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quinta-feira, 10 de março de 2022

FERREIRA GULLAR - RECORTES LITERÁRIOS #2


 

domingo, 21 de janeiro de 2018

ENTREVISTA COM O PROF. AFRÂNIO WEBER FILHO


Entrevista que fiz com o professor de geografia Afrânio Weber Filho​.
Foi um papo interessante e divertido, recheado de histórias e vivências,
memórias e ensinamentos. Eu gostei demais! Creio que vocês também vão
gostar. Assistam!!!

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Entrevista ao programa radiofônico Revista Sonora (Rogério Rocha)

Para quem não pôde acompanhar a entrevista que concedi ao programa Revista Sonora da Rádio Difusora AM, falando sobre a questão das audiências públicas no STF, no último sábado, posto aqui o áudio integral do programa. O trecho com nossa fala começa aos 15min e 53 seg. Ouça clicando no link abaixo!

terça-feira, 30 de outubro de 2012

"FREUD É APENAS UMA LENDA"; ENTREVISTA COM O FILÓSOFO MIKKEL BORCH-JACOBSEN


Mikkel Borch-Jacobsen

"Freud é apenas uma lenda"
Filósofo e historiador, o professor da Universidade de Washington diz por que considera o pai da psicanálise uma fraude
por Natália Martino
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OMISSÃO
"Muitos pacientes de Freud cometeram suicídio e
ele nunca disse uma palavra sobre isso"
, afirma o professor 
O filósofo e historiador Mikkel Borch-Jacobsen não se esquiva de uma polêmica. A última década da sua carreira, dedicada aos estudos sobre a história da psicanálise e da psiquiatria, foi pródiga em livros e opiniões controversas que lhe renderam inimigos entre terapeutas do mundo inteiro. Começou a receber as primeiras críticas severas em 1996 com o lançamento do livro “Anna O. – Uma Mistificação Centenária”, no qual questionava as avaliações de Freud sobre uma das suas principais pacientes. Foi também um dos autores do “Livro Negro da Psicanálise”, uma das obras mais barulhentas já lançadas sobre o assunto. Agora, escreveu “Os Pacientes de Freud”, lançado recentemente no Brasil (Editora Texto e Grafia), no qual reconstrói a trajetória de 31 pacientes de Freud. Na obra, ele conta os motivos que os levaram até o analista e, principalmente, como viveram durante e depois do tratamento. A partir de documentos, como cartas trocadas entre o terapeuta e seus amigos e entrevistas confidenciais feitas com os pacientes de Freud, o autor desconstrói o mito do criador da psicanálise.
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"Os medicamentos foram excluídos das histórias que o psicanalista
contou, mas muitos pacientes eram viciados em morfina"
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"Como Anna iria se curar se seu analista era o próprio pai do qual
ela deveria se desligar? Parece óbvio, mas ele não percebeu isso"
 O que os relatos que o sr. apresenta em seu livro revelam sobre Freud e a psicanálise?
Mikkel Borch-Jacobsen -
As histórias dos pacientes de Freud foram a base das suas teorias. Quando percebemos que elas são falsas, como vemos ao analisar a vida dos pacientes que descrevo no livro, toda a teoria da psicanálise é abalada. O caso apresentado por Freud como sendo de Anna O., que hoje sabemos tratar-se de Bertha Pappenheim, por exemplo, é considerado um dos mais fundamentais para o desenvolvimento da psicanálise. A paciente tinha sintomas graves de histeria que, supostamente, Freud curou com o método catártico. Mas isso não é verdade. No fim do tratamento, ela já não suportava mais conviver com o problema e foi internada em uma clínica, onde continuou apresentando o mesmo quadro de histeria. Apenas seis ou oito anos depois, Bertha foi considerada curada. Não se sabe como ela se curou, mas é óbvio que não foi com a psicanálise, ninguém se cura por meio de um tratamento finalizado quase uma década antes.  
Istoé -
Os resultados terapêuticos eram insuficientes?
Mikkel Borch-Jacobsen -
