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SÃO LUÍS, MARANHÃO, Brazil

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Sobe para 49 número de mortos em acidente de trem em Buenos Aires


AE
Um ferido é transportado para atendimento após o acidente - Damian Dopacio/Efe
Damian Dopacio/Efe
Um ferido é transportado para atendimento após o acidente
BUENOS AIRES - Pelo menos 49 pessoas morreram em um acidente com um trem cheio de passageiros que bateu na movimentada estação ferroviária Once, em Buenos Aires, nesta quarta-feira, 22. A informação é do jornal argentino Clarín, que cita o porta-voz da polícia local como fonte. De acordo com o diário, uma jornalista viu a retirada dos primeiros corpos.
De acordo com agências de notícias, o número de feridos é de 675 pessoas. Mais cedo, o secretário dos Transportes local, J.P. Schiavi, falava em 340 feridos. O Clarín, contudo, fala em mais de 600 feridos. Segundo a Embaixada do Brasil em Buenos Aires, não há informações sobre brasileiros entre os mortos ou feridos até o momento.
Aparentemente, o trem chegou ao local em alta velocidade e bateu contra a barreira no final da plataforma, danificando seriamente o primeiro e segundo carros da composição. "Ainda há pessoas presas nos destroços, pessoas vivas e pode haver mortos. Mas não sabemos se há mortos" nas ferragens, declarou Schiavi, mais cedo, aos jornalistas.
O trem estava a cerca de 20 quilômetros por hora quando atingiu a barreira, declarou Schiavi. Um dos carros entrou seis metros dentro do outro, disse ele. O carro mais atingido foi o primeiro, onde os passageiros podem levar bicicletas. Sobreviventes disseram ao canal Telenotícias que muitas pessoas ficaram feridas num amontoado de metal e vidro.
Passageiros disseram que janelas explodiram quando o teto do trem se separou do restante do carro. Os trens costumam estar cheios neste horário, com pessoas em pé entre os assentos. Muitas foram jogadas umas contra as outras e caíram no chão com o impacto da batida.
Várias pessoas sofreram escoriações e ferimentos leves e ainda esperavam socorro na plataforma da estação, enquanto helicópteros e mais de uma dezena de ambulâncias levavam os feridos mais graves para hospitais próximos.
Fonte: Estadão.com.br

Tragédia do Jet-Ski: a imprensa seletiva



Por Sylvia Debossan
Toda vez que um adolescente preto e pobre comete um crime, os jornais se assanham com manchetes incitando o “debate” em torno da redução da idade para imputabilidade penal. (As aspas estão aí porque, numa situação de comoção, evidentemente inexistem as condições elementares para qualquer debate merecedor desse nome).
Não deixa de ser curioso verificar que o comportamento da imprensa é completamente distinto quando o crime – perdão: o ato infracional – é cometido por adolescentes de classe média ou alta.
O caso mais recente foi o desse rapaz que perdeu o controle do jet-ski e acabou matando uma menina de 3 anos que brincava à beira do mar de Guaratuba, em Bertioga (SP). (Não sei se vale a pena comentar o argumento de seu advogado, de que o jovem apenas ligou o aparelho, que saiu desembestado pela praia. Inclusive porque ele dá declarações contraditórias à sua tese).
Em situações assim, não passa pela cabeça de ninguém pedir o rebaixamento da maioridade penal, ou invocar qualquer alteração no Estatuto da Criança e do Adolescente, aliás lembrado apenas em sua face punitiva, quando o espírito da lei é francamente favorável à proteção da infância e da adolescência, expostas, sobretudo em situação de pobreza, a todo tipo de violência.
“Menores de outro tipo”
O motivo é simples: é que a imprensa é tão seletiva quanto o sistema penal, cuja “clientela” todos sabemos qual é.
Bem a propósito, reportagem publicada no portal UOL traz uma notável declaração de um advogado. Diz o texto:
“O homicídio culposo (sem intenção de matar), como está sendo tratado o caso, não levaria o ocupante do jet ski à internação na Fundação Casa –que lida com menores no Estado de São Paulo. ‘Fundação Casa se aplica a menores de outro tipo, que cometem ações ilegais deliberadamente. Não parece ser o caso’, afirma o advogado Jonatas Lucena, especialista em casos como esse”.
Definição mais precisa, impossível. Claro, há vários tipos de menores, e a Fundação Casa é para um tipo bem específico: essa negrada descendente da senzala.
Nem se discuta se esse menor “de outro tipo”, branco e bem nascido, cometeu deliberadamente a ação ilegal de se exibir com sua máquina à beira da praia. Tampouco se indague quantos menores desse tipo que cometem crimes – perdão: atos infracionais – violentos foram parar em instituições como a Fundação Casa.
Dois pesos...
Mas, antes que se pense o contrário, esclareço que não vai aqui qualquer defesa da redução da idade para imputabilidade penal. Pelo contrário, sou radicalmente contra o encarceramento – de modo geral – como solução de conflitos. O objetivo aqui foi estritamente apontar as diferenças do tratamento jornalístico conforme a origem social dos infratores. O que, aliás, não é novidade para quem sabe da orientação ideológica da grande imprensa.
E antes que se diga que o episódio do jet-ski assassino não se compara a crimes como os que vitimaram o menino João Hélio, o casal de namorados Liana Friedenbach e Felipe Caffé ou a empresária Ana Cristina Johannpeter, lembro do índio Galdino, incendiado em Brasília por um grupo de rapazes da juventude dourada da capital, um deles menor de idade. A cobertura da imprensa, em geral, foi enfática na denúncia da barbárie, mas, também ali, ninguém pensou em propor alterações no ECA.
***
[Sylvia Debossan Moretzsohn é jornalista, professora da Universidade Federal Fluminense, autora de Pensando contra os fatos. Jornalismo e cotidiano: do senso comum ao senso crítico (Editora Revan, 2007)]
Fonte: Observatório da Imprensa

