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segunda-feira, 11 de setembro de 2023

AS VERDADEIRAS LENDAS

 

Por Rogerio Rocha

 

No salão das refeições, após os demais terem-se retirado, dois homens maduros, sentados lado a lado, raspavam seus pratos, mastigando lentamente o resto dos caroços de feijão servidos com o arroz de carreteiro.

O mais jovem deles olhou para o do lado, cutucou a costela do que estava à sua direita com o cotovelo e puxou conversa:

“Nero, meu querido! O que acha de bolarmos uma forma de dominar o mundo? Afinal, creio que você saiba do meu desejo insaciável por quebrar convenções e impor minha vontade, não é? ”

“Calígula, olha que essa é uma ideia que me atrai! Dominar o mundo. Será algo tão chocante quanto nomear um cavalo como cônsul. ”

“É verdade! Para quebrar com a mesmice, nada melhor do que causar impacto. Causar. Lacrar, como gosta de dizer essa gente de hoje. Que tal colocarmos um Youtuber no posto de ministro da Educação ou criarmos uma religião baseada na política? ”

“Sensacional, meu caro Calígula! E para ganhar as mentes do povo lançaremos uma campanha publicitária que reverencie as nossas "divindades". Podemos fazer várias lives e usar os influenciadores digitais para performances bizarras em honra e glória de nossas imagens. ”

“Genial, Nero! Genial! Iremos cunhar também moedas virtuais com o nosso selo, disseminá-las por toda a rede mundial de computadores, dar-lhes valores altíssimos e uma cotação que nunca cairá! ”

“Popularizaremos programas de televisão com sexo, sadismo, inversão de valores e muita baixaria. Nele os políticos corruptos usarão tornozeleiras eletrônicas, roupas esfarrapadas e deslizarão em enormes canaletas, caindo, ao final da descida, num imenso chiqueiro, cheio de lama e lotado de porcos famintos! ”

“Ótima ideia. Mas é claro que, mesmo agindo assim, não admitiremos críticas” – disse Calígula com a face transtornada. “Nossos opositores serão sumariamente cancelados em todas as mídias e redes sociais! Depois serão expulsos do nosso império. E para sacramentar a destruição de suas reputações, lançaremos propagandas sistemáticas de difamação e criaremos factoides para confundir a opinião pública. ” – Afirmou, gesticulando com firmeza.

Nos olhos arregalados dos dois, bem como na entonação das vozes num crescendo, ficava evidente a conexão entre as mentes dos conspiradores. Ambos pareciam saber que suas histórias, bem como a razão de estarem ali, tinham muitos elementos em comum.

“Você já percebeu que somos homens diferenciados! Na verdade, somos únicos. Temos visão, pensamos grande e estamos sempre à frente de tudo. Será que os idiotas desse tempo ainda não perceberam isso? ”

“Talvez não. Acho muito difícil, para falar a verdade. Por isso não podemos nos acomodar! Vamos dominar o mundo o quanto antes! Só assim teremos de volta a consideração e o reconhecimento que merecemos. ” – Falou enchendo o peito e empinando o nariz.

“Ah! Lembrei agora! Você sempre foi dado a extravagâncias e ligado aos escândalos. Anotarei em meu diário para não esquecer que isso não deve faltar ao império. Mas, voltando ao que interessa: como seduzir os jovens para aceitarem nossas ideias? ”

“Simples. Transformaremos as aulas em encenações dramáticas, com telas digitais ultra coloridas, vídeos e jogos que disseminarão nossa filosofia. Aprenderão tudo ouvindo podcasts, assistindo vídeos motivacionais e sendo sugestionados por meio de mensagens subliminares. Pagaremos os melhores coaches para fazer esse trabalhinho sujo. Mas fique tranquilo! As pessoas sequer vão notar. ” – Disse, com ar de superioridade, o futuro conquistador.