Na maioria dos casos sim. Era comum que as condições dos pacientes piorassem, como no caso de Viktor von Dirsztay, que mais tarde chegou a admitir que a análise o destruiu. Muitos outros dos seus pacientes cometeram suicídio, como Margit Kremzir e Pauline Silberstein. Claro que qualquer terapeuta está sujeito ao risco de suicídio dos seus pacientes, mas a questão é que Freud nunca disse uma palavra sobre isso.
Istoé -
Ele escondia esses fatos?
Mikkel Borch-Jacobsen -
Como um bom positivista, Freud sempre afirmou que suas teorias eram baseadas na observação de dados clínicos. Por um longo período, porém, tudo o que sabíamos sobre esses dados se baseava no que ele escolheu nos mostrar. Ao compararmos essas histórias com a realidade, observamos discrepâncias que automaticamente invalidam as conclusões de Freud. Os medicamentos, por exemplo, foram sistematicamente excluídos das histórias que ele contou, mas muitos dos seus pacientes eram viciados em morfina. Hoje é muito claro que a droga teve em alguns casos um papel essencial no tratamento. Freud dizia, por exemplo, que diante dos ataques histéricos de Anna von Lieben, a Cäcilie M. citada em “Estudos sobre a Histeria”, ele conduzia um tratamento hipnótico que a fazia se sentir melhor. O que ele não nos contava é que as crises dela eram causadas por abstinência de drogas e que ela se acalmava quando ele lhe dava uma injeção de morfina. A famosa cura catártica nada mais era do que cura com morfina.
Istoé -
Os diagnósticos dele são questionáveis?
Mikkel Borch-Jacobsen -
Sim, os diagnósticos que Freud alegava fazer tão cuidadosamente escancaram discrepâncias entre sua prática real e suas descrições. Quando o pai da jovem Ida Bauer, que Freud eternizou como Dora, a levou até Freud devido a um episódio de asma, o analista instantaneamente diagnosticou neurose. Mas como ele poderia saber? Aquela era a primeira vez que ele a via. Há vários exemplos desse tipo e uma vez que definia seu diagnóstico, Freud o mantinha obstinadamente, mesmo que os fatos mostrassem a ele outro caminho. As consequências dessa postura frequentemente eram bem sérias, como quando Freud forçou Horace Frink a se divorciar da esposa para se casar com a milionára Angelika Bijur para combater a homossexualidade que o paciente negava vigorosamente.
Istoé -
Freud chegava a dar conselhos tão diretos aos pacientes?
Mikkel Borch-Jacobsen -
Ele intervia diretamente na vida dos seus pacientes e não hesitou em instigar alguns a se casarem e terem filhos, por exemplo. Foi o que aconteceu com Max Graf e Olga Hönig, os pais do “pequeno Hans” – e o casamento foi um completo desastre. Em outros casos, Freud proibia pacientes de se masturbarem, como no caso da sua filha, Anna Freud. Sempre que essas instruções eram dadas, Freud era a voz da autoridade.  
Istoé -
Ele acreditava que podia tratar a filha?
Mikkel Borch-Jacobsen -
Freud queria muito ajudar a filha a se desligar dele e isso fica claro em várias cartas que ele escreveu a amigos. Mas a única coisa que ele podia oferecer a ela era a psicanálise, o que, obviamente, era a coisa mais estúpida que ele poderia fazer. Como ela conseguiria se curar se sua única ajuda era de um analista que era o próprio pai do qual ela deveria se desligar? Por mais óbvio que pareça, Freud não percebeu isso. Não estou dizendo que ele abusou da filha, de jeito nenhum, ele a amava. Mas estava tão convencido de que sabia como ajudá-la que não permitiu que ela se libertasse dele.
Istoé -
Para Freud, a psicanálise sempre funcionava? 
Mikkel Borch-Jacobsen -
Sim, claro, ele acreditava que havia descoberto a cura para as doenças mentais. Freud tinha suposições teóricas que o impediam de ver o que estava acontecendo. Ele estava tão convencido de que a terapia funcionava que, quando ela não dava certo, ele simplesmente achava que era necessário ir mais fundo no inconsciente. Só no fim da sua vida, em seus últimos artigos, ele admitiu que os métodos eram inconclusivos em alguns casos.
Istoé -
Mas em algum momento ele foi deliberadamente negligente ou desumano com seus pacientes?
