Alguns momentos de embates, debates, dissensos e
bate-bocas o julgamento do mensalão (Ação Penal 470).
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Debates e embates no julgamento do "mensalão" (Ação Penal 470)
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Rogério Rocha
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Filhos e felicidade: por que a discussão realista sobre a paternidade causa tanto desconforto
Eis um problema: a paternidade, que deveria ser o momento mais feliz da
vida dos casais – de acordo com tudo o que aprendemos –, na verdade nem
sempre é assim. Ou, melhor dizendo, não é nada disso. Para boa parte
dos pais e (sobretudo) das mães, filhos pequenos são sinônimo de
cansaço, estresse, isolamento social e – não tenhamos medo das palavras –
um certo grau de infelicidade. Ninguém fala disso abertamente. É feio.
As pessoas têm medo de se queixar e parecer desnaturadas. O máximo que
se ouve são referências ambíguas e cheias de altruísmo aos percalços da
maternidade, como no chavão: “Ser mãe é padecer no Paraíso”. Muitas que
passaram pelo padecimento não se lembram de ter visto o Paraíso e, mesmo
assim, realimentam a mística. Costumam falar apenas do amor
incondicional que nasce com os filhos e das alegrias únicas que se podem
extrair do convívio com eles. A depressão, as rachaduras na intimidade
do casal, as dificuldades com a carreira e o dinheiro
curto – disso não se fala fora do círculo mais íntimo e, mesmo nele, se
fala com cuidado. É tabu expor a própria tristeza numa situação que
deveria ser idílica.
A boa notícia para os pais espremidos entre a insatisfação e a
impossibilidade de discuti-la é que começa a surgir um movimento que
defende uma visão mais realista sobre os impacto dos filhos na vida dos
casais. Seus adeptos ainda não marcham nas ruas com cartazes contra a
hipocrisia da maternidade como um conto de fadas. Mas exigem, ao menos, o
direito de falar publicamente e com franqueza sobre as dificuldades da
situação, sem ser julgados como maus pais ou más mães por se atrever a
desabafar. Por meio de livros e, sobretudo, com a ajuda da internet,
eles começam a falar claramente sobre os momentos de angústia, tédio e
frustração que costumam acompanhar a criação dos filhos. Nas palavras da
americana Selena Giampa, uma bibliotecária de 35 anos, dona do blog Because Motherhood Sucks (A maternidade enche...),
“a maternidade está cheia de momentos de pura felicidade e amor. Mas
tudo o que acontece entre esses momentos é horrível. Amo ser mãe, de
verdade. Mas tenho de dizer a vocês que, assim como qualquer outro
emprego, muitas vezes eu tenho vontade de pedir as contas”. Com uma
notável diferença: ninguém pode se demitir do emprego de mãe ou de pai.
Ele é vitalício.
O melhor exemplo dessa nova maternidade é o livro Why have kids
(Por que ter filhos), sem previsão de lançamento no Brasil, escrito
pela jornalista americana Jessica Valenti, de 34 anos. Durante a
gravidez de sua primeira e única filha, Jessica teve um aumento perigoso
de pressão arterial. Layla nasceu prematura, pesando menos de 1 quilo.
Passou oito semanas na incubadora do hospital. Ao longo dos 56 dias em
que viu a filha sofrer dezenas de procedimentos invasivos, Jessica
refletiu sobre como idealizara a experiência de ser mãe. Seu livro parte
daí para criticar a cobrança pela maternidade perfeita, uma espécie de
pano de fundo imaginário contra o qual as mães de verdade comparam suas
imensas dificuldades e seus inconfessáveis sentimentos negativos. “Não
falar sobre a parte ruim da maternidade só aumenta o drama dos pais e as
expectativas irrealistas de quem ainda não é”, disse Jessica a ÉPOCA.
Fonte: Revista Época
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Viver para contar. E combater.
Graciliano Ramos (1892-1953) era um homem de poucas intimidades. Fechado, sisudo e desconfiado, o autor de Vidas Secas concedeu poucas, raras entrevistas sobre sua vida
e sua obra. Dizia não ter nada de interessante a dizer. E reservava
suas impressões quase sempre amargas sobre o mundo em artigos e livros
como Infância e Memórias do Cárcere, obras de referência na prosa brasileira.
“Homem de poucas palavras, Graciliano é um problema para o repórter
que se propõe a biografá-lo. O autor de São Bernardo nada tem de
expansivo. Ainda que amabilíssimo, escolhe-se todo diante do jornalista.