“Fantástica ideia, Calígula! Criaremos um programa: o "Meu vídeo, minhas selfies”. Assim, quem sabe, os súditos mais pobres não venham a se contentar mais facilmente ao ser dominados. Aos mais ricos, mandaremos distribuir vinho e queijo diariamente. Não terão do que se queixar. ”

“Perfeito, Nero! No campo da política, resolveremos conflitos no Senado com duelos de MMA. O mais forte vencerá e terá a razão! Com isso, poderemos matar as saudades das corridas de biga e dos combates entre os gladiadores. Que tempos maravilhosos foram aqueles! ” – Exclamou saudoso o pretendente ao trono.

“Sem dúvida, Calígula! E quando estivermos entediados, ao invés de debatermos as soluções para as crises, contrataremos cantores populares para apresentar seus shows gratuitamente em cadeia nacional. ”

“Eis o governo que o mundo precisa: um mix de força, diversão e egolatria! ”

O toque estridente da sirene enfim soou, interrompendo a mirabolante conversação. Afinal, era hora do toque de recolher. Momento em que os agentes judiciários passavam para conduzir às celas algum interno que por ali estivesse.

Era o fim de mais um dia no manicômio judiciário do estado. 

Após entreolharem-se, com um nítido ar de decepção, os parceiros de casa encaminharam-se para o término do diálogo, tendo um deles questionado:

“Vejo que temos mesmo muito em comum. Mas, fico aqui pensando, será que o mundo um dia vai entender a grandiosidade de tudo aquilo que já pensamos e fizemos? Ou continuarão a cometer o erro de nos tratar como loucos? ”

“Olha, Nero! ” – Disse o interno, antes de ser conduzido à força para a cela onde dormia – “Para mim isso não importa”. “O que interessa é que nunca deixaremos de viver no imaginário das pessoas. Nosso destino é mesmo o de nos tornarmos aquilo que nascemos para ser: verdadeiras lendas! ”

