezes burlamos a privacidade do próximo na melhor das intenções. Um amigo recém-descasado me confidenciou que deixou de ir a festas, por temer ser fotografado com a nova namorada. Alguém poderia subir as imagens – à revelia dele – no Facebook. Outra amiga tentou manter as primeiras semanas de gravidez só entre familiares íntimos. A mãe dela publicou todas as imagens da ultrassonografia no Facebook. Em muitos casos, pedir para alguém não publicar uma foto pode magoar. Tanto quanto confessar que não viu (nem comentou on-line) as fotos da incrível viagem de férias que o amigo pôs no Facebook ou no Instagram.



A tese dos fundadores dessas empresas é que os benefícios compensam o sacrifício da intimidade. Em entrevista ao jornal The New York Times, Larry Page, um dos fundadores do Google, diz que as pessoas têm reações negativas antes de ver os produtos e experimentar o que eles oferecem. “Isso aconteceu na saúde. A regulamentação deixou os dados tão trancados que não podem ser usados em benefício das pessoas”, diz Page. “Hoje, não temos um sistema de data mining (que vasculha todas as informações em busca de padrões e dados individuais relevantes) para analisar os dados de saúde pública. Se tivéssemos, poderíamos provavelmente salvar 100 mil vidas no próximo ano. Me preocupa muito que a imprensa e o governo tentem alimentar os medos e que acabemos incapazes de ajudar muita gente.” Em seu livro sobre o Facebook, Katherine Losse, uma das primeiras funcionárias da rede, descreve uma reunião em que o fundador, Mark Zuckerberg, afirma: “Estamos empurrando o mundo para virar um lugar mais aberto e transparente”.
 

AMBIENTE INFORMAL Funcionários nas sedes do Google (Foto: Donald Weber/VII/Corbis)
AMBIENTE INFORMAL Funcionários nas sedes do Google  (à esq.) e do Facebook (à dir.) na Califórnia. A vida nos campi das empresas de tecnologia inspirou o cenário do livro de Eggers (Foto: James S. Russell/Bloomberg via Getty Images)
Pode haver outra razão para tolerarmos tanto controle social e exposição de intimidades. Uma das teses fortes de O Círculo é apresentada na voz de um ex-namorado de Mae, crítico à euforia tecnológica. Ele compara a socialização fugaz da rede social às calorias vazias do fast-food. Diz o personagem: “As ferramentas que vocês criam na verdade confeccionam necessidades sociais antinaturais. Ninguém precisa do nível de contato que vocês buscam. Ele não nos dá nada. Não é saudável. É como fast-food. Você sabe como eles fabricam essa comida? Eles determinam cientificamente quanto sal e gordura precisam incluir para manter você comendo. Você não tem fome, não precisa de comida, aquilo não traz nada para você, mas você continua devorando aquelas calorias vazias. É isso que vocês empurram. Infinitas calorias vazias na forma de socialização digital. E vocês calibram as doses para que o negócio fique igualmente viciante”. Exagero? Em junho, o Facebook divulgou detalhes de uma experiência envolvendo 689 mil usuários. Eles foram induzidos a sentir tristeza ou alegria, a partir da seleção de conteúdos fornecidos como mais relevantes para leitura. A experiência gerou críticas de advogados, políticos e ativistas de direitos digitais. (Foto: Divulgação)

