Nesse post trago algumas fotos da mostra que reapresenta um dos momentos mais difíceis da história recente do nosso país, trazendo ao debate, novamente, a perspectiva da necessidade de não fecharmos os olhos nem esquecermos o que de pior aconteceu ao povo brasileiro e aos rumos da república com o longo período de exceção.
A cidadania, hoje ainda almejada (e pela qual se tem lutado), e o processo de consolidação democrática no Brasil precisam caminhar ao lado da consagração do direito a rememorar os aspectos que compuseram o panorama da época em sua integralidade, buscando-se sempre reconstruir o itinerário da verdade dentro do plano dos acontecimentos.
EXPOSIÇÃO “A DITADURA NO BRASIL 1964 – 1985”
A exposição traz uma ambientação visual que conduz o público em uma espécie de “viagem no tempo”. Traz de volta a lembrança aos que viveram os fatos retratados e traduz aos jovens um pouco do clima vivenciado nesse período tão importante na história social e política brasileira. Recupera, de maneira exclusiva, desde os primeiros momentos do Golpe de Estado que mergulhou o país numa ditadura de 21 anos, até os grandes comícios populares das “Diretas Já”. Imagens marcantes dos tanques militares na frente do Congresso Nacional, as passeatas estudantis, a resistência dos diversos grupos da sociedade civil, a censura de documentos, a violência, prisões e torturas estão expostas em grandes painéis que colocam o espectador dentro dos acontecimentos. Junto, todos os fatos ocorridos nessa época são recuperados em um texto em ordem cronológica.
“A ditadura no Brasil – 1964-1985”, tem por objetivo registrar o que representou a ditadura no país, para que o maior número de cidadãos possam ter acesso ao material, excelente instrumento de valorização da história brasileira; resgatar a memória dos que viveram o período militar com o intuito de provocar reflexão sobre os acontecimentos e sensibilizar os jovens de hoje a respeito do que ocorreu durante os anos de chumbo no país, a partir de uma perspectiva da cronologia histórica e visual incluindo fotos e documentos, inéditos em sua maioria.
Não podemos esquecer
Nesse documento da época da ditadura o chefe da censura federal em São Paulo, após assisitr a uma apresentação do espetáculo teatral "Roda Viva" (de autoria do cantor e compositor Chico Buarque de Holanda), emite um relatório em que define a peça como"degradante e até certo ponto subversiva", informando ainda que a representação que vira "provocava o espectador para tomada de posição".
Grandes marchas, passeatas e comícios foram realizados pelo movimento estudantil durante a ditadura. Motivo que levou a que eles fossem os principais alvos da perseguição governamental. Naquele tempo, ser estudante e ser engajado na luta democrática era o mesmo que viver em constante estado de perigo.
Torturas, desaparecimentos e mortes dos "subversivos" foram uma dolorosa constante nos anos negros do Brasil.
No documento da foto acima vemos um ofício determinando a feitura de portaria de interdição do filme "Terra em Transe", do cineasta Glauber Rocha, dentre outras razões, pelo fato de o mesmo conter, segundo os censores, "mensagem de cunho esquerdista, contrária aos interesses nacionais".
No documento acima, oriundo da Divisão de Censura de Diversões Públicas da Polícia Federal, podemos ver o parecer de não liberação da execução pública da música "Óculos escuro", de autoria da dupla Paulo Coelho e Raul Seixas, tida como "veículo de mensagem subversiva" e que induziria flagrantemente "ao descontentamento e insatisfação no que tange ao regime", incitando uma "nova ideologia, contrária aos interesses nacionais".
O movimento Diretas Já desencadeou a onda de manifestações da sociedade nacional responsáveis pelo fim da ditadura e retorno à democracia em nosso país.
Ayrton Senna foi muito mais do que um amigo para Erik Comas. O
brasileiro salvou a vida do então piloto francês, em 1992, ao socorrê-lo
após batida violenta contra o muro durante treino no GP da Bélgica.
Senna não teve dúvida ao passar pelo local segundos após o acidente:
parou sua McLaren e correu em direção a Ligier/Renault, que vazava
combustível e estava prestes a explodir.
Percebendo que Erik
Comas estava desacordado no cockpit, Senna desligou a ignição do carro
do companheiro e evitou o risco de a Ligier pegar fogo. Quis o destino
que dois anos depois o drama tivesse papel invertido.
