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SÃO LUÍS, MARANHÃO, Brazil

domingo, 8 de julho de 2012

"Marrento", Anderson Silva recusa Jon Jones e volta a desafiar clone


Anderson Silva nocauteou Chael Sonnen no 2º round. Foto: AP
Anderson Silva nocauteou Chael Sonnen no 2º roundFoto: AP
Já havia se passado aproximadamente 20 minutos de entrevista com os principais destaques do UFC 148 neste sábado quando o filho e o sobrinho de Anderson Silva, vestindo terno e gravata, entraram na sala de imprensa do MGM Grand Garden Arena carregando o cinturão dos médios. Logo atrás veio o lutador brasileiro, que se sentou à mesa, estendeu uma bandeira nacionale foi mais do que conciso em suas declarações - muitas vezes, se limitava a dar um largo sorriso e o utilizava como resposta.FELIPE HELD
Direto de Las Vegas (EUA)
Anderson fez apenas uma declaração mais contundente, quando se recusou a escolher um novo adversário. Ele repetiu um discurso já conhecido ao ser questionado sobre quem gostaria de enfrentar na próxima luta. "Tem certeza de que querem que eu responda isso?", rebateu o brasileiro, para logo em seguida emendar: "meu clone".
Um possível adversário para Anderson Silva levantado por jornalistas estrangeiros durante a entrevista foi o fenômeno dos meio-pesados, o americano Jon Jones. Esta não é a primeira vez que tal sugestão é feita ao brasileiro, e a resposta do Aranha tampouco é novidade. "Não", disse ele.
Horas depois, o próprio Jones se manifestou a respeito da resposta de Silva. Via Twitter, o americano concordou com o brasileiro. "Imagino que o Anderson tenha ditto que não tem interesse em lutar comigo. Eu penso da mesma maneira que ele. Não há nada entre nós além de respeito", publicou o meio-pesado.
Ouvir sugestões para enfrentar adversários de outras categorias não é coisa nova para Anderson Silva, que já teve seu nome especulado para lutar contra Jones e também contra o canadense Georges St. Pierre, ex-campeão dos médios e atual dono do cinturão dos meio-médios. Essas insinuações apenas mostram a soberania do brasileiro na sua categoria de peso, mas ainda assim o Aranha se recusa a enfrentar outros adversários. E também nega que essa "zona de conforto" o deixe desmotivado.
"Tenho muita motivação. Estou aqui fazendo o que gosto, e o maior ânimo que tenho é poder estar aqui com caras como esses", afirmou Anderson, referindo-se à mesa com os destaques da noite. "Como o Tito Ortiz, que sempre fez história e já estava aqui antes mesmo de eu decidir se lutaria. Faço o que gosto, o que amo".
Os nomes mais prováveis para figurarem em um combate próximo com Anderson Silva, porém, são os de Hector Lombard, campeão dos médios do Bellator e que recentemente firmou contrato com o UFC, Mark Muñoz e Michael Bisping. No entanto, nem mesmo uma futura revanche com Vitor Belfort seria loucura de imaginar - embora o brasileiro ainda tenha pela frente um combate com Wanderlei Silva, programado inicialmente para o UFC 147, não fosse a contusão que Belfort sofreu durante os treinamentos.
Próximo adversário e Jon Jones eram assuntos mais ou menos previsíveis para a entrevista de Anderson. O que o brasileiro não deveria esperar era um jornalista mexicano tentando se infiltrar no churrasco para o qual Chael Sonnen foi convidado. O repórter perguntou se todos os profissionais de imprensa seriam convidados para o evento, e a resposta de Silva não poderia ser outra. "Não".
Fonte: www.esportes.terra.com.br

Em atrito, Ganso fica perto de adeus; Inter ou Itália são destinos

Ganso recusou nova proposta de renovação contratual e ainda desdenhou do acordo oferecido. Foto: Adriano Lima/Terra

Ganso recusou nova proposta de renovação contratual e ainda desdenhou do acordo oferecido
Foto: Adriano Lima/Terra