Tem medo, penso eu, de parecer herói a fornecer dados para a
posteridade”, escreveu o jornalista Francisco de Assis Barbosa em seu
livro Achados ao Vento. Barbosa foi um dos poucos repórteres a
quebrar a resistência de Graciliano, numa entrevista arrancada em 1942
em que o autor, então com 50 anos, aceitou falar sobre o processo de
criação literária.
Essa resistência seria quebrada outras (raras) vezes graças na base
da teimosia e da insistência por nomes como Joel Silveira, Newton
Rodrigues e Homero Senna. Analisadas hoje, as reportagens se
transformaram em documentos históricos que jogam luz sobre a
personalidade de uma das mais refratárias figuras da literatura
nacional. A importância desses encontros levou o jornalista e escritor Dênis de Moraes a introduzir essas raras entrevistas na nova edição de O Velho Graça (Boitempo
Editorial), a principal biografia sobre o autor que é relançada na
esteira das comemorações pelos 120 anos do nascimento
de Graciliano Ramos.
Nessas entrevistas Graciliano analisa os chamados romances sociais, o papel do escritor na sociedade, a relação entre arte e ideologia, fala sobre sua vida no Nordeste e sobre a sua vida política. E se queixava da repercussão de seus livros, como fez a Newton Rodrigues em 1944: “Acho que as massas, as camadas populares, não foram atingidas e que nossos escritores só alcançaram o pequeno-burguês. Por quê? Porque a massa é muito nebulosa, é difícil interpretá-la, saber do que ela gosta. Os escritores, se não são classe, estão em uma classe que não é, evidentemente, a operária”.
Mal sabia o autor que, 120 anos após seu nascimento, se tornaria leitura obrigatória em qualquer escola de qualquer cidade do País.
Para o biógrafo, a introdução dessas entrevistas no texto original,
publicado pela primeira vez em 1992, ajudou a clarear ainda um lado
pouco conhecido do escritor, menos sisudo e mais amigável, como é
descrito por familiares e amigos que conviveram com ele até o fim da
vida, quando trabalhava em três turnos para sobreviver: de manhã,
escrevendo livros e artigos, à tarde, como inspetor federal de ensino no
Rio de Janeiro, e, à noite, como redator do jornal Correio da Manhã.
“No fim da vida, Graciliano havia se tornado uma referência
importante para os jovens jornalistas. Ele conversava muito com os
jovens, deixava suas impressões sobre os textos, e isso produzia um
encantamento naquela geração. Esse lado do Graciliano aparecia ainda de
forma tímida na descrição de um homem quase sempre avesso e
desconfiado”.
Quebrar esta imagem de sertanejo retraído e avançar nas memórias
legadas pelo autor, afirma Dênis de Moraes, foi um duplo desafio. Parte
desse resgate aconteceu graças às entrevistas feita à época com amigos,
filhos e a viúva, dona Heloísa, a quem a quarta edição é dedicada. Hoje a
maioria das fontes
está morta. E o relançamento da obra, diz o autor, ajuda a tirar o
livro do confinamento, já que estava esgotado havia anos (a última
edição é de 2003) e era encontrado praticamente apenas em bibliotecas.
É a chance de os novos e futuros leitores conhecerem mais de perto
uma história tão grandiosa quanto a própria obra. Graciliano, hoje tema
de celebrações pelo País – inclusive da próxima Flip, a Feira Literária
de Paraty, quando são lembrados os 60 anos de sua morte – deixou não
apenas livros de referência, mas um histórico de conduta e coerência
admirável para os padrões atuais. No livro, por exemplo, sabe-se que,
enquanto os escritores da primeira geração modernista colhiam os louros
da Semana de 1922, Graciliano ajudava os moradores de sua cidade,
Palmeira dos Índios, a combater o temido bando de Lampião. Como figura
pública, Graciliano legaria também lições que não cabiam nos livros,
como quando foi eleito prefeito (após o assassinato do antecessor),
enquadrou os coronéis locais, deu fim a regalias e promoveu um mutirão
para limpar as ruas das cidades, tomadas por animais criados ao ar
livre. As medidas atingiram até mesmo seu pai, Sebastião, o temido
negociante descrito em Infância que o açoitara num dia em que
não encontrara um cinturão – e que, ao pedir clemência, ouviu: “O senhor
me desculpe, mas prefeito não tem pai”.