Motel do Recife cria “unidade móvel” para seus clientes


O delivery do amor ganha as ruas do Recife
UM CAMINHÃO COM O SEU COMPARTIMENTO DE CARGAS TRANSFORMADO NUMA SUÍTE ESTÁ À DISPOSIÇÃO DE QUEM QUER INCLUIR MAIS OPÇÕES NA CONHECIDA SEQUÊNCIA “NA RUA, NA CHUVA, NA FAZENDA OU NUMA CASINHA DE SAPÊ”
 O delivery do amor ganha as ruas do Recife
A célebre frase “sexo não tem hora nem lugar” foi levada ao pé da letra por um empresário do ramo de motéis do Recife, que, após ver seus concorrentes investirem no parcelamento – em até seis vezes – da estadia em estabelecimentos como esse, apostou num serviço diferenciado: o delivery. Um caminhão com o seu compartimento de cargas transformado numa suíte está à disposição de quem quer incluir mais opções na conhecida sequência “na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê”. O resultado? O inusitado estabelecimento tornou-se, em menos de um dia, num sucesso absoluto que acumula reservas para os próximos dois meses.
“O telefone não para de tocar. Não tem nem como agendar mais agora”, revelou a gerente do Motel Senzala, Lucy Oliveira. “Para um novo pedido, só se for por encaixe”, completou. O interessado em aproveitar a estrutura precisa desembolsar a bagatela de R$ 1.200,00 para desfrutar da unidade volante. O valor corresponde a uma diária ou pernoite na suíte motorizada. Bem acima da média de preços cobrados pela ocupação das suítes do estabelecimento tradicional, que ficam entre R$ 29,00 e R$180,00.
“Nasceu de uma ideia de levar essa opção para locais sem muita estrutura, como vaquejadas, por exemplo. Lá, não há estabelecimentos com esse conforto e as pessoas não têm onde relaxar”, atestou o proprietário e idealizador da unidade “móvel, Aécio Araújo, que brinca: “Mas, a maior utilização vai ser do dono mesmo”.
A unidade móvel conta com elementos tradicionais de uma suíte de motel: “Temos cama, geladeira, banheiro com água quente… É como um quarto tradicional, que só não tem ainda o serviço de alimentação”, revela Aécio Araújo. Ao contratar o caminhão do amor, o consumidor conta com motorista, para guiar o veículo pelo trajeto escolhido, e uma camareira, para a higienização do espaço.
Para garantir a tranquilidade de quem está em seu interior, o motel-móvel ainda conta com a patrulha realizada por uma renomada empresa de segurança. “Temos um convênio com a Nordeste Segurança de Valores. Eles acompanham o nosso caminhão ou ficam parados, durante o pernoite”, detalhou o proprietário.
Curiosamente, o serviço ainda não estava disponível até ontem. Porém, o fato do motel-volante circular, nos últimos dias, pelas ruas do Recife, guiado pelo próprio proprietário, despertou o interesse de muitos curiosos, que querem aproveitar a facilidade de não precisar se dirigir a um espaço como esse. Um usuário do Facebook postou em seu perfil uma foto do caminhão-motel. Em pouquíssimo tempo o link foi compartilhado por outros 600 surpresos com a iniciativa. A maior parte não acreditava na existência da alternativa, encarando-a como mais uma brincadeira disposta na web.
O publicitário Bruno Santos explica que a ação de divulgar o produto antes da liberação do serviço é uma tática que comum para aferir o alcance do que se quer vender. “É um viral. Uma sacada fantástica que possibilita o sucesso do produto ou serviço antes que ele chegue às ruas. Se não tiver aceitação, pode até não ser lançado”, revelou o profissional.
Contudo, apesar da euforia com a repercussão positiva, a própria gerente do Motel Senzala ainda não sabe se a unidade volante poderá oferecer o serviço pelas ruas do Recife. “A gente ainda vai ver se é legal”, indicou Lucy Oliveira.
Para esclarecer a dúvida sobre a legalidade do caminhão do amor, o PE247 procurou o advogado especializado em Direito Constitucional Marcelo Labanca. O jurista afirmou que, talvez, haja a prática sexual no veículo possa implicar em ultraje público ao pudor. Porém, há precedentes que podem favorecer a prestação desse serviço.
“Há um precedente, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), de um casal que foi preso por supostamente praticar sexo dentro de um carro, com os vidros fechados, numa rua escura, debaixo de chuva. O policial, que estava no loca, entendeu que o balançado do carro indicava isso. Mas, o STJ mandou soltar os dois, alegando que houve suposição do policial”, contou Marcelo Labanca.
Enquanto não há definição sobre a legalidade do motel-delivery, o caminhão do amor segue desfilando pelas ruas do Recife. Quem quiser fazer a sua reserva pode ligar para o telefone: 3268-5858. E viva a criatividade!
Fonte: Pernambuco247/Vip News