DIEGO GARCIA
Direto de São Paulo
O meio-campista Paulo Henrique Ganso não deve mais defender o Santos. O camisa 10 entrou em novo atrito com a diretoria nos últimos dias, ao recusar nova proposta de renovação contratual e ainda desdenhar do acordo oferecido, e afirmou a pessoas próximas que não joga mais pelo clube. O Internacional e um clube da Itália já entraram em contato com o atleta.
Ganso não entrará em campo neste domingo, contra o Grêmio, pois está liberado para cuidar do condicionamento físico para se juntar à Seleção Brasileira nesta segunda, visando os Jogos Olímpicos de Londres. Mas, mesmo que estivesse apto, o Terra apurou que ele disse a pessoas próximas que não entraria em campo com a camisa alvinegra contra a equipe gaúcha.
O camisa 10 está insatisfeito há algum tempo. Sem aumento há um ano, Ganso rejeitou todas as investidas de renovação com o Santos, incluindo a última proposta há alguns dias. Além disso, conforme verificou a reportagem, o atleta disse a amigos que não defenderá mais a equipe da Vila Belmiro.
O jogador está em negociações, atualmente, com dois times: Inter e um clube italiano, que ainda segue em sigilo. Mas Ganso, segundo fontes próximas, deseja atuar no futebol europeu, apesar de ter aprovado a quantia oferecida pela equipe de Porto Alegre - ele chegaria para compensar a iminente saída de Oscar. Os direitos de Paulo Henrique estão divididos entre Grupo Sonda (55%) e Santos (45%).
O Santos ainda desconversa, mas o clima nos bastidores da Vila Belmiro é de incerteza. O próprio Ganso já teria avisado que não quer mais jogar pelo clube, e gerou sentimentos de lamentação e alívio - há diretores que desejam o adeus do meia, que desde o ano passado forçaria tal saída.
Em contato com a reportagem, o presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro não quis falar sobre o tema. "Estou em recesso, por isso não falo sobre transferências para não alimentar as especulações", afirmou o presidente, que, ao ser questionado se ficaria surpreso com o adeus de Ganso ao voltar do recesso, respondeu: "se eu responder isso estaria alimentando algo".
Vale lembrar que, em 2011, o meia foi especulado em diversos times grandes do Brasil. O atleta chegou a, inclusive, aceitar proposta do Corinthians, mas acabou desistindo depois de ver a repercussão negativa que uma ida ao arquirrival poderia gerar. O Inter também tentou a contratação, mas Luis Alvaro conversou com os clubes e pediu ética no caso, o que ajudou a aliviar os ânimos e manteve o meia na Vila.
Fonte: esportes.terra.com.br

Federer conquista hepta em Wimbledon e volta a ser nº1 do mundo


Leon Neal
O tenista suíço Roger Federer sagrou-se aos 30 anos campeão do Grand Slam de Wimbledon pela sétima vez da sua carreira, igualando o recorde do americano Pete Sampras, ao derrotar neste domingo o escocês Andy Murray de virada em quatro sets, com parciais de 4-6, 7-5, 6-3 e 6-4.
Com o triunfo, Federer, terceiro cabeça de chave do torneio londrino, volta à liderar o ranking da ATP, desbancando o sérvio Novak Djokovic, que derrotou nas semifinais.
Assim, ele alcançou outra marca histórica de Sampras, ao passar 286 semanas na posição de número um do mundo. "Estou igualando meu ídolo, este é um momento mágico para mim", comemorou Federer.
Este foi o 17º título do suíço em Grand Slams, sendo que ele não vencia um torneio desta categoria desde a edição de 2010 do Aberto da Austrália. Foi naquele ano que ele perdeu a liderança para o espanhol Rafael Nadal, que foi ultrapassado por Djokovic há um ano, após o sérvio conquistar o título em Wimbledon.
"Joguei perto do meu melhor nível na semifinal e na final. Não poderia ser mais feliz. Eu sentia falta de disputar a final aqui", comentou o suíço.
Já Murray frustrou a expectativa da torcida britânica, que não vê um tenista da casa ser campeão em Wimbledon há 76 anos, com o título de Fred Perry em 1936.
O escocês disputava sua quarta final de Grand Slam, sendo que já havia perdido as duas primeiras para Federer (em 2008 no US Open e em 2010 no Aberto da Austrália) e a outra para Djokovic (em 2011 no Aberto da Austrália).
"Estou ficando mais perto", declarou Murray, de 25 anos, que estava muito emocionado depois da partida. "Antes do jogo, me perguntaram se eu achava que essa seria minha melhor chance pelo fato de Federer já ter 30 anos, mas o problema é que ele não está nada mal para um cara de 30", brincou.
Mesmo com a derrota, o escocês disputou uma final de alto nível e mostrou-se mais agressivo no início da partida. Mais consistente do fundo da quadra, ele levou o primeiro set em 6-4.
No segundo, Murray também começou melhor, teve quatro chances de quebrar o serviço do adversário, mas Federer mostrou a frieza necessária para vencer os pontos importantes e fechou em 7 a 5, logo antes da chuva interromper a partida, que tinha começado com sol.
A final foi retomada 35 minutos depois, tempo necessário para instalar o teto da quadra central.
O momento crucial da partida aconteceu no meio terceiro set, quando Federer conseguiu a quebra após vinte minutos de uma luta acirrada pelo sexto game.
A experiência do suíço, que disputava sua 24ª final de Grand Slam, fez a diferença. O suíço foi muito eficiente no voleio, vencendo 53 dos 68 pontos que disputou quando subiu para a rede.
Após fechar a terceira parcial em 6 a 3 ele salvou um 'break point' no início da quarta e quebrou o saque do britânico no quinto game, com uma linda passada de esquerda.
Federer acabou fechando em 6 a 4, antes de se ajoelhar na grama para comemorar o título, após 3h24 minutos de jogo.
Muitas personalidades prestigiaram a final, entre elas o primeiro-ministro David Cameron, a duquesa de Cambridge, Catherine Middleton, esposa do príncipe William, e o astro do futebol inglês David Beckham, junto com sua esposa, a ex-Spice Girl Victoria.
Fonte: veja.abril.com.br