Pode haver outra razão para tolerarmos tanto controle social e exposição de intimidades. Uma das teses fortes de O Círculoé apresentada na voz de um ex-namorado de Mae, crítico à euforia tecnológica. Ele compara a socialização fugaz da rede social às calorias vazias do fast-food. Diz o personagem: “As ferramentas que vocês criam na verdade confeccionam necessidades sociais antinaturais. Ninguém precisa do nível de contato que vocês buscam. Ele não nos dá nada. Não é saudável. É como fast-food. Você sabe como eles fabricam essa comida? Eles determinam cientificamente quanto sal e gordura precisam incluir para manter você comendo. Você não tem fome, não precisa de comida, aquilo não traz nada para você, mas você continua devorando aquelas calorias vazias. É isso que vocês empurram. Infinitas calorias vazias na forma de socialização digital. E vocês calibram as doses para que o negócio fique igualmente viciante”. Exagero? Em junho, o Facebook divulgou detalhes de uma experiência envolvendo 689 mil usuários. Eles foram induzidos a sentir tristeza ou alegria, a partir da seleção de conteúdos fornecidos como mais relevantes para leitura. A experiência gerou críticas de advogados, políticos e ativistas de direitos digitais.
O livro de Eggers marca o fim da ingenuidade diante das redes sociais. Desde sua publicação nos EUA, surgiram iniciativas para regular de alguma forma a ação desses serviços. Não apenas lá. A Justiça europeia decidiu em maio que os cidadãos têm direito de solicitar que o Google apague o link para páginas com informações incômodas sobre seu passado. Outra ação foi contra o Secret, programa de celular que permite a qualquer um publicar e comentar a vida íntima de terceiros, sob o manto da anonimidade. Em agosto, a Justiça do Espírito Santo determinou que o Secret fosse retirado dos celulares brasileiros. Talvez nossa sociedade consiga domar as redes sociais, assim como o mundo ocidental escapou do totalitarismo. Que livros como O Círculo sirvam como alertas.
Fonte: Revista Época Online

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

A nostalgia e o fim da videolocadora

O fechamento da Blockbuster marca o fim de uma era
Os que viveram a adolescência ou mesmo infância nos anos 90 sabem bem a importância e a representatividade da videolocadora. No final de 2013, a mais famosa rede de videolocadoras dos EUA, a Blockbuster, anunciou que fechará suas 300 ainda restantes lojas até o começo de 2014. Essa notícia, embora previsível, marcou o fim de uma era.
Captura-de-Tela-2013-11-13-às-21.31.18O  fechamento da Blockbuster já serviu até de piada no seriado South Park. Nesse episódio o pai de Stan compra por US$ 10 mil dólares uma loja inteira da empresa. Contudo, o local se transformou em quase uma casa mal assombrada com direito a fantasmas dos anos 90.
Naquele tempo longínquo sem internet, o acesso aos filmes que saíam do cinema vinha das videolocadoras. Em um mundo sem you tube ou mesmo filmes on line, a vida era mais dura para esperar aquele lançamento que você não teve como ver no cinema.
A videolocadora representava um lazer comum entre as pessoas. Muitos iam sexta a noite ou mesmo sábado para entrar na disputa por filmes. Os mais antigos ainda lembrarão que as fitas VHS tinham que ser entregues rebobinadas, caso não fossem havia até multa. Havia também uma busca grande pelos lançamentos e para consegui-los, muitas vezes, era preciso reservar.
Videolocadoras eram muitas nos anos 90 e começo dos anos 2000. Em todos os bairros sempre havia uma perto da sua casa, muitas vezes várias. Era um negócio rentável e aparentemente fácil de montar e administrar, o que levava famílias a apostarem nessa ideia tão popular nesse tempo.
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Contudo, os novos tempos de domínio da internet vieram e o poder das videolocadoras foi diminuindo. Somado a influência da internet, elas sofreram também o golpe pesado dos maiores vilões do cinema: a pirataria. Com filmes piratas sendo vendidos a preços baixíssimos a cada esquina, tornou-se complicado ter paciência de esperar conseguir locar. A qualidade dos filmes piratas, com cópias feitas diretamente do DVD, criaram uma concorrência desleal. Como competir com o velho “três DVD por 10 real”?
Mesmo que no Brasil a internet ainda não seja tão veloz quanto em outros países, o ato de assistir filmes on line vem crescendo.A internet está cada vez mais enraizada a tudo: celulares, tablets, video games e também nas novas televisões.
Nos últimos anos ocorreu também a popularização das TVs por assinatura, que tinham um caráter mais elitizado nos anos 90. Sua programação era mais alternativa, com menos comercial e conteúdo legendado. Atualmente, os canais apostaram na ampliação do conteúdo chegando ao grande público.
As operadoras de TV por assinatura ficaram atentas a essas mudanças no conceito de internet. De forma inteligente, elas apostaram em formatos de filmes com alta definição vistos em redes internas, que garantiram uma opção fácil e segura a pirataria. Essas redes internas são verdadeiras videolocadoras que os assinantes podem alugar filmes com acesso instantâneo ou mesmo assistir a títulos gratuitos. Esses serviços funcionam bem, tem um preço modesto e qualidade garantida de imagem e som.
Seguindo o mesmo esquema, a Netflix entrou no Brasil apostando no conceito de banco de dados de filmes e séries através de assinaturas pela internet. A Netflix inclusive está apostando em produções próprias de séries. O serviço, embora ainda limitado em acervo, vem crescendo principalmente pelos preços reduzidos de assinatura. O canal Telecine também apostou em sua rede interna chamada de Telecine Play. Essa rede permite que o assinante possa assistir osSouth Park Blockprincipais filmes do canal a hora que quiser, sem custo adicional. Os filmes carregam quase que instantaneamente e estão todos em HD nas opções dublado e legendado.
O fato é que muitos fatores “conspiram” a favor do fim do formato de videolocadora como conhecemos. É possível que algumas maiores ainda durem por algum tempo, como está ocorrendo. Porém, não se pode esperar que esse formato exista por muito mais tempo. Os tempos são outros e a evolução da tecnologia logo irá deixar as videolocadoras apenas na nostalgia. O final desse formato não pode ser avaliado necessariamente como algo ruim, já que as mudanças trazem uma série de comodidades. Como o LP ou mesmo a fita VHS, talvez seja que a hora do adeus do DVD ou mesmo Bluray não esteja tão distante.