STJ: planos não podem fixar limite de despesa


Os planos de saúde não podem estabelecer limite máximo de gastos com internações em hospitais nem prazo máximo de permanência do segurado, segundo definiu o STJ (Superior Tribunal de Justiça). Os ministros da Quarta Turma do STJ entenderam, por unanimidade, que esse tipo de cláusula é abusiva. A decisão não vincula as demais instâncias da Justiça, mas abre precedente para situações semelhantes.

A decisão é da semana passada, mas foi divulgada apenas nesta quarta-feira pelo STJ. Os ministros analisavam o recurso da família de uma mulher que ficou dois meses internada na UTI (unidade de terapia intensiva) devido a um câncer de útero. No décimo quinto dia de internação, a seguradora queria suspender o pagamento alegando que havia sido atingido o limite do contrato de R$ 6.500. Uma liminar garantiu que a empresa continuasse arcando com os gastos até que a mulher morreu.

A cláusula que colocava limite de gasto foi mantida pelo juiz de primeiro grau e pelo TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo), que entenderam que o contrato era claro ao estabelecer a restrição e que a adesão foi uma opção da segurada. No entanto, os ministros do STJ reverteram a decisão alegando, principalmente, que o valor da cobertura é muito reduzido.

Para o relator, ministro Raul Araújo, a saúde humana não pode ficar sujeita a limites como acontece em um seguro de carro. Ele também lembrou que a legislação da época vedava a limitação desses tipos de prazos. Os ministros também decidiram fixar o valor de R$ 20 mil de dano moral devido à aflição que o episódio causou na paciente e em sua família.

Fonte: Band News

Ilusão de ótica

Essa ilusão de ótica nos dá a falsa sensação de estarmos diante da figura de um quadrilátero perfeito (como um cubo) em movimento à frente de um fundo branco. Mas será que é isso mesmo? Observe!