terça-feira, 9 de outubro de 2018

A MONTANHA MÁGICA”, THOMAS MANN: UMA ESCALADA PARA PERNAS (E ESPÍRITOS) FORTES

POR  em Obvious Mag

montanha_magica.jpg
Terminei esses dias de ler “A Montanha Mágica”, do Thomas Mann.
Quem me vê falando uma frase solta assim, “terminei esses dias de ler o livro tal”, pode concluir superficialmente que se trata apenas de mais um livro, apenas de mais um dia comum em que se chega a uma última página qualquer. Quem me vê falando uma frase solta assim, “terminei esses dias de ler o livro tal”, nem imagina que levei mais de um ano, mais do que uma volta completa da Terra em torno no Sol, para chegar à última página desse livro. E nem imagina o quanto escalar essa Montanha foi uma experiência intensa, dolorida, e ao mesmo tempo Mágica - para fazer justiça ao título do livro. É pela intensidade, pela dor e pela magia da escalada que me sinto compelida a escrever um pouco sobre a experiência. Porque leituras se perdem ao longo do tempo, mas algumas sensações merecem ser eternizadas de alguma maneira.
A coisa toda começa pelo lado concreto mesmo. O livro em si já é uma montanha. São quase 900 páginas, e não páginas vis. Páginas grandes, com letras pequenas, imponentes; páginas que desafiam qualquer bom alpinista logo de cara. Nosso encontro foi na Livraria Cultura, num domingo de sol. Com milhares de exemplares disponíveis, pra quem eu fui olhar? Sim, pra Montanha. Era um dos títulos da minha lista de livros pra vida. Segurei com as duas mãos, abri, cheirei (existe cheiro melhor que cheiro de livro novo?), senti o peso – material, artístico e simbólico – daquele volume e pensei: “não é o momento!” Mas aí apareceu uma poltrona vazia na minha frente (e quem frequenta a Livraria Cultura do Conjunto Nacional de domingo sabe que poltrona vazia é basicamente um convite irrecusável da sorte!) e eu não titubeei: corri pra lá num só embalo. Levei a Montanha comigo. Resolvi ler só o prólogo, só por curiosidade, só pra uma bisbilhotada rápida. Foi então que a curiosidade se transformou em horas e quando dei por mim já estava chegando na página 60. O sol já tinha ido embora lá fora. E eu resolvi ir embora também, levando a Montanha comigo, ao melhor estilo Maomé-possessivo, a-Montanha-é-minha-e-ninguém-tasca.
Todo livro novo traz consigo uma excitação interna latente. As primeiras páginas são feitas de substâncias alucinógenas, cada vez tenho mais certeza disso. Porque cheguei em casa e pensei: se eu ler umas 100 páginas por semana, o que não é muito apesar do tamanho delas, em pouco mais de 2 meses eu termino essa joça. Foi quando ouvi o ecoar de uma sonora gargalhada vinda da Montanha, mas achei que também isso fazia parte dos tais efeitos alucinógenos e não dei credibilidade.
Lembro bem que, de casa, mandei a foto do livro pra um amigo. Ele respondeu algo como: “uau, o livro da tuberculose! Ainda não tive coragem!” Hoje o “ainda não tive coragem” dele me soa como um grande e sóbrio gesto de maturidade.
Pra mim a experiência primordial dessa leitura foi o fato de eu me sentir, enquanto leitora, completamente impotente e à mercê de um narrador brilhante, poderoso, mas também provocativo e até perverso. A proposta dele me chegou intimamente clara desde o início do texto. Algo como “olha aqui, pequena gafanhota: você só poderá escalar a Montanha se eu te conduzir. Não há outro caminho, não há outro guia, é pegar ou largar. Sua única responsabilidade é não desistir no percurso, ou você ficará para sempre perdida na vastidão desses alpes...”
De fato, o narrador me conduziu num ritmo que foi particularmente sofrido. Tive várias imersões e deserções ao longo da escalada, como quem faz o reconhecimento de uma parte e retorna ao ponto anterior para ir se acostumando com o ar mais rarefeito, gradativa e penosamente.
O narrador faz questão de se legitimar narrador. Deixa claro que não tem pressa, que vai meeeeeesmo narrar tudo em detalhes se assim julgar pertinente, que localizar eventos no tempo não é o mais importante, e por aí vamos. Ele brinca com a atribuição que lhe é sagradamente outorgada e em diversos momentos provoca o leitor – inclusive antecipando ou ocultando fatos. Eu, controladora e organizada que sou (ou tento ser) em minhas próprias narrativas, entrei em muitas crises misturadas a encantamento com a figura incrível desse narrador – a quem eu tinha de dar a mão e confiar se quisesse continuar de fato a escalada (e não, eu não queria ficar perdida pra sempre nos alpes suíços).