Facebook e Yahoo encerram disputa nos tribunais e anunciam parceria


(Fonte da imagem: Reprodução/Slashgear)
O Facebook e o Yahoo finalmente entraram em um acordo. Depois de as duas empresas passarem um bom tempo brigando por patentes nos tribunais, elas decidiram ampliar a sua parceria, incluindo publicidadevendas conjuntas e licenciamento de produtos.
Apesar de a negociação não envolver dinheiro no início, a aliança entre os dois gigantes da internet deve render muito no futuro, caso as campanhas conjuntas obtenham sucesso. O acordo também prevê que, a partir de agora, o Yahoo vai disponibilizar os botões “curtir” nos anúncios publicitários.
A batalha nos tribunais começou de forma agressiva, com o antigo CEO da empresa, Scott Thompson, alegando que o Yahoo tinha um forte apoio legal para arrematar alguns bilhões de dólares da rede social. Apesar disso, a disputa foi vista com desconfiança pelo mercado, principalmente depois que o Facebook anunciou que estava preparado para arrastar a briga nos tribunais por muito tempo, encarecendo e complicando o processo. Por isso, um acordo amigável entre as duas empresas é bem visto pelos investidores.
Fonte: AllThingsD


Leia mais em: http://www.tecmundo.com.br/facebook/26336-facebook-e-yahoo-encerram-disputa-nos-tribunais-e-anunciam-parceria.htm#ixzz203cI1qa2

EUA: Um recorde raro e cruel – Por Jimmy Carter, ex-presidente americano







Revelações de que altos funcionários do governo dos EUA decidem quem será assassinado em países distantes, inclusive cidadãos norte-americanos, são a prova apenas mais recente, e muito perturbadora, de como se ampliou a lista das violações de direitos humanos cometidas pelos EUA. Esse desenvolvimento começou depois dos ataques terroristas de 11/9/2001; e tem sido autorizado, em escala crescente, por atos do executivo e do legislativo norte-americanos, dos dois partidos, sem que se ouça protesto popular. Resultado disso, os EUA já não podem falar, com autoridade moral, sobre esses temas cruciais.

Por mais que os EUA tenham cometido erros no passado, o crescente abuso contra direitos humanos na última década é dramaticamente diferente de tudo que algum dia se viu nos EUA. Sob liderança dos EUA, a Declaração Universal dos Direitos do Homem foi adotada em 1948, como “fundamento da liberdade, justiça e paz no mundo”. Foi compromisso claro e firme, com a ideia de que o poder não mais serviria para acobertar a opressão ou a agressão a seres humanos. Aquele compromisso fixava direitos iguais para todos, à vida, à liberdade, à segurança pessoal, igual proteção legal e liberdade para todos, com o fim da tortura, da detenção arbitrária e do exílio forçado.
Aquela Declaração tem sido invocada por ativistas dos direitos humanos e da comunidade internacional, para trocar, em todo o mundo, ditaduras por governos democráticos, e para promover o império da lei nos assuntos domésticos e globais. É gravemente preocupante que, em vez de fortalecer esses princípios, as políticas de contraterrorismo dos EUA vivam hoje de claramente violar, pelo menos, 10 dos 30 artigos daquela Declaração, inclusive a proibição de qualquer prática de “castigo cruel, desumano ou tratamento degradante.”
Legislação recente legalizou o direito do presidente dos EUA, para manter pessoas sob detenção sem fim, no caso de haver suspeita de ligação com organizações terroristas ou “forças associadas” fora do território dos EUA – um poder mal delimitado que pode facilmente ser usado para finalidades autoritárias, sem qualquer possibilidade de fiscalização pelas cortes de justiça ou pelo Congresso (a aplicação da lei está hoje bloqueada, suspensa por sentença de um(a) juiz(a) federal). Essa lei agride o direito à livre manifestação e o direito à presunção de inocência, sempre que não houver crime e criminoso determinados por sentença judicial – mais dois direitos protegidos pela Declaração Universal dos Direitos do Homem, aí pisoteados pelos EUA.
Cenas de abusos em Guantánamo em Cuba