‘Renúncia não garante inelegibilidade pela lei da Ficha Limpa'

Entrevista com Marlon Reis, juiz de direito no Maranhão, membro do Comitê Nacional do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e um dos redatores da minuta da lei da Ficha Limpa.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Gravadoras não devem ser as donas dos artistas, diz Peter Gabriel


O músico inglês, atualmente com 62 anos, foi fundador da banda Genesis e um expoente da fusão entre música e outras tecnologias.


Peter Gabriel tinha 17 anos quando fundou a banda Genesis, em 1967. Dez anos depois, iniciava uma carreira solo de sucesso, marcada pela experimentação de novas técnicas, equipamentos e instrumentos nas gravações. Seus trabalhos envolvem a criação de ambientes musicais ricos, acompanhados de um trabalho visual elaborado, tanto nas performances ao vivo quanto nos videoclipes. Um exemplo é o famoso Sledgehammer, de 1986.
Atualmente com 62 anos, o músico inglês confessa que anda mais envolvido em causas políticas que em projetos musicais. Defende que as gravadoras precisam ser prestadoras de serviços e não donas dos artistas. E acredita que os governantes sofrem muitas influências que tendem a corrompê-los. Veja a entrevista completa no vídeo! Clique aqui: Link para a entrevista com Peter Gabriel

Fonte: Globo News

Beija a flor do "panis et circenses"

A todos indico a leitura do artigo abaixo, de autoria do meu caro amigo, Professor Jorge Leão.


A indústria cultural vende seus modelos, impondo seus estigmas. Embalada pela utilidade do corpo em seu aspecto aparente, a mídia noticia o ritmo do Maranhão sob a imagem de um beija-flor...



A homenagem da cidade de São Luís na cidade “maravilhosa” retrata o sucesso da propaganda eleitoreira, que visa manter no poder o mesmo sistema-do-mirante, agora em ritmo de samba e bumba-boi.

A marca deste investimento milionário será mostrar uma casca, uma imagem aparente e fictícia do Maranhão, que vê os seus brincantes na passarela sendo títeres do fracasso social, político e cultural de nossa cidade e nosso empobrecido estado, enquanto nas arquibancadas a platéia assiste aturdida o desfile de um carro iluminado na passarela de um carro abre-alas que nunca foi nosso.

Aqueles que possuem um pouco de percepção logo observarão que este carnaval é para poucos, pois ele se alimenta do comércio da cultura e do analfabetismo político de milhões de maranhenses que vão olhar extasiados o desfile da escola, sem entender por que no estado mais pobre do Brasil o povo é tão “feliz”, mesmo sendo tão excluído...

Não se faz imagem de cultura de um povo sem a garantia de que o mesmo possa usufruir de justiça social, de uma política de renda equitativa, da extinção do latifúndio (o Maranhão é o estado que possui mais mortes no campo em todo o país por conflitos de terra), da erradicação do trabalho escravo (milhares de maranhenses trabalhando dentro e fora do estado sem as mínimas condições de saúde e dignidade), do fim do analfabetismo funcional (que assola cerca de 1.300.000 maranhenses), e da eliminação da mortalidade infantil (uma das mais altas do mundo).

Esses são pontos chave para compreendermos o porquê de tanta festa, patrocinada pelo governo do estado. O sistema-do-mirante aqui nestas terras se alimenta da falência social, econômica, cultural e política da maior parte dos maranhenses, que se encontram aplaudindo o continuísmo de um império oligárquico que sempre expõe seus tentáculos sobre a farsa folclórica de um povo que continua a esquentar seus pandeirões na fogueira da miséria e da falência na educação, e no sistema de saúde vergonhoso a que se encontra padecendo grande parte de nossa população.

Mesmo passada a ditadura militar no Brasil, vive-se no Maranhão a ditadura da politicagem, que exclui a população pobre do campo, pois se encontra vendida pelos coronéis do latifúndio e do agronegócio. Soma-se a isso o feitiço do boi, que agora não morre mais, pois presta serviços caros ao dono da fazenda.

 Com este cenário, surge, ao lado da fome e da miséria, a propaganda de que ‘é bom demais viver no Maranhão’. Este é o setor onde a indústria do pão e circo explora com maior eficiência, utilizando-se do controle midiático para falsear a realidade, dizendo a todo o Brasil que o povo maranhense sabe fazer festa...