Mikkel Borch-Jacobsen -
Sim, a forma como ele sacrificava seus pacientes no altar das suas teorias é vergonhosa. Marie von Ferstel, por exemplo. Ela era uma mulher rica que sofria de fobias e de constipação. Freud disse a ela que, para resolver esses problemas, ela teria que aprender a se desapegar, por exemplo, do dinheiro. O que ela fez? Transferiu para ele o título de uma das suas propriedades, que ele prontamente vendeu. Eu acho isso imperdoável. Freud simplesmente não era uma pessoa admirável.
Istoé -
De que forma essas revelações atingem a psicanálise hoje?
Mikkel Borch-Jacobsen -
Não vejo como salvar a psicanálise diante de tudo isso. Eu sei que muitas pessoas admiram Freud como um pensador independentemente das vicissitudes de sua prática. Também acho que ele era um gênio, tinha ideias realmente incríveis. Mas as suas teorias são contraditórias demais às suas práticas para serem levadas a sério.
Istoé -
O sr. aponta essas contradições em 31 casos e Freud atendeu pelo menos cinco vezes mais pacientes. Não poderia ser coincidência?
Mikkel Borch-Jacobsen -
Uma das minhas principais fontes de pesquisa foram as entrevistas com pacientes de Freud conduzidas por Kurt Eissler, que era secretário do Arquivos de Freud. Esse material ficou inacessível até 1999, quando Eissler morreu e, a partir daí, começou a ser colocado em domínio público, processo que só deve acabar em 2057. Eissler tinha enorme interesse em defender a memória do pai da psicanálise e se essas entrevistas fossem positivas não teriam sido tornadas confidenciais. Muita coisa ainda será revelada, possivelmente conseguiremos rastrear outros pacientes, mas não acho que as novas histórias irão contradizer as estatísticas que já temos.
Istoé -
Muitas pessoas afirmam hoje ter encontrado conforto na psicanálise. Não há nenhum valor nisso?  
Mikkel Borch-Jacobsen -
No meu ponto de vista, neuroses, como histeria e obsessão, não são doenças mentais, são pedidos de socorro. A análise cumpre, nesses casos, o papel que a religião cumpria antes. As pessoas iam até o padre para buscar respostas e as encontravam. Qualquer uma das centenas de tipos de psicoterapias que existem hoje pode cumprir esse papel. Reconheço que, em alguns casos, pessoas com problemas pessoais podem encontrar conforto no divã.
Istoé -
Mas seus livros parecem tentar destruir a psicanálise.
Mikkel Borch-Jacobsen -
Eu sou um acadêmico e meu único interesse é separar as verdades das lendas. Freud é apenas uma lenda. Ele reescreveu a história de acordo com seus propósitos pessoais.
Istoé -
Essa sua postura crítica em relação à psicanálise acompanhou toda a sua carreira?
Mikkel Borch-Jacobsen -
Não, no início eu era simpático à psicanálise e tinha interesse especial na escola Lacaniana.
Istoé -
E o que essa mudança significou profissionalmente? 
Mikkel Borch-Jacobsen -
Eu era constantemente convidado para conferências e para escrever artigos em revistas até que eu publiquei meu primeiro livro mais crítico sobre Freud. A partir desse momento, não fui mais convidado para nada. Não se pode ser crítico à psicanálise sem sofrer as consequências disso.
Istoé -
O sr. também estudou a psiquiatria. Acredita que esse é um caminho mais válido para tratar doenças mentais?
Mikkel Borch-Jacobsen -
A psiquiatria não é uma teoria única, mas, de forma geral, fez enormes progressos, como se vê, por exemplo, nos diagnósticos de esquizofrenia, depressão e outras doenças. Do ponto de vista da cura, porém, ela não avançou. Temos várias drogas hoje que nos permitem controlar certos sintomas das doenças mentais, mas ainda não há cura para elas e nem mesmo se conhece suas causas. A psiquiatria tenta encontrar soluções, mas ainda não foi bem-sucedida.
Istoé -
Qual é o próximo mito que o sr. pretende desbancar?
Mikkel Borch-Jacobsen -
Agora estou estudando a indústria farmacêutica. Sou muito crítico com as drogas psiquiátricas e, por isso, estou pesquisando esse universo do ponto de vista histórico.  