Os relatórios sobre sua gestão na prefeitura, sempre escritos em
linguagem coloquial e tomados por ironias, eram objeto de admiração por
Alagoas, ressoaram no Rio de Janeiro e chegaram às mãos de um certo
Augusto Frederico Schmidt, famoso poeta e editor, que se apresentara em
carta ao então prefeito perguntando se o autor daqueles relatórios não
teria na gaveta algum romance que valesse ser publicado. Graciliano
tinha: Caetés, livro que seria renegado pelo autor até o fim de
sua vida. “Esta desgraça das Alagoas”, era como se referia, nas
dedicatórias, ao romance de estreia.
Para Dênis de Moraes, este lado do escritor, que gostava de causar
choque no interlocutor, era apenas “tipo”. Um tipo capaz de dizer que
Machado de Assis era apenas um autor menor “metido a inglês” e, na frase
seguinte, se render ao autor de Dom Casmurro. Ou de dizer em
carta a um amigo, sem meias palavras, que os filhos andavam bem, o mais
velho até já lia manchetes de jornais, mas que o mais novo era de uma
“ignorância assustadora”. Ou quando, já consagrado, repreendia o filho
Ricardo simplesmente por pinçar num texto a palavra “algo”, “um crime
confesso de imprecisão”, nos termos do autor.
Este humor amargo acompanharia Graciliano até o fim da vida,
inclusive nas passagens mais dolorosas, quando nos anos 1930 é vítima de
uma verdadeira caça aos comunistas promovida por Getúlio Vergas – isso
antes mesmo do Estado Novo e muito antes de o autor entrar,
oficialmente, para o Partido Comunista Brasileiro. Os motivos da
traumática prisão, com passagem pela desumana Ilha Grande, no Rio de
Janeiro, são até hoje um dos mistérios a envolver a biografia do autor.
Na nova edição, Dênis de Moraes introduziu duas referências a Getúlio
Vargas que ajudam a entender o período histórico ainda mal digerido. Uma
delas é uma carta ao ditador escrita em 1938 por Graciliano e jamais
entregue ao seu algoz. Nela, ele faz uma espécie de acerto de contas:
“Ignoro as razões por que me tornei indesejável na minha terra. Acho,
porém, que lá cometi um erro: encontrei 20 mil crianças nas escolas e em
três anos coloquei nelas 50 mil, o que produziu celeuma. Os professores
ficaram descontentes, creio eu. E o pior é que se matricularam nos
grupos da capital muitos negrinhos. Não sei bem se pratiquei outras
iniquidades. É possível.”
Era uma referência ao curto período em que atuou como Diretor de
Instrução Pública em Alagoas, espécie de Secretaria da Educação na
época. O Graciliano homem público descrito por Moraes é um sujeito
combativo, inconformado com a situação encontrada em seu estado, como
quando visita uma escola em Maceió e descobre que lá não havia alunos.
Os motivos: não era possível frequentar as aulas com fome, sem uniforme
nem sapatos. “Ele manda comprar a merenda, vai na loja de tecido, sem
dinheiro e sem orçamento, compra os metros do tecido, corta (porque ele
trabalhava com comércio e sabia como cortar), e manda as costureiras
fazer o uniforme para os alunos. E depois vai para a sapataria e
encomenda os pares de sapato, manda entregar ao colégio e o colégio
reabre”, relembra Moraes.
O outro acerto de contas é o encontro entre Graciliano e Getúlio
Vargas descrito ao biógrafo pelo jornalista e escritor Antonio Carlos
Vilaça, introduzido agora na nova edição. Segundo o relato, Graciliano
se encontrou com o ditador durante um passeio noturno pela praia do
Flamengo. Diferentemente de Fabiano, o sertanejo de Vidas Secas
que reencontra o Soldado Amarelo e perde a chance de se vingar por ter
sido, pouco antes, trapaceado no jogo, o escritor é cumprimentado pelo
presidente e dá, ao seu jeito, a sua resposta. Graciliano se nega a
devolver o cumprimento. Para Dênis de Moraes, a passagem ajuda a quebra
uma certa animosidade sobre o autor que, ao fim da vida, era criticado
por ter trabalhado como inspetor federal do governo Vargas – cargo para o
qual foi indicado pelo amigo Carlos Drummond de Andrade e que exerceu
com dignidade até o fim da vida, segundo o autor – e por ter colaborado
com a revista Cultura Política, produzida pelo Estado Novo, mesmo após a
sua prisão. “Se ele fosse um homem de certezas fúteis, ele teria se
aproveitado do encontro pra se aproximar de Getúlio. Mas passa
direto. Esse episódio, como atesta Villaça, é prova da dignidade e
coerência dele”, diz Moraes.