Além de cidadãos dos EUA assassinados em terra estrangeira ou tornados alvos de detenção sem prazo e sem acusação clara, leis mais recentes suspenderam as restrições da Foreign Intelligence Surveillance Act, de 1978, para admitir violação sem precedentes de direitos de privacidade, legalizando a prática de gravações clandestinas e de invasão das comunicações eletrônicas dos cidadãos, sem mandato. Outras leis autorizam a prender indivíduos pela aparência, modo de trajar, locais de culto e grupos de convivência social.
Além da regra arbitrária e criminosa, segundo a qual qualquer pessoa assassinada por aviões-robôs comandados à distância (drones) por pilotos do exército dos EUA é automaticamente declarada inimigo terrorista, os EUA já consideram normais e inevitáveis também as mortes que ocorram ‘em torno’ do ‘alvo’, mulheres e crianças inocentes, em muitos casos. Depois de mais de 30 ataques aéreos contra residências de civis, esse ano, no Afeganistão, o presidente Hamid Karzai exigiu o fim desse tipo de ataque. Mas os ataques prosseguem em áreas do Paquistão, da Somália e do Iêmen, que sequer são zonas oficiais de guerra. Os EUA nem sabem dizer quantas centenas de civis inocentes foram assassinados nesses ataques – todos eles aprovados e autorizados pelas mais altas autoridades do governo federal em Washington. Todos esses crimes seriam impensáveis há apenas alguns anos.
Essas políticas têm efeito evidente e grave sobre a política exterior dos EUA. Altos funcionários da inteligência e oficiais militares, além de defensores dos direitos das vítimas nas áreas alvos, afirmam que a violenta escalada no uso dos drones como armas de guerra está empurrando famílias inteiras na direção das organizações terroristas; enfurece a população civil contra os EUA e os norte-americanos; e autoriza governos antidemocráticos, em todo o mundo, a usar os EUA como exemplo de nação violenta e agressora.
Simultaneamente, vivem hoje 169 prisioneiros na prisão norte-americana de Guantánamo, em Cuba. Metade desses prisioneiros já foram considerados livres de qualquer suspeita e poderiam deixar a prisão. Mas nada autoriza a esperar que consigam sair vivos de lá. Autoridades do governo dos EUA revelaram que, para arrancar confissões de suspeitos, vários prisioneiros foram torturados por torturadores a serviço do governo dos EUA, submetidos a simulação de afogamento mais de 100 vezes; ou intimidados sob a mira de armas semiautomáticas, furadeiras elétricas e ameaças (quando não muito mais do que apenas ameaças) de violação sexual de esposas, mães e filhas. Espantosamente, nenhuma dessas violências podem ser usadas pela defesa dos acusados, porque o governo dos EUA alega que são práticas autorizadas por alguma espécie de ‘lei secreta’ indispensável para preservar alguma “segurança nacional”.
Muitos desses prisioneiros – mantidos em Guantánamo como, noutros tempos, outros inocentes também foram mantidos em campos de concentração de prisioneiros na Europa – não têm qualquer esperança de algum dia receberem julgamento justo nem, sequer, de virem a saber de que crimes são acusados.
Em tempos nos quais o mundo é varrido por revoluções e levantes populares, os EUA deveriam estar lutando para fortalecer, não para enfraquecer cada dia mais, os direitos que a lei existe para garantir a homens e mulheres e todos os princípios da justiça listados na Declaração Universal dos Direitos do Homem. Em vez de garantir um mundo mais seguro, a repetida violação de direitos humanos, pelo governo dos EUA e seus agentes em todo o mundo, só faz afastar dos EUA seus aliados tradicionais; e une, contra os EUA, inimigos históricos.
Como cidadãos norte-americanos preocupados, temos de convencer Washington a mudar de curso, para recuperar a liderança moral que nos orgulhamos de ter, no campo dos direitos humanos. Os EUA não foram o que foram por terem ajudado a apagar as leis que preservam direitos humanos essenciais. Fomos o que fomos, porque, então, andávamos na direção exatamente oposta à que hoje trilhamos.
Tradução: Vila Vudu
Artigo de Jimmy Carter, Prêmio Nobel, 39º presidente dos EUA
Fonte: navalbrasil.com