Fonte: Revista IstoÉ, ed. 2242, 25. Out. 2012.

sábado, 1 de setembro de 2012

Corrupção no Judiciário só ficou mais exposta, diz Eliana Calmon

FREDERICO VASCONCELOS
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

A corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, diz que a corrupção no Poder Judiciário não diminuiu nos dois anos em que denunciou irregularidades. "A corrupção apenas ficou mais exposta", diz.
Ela evita criticar seu sucessor, ministro Francisco Falcão, de quem é amigo. Não faz coro com os que preveem uma atuação menos incisiva na corregedoria do CNJ.
Eliana pretende filiar-se a uma ONG contra a corrupção, quando se aposentar.
Fabio Braga/Folhapress
A atual corregedora do CNJ, Eliana Calmon, que quer se ligar a uma ONG quando se aposentar
A atual corregedora do CNJ, Eliana Calmon, que quer se ligar a uma ONG quando se aposentar
*
Folha - A corrupção no Judiciário diminuiu ou ficou mais exposta?
Eliana Calmon - Ficou mais exposta. Não senti que houve uma diminuição.

Qual foi o episódio de corrupção mais grave?
Um desfalque na Justiça do Trabalho em Rondônia, mais de R$ 2 bilhões. Há advogados envolvidos. Um desembargador foi afastado.

A senhora teme retrocesso no combate à corrupção?
Não. Acho que o ministro Francisco Falcão dará continuidade ao trabalho.

Ele empregava a mulher, a filha e a irmã em seu gabinete, quando foi juiz federal.
Na época, isso era comum no Judiciário. Não era ilegal. Era a mistura do público e do privado. Hoje o nepotismo é proibido.

O atual corregedor do TJ-SP, José Renato Nalini, diz que a corregedoria paulista serviu de modelo para o CNJ. A corregedoria paulista é eficiente?
Eu não posso dizer que seja de absoluta eficiência, porque São Paulo é muito grande. Mas a corregedoria paulista controla os seus juízes, coisa que não existe em muitas corregedorias.

O que a inspeção do CNJ no TJ-SP descobriu?
Encontramos algumas irregularidades na folha de pagamento. Uma servidora levava para casa o computador onde estavam os pagamentos aos desembargadores. Ela foi exonerada pela nova administração. Essa funcionária recebeu ordem de nos fornecer o material. Levou dois dias para cumprir.

Quais são as corregedorias mais ineficientes?
Mato Grosso do Sul, Piauí...

Qual o tribunal mais eficiente?
O melhor tribunal em nível geral é o Tribunal de Justiça de Sergipe. Tudo funciona muito bem lá.

Qual é a sua expectativa em relação ao CNJ sob a presidência do ministro Joaquim Barbosa?
Ele é rigoroso, muito ético. Em sessões que presidiu [substituindo Ayres Britto], vi que está antenado com o CNJ. Não tem conversa fiada.

*A senhora se arrepende de ter dito que há "bandidos de toga"? *
Absolutamente. Precisava ser dito, faria tudo outra vez.

A senhora alimenta algum projeto político?
Dizem que eu teria uma eleição ganha para senadora. Não tenho aptidão.

E na advocacia?
Não. Pela minha idade, acho muito penoso bater perna no fórum, fazer sustentação oral. Acho que não poderia fazer advocacia de lobby. Pelo meu perfil, ninguém iria me contratar (risos). Eu penso muito em me filiar, no futuro, a uma ONG na área de denúncias de corrupção.

Fonte: www1.folha.uol.com.br/poder

domingo, 5 de agosto de 2012

Jornalista Gay Talese revela suas preferências por personalidades anônimas (em Dossiê Globonews)

Gay talese é um dos mais importantes nomes do jornalismo americano e ganhou fama por suas reportagens sobre anônimos. De passagem pelo Brasil, o jornalista mostra um olhar singular e revela que gostaria de escrever sobre uma cantora brasileira.

Jornalista Gay Talese revela por que tem preferência por anônimos













Fonte: Dossiê Globo News

terça-feira, 5 de junho de 2012

Zygmunt Bauman: o pensador da "modernidade líquida"


 Zygmunt Bauman: “A vida é maior que a soma de seus momentos.”

O sociólogo polonês Zygmunt Bauman é um dos pensadores mais respeitados dos dias de hoje. Autor de mais de 50 livros, dezenas deles já lançados no mercado brasileiro, Bauman é dono de uma obra que dialoga com problemas centrais do cotidiano do homem deste século. Um dos seus temas de estudo é o que convencionou chamar de “modernidade líquida”, conceito fundamental para compreender sua teoria.