Não entrarei no mérito da avalanche filosófica, artística, religiosa e humanística que acomete os corajosos leitores Montanha acima. Eu nem saberia compilar minimamente essa experiência depois de apenas uma leitura (o próprio autor recomenda no mínimo duas leituras de sua obra, pai consciente que é do filho multifacetado que colocou no mundo). São páginas, páginas e mais (infindáveis) páginas de uma intensidade gritante exposta em debates e diálogos nos quais só com muito exercício de resignação consegui encontrar algum ajuste e conforto. Mais chagas no corpo espiritual de uma leitora impelida a sair de sua zona de conforto e a encarar quase que submissamente os caminhos assinalados por um narrador obstinado a, justamente, escolher as trilhas mais difíceis.
O ritmo da narrativa é admiravelmente lento. Arrastadamente lento. Desafiadoramente lento. Foi difícil me adaptar a ele. Foi difícil conciliar o meu ritmo – de vida, de sentimento, de agitação – ao ritmo do texto. E pra mim era justamente aí que jazia a maior provocação do narrador, este mago do tempo. A proposta do livro não é delinear uma fábula, não é “contar uma historinha”. O buraco é mais embaixo (ou seria mais em cima, nesse caso?). O livro nos obriga a uma aclimatação de fato; não de temperatura, mas de concepção de tempo. O livro nos obriga – e pra mim essa obrigação abalou a tendência linear da minha alma – a desapegar de relógios e calendários; tanto é verdade que só nas últimas páginas é que sabemos com clareza quanto tempo Castorp passou na montanha. O tempo é “medido” tão somente por datas comemorativas ao longo do ano e pelas alterações observáveis na vegetação e no clima através das janelas e dos jardins do sanatório. De alguma forma, o homem é convidado a voltar às suas origens, à sua integração primordial com a natureza.
O tempo que importa é o de dentro. É o tempo desacelerado do mundo interior, que nada tem a ver com os relógios alucinados e com as agendas cheias da gente da planície. O tempo que importa é o tempo que transforma; em vários momentos, aliás, nos deparamos com o “mantra” do narrador: “o tempo presentifica transformações!” O tempo que importa é o tempo que silencia. Porque só o silêncio das questões “automáticas” da vida comum é capaz de deixar falar a ESSÊNCIA, que via de regra se encontra espremida entre obrigações, pressões sociais, profissionais e familiares. No contexto do livro, o tempo que importa é o tempo que só se descobre pela via da doença. Só a doença, impondo a limitação ao corpo físico, é capaz de transformar o espírito do homem.
Aceitar essa dimensão de tempo é aceitar deixar a planície e, finalmente, se entregar à montanha. A Mágica só acontece quando estamos abertos à Montanha, à sua vulnerabilidade despreocupada, às questões fundamentais da existência - que podem parecer pequenas e tolas se analisadas “desde lá de baixo”. Quando finalmente consegui me aclimatar, quando finalmente consegui superar tamanho desconforto (e isso me tomou meia escalada inteira!), a Mágica da Montanha aconteceu. Não sei dizer nem quando e nem como – mesmo porque essas são referências secundárias no contexto da obra -, mas de repente o tempo da Montanha fazia muito mais sentido que o tempo da [minha] planície. E, afortunadamente, eu nem precisei da tuberculose pra isso.
E aí a outra metade da escalada, que pra mim teve realmente sensação de descida depois que a leitura deslanchou, tomou ares de um novo desafio: o de viver na planície ajustando tempo de relógio e tempo de Montanha. Então assim: Fernando Pessoa que me desculpe, mas esse foi meu verdadeiro “Livro do Desassossego”.
Depois de tanto esforço, tanto desconforto, tanto perrengue, tantas descobertas, tantos encantamentos e tantos questionamentos, sintetizo minha primeira aventura na Montanha de Mann como estar dentro de uma ampulheta maluca, experenciando na pele um verdadeiro tratado sobre o tempo.
Foi uma inspiração pra vida. Foi um descortinar de questões latentes que até então não estavam classificadas dentro de mim – reforçando minha teoria de que a arte, e só a arte, é capaz de nomear nossos sentimentos indigentes ou distraídos.
Ainda estou tentando equilibrar tempo de planície e tempo de Montanha, o que está sendo uma experiência altamente enriquecedora para os meus dias perpassados por relógios, agendas e calendários. Mas acho que ainda levarei um bom tempo (de planície e de Montanha) pra angariar fôlego e coragem pra uma nova escalada. Conhecendo a base dos obstáculos do terreno, espera-se que uma segunda investida montanha acima seja menos sofrida e mais proveitosa. Entretanto, resolvi seguir a tradição do Berghof: uma nova subida aos alpes só acontecerá quando a vida na planície exigir, outra vez, distância e recolhimento em nome da cura.


