sábado, 18 de fevereiro de 2012

Apenas duas palavras


Apenas duas palavras

Havia um certo monastério Soto Zen que era muito rígido. Seguindo um estrito voto de silêncio, a ninguém era permitido falar. Mas havia uma pequena exceção a esta regra: a cada 10 anos os monges tinham permissão de falar apenas duas palavras. Após passar seus primeiros dez anos no monastério, um jovem monge foi permitido ir ao monge Superior. 
"Passaram-se dez anos," disse o monge Superior. "Quais são as duas palavras que você gostaria de dizer?" 
"Cama dura..." disse o jovem. 
"Entendo..." replicou o monge Superior. 
Dez anos depois, o monge retornou à sala do monge Superior. 
"Passaram-se mais dez anos," disse o Superior. "Quais são as duas palavras que você gostaria de dizer?" 
"Comida ruim..." disse o monge. 
"Entendo..." replicou o Superior. 
Mais dez anos se foram e o monge uma vez mais encontrou-se com o seu Superior, que perguntou: 
"Quais são as duas palavras que você gostaria de dizer, após mais estes dez anos?" 
"Eu desisto!" disse o monge. 
"Bem, eu entendo o porquê," replicou, cáustico, o monge Superior. "Tudo o que você sempre fez foi reclamar!" 




Migrações forçadas


Pesquisadores propõem levar animais, como elefantes, para a Austrália e para o Pantanal brasileiro a fim de restabelecer o equilíbrio ecológico onde os grandes mamíferos foram extintos pelo homem

André Julião
chamada.jpg
IMIGRANTE
Elefantes africanos podem fazer parte da paisagem australiana em breve
A semana passada marcou o aniversário de três anos do episódio conhecido como “Sábado Negro”, quando incêndios florestais consumiram 400 mil hectares no sul da Austrália, matando 173 pessoas e milhões de animais. Foi o momento para o pesquisador David Bowman, da Universidade da Tasmânia, trazer à tona um assunto polêmico, mas recorrente entre os cientistas. Num artigo na prestigiada revista “Nature”, Bowman sugere levar elefantes africanos para a Austrália. Só animais desse porte teriam capacidade para ingerir a vegetação que, quando seca, provoca incêndios que consumiram 5% do território australiano no ano passado.

Os cientistas chamam esse procedimento de “migração assistida”. Os animais exóticos exerceriam um papel que foi de bichos nativos, extintos no fim do Pleistoceno, entre 50 mil e 11 mil anos atrás – período do primeiro contato desses grandes mamíferos com os humanos. “Os elefantes precisariam ser manejados com cautela, não soltos de forma descontrolada e usados como máquinas de comer capim”, disse Bowman à ISTOÉ. 

No Brasil, o ecólogo Mauro Galetti, da Unesp, defende a introdução de elefantes e outros animais no Cerrado e outros ecossistemas. “Se tirarem as vacas que estão no Pantanal, certamente aumentarão os incêndios”, diz. Segundo ele, esses animais domésticos exercem, hoje, a função que foi de herbívoros extintos, como preguiças-gigantes, mamutes e cavalos selvagens.
img1.jpg
CONTRASTE
Australianos combatem incêndio florestal. Abaixo,
o Cerrado brasileiro, que também pode ser repovoado
img.jpg
A prática é controversa. “Sou radicalmente contra”, diz o biólogo Célio Haddad, colega de Galetti na Unesp. Ele cita o caso da rã-touro, que chegou ao Brasil nos anos 1930 para ser criada em cativeiro, mas acabou solta na natureza, se tornando uma praga para espécies nativas. “Além disso, ninguém sabe as doenças que as espécies invasoras podem trazer”, afirma Haddad. Os defensores da migração assistida dizem que os riscos praticamente não existiriam se veterinários acompanhassem os animais introduzidos, que ficariam em espaços controlados. 

Um exemplo de sucesso é o Parque do Pleistoceno, uma área de 16 quilômetros quadrados na Sibéria. Desde 1989, o russo Sergey A. Zimov tenta reproduzir o ambiente da época dos mamutes, introduzindo espécies como renas e alces, que comem a vegetação e estariam restabelecendo o equilíbrio ecológico. O estudo, porém, ainda está longe de acabar. Até lá, não há como afirmar categoricamente os prós e contras de mais essa interferência humana na natureza.
G_Animais.jpg

Fonte: Istoé

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

A tensão volta às Malvinas


Movimentação de navio de guerra e chegada do príncipe William revoltam argentinos e reacendem ameaça de conflito

Luciani Gomes
chamada.jpg
FOGO 
Manifestantes queimam bandeira da Inglaterra: para a presidente
Cristina Kirchner, “ato de provocação” merece repúdio da ONU
Acostumado a ser tratado com reverência, o príncipe William, segundo na linha de sucessão ao trono britânico, se tornou uma espécie de pária na Argentina. Sua chegada às Ilhas Malvinas (Falklands, para os ingleses), como piloto de helicóptero da Força Aérea Real, e o envio à região de um navio de guerra desencadearam uma onda de indignação no país, a começar pela própria presidente Cristina Kirchner, que afirmou se tratar de “atos de provocação”. Em tese, William, filho de Lady Di e neto da rainha Elizabeth II, estaria em inocente missão de treinamento – ideia refutada pelos argentinos. Na semana passada, centenas deles foram protestar diante da Casa Rosada, a sede do governo em Buenos Aires, e alguns mais exaltados queimaram bandeiras da Inglaterra. Em discurso que mereceu aplausos de outros políticos, Cristina disse que vai denunciar o Reino Unido ao Conselho de Segurança e à Assembleia-Geral da ONU, pelo que chamou de “militarização do Atlântico Sul”. O caso preocupa por trazer à memória a guerra vencida pelos ingleses em 1982, que deixou um saldo de quase mil soldados mortos. 