Fonte: Revista Fantástica 

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Google usa balões para levar internet a áreas remotas no Brasil

O Google testou nesta sexta, dia 6 de junho, o lançamento de balões de internet no aeroporto Nossa Senhora de Fátima, no Piauí. De acordo com a empresa, esses objetos serão os primeiros a percorrerem longa distância em uma latitude próxima da Linha do Equador.

Teste realizado em 2013. Foto: Divulgação
Na semana passada, o Google realizou o lançamento de dois balões em direção a comunidade de Água Fria, município de Campo Maior, no Piauí. Alunos de uma turma da escola Linoca Gayoso puderam ter aula com acesso a internet.

O presidente do Google Brasil, Fabio Coelho, demonstrou a felicidade de poder estar realizando esses testes e falou da importância desse projeto.

"Sabemos que, para isso, todas as tecnologias disponíveis serão importantes: fibras óticas, satélites, equipamentos fixos ou móveis. Dado o tamanho do nosso território e as dificuldades geográficas, todas as inovações são bem-vindas. O projeto Loon pode apontar soluções criativas para regiões de mais difícil acesso na busca da universalização da oferta do acesso à Internet em banda larga", afirmou.

Fonte: SRZD

terça-feira, 22 de abril de 2014

Senado aprova Marco Civil da Internet

  • Moreira Mariz/Agência Senado
    Senadores votam pela aprovação do Marco Civil sem alterações ao texto que pudessem levar o projeto de lei volta à Câmara 
  •  Senadores votam pela aprovação do Marco Civil sem alterações ao texto que pudessem levar o projeto de lei volta à Câmara



















O Senado aprovou na noite desta terça-feira (22) o Marco Civil da Internet, que segue agora para sanção presidencial. A votação se deu 28 dias após aprovação na Câmara dos Deputados, onde a proposta do relator Alessandro Molon (PT-RJ) foi debatida por quase três anos e chegou a trancar a pauta por cinco meses.