"Vivemos tempos líquidos. Nada é para durar."

Segundo o autor, os dias atuais são “líquidos”. Isto é, são dotados de extrema mutabilidade. Como costuma afirmar, nada é feito para durar, para ser “sólido”. Tudo então é rápido, transitório, fluido, passageiro. Vivemos, pois, sob o signo da instabilidade. E nosso mundo é, antes de tudo, um lugar de incertezas. Um mundo em crise(s): crise financeira, crise nos relacionamentos, crise do poder, crise na política, etc...

Professor emérito das universidades de Leeds, no Reino Unido, e de Varsóvia, na Polônia, Zygmunt Bauman encontra-se radicado na Inglaterra desde o ano de 1971. Durante todo esse tempo, e sobretudo após a sua aposentadoria, tem se dedicado com afinco a produzir novos e instigantes livros de sua “sociologia humanística".


Suas obras tentam analisar e compreender o complexo universo das relações humanas. Fugindo ao modelo esquemático de uma sociologia aos moldes convencionais, seus trabalhos possuem o mérito de atingir um público bem amplo, que vai do intelectual acadêmico ao leitor comum, sedento por entender melhor o que se passa ao seu redor.

Sem esquecer da dimensão ética e humanitária, tão necessárias às vivências dos atores sociais, o teórico da "modernidade líquida" constrói sua obra mergulhando em temas variados e cotidianos, porém não menos relevantes. Dentre as questões que estuda, destacam-se a globalização, os problemas que envolvem a sociedade de consumo, o individualismo, o poder, a política e a condição humana.

Dentre suas tantas obras, destacamos e recomendamos a leitura das seguintes: 

- 1987: Legislators and interpreters - On Modernity, Post-Modernity, Intellectuals. Ithaca, N.Y.: Cornell University Press. 
 - 1993: Ética pós-moderna (Postmodern Ethics. Cambridge, MA: Basil Blackwell. ISBN 0-631-18693-X). Paulus Editora.
- 1997: O Mal-Estar da Pós-Modernidade (Postmodernity and its discontents. New York: New York University Press. Traduzido por Luís Carlos Fridman. Jorge Zahar Editor.
- 1998: Globalização: As Conseqüências Humanas (Globalization: The Human Consequences. New York: Columbia University Press. Traduzido por Marcus Penchel. Jorge Zahar Editor.
- 2000: Modernidade Líquida (Liquid Modernity. Cambridge: Polity. Traduzido por Plínio Dentzien. Jorge Zahar Editor.
- 2003: Amor Líquido: Sobre a Fragilidade dos Laços Humanos (Liquid Love: On the Frailty of Human Bonds. Cambridge: Polity. Traduzido por Carlos Alberto Medeiros. Jorge Zahar Editor.
- 2005Vida Líquida (Liquid Life. Cambridge: Polity. Traduzido por Carlos Alberto Medeiros. Jorge Zahar Editor.
- 2006Medo líquido (Liquid Fear. Cambridge: Polity. Traduzido por Carlos Alberto Medeiros. Jorge Zahar Editor.
- 2006Tempos líquidos (Liquid Times: Living in an Age of Uncertainty. Cambridge: Polity. Traduzido por Carlos Alberto Medeiros. Jorge Zahar Editor.
- 2011: A ética é possível num mundo de consumidores? Traduzido por Alexandre Werneck. Jorge Zahar Editor.

Fontes: Istoé online – ed. 24 set. 2010
pt.wikipedia.org
Tempo soc. vol.16 no.1 São Paulo, Junho, 2004
globo.com\globo-news

Abaixo reproduzimos entrevista concedida ao programa Milênio, do canal Globonews.

Zygmunt Bauman avalia as crises e os protestos que se espalham por diversas capitais da Europa e do mundo. Confira a entrevista ao Milênio.




Em agosto de 2011, uma revolta em Londres chamou a atenção do mundo. Sem liderança aparente ou qualquer tipo de exigência, jovens foram às ruas. Incendiaram e saquearam lojas, invadiram shopping centers e destruíram símbolos da sociedade de consumo que os excluía.