Coerência que seria observada também em outra faceta de Graciliano,
quando ele passa a militar no Partido Comunista. O livro descreve
Graciliano como um admirador contido, obediente mas crítico da
experiência soviética (ele morreria antes de conhecer o relatório
Kruschev, quando são descritos os crimes da ditadura Stálin). No
partido, Graciliano sofreria pressões para fazer da literatura um
panfleto, algo que sempre recusou. E causou constrangimento durante uma
viagem com correligionários à União Soviética, quando não mediu palavras
para contestar a ausência de Tolstói na galeria dos grandes escritores
russos.
Observada hoje, essa coerência, somada à postura combativa, serve
como guia a quem quiser atravessar um período histórico sem abrir mão
das convicções, seja como homem público, como militante, como
intelectual engajado ou pretenso literato. Nada disso seria necessário
para que o Graciliano autor fosse alçado à prateleira dos grandes nomes
nacionais. Sua obra bastaria. Mas não para ele. Porque, para escrever
era preciso fazer como as lavadeiras de Alagoas, “que começam com uma
primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho,
torcer o pano, molham-no novamente, voltam a torcer, colocam o anil,
ensaboam e torcem uma, duas vezes”. “Depois enxáguam, dão mais uma
molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na
pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até pingar não
pingar do pano uma só gota. (…) Pois quem se mete a escrever devia fazer
a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar. A palavra foi
feita para dizer”. Para Graciliano, “dizer” ou viver não eram escolhas,
mas partes de uma mesma ação: a ação transformadora de seu tempo. Num
país em que pensar é quase uma provocação, nada poderia ser mais
subversivo.
Serviço:
O velho Graça - uma biografia de Graciliano Ramos
Autor: Dênis de Moraes
Orelha: Alfredo Bosi
Quarta capa: Wander Melo Miranda
Páginas: 360
ISBN: 978-85-7559-292-2
Preço: R$ 52,00
Fonte: Carta Capital
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Bruce Dickinson é tema de estudo na UERJ
A socióloga Marília Márcia, doutoranda em Sociologia do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - IESP/UERJ,
apresentou recentemente no Encontro Nacional de Pós-Graduação em
Ciências Sociais, um artigo sobre o engrandecimento do vocalista Bruce
Dickinson tendo como referência o mundo artístico.
O artigo intitulado "Testando a 'Donzela de Ferro' ou como engrandecer um rock star no mundo inspirado", explora
o referencial teórico desenvolvido por Boltanski e Thévenot que observa
as situações nas quais os atores buscam acessar diversos princípios
superiores comuns que justificam as ações e a ordem “natural” entre os
seres humanos e não-humanos. Por meio dos conceitos elaborados por estes
dois autores, observaram-se as provas levantadas para justificar a
honraria concedida ao cantor Bruce Dickinson, vocalista da banda de heavy metal Iron Maiden, com o título de Doutor Honoris Causa.
Observou-se como o artista teve sua magnitude elevada após as
evidências de sua grandeza serem consideradas legítimas por meio de
certos objetos, discursos e lógicas reunidos num mundo comum. Através da
análise de entrevistas, gêneros musicais e acontecimentos na cena rock
and roll pôde-se observar a multiplicidade de princípios de justiça
pelos quais as pessoas se justificam e como estas se engrandecem, saindo
de seus estados particulares e representando valores que abarcam amplos
coletivos.
O artigo está disponível no site da ANPOCS – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais. Clique no link abaixo e leia o trabalho na íntegra:
TESTANDO A “DONZELA DE FERRO” OU COMO ENGRANDECER UM ROCK STAR NO MUNDO INSPIRADO
Marília Márcia Cunha da Silva
Instituto de Estudos Sociais e Políticos - IESP
Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
Fonte: Blog Flight 666
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quarta-feira, 24 de outubro de 2012
terça-feira, 23 de outubro de 2012
A 16 horas do fim, leilão por virgem brasileira chega a R$ 911 mil
- VIRGINS WANTED
- | ISTOÉ Online
- | 23.Out.12 - 19:02
A 16 horas do fim, leilão por virgem brasileira chega a R$ 911 mil
Do Portal Terra
A 17 horas do final do leilão da virgindade da brasileira Catarina, o maior lance chega a R$ 911 mil no site do projeto de documentário Virgins Wanted. Só nesta terça-feira, (23), penúltimo dia dos lances (as apostas terminam às 21h do dia 24 em Sydney - 9h no Brasil), três interessados ofereceram valores superiores a R$ 800 mil. O dono do maior lance é indiano, de acordo com o site.