O último piloto a se aproximar da Williams destruída com Senna foi justamente Erik Comas. Em entrevista ao UOL Esporte,
o ex-piloto francês reverencia Senna pelo ato heroico em 1992, mas
ainda se remói por não ter conseguido ajudar o amigo em estado
gravíssimo após acidente na curva Tamburello, em Ímola, em 1994.
A bordo de uma Larrousse/Ford, Comas bem que pensou em repetir o gesto
feito pelo colega dois anos antes: sair em disparada para salvá-lo. Mas
os fiscais de prova impediram que o francês deixasse o cockpit. Com o
carro parado a metros da Williams e de Senna, Comas assistiu a todo
atendimento médico impressionado com a gravidade da batida.
A
prova em Ímola estava suspensa para o atendimento de Senna. Nenhum carro
tinha autorização para seguir caminho; mas Comas descumpriu a ordem e
continuou na pista, parando apenas quando chegou à área do desastre, com
o helicóptero já na pista.
"É difícil aceitar que alguém que
salvou sua vida dois anos antes estava agora a poucos metros de mim,
ferido gravemente. Eu tinha que deixar o carro e ir lá para ajudar de
alguma maneira. Mas os médicos não deixaram. Eu entendi que ele estava
morrendo ou estava morto. Sou cristão, não praticante, e senti uma
radiação enorme. Eu tive a sensação de que o Senna estava indo para o
céu. Eu nunca tinha visto isso", descreve Comas.
Senna foi
levado de helicóptero ao hospital. Impedido de prosseguir caminho com a
Larousse, Comas teve de retornar aos boxes com a ambulância então
colocada para resgatar o piloto brasileiro. Horas mais tarde veio a
confirmação do falecimento.
Abalado, Comas se recusou a
continuar na prova. O GP foi vencido por Michael Schumacher. No fim
daquele ano, o francês decidiu largar a Fórmula 1.
"Foi difícil
ver falecer a pessoa que salvou a minha vida. Eu me senti horrível. Não
queria dirigir mais. Fui convencido pela equipe a ficar até o fim da
temporada. Mas depois parei com a Fórmula 1", destacou o francês, que
anos depois correria por competições de turismo.
Erik Comas/Divulgação
Ex-piloto Erik Comas tem 50 anos e é sócio de empresa de carros vintages
Morando na Suíça e sócio de empresa de carros históricos, o francês de
50 anos se emocionou ao narrar a tentativa de Senna em resgatá-lo do
carro, em 92, e chama o piloto brasileiro de "herói".
UOL
Esporte – Dois acidentes, dois episódios envolvendo você e Ayrton
Senna. Qual a lembrança que fica após ser salvo por Senna e, dois anos
depois, assistir ao atendimento médico a poucos metros do brasileiro?
Erik Comas
– É difícil aceitar que alguém que salvou sua vida dois anos antes
estava agora a poucos metros de mim, ferido gravemente. Eu tinha que
deixar o carro e ir lá para ajudar de alguma maneira. Mas os médicos não
deixaram. Eu entendi que ele estava morrendo ou estava morto. Sou
cristão, não praticante, e senti uma radiação enorme. Eu tive a sensação
de que o Senna estava indo para o céu. Eu nunca tinha visto isso.
UOL Esporte – Como você conseguiu dirigir o carro até o local do acidente com o Senna em Ímola mesmo com a pista interditada?
Erik Comas
– Foi uma grande confusão dentro da equipe no momento da paralisação.
Havia uma incerteza. Não sabiam se era para eu seguir ou parar nos
boxes. Eu continuei na pista e só fui entender a gravidade quando me
deparei com o helicóptero no chão e médicos tentando salvar o Senna.
UOL Esporte – Você se sente frustrado por não ter retribuído em 1994 o gesto de Senna de dois anos antes?
Erik Comas
– Sim. Eu me sinto envergonhado e com certa culpa por isso. Em Spa
Francorchamps, em 92, o Senna apareceu logo depois do meu acidente,
chegando antes dos médicos. Ele parou o carro e veio ao meu carro
desligar o interruptor principal, evitando explosão. Já no acidente
dele, em Ímola, ele já estava sendo atendido quando cheguei. Os médicos
eram mais competentes e eu nada pude fazer.