A questão era intrigante. O que levou essas pessoas a essas ações violentas? Embora compartilhassem o contexto de crise econômica e falta de oportunidades com aqueles que levaram a cabo os movimentos da Primavera Árabe, os jovens do Reino Unido não queriam transformar a ordem. Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, “foi uma revolta de consumidores desqualificados”. Eles queriam, na verdade, participar do sistema. O sociólogo viu naquela revolta o símbolo do momento em que vivemos. Para Bauman, aqueles jovens demonstraram a crise de um sistema consumista que hipotecou o futuro, desmantelou gradualmente as estruturas que mantinham a coesão social e comercializou a moral.


quinta-feira, 29 de março de 2012

"A política é o exercício da capacidade humana de julgamento", diz Michael Sandel


O SENTIDO DA VIDA EM SOCIEDADE
Ao longo dos últimos 15 anos tive a sorte de fazer muitas entrevistas com professores de Harvard: John Kenneth Galbraith, Steven Pinker, Samantha Power, Christoph Wolff, Richard Wrangham, Janet Browne, Niall Ferguson, Louise Richardson, Kenneth Maxwell e outros que não lembro agora. Sumidades em suas áreas. Harvard é um centro de excelência e foi com muito orgulho que estive com a família na formatura da minha filha Teca, em 2008, na Harvard Graduate School of Education.
Mas, ninguém simboliza o que é Harvard como Michael Sandel, o mais famoso professor da universidade. Há 30 anos ele leciona para os alunos do primeiro ano o curso Justiça, agora divulgado numa série de videos pela Internet. Quando Sandel viaja à China e ao Japão, para dar aulas, é tratado como um rock star e lota estádios. Virá ao Brasil, em agosto, para uma série de três palestras. Visitará Fortaleza, São Paulo e Brasília nos dias 4, 7 e 8 de agosto, respectivamente. 
Cheguei cedo para a entrevista com o repórter cinematográfico Guilherme Machado. Enquanto Gui armava as três cameras, fui comer no refeitório e passei por uma experiência bem típica de Harvard. Depois de comer, fui jogar no lixo a embalagem e o que restou do sanduíche. Dois jovens estudantes, uma moça e um rapaz, me abordaram gentilmente e perguntaram se eu topava conversar com eles sobre como distribuir meu lixo entre os vários recipientes disponíveis: um para lixo reciclável, outro para lixo “compostável” e um terceiro para o lixo que não se enquadra nas duas categorias anteriores. Debatemos os méritos de cada item até decidir onde jogá-los. Foi muito instrutivo e agradável. Normalmente eu reagiria mal a qualquer ordem sobre como dispor do meu lixo. Jogar tudo fora sem pensar é um velho hábito, mas Harvard achou um jeito simpático de mudar meus hábitos. Claro que não é exclusivo de Harvard, mas em nenhum outro lugar nos Estados Unidos, até agora, passei por essa situação.
Foi um bom exemplo do que Michael Sandel faz com os alunos e do que fez neste Milênio: cada ação nossa é resultado de uma escolha e cada escolha merece ser examinada, discutida e revista. Este é o sentido da ética, da liberdade e da vida em sociedade. Uma boa lição.
por Jorge Pontual

FILOSOFIA

Há 30 anos, o filósofo usa questões do dia a dia para discutir com seus alunos os valores éticos da sociedade. Ao Milênio, programa do canal por assinatura Globo News, Sandel falou sobre política, educação, democracia e justiça e explicou seu projeto de globalização da educação. Veja a entrevista com esse que é um dos mais importantes filósofos de nosso tempo acessando o link abaixo.


Fonte: Globo News/Milênio

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Embaixador do Brasil em Timor Leste fala da cooperação do país


Embaixador do Brasil em Timor Leste fala da cooperação do Brasil



ePortuguese

Edson Duarte Monteiro Marinho, embaixador do Brasil em Timor Leste desde 2008, em entrevista para o blog da Rede ePORTUGUÊSe fala sobre a cooperação que vem sendo desenvolvida entre Brasil e Timor Leste.

1) Quais a principais áreas de atuação da cooperação técnica Brasil-Timor Leste?