sábado, 7 de julho de 2012

Sobre a Condição Mecânica



Em 1962, era lançado o livro ‘Laranja Mecânica’, de Anthony Burgess, que ganhou grande notoriedade com o lançamento do filme homônimo em 1971, sob a direção de Stanley Kubrick.  Embora décadas tenham se passado desde então, as temáticas abordadas pela obra original e pela sua adaptação cinematográfica – dentre as quais figuram o livre-arbítrio e o condicionamento psicológico – permanecem ainda extremamente atuais. Sinal claro disso é a publicação, na edição do mês passado da The New Yorker, de uma seção aberta a comentários de Burgess.
O título da matéria, ‘The Clockwork Condition’ – algo como ‘A Condição Mecânica’ – faz referência à obra mais famosa do autor e ressalta as suas muitas preocupações que serão trabalhadas ao longo do texto, dentre as quais, os perigos e os dilemas morais pertinentes ao condicionamento humano. Burgess começa fazendo uma sinopse de sua obra. Trata-se da trajetória de um delinquente, Alex, que aterroriza as ruas de uma grande cidade à noite, roubando, vandalizando, estuprando e, eventualmente, matando. Ele é preso e punido, mas o Estado não se contenta meramente com a sua prisão e decide aplicar ao anti-herói uma terapia de aversão, que comprovadamente eliminaria quaisquer propensões criminais para sempre.
Alex é, assim, submetido a sessões de terapia, nas quais são injetadas nele substâncias que provocam fortíssimas náuseas, enquanto é forçado a assistir a cenas de violência ao som de música clássica. Conforme esperado, o resultado desse procedimento é que logo ele não consegue mais contemplar cenas de violência sem se sentir desesperadamente mal. Além disso, como o seu desejo sexual sempre esteve associado a traços de agressão, ele não mais consegue ver uma desejável parceria sexual sem ficar enjoado. O tratamento chega até mesmo a privá-lo de um dos seus maiores prazeres: ouvir as sinfonias de Beethoven, que Alex também passa a associar ao seu enorme mal-estar.
É nesse ponto que Burgess, na matéria da The New Yorker, conclui o óbvio – por mais que se queira, homens não são máquinas, e há uma grande dificuldade em isolar alguns impulsos de outros. Para o autor, o Estado passa dos limites quando inibe o prazer experimentado por Alex ao som daquilo que ele considerava a sublimação do belo: a música. Ao tentar inibir instintos violentos, o aparato estatal buscava livrar a sociedade de uma constante ameaça; já a eliminação do seu prazer em ouvir musica clássica em nada melhoraria a sociedade, figurando como um terrível efeito colateral.
É justamente ao som da Nona Sinfonia que Alex, enlouquecido, tenta se suicidar. Diante dessa situação, segmentos da sociedade se compadecem e Alex é submetido a outro tipo de terapia, que o restaura à sua condição anterior de ‘liberdade’. Ao final do romance, o protagonista imagina outros mais elaborados padrões de violência – o curioso, porém, é que Burgess ressalta a sua intenção de que esse fosse um final feliz. Explica-se: seria melhor ser uma pessoa má pelo livre-arbítrio do que ser uma pessoa boa através de lavagem cerebral científica.
O ponto do condicionamento humano, que Burgess chama de lavagem cerebral científica, é justamente um dos mais interessantes e relevantes para os tempos atuais abordados na história. É também em relação a isso que o autor dialoga com B. F. Skinner, na obra deste último ‘Para Além da Liberdade e da Dignidade’. Para Skinner, haveria inúmeros benefícios em um condicionamento positivo do ser humano – ou seja, haveria vantagens utilizando-se apenas estímulos positivos em resposta a comportamentos desejados. Segundo ele, seria evidente que o comportamento humano precisaria mudar; e, para isso, seria também necessário o que chamou de tecnologia de comportamento humano.
O que importaria, portanto, seria a exteriorização do ser humano, particularmente aquilo que faz um item do seu comportamento levar a outro. É em relação a essa exteriorização que o condicionamento positivo agiria: levaria a respostas instintivas condicionadas, não a reações racionais. No argumento de Skinner, apenas o condicionamento negativo transformaria o protagonista de ‘Laranja Mecânica’ em um modelo nauseado de não agressão.  Estabelece-se, assim, um diálogo entre Skinner e Burgess – o primeiro defende a técnica e toma-a como necessária para a sobrevivência da humanidade; o segundo repudia-a em suas versões positiva e negativa, preferindo preservar o campo de escolhas a ceder às mecanicidades do behaviorismo.
Embora a matéria de Burgess adentre algumas outras discussões profundas e dialogue também com outros autores – a exemplo de George Orwell, em seu ‘1984’, trabalhando a o caráter intolerável do fardo de escolher –, aqui o foco será o condicionamento humano. Tal escolha se dá pela pertinência dessa discussão em relação a um assunto já debatido no ERA, em textos de Roberta Avillez e Bennett Foddy  (este último em tradução autorizada): a gamificação. Trata-se de uma tendência de introduzir mecanismos de games na interação de setores da sociedade – tais como o empresarial – com a população.
Por esses mecanismos, pequenas recompensas são distribuídas às pessoas quando elas têm um comportamento desejado; estabelece-se uma espécie de competição entre o público-alvo, com o vencedor sendo aquele que acumulou mais recompensas por agir de um modo valorizado por quem promove esse ‘jogo’ na vida real. Em última instância, o que está em disputa é uma forma de condicionamento humano: apela-se para os instintos mais competitivos do ser humano, de forma que ele busque se destacar no processo e, para isso, aja conforme o esperado para acumular pequenas recompensas.
A gamificação já vem sendo questionada atualmente, especialmente em relação ao seu uso constante pelas grandes corporações. Conforme trabalhado nos textos citados sobre o assunto, parece haver um dilema moral em relação ao uso dessa estratégia para atingir determinados fins. Enquanto a preocupação em relação à gamificação corporativa reside no fato de as pessoas serem condicionadas a fazerem o que seria mais benéfico para as empresas, preocupação semelhante é expressa em ‘Laranja Mecânica’ quanto ao uso do condicionamento pelo governo, mesmo que visando o bem da sociedade.
Seja em uma ou em outra situação, o que está em debate é o limite entre a liberdade de escolher e a resposta mecanicamente condicionada – em uma referência ao título da obra mais famosa de Burgess, a fronteira entre a organicidade do ser humano e a mecanização que se tenta impor a ele. Kubrick, diretor da adaptação cinematográfica desse livro, trata o mesmo como uma sátira social referente à questão da psicologia behaviorista e do condicionamento psicológico como novas armas para um governo totalitarista impor vasto controle sobre os cidadãos e os transformar em pouco mais que robôs.
A referência de Kubrick aos governos totalitários parece se estender a várias esferas do mundo contemporâneo – se o pensamento da época de lançamento do filme era marcado pela preocupação com o totalitarismo, o de hoje volta-se para um condicionamento cada vez maior implantado pelos mais diversos setores sociais, como mostra a questão da gamificação. Parece propício que, logo no início de sua matéria da The New Yorker, Burgess tenha situado o período em que se passa ‘Laranja Mecânica’ da seguinte forma: ‘This city could be anywhere, but I visualized it as a sort of compound of my native Manchester, Leningrad, and New York. The time could be anytime, but it is essentially now’.(Tradução nossa: Essa cidade poderia estar em qualquer lugar, mas eu a visualizei como um misto da minha Manchester natal, Leningrado e Nova Iorque. O tempo poderia ser qualquer um, mas é essencialmente o atual)
Referência:
Anthony Burgess, “The clockwork condition”, The New Yorker, 4 de junho de 2012.
Fonte: era.org.br