A brasileira chegou à Austrália no final de semana do dia 14, depois de duas tentativas frustradas de conseguir um visto. "Estou muito feliz de estar aqui, porque é tudo novidade. Agora, ainda estou muito envolvida com o filme, mas quero percorrer o país e conhecer outras cidades assim que tiver mais tempo", informou a brasileira.
O leilão da virgindade de Catarina faz parte de um projeto de documentário, idealizado pelo australiano Justin Sisely. Segundo o diretor, a ideia é mostrar o desenvolvimento emocional de dois jovens, antes e depois da primeira experiência sexual.
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O jogo do bilhão
Impulsionados pelas doações aos comitês políticos, Barack Obama e Mitt Romney protagonizam a campanha política mais cara da história. Juntos, eles vão gastar mais de US$ 2 bilhões
Mariana Queiroz BarbozaDUELO
Ainda não se sabe como o debate da terça-feira 16 impactou nas doações
No anseio de não ser ultrapassado pelo adversário na corrida presidencial americana, o democrata Barack Obama deve alcançar nas próximas semanas o número mágico de US$ 1 bilhão em arrecadação de fundos para sua campanha. Assim, sua empreitada para a reeleição será a mais cara da história recente. Já o republicano Mitt Romney, que de abril a julho dominou a corrida por doações, estima gastar US$ 800 milhões. Nessa toada, até o dia do voto, em 6 de novembro, democratas e republicanos devem desembolsar no total mais de US$ 2 bilhões. “Os candidatos temem que, se não gastarem tanto dinheiro, seu opositor o fará e se comunicará melhor com os eleitores”, diz Danny Hayes, professor de ciência política da Universidade de George Washington. “Um tem que fazer frente ao investimento do outro e, dessa forma, são levados a bater recorde atrás de recorde”, diz Filipe Campante, professor de políticas públicas da Universidade de Harvard. “O resultado são valores que soam absurdos.”
Levando-se em conta um contexto em que os partidários do atual presidente comemoram um recuo de 0,3 ponto percentual na taxa de desemprego (de 8,1% para 7,8% em setembro), a campanha bilionária parece fora de tom. Para John Hudak, especialista em estudos de governança do Instituto Brookings, de Washington, embora muitos cidadãos reclamem da arrecadação e dos gastos bilionários, a crítica não deve utilizar a crise econômica como pano de fundo. “O dinheiro vem de doadores individuais, que escolheram fazer isso por vontade própria”, afirma. “Mas essa é uma parcela pequena da população, já que muitos não doam para políticos porque simplesmente não podem gastar dinheiro com isso.” A base de contribuintes do atual presidente ultrapassou os quatro milhões de indivíduos, o que é um número impressionante, mas pequeno se considerado que o vencedor precisará de ao menos 65 milhões de votos nessas eleições, segundo estimativas.
Ao dispensar o financiamento público, em 2008, Obama inaugurou a era das campanhas presidenciais bilionárias e abriu caminho para a regularização dos comitês políticos independentes, conhecidos como Super PACs. O resultado foi amplamente favorável ao democrata. Enquanto o senador republicano John McCain gastou US$ 239 milhões para concorrer à Presidência, sendo US$ 85 milhões de financiamento público, Obama gastou mais que o triplo: US$ 770 milhões. Apoiada por doações pequenas, mas contínuas, e impulsionadas pela internet, a campanha de Obama há quatro anos descobriu um caminho vantajoso para recusar o financiamento público ao se ver livre do engessamento a um teto. Esse é, afinal, o maior benefício que os inéditos Super PACs trazem aos candidatos neste ano. Em janeiro de 2010, uma decisão da Suprema Corte americana baseou-se no direito à liberdade de expressão para derrubar os limites de doação para esses comitês, que são livres para apoiar quem quiserem. “Os Super PACs geralmente são fundados por doadores ricos que contribuem com quantias de US$ 250 mil, US$ 500 mil ou até maiores que US$ 1 milhão”, diz Liz Bartolomeo, diretora de comunicação da ONG Sunlight Foundation. “As portas para despesas políticas estão abertas e há pouca regulação para impedir isso.”