UOL Esporte – Você teve contato com o Senna antes da largada em Ímola?
Erik Comas
– Eu encontrei ele rapidamente em um espaço reservado aos pilotos. Eu e
ele não estávamos bem por tudo o que havia ocorrido nos treinos [morte de Roland Ratzenberger e grave acidente com Rubens Barrichello]. Eu pela primeira vez vi um Senna impactado, preocupado.
UOL
Esporte – Por que você decidiu ficar fora da relargada após o acidente
do Senna? Schumacher e Hakkinen, por exemplo, continuaram a prova e
foram para o pódio.
Erik Comas – Os
outros corredores não sabiam do estado do Senna, mas eu sabia que ele
tinha morrido porque presenciei. Era impossível eu continuar depois de
tudo o que eu vi. Não dava. Eu não tinha condições de correr depois de
um fim de semana triste.
UOL Esporte – O que ocasionou a batida que vitimou Senna?
Erik Comas – Não foi erro dele. Alguma coisa dentro do carro quebrou segundos antes do acidente.
UOL Esporte – Como você define a atitude tomada por Senna, que se arriscou correndo na pista para desligar o seu carro?
Erik Comas
– O Senna era tão generoso que para ele foi um ato normal ter me
salvado em 1992. Mas para mim ele é um heroi. Havia líquido vazando no
meu carro após a batida e um grande risco de explosão. O Senna sabia
disso, mas agiu por instinto ao ir em direção ao meu carro. Hoje talvez
eu não estaria aqui contando isso se não fosse o Senna.
UOL Esporte – Você lembra de detalhes do seu acidente em 1992?
Erik Comas
– Eu não me lembro de nada. Minha memória só se recorda de segundos
antes de eu perder o controle do carro. Fiquei desacordado, mas meu pé
continuava no pedal. A chance de explosão era grande. Não vi o Senna me
socorrendo. E quando os médicos chegaram, ele permaneceu ali perto para
conferir se eu estava bem.
UOL Esporte – O carinho pelo Ayrton Senna já existia antes do acidente na Bélgica, em 1992?
Erik Comas
– Sim. Minha admiração por ele começou já no meu ingresso à Fórmula 1. O
Senna foi o primeiro e único piloto a me felicitar pelo meu título na
Fórmula 3000. Ele disse: 'Seja bem vindo. Parabéns pelo título'". Eu
fiquei impressionado. Aquilo para mim foi algo especial, porque ele teve
a sensibilidade de recepcionar um jovem piloto.
UOL Esporte – Você tem planos de vir ao Brasil para prestar homenagem no cemitério?
Erik Comas
– Eu prefiro ir à Ímola, no espaço que é dedicado a ele. Para mim este
lugar é especial, porque eu estava lá e ali foi o último lugar em que eu
o vi.
Senadores votam pela aprovação do Marco Civil sem alterações ao texto que pudessem levar o projeto de lei volta à Câmara
O Senado aprovou na noite desta terça-feira (22) o Marco Civil da
Internet, que segue agora para sanção presidencial. A votação se deu 28
dias após aprovação na Câmara dos Deputados,
onde a proposta do relator Alessandro Molon (PT-RJ) foi debatida por
quase três anos e chegou a trancar a pauta por cinco meses.
Após pressão do governo, a aprovação no Senado foi feita a tempo de transformar o texto em lei antes do evento NetMundial,
que será realizado em São Paulo a partir de quarta (23). A abertura do
encontro internacional será feita pela presidente Dilma Rousseff, que deve levar o Marco Civil ao evento como "marca" de sua gestão no setor.
A pressa da votação do texto, que tramitava em caráter de urgência, gerou diversas críticas por parte dos senadores.
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Alvaro Dias (PSDB-PR) e Cássio Cunha
Lima (PSDB-PB) estavam entre os opositores da votação nesta terça,
pedindo mais tempo para análise e possíveis alterações na proposta.
Ferreira lembrou que a oposição poderia impedir a votação obstruindo-a
ou apresentando emendas de plenário, mas que não faria isso. Ele apenas
lamentou a posição da presidente Dilma e o "afã dos senadores em querer
agradá-la".