O objetivo único deste sistema-do-mirante é a manutenção de uma massa de vacas de presépio, sempre dispostas a acatar incontestavelmente, ao comando dos pandeirões, matracas e tamborins, o traço infeliz de um povo que sorri de sua miséria, ainda tendo que ver um falso beija-flor pousar em um jardim de flores artificiais.
 
Jorge Leão
Professor de Filosofia do Instituto Federal do Maranhão

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Homem-Aranha comemora 50 anos da primeira publicação


Da Folha.com

Que os super-vilões não nos ouçam. Vai que eles ficam sabendo e, malévolos, resolvem estragar esta festa.
É que, em agosto deste ano, o Homem-Aranha faz aniversário: 50 anos de publicação, desde a auspiciosa aparição no número 15 da revista "Amazing Fantasy".
"Amigão da vizinhança", "cabeça de teia" ou, para os íntimos, "Aranha". O herói colecionou, em cinco décadas de ação, epítetos vários.
Reuniu fãs, também, aos quais o aniversário traz novidades. A data motivará edições especiais, como a saga "Ends of the Earth" (fins do mundo) --em que o Aranha deve ganhar uniforme novo para enfrentar o Sexteto Sinistro, agremiação de seis de seus arqui-inimigos (Homem-Areia, Electro, Mistério, Camaleão, Rino e Dr. Octopus).
Também balangará nas telas do cinema, em "O Espetacular Homem-Aranha", novo candidato a recordista de bilheteria.
TRAÇO NACIONAL
Nesses 50 anos, diversos brasileiros foram os "parceiros" do cabeça de teia na árdua luta contra o crime.
Contratados pela editora Marvel, figurões do quadrinho nacional como Mike Deodato, Luke Ross, Joe Bennet, Paulo Siqueira e Adriana Melo já rabiscaram o herói.
Para um artista de HQ, a tarefa é honrosa. "É um personagem icônico", nota o paraibano Deodato, 48. Ele desenhou o aracnídeo em 2005. "Você quer deixar sua marca, a sua visão do personagem."
Ilustrador à época de J. M. Straczynski, roteirista polêmico da série, Deodato apostou na dimensão psicológica do super-herói, colocando seu foco mais nos "lábios sendo mordidos" do que na ação, afirma.
Do período, ele leva um feito de que se orgulhar: "Eu matei o Aranha!", brinca, referindo-se a uma saga desenhada por Deodato em que Peter Parker morre. Mas todo o fã de quadrinhos sabe: morte, nas HQs, não é definitiva.
Reprodução
Capa da primeira aparição do Homem-Aranha, na revista "Amazing Fantasy" nº 15
Capa da primeira aparição do Homem-Aranha, na revista "Amazing Fantasy" nº 15
O paraense Joe Bennet, 44, que o diga --uma das histórias que ele traçou foi justamente a volta de Mary Jane, ex-mulher do personagem, após ter sido dada como morta.
Bennet desenhou o Aranha de 1996 a 2000 e gaba-se de ter sido o brasileiro a fazê-lo pelo maior período.
"É divertido trabalhar com a anatomia", diz. O aracnídeo é famoso pelas poses es-drúxulas que faz ao saltitar.
"O chato", nota, "é a teia". Repleto de detalhes, o uniforme do Aranha é complicado e demorado de se desenhar.
Também preocupa, na tarefa, a opinião dos fãs. "Sempre pesa", afirma a paulista Adriana Melo, que desenhou o Homem-Aranha no final dos anos 2000 -uma das únicas mulheres com esse feito.
"Bate aquela ansiedade. Cada edição gera discussões em fóruns e em blogs de quadrinhos", afirma. "Confesso que fico preocupada e me esforço para sempre entregar um trabalho de qualidade."
Recentemente, fãs inundaram as redes sociais com paródias de uma ilustração do americano J. Scott Campbell. Eles reclamavam que ele havia desenhado Mary Jane excessivamente sexualizada.
ROCK'N'TEIA
Stephen Wacker, editor da Marvel, não esconde a admiração pelo cabeça de teia.
"O Homem-Aranha mudou tudo", afirma à Folha. "Se o Superman foi a música clássica, o Aranha foi o rock, o hip-hop e o jazz combinados."
Wacker afirma, ainda, que "você pode facilmente sustentar o argumento de que o foco nos problemas de Peter Parker e em seus sacrifícios pessoais mudou o modo com que os protagonistas de todas as espécies têm sido retratados, dos gibis aos filmes".
A respeito da contribuição de brasileiros ao amigão da vizinhança, o editor ressalta o traço de Deodato, caracterizado por "escuridão madura". "Ele fez uma carreira longa e memorável [na HQ]", diz.
Editoria de Arte/Folhapress