Os comitês independentes tiveram papel fundamental nas primárias republicanas no início do ano. Candidatos como Newt Gingrich e Rick Santorum só foram capazes de permanecer mais tempo na disputa por causa do apoio que receberam dos Super PACs. Mas sua real influência só poderá ser conhecida após o resultado das eleições majoritárias. John Hudak, do Instituto Brookings, vê o fenômeno com ceticismo. “Campanhas caras são boas para a democracia pelo fato de indivíduos estarem doando seu dinheiro e tomando um papel mais participativo no processo eleitoral, mas os Super PACs não têm demonstrado o mesmo poder dos eleitores engajados.” Os comitês que apoiam Romney gastaram muito mais do que os que apoiam Obama (leia quadro) e a maior parte disso foi para propagandas negativas veiculadas na tevê. Ainda assim, as pesquisas mostram os dois tecnicamente empatados. “No fim do dia, apesar de todo o dinheiro, o efeito não é o esperado”, diz Hudak.
Diretor de comunicação do American Crossroads, comitê que apoia o candidato republicano, Jonathan Collegio diz que trabalha por Romney por acreditar em valores liberais, como o livre mercado e governos limitados, e não vê exagero no papel dos Super PACs. “Nossas atividades atuam como fonte de equilíbrio diante do impacto que os sindicatos tiveram nas eleições nos últimos 80 anos”, afirma. “Só em 2008, eles gastaram mais de US$ 400 milhões para ajudar a eleger Obama.” Enquanto alguns críticos defendem que a nova legislação aumenta a influência das corporações e afasta os EUA do foco nas contribuições individuais, dados da Sunlight Foundation mostram que a maioria das doações vem de pessoas físicas. Segundo a organização, dos US$ 459,7 milhões já levantados pelos comitês, apenas US$ 99 milhões vieram de empresas. “Os comitês políticos estão interessados em eleger seus candidatos e nem um pouco preocupados com a saúde da democracia”, diz Danny Hayes, da Universidade de George Washington.
Tanto empenho para a arrecadação de recursos para seus candidatos, entre outras ações, que incluem, por exemplo, ligações de telefone para potenciais eleitores, retrata um cenário que não era previsto pelos analistas no início do ano. A fraca recuperação da economia, de um lado, e a falta de carisma do adversário de Obama, do outro, resultaram numa disputa apertada, palmo a palmo, mas não impediram que o engajamento dos militantes se desse em números tão superlativos. Os momentos-chave da campanha estiveram diretamente relacionados a avanços na arrecadação. Após o primeiro debate entre os presidenciáveis em 4 de outubro, quando a performance de Mitt Romney surpreendeu positivamente os eleitores, sua campanha levantou US$ 12 milhões nas 24 horas seguintes ao evento. Antes disso, a campanha de Barack Obama chegara a um pico de 700 mil contribuintes na semana da Convenção do Partido Democrata, de 4 a 6 de setembro. O impacto do debate da terça-feira 16, em que as pesquisas sagraram Obama como o vencedor por uma pequena margem, não foi divulgado pelas campanhas.
A chegada ao marco bilionário para reeleger um presidente é relativizada pelos cientistas políticos. “Um bilhão de dólares é muito dinheiro de forma absoluta, mas nem tanto perto da nossa economia”, afirma Hayes. “Se considerarmos o tamanho do orçamento americano ou mesmo de seu déficit anual, que é da ordem de US$ 1 trilhão, isso é uma gota no oceano”, diz Filipe Campante, da Universidade de Harvard. “Dada a importância das decisões do governo sobre os agentes econômicos globais, esse valor não é surpreendente, o que não quer dizer que seja desejável do ponto de vista social.”