Conheça Scott Cleland, o inimigo nº 1 do Google


O Google está em todo lugar e sabe o que você está fazendo agora. Conheça o homem que já escreveu um livro e depôs no Senado americano contra uma das empresas mais admiradas no mundo

por João Mello
Editora Globo
Depois não vai falar que o Scott não te avisou... //Crédito: Reprodução
Imagine a internet como um planeta. Imagine que esse planeta está sob domínio de um ditador malévolo, um facínora completamente louco por poder e onipresente. Medonho, não? E se esse tirano soubesse tudo – absolutamente tudo – sobre você? Não haveria escapatória. Esse cenário apocalíptico não é uma previsão aterradora do futuro, mas uma constatação empírica sobre o que estamos vivendo nesse exato segundo. Ao menos na visão de Scott Cleland.
O economista norte-americano dedica sua vida a mostrar que o Google não é a empresa boazinha que o senso comum costuma crer. Ele diz que nenhuma empresa em toda a História foi tão poderosa e ao mesmo tempo tão repleta de interesse de conflitos. Pra ficar com um exemplo: eles acham o que você procura, mas, sempre que possível, os primeiros resultados serão de produtos do próprio Google. E isso quase sempre é possível: “Eles já criaram, literalmente, 500 produtos em quase todas as áreas que você pode imaginar. E acham que ninguém pode fazer melhor que eles ”ele diz. A arrogância com que trata os concorrentes, a própria ausência de concorrentes – “95% dos brasileiros fazem buscas pelo Google!” – e a falta de transparência em relação ao que, afinal, eles vão fazer com informações pessoais de bilhões de pessoas, são os principais alvos de Scott.
Ele mesmo não consegue fugir da gigante da internet em seu dia a dia. “O Google é brilhante e muito inovador. Não digo para as pessoas não utilizarem. Só digo para não confiarem”, ele diz com bastante frequência. Agora em julho chegou ao Brasil o livro de Scott: “Busque e Destrua”. A obra é uma compilação, item por item, de notícias, estatísticas, processos jurídicos e curiosidades que mostram o lado escuro da empresa. Se a opinião de Scott às vezes resvala na típica paranóia ianque, é porque o tamanho do poder do Google dá margem pra isso. Muita margem.
Confira abaixo como foi nossa conversa com Scott: 

Antes de começar a entrevista, você comentou que o Google acha que todos nós somos idiotas. Por que você diz isso?