Joel Rodrigues/Folhapress
Senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) conversa com o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), relator do Marco Civil
O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-BA), desistiu de uma
mudança que faria na redação. Ela forçaria a volta do projeto à Câmara
dos Deputados e impediria a aprovação do Marco Civil a tempo do evento
NetMundial.
A emenda de Braga sugeria alteração no artigo 10, que trata do acesso de autoridades a dados pessoais dos internautas.
O objetivo era deixar a redação do artigo mais clara com a troca do
termo "autoridades administrativas", considerado vago, por "delegado de
polícia e o Ministério Público". Porém, o senador afirmou que aceitaria a
edição desse trecho por meio de medida provisória.
Aprovações em comissões
Na manhã desta terça, a CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania) e a CCT (Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação,
Comunicação e Informática) do Senado fizeram uma "aprovação relâmpago" do projeto – na CCT, o processo levou menos de dois minutos.
O projeto também tramitava na CMA (Comissão de Meio Ambiente, Defesa do
Consumidor e Fiscalização e Controle), que cancelou a reunião para
analisar o texto.
O relator na CCJ, senador Vital do Rêgo
(PMDB-PB), rejeitou 40 das 43 emendas apresentadas– os trechos alterados
tratavam de mudanças de texto, mas não de conteúdo. Duas foram acatadas
na forma de emendas de redação. Outra foi retirada a pedido do autor.
Entenda o Marco Civil
O projeto equivale a uma "Constituição", com os direitos e deveres dos
internautas e empresas ligadas à web. No ano passado, depois das
denúncias sobre espionagem nos EUA, o governo federal enviou pedido à
Câmara para que tramitasse em regime urgência constitucional (sem
definição, chegou a trancar a pauta por cinco meses).
O texto
foi aprovado na Câmara dos Deputados no dia 25 de março, depois de a
votação ser adiada por pelo menos dois anos – o principal motivo eram
pontos considerados polêmicos. A questão mais controversa é a chamada
neutralidade da rede, que propõe tratamento igual de todo tipo de
conteúdo, sem distinção por conteúdo, origem e destino.
De um
lado nessa batalha ficaram as empresas de telecomunicações, que
reivindicam o direito de vender pacotes fechados de internet (como
planos para celular que limitam acesso a redes sociais e sites
pré-determinados). Durante os embates, o líder do PMDB, deputado Eduardo
Cunha (RJ), chegou a dizer que este princípio poderia encarecer o
acesso dos brasileiros à internet.
De outro, estavam os
provedores de internet (como UOL, Terra, IG e Globo): eles defendiam que
esses planos com conteúdo pré-definido limitam a liberdade do usuário e
impedem que novas empresas de conteúdo digital ganhem espaço no
mercado.
Por padrão, alguns dados têm prioridade no tráfego: é o
caso dos pacotes VoIP (voz sobre IP), que precisam chegar rapidamente
em sequência para que a ligação faça sentido. Já no caso de um e-mail,
um pequeno atraso não teria impacto tão negativo. Mas a neutralidade
quer impedir interferências que limitem a oferta de conteúdo.
O futebol italiano pode ser o destino do zagueiro belga Vermaelen, do
Arsenal. A informação foi dada pelo próprio empresário do jogador, Alex
Kroes, ao site calciomercato.com. Inclusive o Napoli foi o clube que
demonstrou maior interesse no defensor.
- O Napoli está interessado no jogador, isso é real. Porém, assim
como eles, outros clubes italianos demonstraram interesse. Vamos esperar
a Copa do Mundo, onde Vermaelen irá mostrar o seu melhor, e depois
analisaremos o que será do seu futuro - disse o empresário.
Apesar de ter jogado as últimas cinco partidas na totalidade pelo
Arsenal, Vermaelen disputou apenas 20 jogos nesta temporada por conta de
lesões. O defensor ficou fora de julho até setembro do ano passado por
conta de uma lesão nas costas. Neste ano, entre janeiro e fevereiro, o
belga sofreu com problemas no joelho. O contrato do belga com o Arsenal
vai até junho do próximo ano.
PARIS - A temporada do futebol europeu está chegando ao
fim e a cada dia novos campeões são conhecidos. Inúmeros jogadores já
podem comemorar o sucesso no ano, entre eles alguns brasileiros, como os
zagueiros Thiago Silva e Luisão, que atuam no Paris Saint-Germain e
Benfica e tiveram a honra de erguerem taças em torneios nacionais de
França e Portugal neste final de semana.