O Brasil mantém, desde a independência de Timor Leste no ano 2000, programas de cooperação em áreas essenciais à reconstrução nacional de Timor Leste.
A cooperação bilateral ganhou impulso por ocasião da visita do Presidente Lula da Silva ao país, em 11 de julho de 2008, quando foi acordada a criação do grupo executivo de cooperação bilateral, com o objetivo de formular e executar projetos conjuntos em prol do desenvolvimento de Timor-Leste.

Neste sentido, as relações entre os dois países têm sido fortalecidas e amparadas pelo acordo básico de cooperação técnica entre o Governo do Brasil e o Governo de Timor Leste, firmado em 20 de maio de 2002.

E as atividades que merecem destaque são os projetos em apoio à formação de recursos humanos, à educação, à estruturação da justiça e à segurança.

2) O que pode ser destacado na área da formação de recursos humanos?

Um dos principais projetos bilaterais, iniciado em 2001, foi o “desenvolvimento empresarial, formação profissional e promoção social em Timor-Leste”.

Com o apoio financeiro da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores do Brasil com a execução do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e da Secretaria de Estado da formação profissional e emprego (SEFOPE) de Timor-Leste, este projeto, que já se encontra em sua quarta fase, visa contribuir para a capacitação profissional em Timor Leste e também apoiar a consolidação técnica, pedagógica e gerencial do pessoal do centro de formação profissional Brasil-Timor-Leste, estabelecido em Becora (Díli).

Este centro de Becora formou até o final de 2011 mais de 2200 profissionais nas áreas da carpintaria, costura industrial, eletricidade predial, hidráulica, informática, marcenaria, construção e panificação/confeitaria.

3) Existe alguma ação que favoreça o intercâmbio de profissioanis brasileiros em Timor Leste para apoiar o desenvolvimento de profissionais timorenses?

Na área da educação, está sendo executado, desde 2005, o programa de qualificação de docentes e ensino da língua portuguesa em Timor-Leste, com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) do Ministério da Educação do Brasil, em parceria com o Ministério da Educação e Cultura de Timor-Leste.

O Programa inclui quatro projetos e já contou com a participação de 50 professores brasileiros.

Os professores que atuam no PROCAPES também atuam no projeto Bacharelato de emergência, em colaboração com a Cooperação Portuguesa, tendo a responsabilidade de ministrar as disciplinas de das áreas de ciências e de matemática.
Capacitação de professores de educação pré-secundária e secundária (PROCAPES) para oferecer aos professores timorenses de escolas pré-secundárias e secundárias tanto o treinamento pedagógico de que necessitam quanto o acesso a material didático em língua portuguesa. Isso, com o intuito de viabilizar a utilização do português como língua de ensino, como previsto na lei.

Ensino da língua portuguesa instrumental (ELPI), no qual são oferecidos conhecimentos teóricos e práticos orientados à conversação em língua portuguesa para professores e funcionários da administração da Universidade Nacional Timor Lorosa’e (UNTL) e também aos diversos órgãos da Administração Púbica do país. Tudo isso para facilitar a fluência no português para que possam desenvolver suas funções neste idioma.

Implantação da Pós-Graduação na Universidade Nacional Timor Lorosa’e (PG-UNTL), para planejar e implementar um curso de especialização em educação assim como a criação de um curso de mestrado em duas áreas de concentração: administração e gestão educacional; e, ensino-aprendizagem em ciências e matemática. Devemos destacar que a participação no curso de mestrado será precedida de formação em um curso de pós-gradução lato sensu em Educação iniciado em 2007. Este é o primeiro curso de especialização implantado em Timor-Teste.

Formação de professores em exercício na escola primária de Timor-Leste (PROFEP). Esta iniciativa foi criada a partir da experiência brasileira com o programa de formação de professores (PROFORMAÇÃO). Este curso proporciona aos professores ainda sem habilitação, o domínio dos conteúdos do ensino médio (equivalente à escola secundária em Timor-Leste) e a formação pedagógica para melhorar a qualidade de ensino e à prática docente. Os profissionais brasileiros trabalham em conjunto com um equipe de professores timorenses, que serão os tutores responsáveis pela multiplicação e continuidade das futuras ações do projeto em Timor-Leste.

4) Em que outras áreas o Brasil está colaborando com o desenvolvimento de Timor Leste?