Scott Cleland: O Google acredita que sabe tudo. Eles são brilhantes, muito inovadores, fazem coisas maravilhosas. O problema é que eles são muito arrogantes e acreditam que sabem o que é melhor para todo mundo. Você vê o Google criando produtos em quase todas as direções: eles acham que tudo que os outros já fizeram, eles podem fazer melhor. E, de fato, eles fizeram algumas inovações espetaculares...
Quais seriam essas coisas maravilhosas, que você admira o Google por ter feito?
Scott Cleland: Bem, eles já criaram, literalmente, 500 produtos em diversas áreas: e-mail, livros, vídeos, viagens. Agora, até um carro que se auto- dirige eles querem fazer! Sequenciamento de DNA, impressão digital, reconhecimento facial...quase tudo que você conseguir pensar, o Google estará trabalhando naquilo. E, normalmente, eles acham que ninguém faz essas coisas melhor que eles.
E isso não é verdade?
Scott Cleland: Não. Essa arrogância é que cria muitos problemas. Tem uma palavra em inglês, hubris (confiança excessiva), que eu chamo de goobris. Eles são a empresa mais ambiciosa e prepotente que nós já vimos.
Imagino que você ouça essa pergunta o tempo todo, mas eu não posso deixar passar a oportunidade. Quando você precisa procurar por algo na internet, a que site você recorre?
Scott Cleland: Normalmente eu uso Bing. Se mesmo assim eu não achar, posso dar um Google. Eu não digo que o Google é de todo o ruim, o ponto é que eles só contam o lado bom. E tem um lado ruim, tem muitas coisas erradas. E o meu livro é o primeiro a contar o outro lado da coisa. Não estou dizendo que as pessoas nunca devem usar o Google: elas não podem é confiar no Google.
E se você está na frente de um computador e bate aquela vontade de ver um vídeo, ouvir uma música. Como você foge do Youtube?
Scott Cleland: Se só está no Youtube e eu não me importo que o Google saiba, eu assisto lá mesmo. Acontece que as pessoas precisam saber que o Google grava tudo. A internet é uma imensa máquina de copiar e tudo que fazemos na internet o Google pode rastrear, de um jeito ou de outro. O problema é que eles foram os primeiros a perceber que a internet pode copiar tudo. E daí, a missão deles é organizar toda a informação do mundo. Isso inclui sua informação privada, sua propriedade privada. E eles não pedem sua permissão pra isso.
Você pode explicar qual o critério usado pelo Google para mostrar os resultados de busca?
Scott Cleland: Eles sabem o que você procurou antes, quais sites entrou, o que você leu, quais notícias você deu uma olhada. Eles sabem tudo sobre você: o que você quer, o que você pensa, o que você assiste, o que você quer fazer, aonde você quer ir. Eles sabem tudo isso, então os seus resultados não serão iguais aos meus. Isso pode ser bom, mas pode ser ruim. Há quem não ligue para a privacidade, mas os que se importam não têm a opção de tê-la.  
Editora Globo
Quando você cria uma conta no Gmail, em nenhum momento aparece um pedido de autorização para isso tudo?
Scott Cleland: Bem, originalmente, o Google tinha uma configuração de privacidade para cada produto seu. Em janeiro, eles unificaram tudo. A razão pela qual a União Europeia e alguns estados dos EUA estão reclamando é que não foi oferecida ao usuário a opção de recusar isso. Eles dizem “agora vou combinar todas as informações que tenho a seu respeito” e não te deixam dizer não. Eles deveriam deixar.
Se eu deletar minha conta no Gmail, aquela informação toda será, de fato, apagada?
Scott Cleland: Nós não sabemos. Quando Google coleta a informação do mundo todo, eles fazem três cópias. Então, não sabemos se eles apagam todos esses dados.
E como o Google usa minhas informações para lucrar?
Scott Cleland: Eles estão no ramo da propaganda. Eles gostam de dizer que trabalham para os usuários, mas usuários não pagam nada pra ele. Não há nada errado com o ramo da publicidade. Mas eles dizem “Nós somos éticos, somos confiáveis, nosso slogan é: Dont´Be Evil (Não seja mau)”. Porém, eles têm um histórico de fazer muitas, muitas coisas erradas. Eles dizem que não tem um conflito de interesses, mas nenhuma empresa, em toda a História, teve mais conflitos de interesse do que eles.
Então eles pegam o mercado de propagandas, juntam com todas as informações do mundo e criam um negócio novo?
Scott Cleland: Exato. E o problema é que eles são um monopólio global: 95% dos brasileiros fazem busca pelo Google. Ou seja: o mercado de buscas é totalmente controlado por eles. O Google está sendo investigado por autoridades antitruste nos EUA, Europa, Índia, Coreia do Sul, Argentina e também há algumas reclamações aqui no Brasil. Os produtos do Google são os primeiros a aparecer na lista de resultados. Por que isso é importante? Os dois primeiros resultados pegam 50% do mercado. O mundo inteiro fica com o resto. O povo brasileiro deve se perguntar: nós queremos que nossa cultura seja filtrada e organizada pelo Google?
Você consegue nos dar uma noção da quantidade de informação coletada pelo Google?
Scott Cleland: É difícil até de imaginar, mas deixe eu colocar dessa maneira: toda a informação que já foi criada no mundo, do início dos tempos até o ano 2000, tinha 5 petabytes de tamanho. O Google copia 5 PB de informação a cada dois dias. As pessoas não têm ideia de como essa informação é poderosa.
Qual o próximo grande passo do Google?
Scott Cleland: O próximo grande lance é bem perturbador: o nome é Google Now. Agora que eles têm informações de todo mundo, eles acham que pode ser útil dizer o que você deve fazer. Isso pode ser uma boa ideia para várias situações. Você está aqui e quer uma pizza: onde está a pizzaria mais próxima? Isso poderia ser algo simples e prestativo, mas eles também podem te dizer que emprego você deveria ter, o que você deveria fazer hoje. Isso pode ser muito perturbador quando eles sabem tudo sobre você. Eles podem sugerir :“Sabe, aquele amigo seu está logo ali do lado. Você não quer encontrá-lo?”. O CEO da Google disse que a política deles é chegar em cima da linha do perturbador e não ultrapassá-la. Bem, eles cruzam essa linha – e muito! E se eles resolverem decidir em quem você deveria votar? Ou como você deveria usar o dinheiro da sua aposentadoria? Eles podem dizer para você investir em uma empresa...que tal o Google?
O quão perturbador o Google Now pode ser?
Scott Cleland: Ninguém se dá conta de quanta informação eles têm. O que você faz, quais suas amizades, o que você assiste, o que você lê, onde você estava, para onde você pretende ir. É o tipo de informação que a União Soviética sonhava em ter: quais suas visões políticas, seus amigos. Eles têm mais informações sobre eleitores do que qualquer outro órgão. Se eles quiserem, eles podem vender essas informações e manipular uma eleição. Eles podem não fazer isso, mas têm o poder de fazer: e o poder é algo muito tentador de se usar quando você está sendo investigado pelas autoridades. Faz sentido, não faz?
Fonte: revistagalileu.globo.com