Após pressão do governo, a aprovação no Senado foi feita a tempo de transformar o texto em lei antes do evento NetMundial, que será realizado em São Paulo a partir de quarta (23). A abertura do encontro internacional será feita pela presidente Dilma Rousseff, que deve levar o Marco Civil ao evento como "marca" de sua gestão no setor.

A pressa da votação do texto, que tramitava em caráter de urgência, gerou diversas críticas por parte dos senadores. Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Alvaro Dias (PSDB-PR) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) estavam entre os opositores da votação nesta terça, pedindo mais tempo para análise e possíveis alterações na proposta. Ferreira  lembrou que a oposição poderia impedir a votação obstruindo-a ou apresentando emendas de plenário, mas que não faria isso. Ele apenas lamentou a posição da presidente Dilma e o "afã dos senadores em querer agradá-la". 
Joel Rodrigues/Folhapress
Senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) conversa com o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), relator do Marco Civil

O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-BA), desistiu de uma mudança que faria na redação. Ela forçaria a volta do projeto à Câmara dos Deputados e impediria a aprovação do Marco Civil a tempo do evento NetMundial.

A emenda de Braga sugeria alteração no artigo 10, que trata do acesso de autoridades a dados pessoais dos internautas.

O objetivo era deixar a redação do artigo mais clara com a troca do termo "autoridades administrativas", considerado vago, por "delegado de polícia e o Ministério Público". Porém, o senador afirmou que aceitaria a edição desse trecho por meio de medida provisória.

Aprovações em comissões
Na manhã desta terça, a CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) e a CCT (Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática) do Senado fizeram uma "aprovação relâmpago" do projeto – na CCT, o processo levou menos de dois minutos.

O projeto também tramitava na CMA (Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle), que cancelou a reunião para analisar o texto.

O relator na CCJ, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), rejeitou 40 das 43 emendas apresentadas– os trechos alterados tratavam de mudanças de texto, mas não de conteúdo. Duas foram acatadas na forma de emendas de redação. Outra foi retirada a pedido do autor.

Entenda o Marco Civil
O projeto equivale a uma "Constituição", com os direitos e deveres dos internautas e empresas ligadas à web. No ano passado, depois das denúncias sobre espionagem nos EUA, o governo federal enviou pedido à Câmara para que tramitasse em regime urgência constitucional (sem definição, chegou a trancar a pauta por cinco meses).

O texto foi aprovado na Câmara dos Deputados no dia 25 de março, depois de a votação ser adiada por pelo menos dois anos – o principal motivo eram pontos considerados polêmicos. A questão mais controversa é a chamada neutralidade da rede, que propõe tratamento igual de todo tipo de conteúdo, sem distinção por conteúdo, origem e destino.

De um lado nessa batalha ficaram as empresas de telecomunicações, que reivindicam o direito de vender pacotes fechados de internet (como planos para celular que limitam acesso a redes sociais e sites pré-determinados). Durante os embates, o líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), chegou a dizer que este princípio poderia encarecer o acesso dos brasileiros à internet.

De outro, estavam os provedores de internet (como UOL, Terra, IG e Globo): eles defendiam que esses planos com conteúdo pré-definido limitam a liberdade do usuário e impedem que novas empresas de conteúdo digital ganhem espaço no mercado.

Por padrão, alguns dados têm prioridade no tráfego: é o caso dos pacotes VoIP (voz sobre IP), que precisam chegar rapidamente em sequência para que a ligação faça sentido. Já no caso de um e-mail, um pequeno atraso não teria impacto tão negativo. Mas a neutralidade quer impedir interferências que limitem a oferta de conteúdo.

Fonte: Tecnologia Uol

sábado, 5 de abril de 2014

Governo federal abre consulta pública sobre o futuro da internet

Iniciativa é da Secretaria-Geral da Presidência da República (SG-PR) é sociedade pode opinar até 17/04
 

Uma consulta pública para saber o que a sociedade considera importante para o futuro da internet no Brasil e no mundo está aberta aos brasileiros até o dia 17 de abril.  A iniciativa da Secretaria-Geral da Presidência da República (SG-PR) foi lançada na quinta-feira (20), durante a realização de um bate-papo virtual (hangout) sobre o tema.

O secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Virgilio Almeida, participou do encontro, que ocorreu no Anexo do Palácio do Planalto e reuniu blogueiros, jornalistas, especialistas em internet, músicos e representantes do governo brasileiro.

As questões escolhidas durante a consulta pública farão parte de uma carta proposta que será entregue aos coordenadores e participantes da conferência NETmundial, que acontece em São Paulo, nos dias 23 e 24 de abril. 

Os autores das 15 propostas mais votadas poderão participar diretamente da NETmundial e discutir suas sugestões com especialistas internacionais. Para o diretor de Participação Social da SG-PR, Pedro Pontual, é fundamental ouvir o que as pessoas esperam da governança da internet.

“Nós sabemos que são interesses diversos que se expressam em uma conferência como essa e, nesse sentido, é fundamental que tanto a sociedade brasileira como a sociedade civil no plano internacional se mobilizem para pautar os temas que serão iniciados com essa consulta”, ressalta.

O resultado da consulta pública será divulgado durante a Arena NETmundial, atividade aberta ao público que ocorrerá em paralelo a conferência, no Centro Cultural São Paulo, entre 22 e 24 de abril.

Arena NETmundial

No espaço haverá mesas livres de debates entre representantes do governo brasileiro e a sociedade civil, atividades culturais, mobilização e comunicação digital. Toda a programação será transmitida pela internet.

Para o secretário do MCTI, a internet deve ser vista como um espaço público, assim como as ruas e as praças. “A evolução da internet se deve à contribuição da sociedade, com o desenvolvimento, por exemplo, do software livre e a colocação de conteúdos e desenvolvimento tecnológico”, pondera Virgilio.

 “É uma construção coletiva, que envolve governos, setor privado, sociedade civil, organizações não governamentais [ONGs] e o setor acadêmico, e todos esses setores devem estar representados nessa conferência”.

*Com informações da Agência MCTI

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

‘É possível criar regras globais para a internet’

