Por Ennio Rodrigues
Nem os mais otimistas se iludem: a internet brasileira precisa melhorar – e muito! Segundo a última versão do levantamento “State of Internet”, organizado pela Akamai e divulgado neste mês, o Brasil está na 90º colocação no ranking de velocidade média de conexão, com índice de 2,9Mbps, abaixo da média global de 4,5Mbps. A pesquisa, com dados referentes ao terceiro trimestre de 2014, avalia 140 países/regiões pelo mundo..
Para entrarmos no Top 10, só mesmo isolando apenas os países americanos. Atualmente, em termos de velocidade média de conexão, estamos atrás de Peru, Equador e Uruguai. Aliás, o país vizinho do sul é o principal destaque do continente. Depois um aumento de 148% em relação ao mesmo período do ano passado, o Uruguai se tornou o terceiro com melhor velocidade de conexão na América, perdendo apenas para Estados Unidos e Canadá. A média uruguaia é de 5,5Mbps e com picos de velocidade que chegam a 58,6Mbps (!), os maiores da região no período avaliado. Veja o quadro da comparação dos países americanos:
Promessa de campanha?
Um dos objetivos reforçados pela recém reeleita presidente da república, Dilma Rousseff, durante a corrida eleitoral do ano passado foi o programa de “universalização” do acesso à banda larga no país. Em um dos atos de campanha, em outubro, a então candidata afirmou que até 2018 a meta é levar a 90% da população internet com velocidade variando de 25Mbps até 35Mbps, ou seja, mais de doze vezes melhor que a média atual.
Por enquanto, o cenário nacional é complicado. Apesar do recente aumento de 9,5% da velocidade de conexão (passamos da média de 1,1Mbps no terceiro trimestre de 2013, para 2,9Mbps no mesmo período de 2014), saímos da 89ª para a 90ª posição na comparação global.
Além da média de velocidade aquém da mundial, o Brasil enfrenta uma grande desigualdade no acesso. Se, por um lado, tivemos picos de conexão de 20,5Mbps, apenas 25% dos usuários têm conexão com velocidade média acima dos 4Mbps. Inseridos nesse grupo estão aqueles com velocidade média superior a 10Mbps, que representam apenas 1,6% de todos os internautas brasileiros.
O compromisso do “Banda Larga Para Todos” foi reafirmado no discurso de posse de Dilma Rousseff, mas o desafio não é nada fácil.
Em primeiro, claro, os asiáticos
Origem de gigantes da tecnologia, como Samsung, LG, Toshiba e outros, não é surpresa ver países como Coreia do Sul, Hong Kong e Japão no topo da lista, com média de velocidade de conexão de 25,3Mbps, 16,3Mbps e 15Mbps, respectivamente. Na parte de cima da tabela também estão países com tradicional investimento de longo prazo em infraestrutura e em serviços de uso comum, como os europeus: Suíça, Suécia e Holanda.
No geral, a velocidade pelo mundo melhorou, subiu 25% em um ano para chegar a média de 4,5Mbps. O principal destaque dentre os dez primeiros do ranking é Singapura, que teve um aumento de 57% na velocidade média de conexão, saltando de 22ª para 10ª no ranking mundial em apenas um ano.
Fonte: Site da Revista Superinteressante - Jan/2015
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