Yoan Valet/EFE
Brasileiros do PSG comemoram título na França
Capitão da seleção brasileira e um dos principais destaques do
Brasil, Thiago Silva possui muita moral também na França e, em dois anos
com a camisa do Paris Saint-Germain, já levantou três canecos. A última
delas foi a da Copa da Liga Francesa, conquistada no sábado após uma
vitória por 2 a 1 sobre o Lyon. Maxwell e Lucas também apareceram com
destaque no jogo, sendo fundamentais par a conquista.
Em Portugal, Luisão, que disputou a Copa de 2010 pelo Brasil, também
sentiu o gosto de ser campeão e erguer uma taça. Sua equipe, o Benfica,
superou o Olhanense por 2 a 0, com dois gols do também brasileiro Lima e
conquistou o Campeonato Português pela 33.ª vez em sua história.
Fora da Europa, nos Emirados Árabes, outro brasileiro que festejou um
título foi o atacante Grafite, ex-São Paulo e que também jogou a última
Copa do Mundo. Ele fez um dos gols do Al Ahli na vitória sobre o Al
Jazira na decisão da Copa do Golfo Árabe.
Em livro, autor propõe gestão de humor no ambiente corporativo e defende que esse atributo é indispensável para se dar bem na vida pessoal e profissional
“As pessoas estão rindo cada vez menos. O mau humor continua imperando no ambiente de trabalho”. A declaração é de Marcelo Pinto, advogado trabalhista e palestrante, no seu último livro O Método S.M.I.L.E – para gestão do humor no ambiente de trabalho (Ed. Ser Mais), lançado neste mês.
Para o advogado, o bom humor e o sorriso são aliados e podem salvar a rotina exaustiva e cheia de pressões do trabalho. Policiais, motoristas de ônibus, vendedores e jornalistas são os profissionais mais estressados.
Gestores que entendem a importância do riso e os efeitos – quase instantâneos – da alegria podem transformar a realidade desses profissionais com um local de trabalho equilibrado.
“Você terá pessoas motivadas e engajadas”, diz.
Segundo o especialista, as características comportamentais de um candidato são tão importantes quanto as aptidões técnicas na hora de conquistar o sonhado emprego.
“O humor é uma competência que começa a ser valorizada nas empresas e é um atributo indispensável para quem quiser se dar bem na carreira.”
Ao analisar experiências bem sucedidas da “gestão de humor” no mercado, ele criou o método Smile composto por etapas, que formam o acróstico sorrir (em inglês). Com as lições sorria, mude de atitude, identifique oportunidades, lidere positivamente e envolva e escute, Pinto acredita ter formado um guia prático para a humanização corporativa.
“Quando o funcionário percebe que a empresa respeita as emoções, ele entende que pode ser a mesma pessoa em casa e no trabalho. Esse funcionário terá muito mais resultados já que controlou a própria ansiedade”, explica Pinto.
Engana-se, no entanto, quem acredita que propagar o riso e o senso de humor deve ser uma ferramenta de motivação restrita aos subordinados. Para provocarem mudanças efetivas na empresa, a alta direção e empregadores precisam ser contagiados pelo bom humor. Vale tudo para criar uma “liderança positiva”.
“O chefe não precisa saber contar uma piada, ser humorista. Muitos têm receio de perder a autoridade ao fazer uma brincadeira. Se não quer participar, dê liberdade aos seus funcionários”, aconselha o palestrante, que ganhou o apelido de Dr. Risadinha.
Pinto conta ainda que empresas internacionais já colocaram em prática a gestão do humor. Uma companhia aérea nos EUA permite que os comissários de bordo deem as primeiras instruções de voo cantando.
“Trouxe leveza e não tirou a autoridade do funcionário. Uma forma descontraída, mas que passa o mesmo recado”.
Enquanto no Brasil, empresas de bebidas, segundo ele, usam brincadeiras de mau gosto em convenções para humilhar funcionários que não atingiram as metas de vendas.
“É cada história absurda que vai desde um troféu tartaruga até uma foto dentro de um caixão, simulando a morte daquele vendedor. É humilhante, marca o profissional e pode ainda gerar uma ação trabalhista”, explica.