Por SÉRGIO MATSUURA

Alan Marcus: debate sobre princípios universais para a rede é prioridade
Foto: Divulgação
Alan Marcus: debate sobre princípios universais para a rede é prioridade Divulgação
O esquema de coleta massiva de dados revelado pelo ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional dos EUA Edward Snowden levantou questões sobre o futuro da internet. Alan Marcus defende que é preciso criar novos pactos de confiança. Governos, organizações e empresas devem deixar claro o que será feito com as informações dos internautas. E, principalmente, cumprir o que for acordado. O especialista vem ao país em novembro para participar da Cúpula Mundial de Políticas Públicas em TI, que acontece pela primeira vez no Brasil, com apoio da Associação das Empresas Brasileiras de TI.
Como o senhor avalia o impacto que o escândalo de espionagem provocou na internet?
Eu não encontro uma resposta certa para essa pergunta, mas sei que o futuro do mundo digital vai depender da criação de novos pactos de confiança. Quando eu digo confiança, não quero dizer que o seus dados não serão coletados, mas que governos, empresas e outras organizações vão dizer o que pretendem com esses dados e fazer apenas o que foi dito.
A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, fez um discurso duro durante a Assembleia Geral das Nações Unidas. Foi uma posição acertada?
A presidente Dilma Rousseff teve uma reação muito forte quando soube que era alvo de espionagem. Foi uma resposta racional: “como ousa fazer isso comigo? Quero que não aconteça novamente”. A reação inicial é dessa maneira, mas espero que a segunda seja o diálogo entre governos e organizações, para que eles expliquem o que estão fazendo com essas informações.
Após o escândalo, muito se falou sobre a criação de regras globais de governança da internet. Isso é possível?
Sim. Eu acredito ser possível criar regras globais para a internet. Mas temos que ter cuidado para que países, individualmente, não confundam a necessidade de normas globais e boa governança com a necessidade de controle governamental sobre a rede. Essa é a linha tênue com que precisamos nos preocupar. Não acredito que seja o caso do Brasil, mas existem países que podem aproveitar a oportunidade para cercear a liberdade dos cidadãos.
E esse tema está na agenda do Fórum Econômico Mundial?
Certamente está na agenda da nossa comunidade, formada por líderes globais, e a discussão é tratada com prioridade. O caminho tomado até agora é sobre a noção de princípios universais, pois é difícil aplicar leis que atendam às necessidade de todos os países. Os princípios permitem a definição do que pode ou não ser aceito e as legislações são criadas localmente.
Sobre a indústria de TI no Brasil, como o senhor avalia a nossa situação?
O Brasil está fazendo um bom trabalho, incentivando o desenvolvimento de companhias de TI. O país também tem exercido excelente papel na atração de grandes multinacionais, que facilitam o desenvolvimento de talentos, mas a falta de mão de obra especializada é uma lacuna que precisa ser preenchida.
A educação é um problema para o mercado brasileiro?
Não podemos dizer que a educação é ruim, mas podemos dizer que há falhas no desenvolvimento de habilidades necessárias para a indústria de TI, particularmente nas áreas de análise de dados e matemática computacional.
Além da falta de mão de obra especializada, o Brasil possui outros problemas no setor?
Eu não chamo de problemas, mas oportunidades. Um ponto particularmente importante é dos contratos. Nossas pesquisas apontam que o número de procedimentos e a quantidade de dias para fechar um contrato no Brasil são elevados em relação a outros países. Outra questão é o foco nas plataformas móveis. O Brasil está bem servido de computadores, penetração da internet e celular, mas o alto custo de tablets e smartphones ainda atrapalha.

domingo, 20 de outubro de 2013

6 webséries que você vai gostar de conhecer

Por Jessica Soares de Superinteressante

Com grandes dramas fazendo sucesso na telinha, o cinema parece ter migrado para a TV. Mas se engana quem pensa que é apenas no “velho meio” que se encontram bons exemplares de seriados. O conteúdo produzido para a internet tem conquistado espaço ao lado de produções de canais tradicionais. Para você não ficar por fora, listamos 6 webséries que você vai gostar de conhecer:

1. The Walking Dead – Websódios
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O fãs de Rick Grimes piram. No último domingo, estreou nos Estados Unidos a quarta temporada da série de zumbis mais amada da TV. Mas, antes do retorno aguardado, a AMC (canal que produz o seriado) já havia garantido o burburinho em torno da atração com o lançamento da terceira leva de pequenos episódios produzidos para a internet. Os websódios de The Walking Dead são tradicionalmente lançados no hiato entre temporadas e acompanham eventos de outras partes do universo dos mortos andantes. Os três episódios da “web-temporada” mais recente, intitulada The Oath, foram lançados em 30 de setembro e, como nos anos anteriores, foram dirigidos pelo produtor executivo e responsável pela maquiagem do seriado, Greg Nicotero. Sangue não faltará.

2. Latitudes
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Estreou na internet e só depois na TV. Latitudes, “um filme em oito destinos”, é um projeto transmídia brasileiro que inverte a lógica que dita que o conteúdo principal deve ser reservado para a telinha. Desde o dia 28 de agosto, todas as quartas-feiras, um episódio novo da websérie encabeçada pelos atores Daniel de Oliveira e Alice Braga e pelo diretor Felipe Braga pode ser assistido no canal oficial do projeto no YouTube. Na série, Alice vive Olívia, uma editora de moda que viaja o mundo. É em suas viagens que ela encontra José, fotógrafo vivido por Daniel, que também vive de hotel em hotel. A cada episódio, com cerca de 12 minutos, acompanhamos os encontros e desencontros do casal em diferentes cidades, aeroportos e estações de trem. Já na TV, a série é diferente: nos episódios televisivos, exibidos nas segundas-feiras no canal TNT, a história já exibida online é entrecortada por trechos em que os atores aparecem lendo e ensaiando as cenas, em um formato que tensiona os limites entre o real e a ficção.