Por ora, Cristina conseguiu um importante apoio de seus vizinhos. Durante a 11a Cúpula da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba), realizada há uma semana, vários países da América do Sul declararam apoio à presidente e, em conjunto, adotaram uma medida hostil. Navios militares com bandeiras das Malvinas não serão recebidos em diversos portos do continente, entre os quais os brasileiros. “É o que se pode fazer”, diz Carlos Vidigal, professor de história da Universidade de Brasília. “Mais do que isso, configuraria um posicionamento belicoso em relação ao Reino Unido.” Vale lembrar que a posição oficial do Brasil diante da questão é a mesma desde 1982. O governo brasileiro defende a soberania da Argentina nas Malvinas, mas propõe uma solução pacífica para o problema.
img.jpg
REALEZA 
Príncipe William (à esq.) analisa mapas nas Malvinas:
petróleo estaria por trás do renovado interesse inglês na região
Por que esse pequeno arquipélago de 12 mil metros quadrados ao sul do território argentino é tão disputado? “Até pouco tempo atrás, os ingleses ficavam pescando e administrando as ilhas”, diz o argentino Héctor Luiz Saint-Pierre, diretor do Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade Estadual Paulista (Unesp). “Agora, a possibilidade de existência de petróleo está tornando as Malvinas alvo de interesses econômicos.” De 1982 até 1990, Argentina e Reino Unido não mantiveram relações diplomáticas. Os laços só foram restabelecidos durante o governo argentino de Carlos Menem (1989-1999), que propôs um apaziguamento. “Uma vez que os dois países concordassem em não discutir soberania, iriam tentar aproximações em outros assuntos”, diz Maurício Santoro, professor de relações internacionais da Fundação Getulio Vargas. Os moradores das Malvinas não querem que a administração seja passada para a Argentina e é isso que dá respaldo ao Reino Unido em refutar negociações. “Os habitantes das Falklands são britânicos por escolha”, diz Santoro. “É mais interessante para eles permanecer como está.”
img1.jpg
Fonte: Istoé

Mais um inquérito contra o Hospital Santa Lúcia


Mais um inquérito contra o Hospital Santa Lúcia
por Antonio Carlos Prado e Laura Daudén

Volta ao noticiário policial o Hospital Santa Lúcia, em Brasília. A primeira aparição foi quando o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Ferreira, morreu após ter atendimento negado porque seu plano de saúde não era aceito. Isso foi no mês passado. Agora, na segunda-feira 13, deu entrada no Santa Lúcia com crise de asma o estudante Marcelo Dino (foto), 13 anos, filho do presidente da Embratur, Flávio Dino. O garoto foi atendido e acordou bem na UTI às cinco da manhã do dia seguinte. Meia hora depois a equipe médica aplicou-lhe um anti-inflamatório esteroide de administração intramuscular ou intravenosa. Em seguida Marcelo passou mal e, segundo familiares, só foi socorrido às seis horas. Entrou em coma e morreu após 15 minutos. A polícia abriu inquérito: quer saber se houve negligência ou erro médico. “O que o paciente necessitava estava à sua disposição na UTI”, diz a diretoria jurídica do Santa Lúcia.  

Fonte: Istoé

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

M.O.A. | METAL OPEN AIR

M.O.A. | METAL OPEN AIR

BLIND GUARDIAN CONVOCA OS FÃS PARA O METAL OPEN AIR!