“Não seja o mala”
Como muitos dizem “brincadeira tem hora e lugar”. E o advogado concorda com a regra. Para ele, o bom senso deve liderar todas as investidas humoradas no escritório.
“Tem aqueles que sentem a obrigação de agradar a todos como um meio de inclusão fazendo piada dele mesmo, às vezes com tom destrutivo. Aquele que não tem bom senso pode ganhar o título de ‘bobo da corte’ ou até virar o ‘mala’ da empresa”.
Pessoas introvertidas podem encontrar dificuldades para interagir com os colegas e seguir a estratégia do sorriso. O segredo, explica Pinto, é expressar a alegria de uma forma diferenciada ao entender e permitir que os outros descontraiam.
“Muitos introvertidos são confundidos com pessoas mau humoradas. O jeito então é andar com pessoas extrovertidas e começar a se expor”. A troca de experiências só trará benefícios, inclusive para a vida pessoal, garante o autor.
Ilustração artística mostra como pode ser o planeta descoberto
Astrônomos do Telescópio Espacial Kepler anunciaram nesta quinta-feira
(17) uma grande descoberta espacial: eles encontraram um planeta
extremamente parecido com a Terra, a ponto de gerar especulação sobre a
possibilidade de ser habitável e de ter água em forma líquida.
O planeta foi batizado de Kepler-186f, porque ele é o sexto planeta em
órbita da estrela-anã Kepler-186. O planeta tem quase o mesmo tamanho da
Terra: ele é cerca de 10% maior do que nosso planeta natal. Mas o que
mais empolgou os cientistas é que ele está na chamada "zona habitável" –
nem tão distante de sua estrela a ponto da água congelar, nem tão perto
a ponto da água evaporar. Assim como a Terra, Kepler-186f está a uma
distância de sua estrela onde seria possível ter água em sua forma
líquida, um pré-requisito para a vida como conhecemos.
Astrônomos acreditam que existam milhões de planetas como a Terra no Universo.
O problema é que, como planetas não têm luz própria, e muito difícil
identificá-los. Por isso a importância da metodologia usada pelo
Telescópio Kepler. Ele identifica primeiro identifica a estrela. Sempre
que um planeta passa entre a estrela, a luz recebida pelo telescópio
diminui. Calculando essa variação, os astrônomos conseguem descobrir o
tamanho e a órbita do planeta.
No caso de Kepler-186f, os pesquisadores já sabem que ele é
provavelmente um planeta rochoso – diferentemente dos planetas gasosos
como Júpiter e Saturno. Também sabem a duração do ano no planeta: cerca
de 130 dias. Mas ainda há muitas informações que o Kepler não consegue
identificar, como a gravidade ou atmosfera do planeta.
Morreu nesta quinta-feira, na Cidade do México, aos 87 anos, o escritor
colombiano Gabriel García Márquez, vencedor do prêmio Nobel de
Literatura em 1982 e um dos criadores da corrente literária conhecida
como realismo mágico. Considerado um dos mais importantes autores do
século XX, Márquez estava com a saúde debilitada e estaria com câncer em fase de metástase
no pulmão, gânglios e fígado. A idade avançada e a condição frágil do
autor levaram a família a abrir mão de um tratamento oncológico para
optar por cuidados paliativos em casa. Casado há 56 anos com Mercedes
Barcha, o escritor deixa dois filhos, Rodrigo e Gonzalo.
Márquez nasceu em 6 de março de 1927, no pequeno município de Aracataca, na Colômbia. Autor de obras aclamadas como Cem Anos de Solidão e O Amor nos Tempos do Cólera, Gabo, como é chamado por amigos e fãs, diz que começou a escrever a força. No livro Eu Não Vim Fazer Um Discurso,
de 2010, publicado no Brasil pela editora Record, o autor relembra que,
ainda estudante, viu um texto desafiador do jornalista Eduardo Zalamea
Borda, no suplemento El Espectador, de Bogotá. Segundo Borda, o
futuro literário estaria em perigo, já que não conhecia nenhum bom
jovem escritor. Márquez, que ainda não tinha certeza de suas aptidões,
nem qual caminho seguiria profissionalmente, topou o desafio em um
sentimento de “solidariedade com os companheiros de geração”. Escreveu
um conto e mandou para o jornal. Para sua surpresa, no domingo seguinte,
o texto estava publicado juntamente com um pedido de desculpas de
Borda, que, enfim, retomou sua fé em talentos da juventude.