3. Web Therapy
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Rever Lisa Kudrow, a eterna Phoebe Buffay, é motivo suficiente para acompanhar esta série criada para a internet. Na websérie, iniciada em 2008, a atriz de Friends vive Fiona Wallice, uma terapeuta que experimenta um novo e ~revolucionário~ método de terapia online de apenas 3 minutos – sua ideia é que sessões tradicionais de 50 minutos dão margem para que pacientes falem de coisas irrelevantes e sua abordagem manteria só o mais importante em foco. Na real, Fiona está longe de ser uma boa ouvinte (ou terapeuta). Depois de 100 websódios com duração de 3 a 15 minutos, que contaram com participações especiais de nomes como Courteney Cox, Rashida Jones e Jane Lynch (e podem ser assistidos aqui), a série foi adaptada para a TV pelo canal Showtime, onde já está em sua terceira temporada.

4. Comedians in cars getting coffee
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O nome resume bem: em Comedians in cars getting coffee, websérie disponibilizada online em julho de 2012, Jerry Seinfeld leva seus colegas comediantes para um passeio, um café e um pouco de prosa. O carro é escolhido de acordo com a personalidade do passageiro – um “revolucionário” Lamborghini Miura para Chris Rock, um (pouco seguro) e potente Austin Healey para o ácido britânico Ricky Gervais, e um Jaguar poderoso e estiloso para Sarah Silverman. Se, por um lado, o destaque dado aos possantes não é lá muito divertido para quem não diferencia um Palio de um Golf (ou simplesmente não se importa), o papo costuma ser interessante. Em sua terceira temporada, um dos convidados já foi confirmado: Jerry vai dar um rolé com o fantástico Louis CK.

5 e 6. Originais Netflix: House of Cards e Orange is the New Black
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Calma, não trapaceamos na lista. Mas uma série que só pode ser assistida quando se tem acesso à internet também é uma websérie, né?
Até pouco tempo atrás, o Netflix, serviço de TV por internet, se baseava na distribuição online de seriados e filmes produzidos por terceiros. Criada em 1997, oferecendo então o aluguel de filmes online, a empresa aprimorou seus serviços ao longo dos anos e, em 2011, tomou um passo importante ao lançar sua primeira série original, a comédia Lilyhammer, uma co-produção norueguesa e norte-americana. Apesar de ter durado apenas uma temporada, o seriado abriu as portas para a existência de House of Cards. Lançada online em fevereiro de 2013, a série – estrelada por Kevin Spacey e Robin Wright e produzida por David Fincher (de A Rede Social) –entrou para história ao se tornar a primeira série distribuída pela Internet a ser indicada à categoria de Melhor Drama dos prêmios Emmy. O drama político arrematou ainda outras 8 indicações, incluindo a de melhor ator e atriz para a dupla Spacey-Wright e de direção para David Fincher, levando para casa três prêmios.
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No ano que vem, a categoria pode ganhar outro representante de peso: em julho de 2013, o serviço online lançou 13 episódios de Orange is the New Black, drama que se passa dentro de um presídio feminino. Inspirada nas memórias da estadunidense Piper Kerman, a série acompanha a personagem que vai parar na cadeia depois ser indiciada por transportar dinheiro ligado ao tráfico de drogas na juventude. Na prisão, somos apresentados às complexas histórias das detentas – vividas por um elenco brilhante que merece um destaque à parte. Vale conferir.
Bônus: Outras duas séries originais do Netflix receberam menções no Emmy 2013: Arrested Development – cujas três primeiras temporadas foram veiculadas entre 2003 e 2006 na Fox, e em 2013 ganhou uma quarta temporada original no serviço online -, e o terror Hemlock Grove.
Publicado originalmente em SUPERINTERESSANTE

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