O cerco se fecha contra Ricardo Teixeira


Investigada pela Polícia Civil por suposto superfaturamento num jogo “festivo” entre Brasil e Portugal, em 2008, a empresa Ailanto Marketing funcionou durante meses numa fazenda de propriedade do presidente da CBF, Ricardo Teixeira. A revelação foi feita nesta quarta-feira 15 em reportagem do jornal Folha de S.Paulo.
Reprodução do cartaz que convocou militantes a protestar contra Ricardo Teixeira no ano passado, no Rio
A empresa de marketing pertence ao presidente do Barcelona, Sandro Rosell – ex-executivo da Nike no Brasil e amigo de Teixeira há pelo menos uma décadas. Para realizar o amistoso, que marcou a reinauguração do estádio Bezerrão, a Ailanto cobrou 9 milhões de reais do governo do Distrito Federal, à época governado por José Roberto Arruda – preso e cassado em meio ao chamado “mensalão do DEM”. Os indícios de superfaturamento e irregularidades levaram o Ministério Público do Distrito Federal a mover, em 2009, uma ação de improbidade administrativa contra Arruda e o então secretário de Esportes, Aguinaldo de Jesus.
Com a revelação, o enredo repleto de denúncias e obscuridades de Ricardo Teixeira à frente da CBF tem mais um capítulo. Um documento obtido pela Folha de S. Paulo comprova que, por 26 meses, a Ailanto foi dona da empresa VSV Agropecuária Empreendimentos Ltda, sediada na fazenda de Teixeira em Piraí, a 80 km do Rio.
A companhia agropecuária havia sido registrada na Junta Comercial do Rio apenas oito dias antes do amistoso realizado no Distrito Federal, entre as duas seleções e foi extinta em 14 de janeiro de 2011. No entanto, funcionários que trabalhavam na fazenda do presidente da CBF negaram ao jornal que a VSV alguma vez tenha funcionado ali.
A narrativa se associa a Teixeira quando os sócios da VSV são revelados: Sandro Rosell, dono da Alianto, amigo de Teixeira e sócio da mulher do mandatário em outra empresa, e Vanessa Precht, secretária de Rossel.
Vanessa já havia aparecido em investigações da Polícia Civil de Brasília, quando descobriu-se que o apartamento dela constava como sede da Ailanto em 2008. Em agosto de 2011, a polícia fez operação de busca e apreensão no apartamento de Vanessa Precht, no Rio.
Contudo, desde 2010, a Polícia Civil do Distrito Federal já apura suposto superfaturamento em gastos da Ailanto no jogo. A suspeita de  superfaturamento do amistoso de 2008 corre na Justiça Federal do DF.
Fonte: Carta Capital

Viúvo consegue na Justiça direito à licença-maternidade


Divulgação/Internet


Um pai que ficou viúvo logo após o nascimento da filha conseguiu na Justiça o direito à licença-maternidade de seis meses. A decisão é da juíza Ivani Silva da Luz, titular da 6ª Vara Federal de Brasília. Ela admitiu que não há previsão legal para conceder o benefício ao pai, mas que a exceção deveria ser aberta em favor da proteção do bebê.
José Joaquim dos Santos é funcionário da Polícia Federal e já havia pedido o benefício ao empregador, que foi negado. Ele então decidiu pedir férias, que terminaram na semana passada, enquanto acionava a Justiça para pleitear a licença.
A juíza interpreta que a licença-maternidade só é conferida à mulher porque ela tem as condições físicas de melhor atender às necessidades do bebê no início da vida. Mas lembra, no entanto, que a Constituição é taxativa ao condicionar à família a proteção das crianças. “Nessas circunstâncias, os princípios da dignidade da pessoa humana e da proteção à infância devem preponderar sobre o da legalidade estrita, que concede tão somente às mulheres o direito de gozo da licença-maternidade”.

Débora Zampier
Fonte: Âmbito Jurídico

Aprovada em concurso consegue ser nomeada sem apresentação do diploma


O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Ari Pargendler, negou pedido de suspensão de segurança apresentado contra decisão de desembargador do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) que concedeu medida liminar a candidata aprovada em concurso público para o cargo de professora. Ela deixou de ser nomeada para o cargo porque não apresentou o diploma de curso superior.

A candidata impetrou mandado de segurança contra ato do secretário da Educação da Bahia, alegando que, mesmo tendo entregue atestado de conclusão do curso superior e termo de responsabilidade expedido pela Diretoria Regional da Educação, não foi nomeada para o cargo de professora em razão da falta do diploma.

O relator do mandado de segurança no tribunal baiano aceitou o pedido, por considerar que, com aqueles documentos, a candidata comprovou fazer jus ao cargo. Ele concedeu a liminar para determinar ao secretário da Educação que providenciasse a nomeação e posse da candidata.

Caos nos concursos
Inconformado com a decisão do relator, o estado da Bahia recorreu ao STJ para suspender a liminar, alegando que tal medida acarretaria grave lesão à ordem e à economia pública, bem como o risco de efeito multiplicador, uma vez que outros candidatos na mesma situação – aprovados, mas sem o diploma de curso superior – poderiam se basear na decisão e reivindicar o mesmo direito.

Segundo os procuradores do estado, a manutenção da liminar “tornaria um caos a organização de concursos públicos para cargos de nível superior”. A apresentação do diploma, insistiram, é uma exigência do edital.

O ministro Pargendler negou o pedido do estado da Bahia por considerar que atrasos de ordem burocrática não podem inviabilizar um direito. Ele afirmou que o pedido de suspensão de segurança exige uma avaliação política sobre eventuais danos que a decisão combatida poderá acarretar, e que isso implica um “juízo mínimo” acerca dessa decisão.

Segundo o presidente do STJ, esses danos só são potenciais quando se identifica a probabilidade de reforma do ato judicial, “e disso aqui aparentemente não se trata”. Além disso, acrescentou, “lesão grave ao interesse público não há”. 

Coordenadoria de Editoria e Imprensa 

Fonte: STJ

Charge do dia: Galhardo

Postagens populares

Total de visualizações de página

Páginas