Na “era da austeridade”, idosos britânicos são as primeiras vítimas dos cortes de gastos


Roberto Almeida
Dos 2 milhões de idosos britânicos, 800 mil estão "sozinhos, isolados e em risco"; visitas de assistentes sociais não duram mais de 15 minutos

Símbolo máximo do estado de bem-estar social do Reino Unido, o sistema de saúde britânico está em crise há pelo menos 10 anos. Sem perspectiva de aumento orçamentário acima da inflação para os próximos quatro, e com a população envelhecendo, os resultados da política de austeridade já estão batendo à porta dos idosos na ilha.
Um grupo de 60 especialistas ligado à área da saúde pública, entre eles representantes da renomada Associação Médica Britânica e da ONG AgeUK, enviou uma carta aberta à imprensa alertando o primeiro-ministro conservador David Cameron para uma bomba-relógio. Há, segundo os cálculos do grupo, 2 milhões de idosos no país. Destes, 800 mil estão "sozinhos, isolados e em risco", sem apoio de serviços públicos ou privados.
No Reino Unido, as autoridades locais (subprefeituras e prefeituras) têm obrigação legal de oferecer assistência a pessoas em idade avançada e com diferentes níveis de risco, mas o sistema tem privilegiado cada vez mais quem está em situações de necessidade extrema. Em contrapartida, quem antes tinha direito a auxílio em casos considerados menos graves agora não tem mais.
Elizabeth Feltoe, consultora de políticas sociais da AgeUK, lembra que o Estado britânico já foi mais "generoso". "Como as autoridades locais têm menos recursos, os serviços estão sendo encolhidos, com mais cortes desde o ano passado", afirmou ao Opera Mundi.
Por exemplo, as visitas de assistentes sociais às casas dos idosos, que vivem sozinhos, não passa de 15 minutos (leia mais abaixo). O máximo que os cuidadores conseguem fazer é esquentar comida e ajudá-los a trocar de roupas - gerando frustração tanto dos profissionais da área como dos idosos, que reclamam por serem "invisíveis" a quem deveria lhes dar atenção.
Segundo Elizabeth, cada subprefeitura e prefeitura tem autonomia para decidir o tamanho da fatia do orçamento dedicada à assistência social e ao cuidado com idosos. No entanto, em paralelo ao aperto nas contas, a decisão também acaba passando pela vontade política local. Como resultado, o Reino Unido tem hoje áreas em que o auxílio aos idosos é considerado satisfatório, enquanto em outros é problemático.
Roberto Almeida