Foto: Brian Snyder/Reuters
Fonte: Federal Election Commission
Fotos: Joe Burbank/Photoshot/Other Images e Jason Reed/Reuters
Fonte: Federal Election Commission
Fotos: Joe Burbank/Photoshot/Other Images e Jason Reed/Reuters
Fonte: IstoÉ N° Edição: 2241 | 19.Out.12 -
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Uma cidade filosófica
Com filósofa que atende o público, seminários e cadeiras próprias para a reflexão, pequeno município italiano atrai turistas
Michel Alecrim
Para Platão, a cidade ideal seria governada por um filósofo, como consta em seu livro “A República”. Depois de mais de 2,3 mil anos da morte do pai da Academia grega, uma pequena cidade do sul da Itália, Corigliano d’Otranto, resolveu seguir o conselho. Desde que assumiu a prefeitura, em 2006, Ada Fiore, transformou a filosofia num elemento cotidiano da pequena vila de menos de seis mil habitantes. Frases de mestres, como Santo Agostinho, podem ser lidas nas paredes. Cadeiras em formato de livros foram instaladas nas calçadas como um convite à reflexão. Ou seja, um parque temático foi criado, incluindo recursos interativos, o que já atrai milhares de turistas. No cardápio de um dos bares, pode-se ler a pergunta “Por que nasci?”, por exemplo. O tema é levado tão a sério, que até o cargo oficial de filósofo municipal foi criado. Entre as atribuições da ocupante desse posto, Graziella Lupo, está o de prestar consultas à população.
“No início, muitos moradores acharam estranho e ficaram contra. Mas com o tempo, aceitaram”, contou Ada à ISTOÉ. Estima-se que 10% dos moradores já tenham sido atendidos nas consultas, sempre concedidas nas tardes de sexta-feira, ou participado de seminários filosóficos. “A maioria das pessoas que me procura quer tratar da dinâmica de seus relacionamentos, entre pais e filhos, casais, etc.”, diz Graziella. Na alta estação o “parque filosófico” recebeu dois mil visitantes, entre os quais, brasileiros que, segundo Ada, resolveram contar suas histórias de vida para outros visitantes. “Foi muito emocionante”, recorda.
Enquanto refletem sobre a existência, os moradores de Corigliano não deixam, entretanto, de ter de enfrentar os problemas reais, como os danos ambientais do aterro sanitário que atende a região. Como a filosofia até hoje vem oferecendo mais perguntas do que respostas, a indagação adequada para esse e outros problemas está num dos cardápios de um café da cidade no qual se lê: “Por que os erros se repetem?”.
Fonte: IstoÉ N° Edição: 2241 | 19.Out.12
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domingo, 21 de outubro de 2012
OS HORRORES DO TELEMARKETING
Por Renan Hamann em 19 de Outubro de 2012
“Obrigado por entrar em contato conosco! Não se esqueça, a sua ligação é muito importante para nós! Você já conhece os novos planos de vantagens do nosso Cartão Fidelidade? Acesse nosso site e confira tudo com detalhes! A sua ligação é muito importante para nós! Ao ser atendido, tenha em mãos o seu CPF, RG, IP, ID do ICQ, MSN, CTPS e número de registro da sua casa no cartório da cidade! Sua ligação é realmente importante para nós!”
Você já deve ter ouvido frases parecidas com as que foram mostradas no parágrafo anterior, todas acompanhadas de uma agradável música de fundo – daquelas tão agradáveis que dão vontade de dar um tapa na cara de que a compôs. Você também já deve ter percebido qual é o tema do Erro 404 desta semana, né? Sim, vamos falar sobre o drama de quem precisa falar com centrais de atendimento.
“O senhor poderia estar verificando o seu código, por favor?”
Você precisa resolver um problema em sua conta telefônica e só possui alguns minutos para isso? Esqueça! Você precisa reservar algumas horas de sua agenda para poder solucionar o erro na soma da fatura. E há pesquisas que indicam que o principal motivo para a demora nesses atendimentos é o uso do gerúndio – isso mesmo, o tempo verbal que parece deixar tudo mais demorado.
"Senhor, aguarde um minuto enquanto eu vou estar conferindo a sua ficha, senhor!" (Fonte da imagem: iStock)
Por exemplo, se um atendente utilizasse a frase “Confirme seu RG, por favor!” em vez de “O senhor poderia estar confirmando o seu RG, por favor?”, teríamos uma economia de meia frase. Agora imagine isso repetidas vezes, durante todo o contato. É claro que isso representa um aumento de 43% no tempo gasto. Sem falar que isso pode deixar muitas pessoas bastante incomodadas – o gerúndio é uma poluição sonora, admitamos. Confira:
– Bom dia, senhor! Em que posso estar ajudando?
– Oi, minha conta veio com erros.
– O senhor poderia estar dizendo qual o problema, senhor?
– Tem uma ligação pra Bósnia, no valor de 200 reais, mas eu não fiz.
– O senhor poderia estar me dizendo qual a data da ligação, senhor?