Gabriel Garcia Márquez: o outono de um gênio


Por Mauro Santayana
Entre outras dívidas que tenho para com a memória de Jorge Amado está a de ele me ter apresentado, em 1972, em Bad Godesberg, a Gabriel Garcia Márquez. Era um encontro de escritores latino-americanos, patrocinado pelo governo alemão, que eu cobria para este Jornal do Brasil, e pude conhecer, também ali, o genial gualtemateco Miguel Angel Astúrias. Dissera a Jorge de minha admiração por Cién años de soledad, ao manifestar a minha timidez diante do gênio. Jorge sorriu e me confidenciou: “o escritor escreve para ser admirado. Vamos conversar com ele”. Assim, conversamos algum tempo com Gabriel. Ele já se encontrava no planalto de sua glória. Era ainda muito jovem, e exibia, aos 44 anos, o bigode um pouco grisalho.
Gabriel Garcia Márquez
Gabriel Garcia Márquez
Gabriel foi extremamente amável e me disse que éramos colegas. Colegas no jornalismo, o que o autorizava a ver-me também como escritor. O bom jornalismo é sempre boa literatura, disse. E quem não sabe escrever, não faz literatura, nem jornalismo. Só pode ser considerado jornalista ou escritor aquele que vive do que escreve. Ele me surpreendeu pelo bom humor. Antes Astúrias me impressionara pela sobriedade. Enfim, entre um e outro, havia quase trinta anos de diferença.
Não o vi em Praga, quando ali encontrei, em dezembro de 1968, Carlos Fuentes e Julio Cortazar. Ele, naquela noite — que foi a do AI-5 no Brasil — era convidado especial de Milan Kundera. Eles, juntamente com Jean Paul Sartre, haviam sido convidados pelos intelectuais tchecos, para assistir à premiére de Les Mouches, a peça doescritor francês.
Leio, agora, em El Pais, que seu irmão mais moço, Jaime Garcia Márquez, que vive em Cartagena de Índias, conversa com o escritor, pelo telefone, quase todos os dias. A pedido de Gabriel, fala do passado que o irmão está perdendo. O escritor transita em seu labirinto, e o tênue fio de Ariadne é a voz do irmão. Não teremos mais notícias novas do mundo fabuloso que ele criou, tendo como centro a instigante Macondo.
Gabriel está com demência senil, um dos sinônimos da doença de Alzheimer. Com a memória, ele perdeu também as letras. Não escreverá mais — de acordo com a dolorosa conclusão do irmão. Mas ainda o teremos com vida: é o consolo que nos dá Jaime Garcia Márquez. Enquanto procurar o passado, Gabriel, de um mundo que se esvazia, estará voltando ao mundo que criou.
Em Roma, em 1987, José Saramago, outro que deixou o jornalismo pela literatura, me disse que gostaria de morrer quando estivesse buscando a frase ideal para colocar na boca de um personagem estúpido: “Quando não conseguir mais isso, estará na hora de morrer”. Mas Saramago era homem de uma Europa sempre angustiada. Gabriel é homem de nossa América, e, por isso, insiste em recuperar a vida que se esmaece, porque na vida, em nossa geografia humana, sempre habita a alegria da esperança. 
Fonte: Jornal do Brasil

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