O Brasil apoia ainda o fortalecimento do setor da justiça. A cooperação no setor de justiça acontece em duas formas e por meio do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento): processo aberto de recrutamento (para juristas de qualquer nacionalidade) e pela designação de funcionários públicos brasileiros que com base nos acordos firmados pelo Brasil com o Governo timorense e o PNUD. (exemplo de cooperação trilateral).

O número previsto de juristas brasileiros para essa cooperação é de até nove profissionais. No momento, estão em Díli um defensor público e um desembargador enviados através da cooperação brasileira.

Em 2011, foram enviados juristas timorenses ao Brasil para serem treinados. 9 profissionais timorenses foram beneficiados com estágios na Defensoria Pública Geral da União e visitas de familiarização a defensorias de Estados brasileiros. Já existem outros acordos assinados com o Ministério da Justiça de Timor-Leste para a manutenção dessas atividades nos próximos anos e mesmo sua extensão a outras categorias de juristascomo juízes, procuradores e assistentes jurídicos, além de apoio na organização administrativa das instituições do Judiciário de Timor Leste.

5) Depois de 10 anos de independência, quais as áreas que ainda necessitam de apoio externo?

Creio que a formação de recursos humanos em todas as áreas ainda é muito necessária. Além disso, o desenvolvimento das infraestruturas no país, a transferência de técnicas para a modernização da agricultura, a criação de um setor turístico, a estruturação do setor privado, a implantação de indústria de processamento e distribuição de gás e petróleo, são alguns exemplos em que o apoio internacional ainda é necessário. Mas tudo isso está previsto no Plano Estratégico de Desenvolvimento de Timor-Leste (2011-2031), adotado em julho de 2011.

A cooperação nas áreas de defesa e de segurança, com a formação da Polícia Militar das Forças Armadas de Timor Leste (polícia do exército) e o treinamento de sargentos timorenses na Escola de Sargentos de Três Corações em Minas Gerais no Brasil deverá ganhar impulso quando entrar em vigor o acordo de cooperação na aáea de Defesa assinado em 2010.

6) Em que áreas o Brasil poderia investir mais em Timor Leste e como o senhor vê o futuro da cooperação brasileira no país?

Acho que a cooperação do Brasil pode ser intensificada na área da educação e justiça pois o ensino e a elaboração de leis no idioma português ainda são um grande desafio para o país.

O Brasil também tem grande experiência tanto na África como na América Latina, nas áreas da agricultura e saúde e Timor Leste poderia beneficiar-se da agricultura familiar e da experiência brasileira no combate à malária e outras doenças infecciosas.

No momento estão sendo negociados alguns projetos de cooperação em áreas como segurança alimentar (produção de leite, melhoria das produção pesqueira, melhoria da agricultura familiar e programa de merenda escolar), bem como capacitação de quadros do serviço público.

7) Na sua opinião, existem oportunidades de trabalho para brasileiros em Timor Leste?

Vários cidadãos brasileiros estão trabalhando em organismos das Nações Unidas e junto ao Governo de Timor-Leste. Estas oportunidades continuarão a existir.

Em 2012 pela primeira vez serão contratados professores brasileiros para a Universidade Nacional de Timor-Leste. Este programa foi idealizado inicialmente pela insuficiência de professores timorense mas também pela política de atração de professores visitantes de alta qualificação em que a Universidade está fortalecendo seus quadros pela criação de instituições de ensino de nível internacional neste país.

8) O Brasil está preparado para promover o intercâmbio entre estudantes, docentes e outros profissionais?

Creio que o Ministério da Educação do Brasil já oferece, há muitos anos, bolsas de estudo (PEC-PG) para pós-graduação e doutorado em universidades brasileiras. Desde 2005, 50 timorenses já se beneficiaram deste programa.

Outra oportunidade para estudantes timoresnses é a recém inaugurada Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro Brasileira (UNILAB), na cidade de redenção no Estado do Ceará que abriu novas perspectivas para alunos de todos os países de língua portuguesa. Conforme o acordo com o Ministério da Educação de Timor-Leste, 70 alunos timorenses já foram selecionados para iniciarem suas aulas em março de 2012. Estes alunos deverão cursar 3 anos no Brasil e o último ano da universidade será cursado na Universidade Nacional de Timor-Leste, de onde deverão receber seus diplomas.

Fonte: Página Global

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