– 24 de setembro!
– O senhor pode estar aguardando enquanto eu vou estar verificando.
(...)
– Obrigado por aguardar, senhor. No nosso sistema consta que o senhor efetuou a ligação, senhor.
– Mas eu não efetuei.
–Vou estar conferindo mais uma vez, senhor!
– Ahhhhhhh!
“Eu poderia falar com o seu supervisor?”
Um dos maiores dramas dos atendentes de telemarketing é a frase “Me passe para seu supervisor!”. Isso acontece porque – mesmo que aquele funcionário esteja realmente se esforçando para resolver os problemas dos clientes – os supervisores de call center odeiam ser incomodados e descontam toda a raiva que sentem do mundo em cima dos atendentes.
E é por esse motivo que você não conseguirá falar com o supervisor quando quiser. É preciso de muito esforço para conseguir convencer algum dos atendentes a fazer com que a ligação seja transferida (mas só nessas horas, né!?). As estatísticas de um dos institutos de pesquisas mais respeitados da face oeste do Bairro do Abacate (em Santana do Centro-Sul) afirmam que 85% das pessoas desistem da ligação antes de serem transferidas.
Já as outras pessoas, que resistem bravamente à espera e chegam até a tão desejada ligação, levam entre 5 e 7 minutos para perceber que estão falando com o mesmo atendente (que acabou de engrossar a voz para tentar enganar os clientes).
Transferências e quedas
Depois de quase um ano, você percebe que utiliza um plano de internet que não possui muitas finalidades. O problema é que, para cancelar, você precisa ligar para a central de atendimento em horário comercial, de segunda a sexta. Você trabalha nesses mesmos horários. Para ajudar, a empresa não disponibiliza um telefone 0800 e você precisa ligar de seu próprio celular.
Chegam as suas férias e, finalmente, você pode realizar a ligação tão desejada. Depois de um revigorante café da manhã, o telefone é acionado e começa a saga que faria até mesmo Hércules desistir – sem brincadeiras, se um dos 12 trabalhos dele fosse cancelar uma linha telefônica, a lenda jamais existiria.
"Não me transfere! Ahhh! Sua mãe tem caspa no sovaco!" (Fonte da imagem: iStock)
Mas tudo bem! Você é forte! Você está de férias e você PRECISA cancelar aquele plano. É nesse momento que você percebe o quanto as empresas de telemarketing são cruéis com seus funcionários. Todos possuem metas a serem cumpridas e cancelamento e reajustes de planos raramente contam pontos no final do mês. É por isso que eles agem como namorados ciumentos no melhor estilo “Não posso viver sem você!”.
E é assim que sua ligação é transferida por cerca de cinco ou seis dezenas de atendentes, até que a chamada caia ou você desista de realizar aquele cancelamento. “E daí que eu vou deixar de comer durante alguns dias do mês! Eu não tenho mais forças para lutar contra isso!”. E no final de sua vida você poderia ter comprado um iate com o dinheiro gasto desnecessariamente.
Os mesmos procedimentos de sempre
Todo mundo que teve que entrar em contato com centrais de atendimento deve ter ouvido as mesmas instruções. Isso acontece porque os atendentes são obrigados a seguir um protocolo antes que seja possível realizar testes adicionais – acredite, boa parte dos problemas é resolvido com isso.
Mas sempre que o cliente é um pouco mais experiente, o “procedimento-padrão” já foi realizado antes da ligação. E é por isso que tantas pessoas se revoltam nos contatos. É fácil entender... Imagine que você está vendo o pneu do seu carro furado, mas a seguradora insiste em dizer que o seu motor acabou de derreter. Você sabe a verdade, mas tem que fazer os testes-padrão.
Com os computadores, telefones e qualquer outro equipamento eletrônico, funciona da mesma maneira. Você sabe que precisa de uma solução de verdade, mas vai passar pelos testes de sempre. O pior é que em alguns casos, aquela dica “reinicie o modem” realmente funciona! E é nesse momento que você vai parar neste outro Erro 404.
.....
Atenção: este artigo faz parte do quadro "Erro 404", publicado semanalmente no Baixaki e Tecmundo com o objetivo de trazer um texto divertido aos leitores do site. Algumas das informações publicadas aqui são fictícias, ou seja, não correspondem à realidade.
Ilustração por: Aline Sentone
Fonte: Site TecMundo
Postado por
Rogério Rocha
às
11:07
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