"É uma loteria do código postal", conta Elizabeth, "em que dois idosos são vizinhos, mas podem receber assistência em níveis bastante diferentes."
O premiê David Cameron, que mantém a retórica da "era da austeridade" no Reino Unido, com previsão de mais cortes pelos próximos três anos, preparou uma nova diretriz para o setor, que ainda precisa de aprovação no Parlamento. As entidades esperam que o documento simplifique e torne clara a legislação de acesso à assistência social no país.
"É preciso que o sistema seja sustentável", afirma a consultora da AgeUK. "Se toda a legislação sobre o assunto está separada em diferentes artigos, fica difícil para as pessoas entenderem a que elas têm direito. Elas precisam de informação e aconselhamento, porque se não planejarem antes e precisarem de assistência para ontem, como no caso de um derrame, por exemplo, elas dificilmente vão conseguir o que precisam."
The Big Society e a terceira idade
Três vizinhos de uma artista aposentada, que será chamada de Sue nesta reportagem, se desesperaram no ano passado com a maneira que ela, já idosa e com Alzheimer, foi tratada pelo governo. O relato ao Opera Mundi foi feito sob condição de anonimato.
O caso ocorreu em Oxford, uma das cidades mais ricas do Reino Unido. Sue, com cerca de 80 anos, morava sozinha e sem apoio da família, que a abandonou. Acabou dependendo de seus vizinhos para sobreviver e de visitas esporádicas do serviço social.
As visitas das assistentes sociais, segundo relatos dos vizinhos, duravam apenas 10 minutos - o suficiente apenas para que Sue tomasse seus remédios. Ela já mostrava seus primeiros sinais de Alzheimer. Esquecia o nome das pessoas e colocava roupas de trás para frente e já não podia mais fazer suas próprias compras.
Sem o devido apoio do Estado, que aplica formulários de diagnóstico bastante criticados pela falta de detalhamento, Sue foi "empurrada" para o conceito-chave do governo conservador de Cameron: a chamada The Big Society, ou Grande Sociedade, uma construção da campanha eleitoral que convoca os britânicos a buscar o voluntariado para tapar os buracos deixados pela política de austeridade.
"O atendimento do governo não era nada satisfatório. As assistentes sociais, que faziam rodízio, apareciam sem hora marcada e algumas mal falavam inglês", contou uma das vizinhas, que riu ao ser perguntada se o conceito de Big Society funcionava. "O Estado terceiriza uma empresa, que paga salário mínimo para essas visitas apressadas. O sistema é inflexível e fragmentado. No final das contas, ninguém assume a responsabilidade quando alguma coisa dá errado e muito dinheiro é jogado fora."
Depois de dois anos vivendo em condições precárias, incapaz de cozinhar e dependendo da boa vontade dos vizinhos, Sue tropeçou e caiu ao sair de casa. Foi levada a um hospital e, em seguida, a um retiro do governo considerado pelos vizinhos "bastante impessoal". "Ela foi tratada injustamente, sem qualquer qualidade de vida", explicou uma das vizinhas. "No hospital e no retiro ela é ajudada corretamente, mas por que nada foi feito antes, quando ela ainda estava em casa?"
Os vizinhos fizeram uma reclamação formal ao governo pelo tratamento dado a Sue. Os serviços não foram grátis. Quando ela estava em casa, a idosa pagava 70 libras esterlinas por semana. Quando foi para o hospital, seu tratamento custou mil libras por semana. E agora, no retiro, ela paga 600 libras por mês, que saem de suas economias.
"Veja como não faz sentido. Se o atendimento em casa fosse feito como deveria, ela poderia ter passado mais tempo em casa e, certamente, não teria ido parar no hospital. O retiro era inevitável - mas poderia ter sido adiado. E bastante dinheiro poderia ter sido economizado", desabafou uma das vizinhas. Para ela, a Big Society de Cameron pode até funcionar. Só com ajuda do governo.


Fonte: Opera Mundi

O super-herois e as redes sociais


Banco da Itália diz que 2102 será um ano de recessão para o país

O presidente do Banco da Itália, Ignazio Visco, disse neste sábado (18/02) que 2012 será um ano de recessão no país, após ressaltar que essa instituição prevê uma redução de 1,5% do PIB (Produto Interno Bruto) para este ano.
Visco, que discursou em um fórum econômico na cidade de Parma, afirmou que "é preciso olhar para frente", já que se prevê uma estabilização da atividade produtiva para o segundo semestre do ano e um retorno ao crescimento a partir de 2013.
O dirigente do Bankitalia, como é conhecido o banco central italiano, pediu aos bancos que não "asfixiem" as empresas e que sejam prudentes, segundo a imprensa local.
Ressaltou ainda que o BCE (Banco Central Europeu) e as entidades financeiras do eurossistema continuarão "assegurando seu apoio à liquidez e às atividades de empréstimo dos bancos".
Segundo dados do Istat (Instituto Nacional de Estatística), a Itália se encontra oficialmente em recessão, depois de ter contraído seu PIB no quarto trimestre de 2011 em 0,7% em relação ao trimestre anterior.
O PIB italiano já havia descido 0,2% entre julho e setembro de 2011 em relação ao segundo trimestre do mesmo ano, de acordo com o Istat.
Se forem comparados dados anualizados, o PIB italiano diminuiu 0,5% no quarto trimestre de 2011 em relação ao mesmo período do ano anterior.

Fonte: Opera Mundi

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