Família - O mais velho entre onze irmãos, Márquez é
criado pelos avós, enquanto seus pais, Luisa Santiaga Márquez e Gabriel
Eligio García, se mudam para a cidade de Barranquilha para administrar
uma farmácia. Os esforços do pai em economizar para investir na educação
do filho, sonhando com um futuro advogado, são frustrados. Em 1949, aos
22 anos, Gabo deixa a faculdade de direito após cursar seis semestres. A
atitude faz com que o pai corte relações com ele por um tempo.
“Havia desertado da universidade, com a ilusão temerária de viver do
jornalismo e da literatura sem necessidade de aprendê-los, animado por
uma frase que creio ter lido em Bernard Shaw: ‘Desde pequeno tive que
interromper minha educação para ir à escola’”, diz Márquez em um trecho
do livro Viver para Contar (Editora Record), em que o escritor
narra o período da saída da Universidade até o início do seu fazer
literário, permeado por lembranças da infância e da adolescência.
A ilusão da vida de jornalista faz com que Márquez viva,
inicialmente, no limiar da pobreza. Endividado, ele tem poucos
pertences, contrapostos às suas muitas aspirações. Uma viagem com sua
mãe até Aracataca, narrada no início de Viver para Contar, em 1950, é destacada por ele como o marco que o fez entender que, sim, seria um escritor e como escreveria.
O retorno ao cenário da infância lhe revela que seus esforços
literários deveriam ser calcados “em uma verdade poética”, fagulha que
inicia o movimento realismo mágico, em que a realidade se funde com
elementos fabulosos. A viagem também é uma influência para o nascimento
de um dos povoados mais famosos da ficção: Macondo. A aldeia descrita em
Cem Anos de Solidão e seus integrantes apresentam elementos autobiográficos e fazem uma referência direta a Aracataca.
Primeiros livros - Em 1955, Márquez publica seu primeiro livro, A Revoada - O Enterro do Diabo (Editora
Record), que, apesar da pouca visibilidade, recebe boas críticas.
Alguns anos depois, vai para a Europa trabalhar como correspondente
internacional. Na época, chega a pensar em ficar por definitivo no velho
continente, não fosse sua grande paixão da adolescência, Mercedes
Barcha, com quem se casa em 1958 e permanece até o final da vida. Um
ano após o casamento, nasce seu primeiro filho, Rodrigo.
No início dos anos 1960, Márquez vai para Nova York trabalhar como
correspondente nos Estados Unidos. Contudo, sua amizade com o ditador
Fidel Castro, de Cuba, o torna persona non grata no país. De lá, parte
para o México, onde publica o livro Ninguém Escreve ao Coronel, em 1961. Três anos depois, nasce seu segundo filho, Gonzalo.
Obra-prima - É também neste período que a
necessidade de escrever sobre suas origens volta a incomodar o escritor.
Em 1968, sua obra-prima, o livro Cem Anos de Solidão. Márquez
diz que a obra demorou dezenove anos para ser feita, entre o idealizar
da história e sua concretização. Para se dedicar inteiramente à ideia, o
escritor empenhou seu carro, esperando que o dinheiro durasse seis
meses, período calculado por ele para escrever o livro. No fim, ele
demorou um ano e meio escrevendo. Enquanto isso, sua esposa segurou as
pontas das finanças na família e se encarregava até mesmo de trazer com
frequência as folhas de papel em que o marido trabalhava.
Segundo a biografia Gabriel García Márquez: Uma Vida, de
Gerald Martin, publicada no Brasil pela Ediouro, o casal foi até o
correio com o calhamaço de 490 páginas datilografadas, porém a taxa de
envio ficava acima do valor que possuíam. Por isso, começaram a tirar
páginas do pacote, até atingir o peso que eles poderiam pagar. Acabaram
mandando só metade. Depois, penhoraram alguns objetos domésticos, e
enviaram o restante. "Ei, Gabo, tudo o que nos falta agora é o livro
fracassar", diz Mercedes após o esforço.
O livro não fracassa. Pelo contrário, se torna um dos maiores
sucessos da literatura latina-americana e rende ao seu autor status de
grande escritor. Em 1982, ele ganha o prêmio de Nobel de Literatura pelo
conjunto de sua obra.