© obvious: http://obviousmag.org/mas_que_seja_indefinido_enquanto_dure/2018/a-montanha-magica-thomas-mann-uma-escalada-para-pernas-e-espiritos-fortes.html#ixzz5TTnN7ugU 
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domingo, 20 de julho de 2014

Momento poético: "Poeira e tempo" (por Rogério Rocha)



Poeira e tempo


Poeira e tempo, na junção dos elementos.
Na paisagem, o vento ao longe soprando
Os restos do dia e as dores da vida...

No penhasco, a solidão da queda veloz.
Na voz, o embargo da palavra apodrecida.

Um rio de corredeira se esvai sem pressa.
Mesmo assim, a chuva implora paciência
E impera silenciosa por sobre vales perdidos.

Poeira e tempo, na eclosão dos sentimentos.
Na paisagem, as nuvens, que somem tão mansas,
Acalentando as crianças que brincam ao relento.

São Luís, 11/02/2009.

sábado, 5 de abril de 2014

5 atitudes para conseguir estudar mais em menos tempo

Getty Images
Homem estudandoHomem estudando: assuntos complexos forçam a mente a trabalhar mais, comece por eles, indica a especialista
 
Basta sentar-se à mesa rodeado de apostilas e livros para se dar conta de que a dedicação aos estudos para concursos públicos exige um poder de concentração para lá de afiado.
Na base da falta de foco estão velhos e novos vilões. O som hipnotizante da televisão, o toque repetitivo do celular, redes sociais e aplicativos de mensagens (como o WhatsApp) são alguns deles.

No entanto, vencê-los é apenas questão de (muita) força de vontade. Afinal, basta apertar o botão desligar para ter a certeza de não ser interrompido.
Mas e quando é o pensamento que insiste em voar longe levando o concurseiro a adiar a leitura de uma doutrina do Direito ou a resolução daqueles exercícios “cascudos” de raciocínio lógico?
Se a raiz da distração está fincada dentro da sua cabeça, algumas atitudes antes e durante o período de estudos podem ajudar. Veja o que Juliana Pivotto, sócia diretora da Nova Concursos, sugere para aumentar o poder de concentração e conseguir estudar mais em menos tempo.

Antes
1 Preste atenção ao fluxo de respiração
Sim, investir 2 minutos da sua atenção (apenas) no ritmo da respiração pode ser decisivo para baixar a ansiedade e melhorar a concentração.
“É um exercício simples, que dá para fazer em casa e baixar a adrenalina”, diz Juliana. Experimente alongar o tempo de inspiração e, sobretudo, o de expiração durante estes minutos.
2 Foque em um ponto estático
O esvaziamento da mente é um dos pressupostos da meditação cujo objetivo é conectar o praticante ao momento presente. Seus benefícios para ativar a capacidade de foco são propagados há milhares de anos.
Nunca tentou? Para começar, imagine, por alguns minutos, a chama de uma vela e tente controlar o movimento com a mente. “O desafio é não pensar em mais nada, o que é bem difícil”, diz Juliana.

Durante
3 Vá logo ao limite da sua capacidade mental
Com mais tranquilidade, é hora de partir para os livros e apostilas. Mas não comece pelo caminho mais fácil, ou seja, aquela matéria que você já domina.
Na opinião de Juliana, assuntos complexos forçam a mente a trabalhar mais. “Quanto mais difícil, mais você terá que se concentrar e, assim, seu cérebro permitirá menos brechas para a distração”, recomenda.
4 Faça do estudo um jogo
Criar um esquema de “auto premiação” pode ser o empurrãozinho que faltava para continuar motivado, segundo Juliana.
Venceu um tópico daquela doutrina complicada? Gabaritou a lista de exercícios? Ponto para você.
Estabeleça uma lista metas, e à medida que elas forem cumpridas, dê a si mesmo pequenos “presentes”, como pausas e momentos para estudar sua matéria preferida, por exemplo. 

Depois
5 Anote o que tira a sua concentração
Conhecer o “inimigo” é o primeiro passo para superá-lo. Por isso, Juliana indica também um exercício de autoconhecimento.
A ideia é verificar o que o tira do foco e criar suas próprias estratégias para não se deixar vencer pela distração.

Fonte: Info Abril (http://info.abril.com.br/noticias/carreira/2014/04/5-atitudes-para-conseguir-estudar-mais-em-menos-tempo.shtml)

domingo, 21 de outubro de 2012

OS HORRORES DO TELEMARKETING


Por Renan Hamann em 19 de Outubro de 2012
Infográfico - Erro 404: os horrores do telemarketing [ilustração]

“Obrigado por entrar em contato conosco! Não se esqueça, a sua ligação é muito importante para nós! Você já conhece os novos planos de vantagens do nosso Cartão Fidelidade? Acesse nosso site e confira tudo com detalhes! A sua ligação é muito importante para nós! Ao ser atendido, tenha em mãos o seu CPF, RG, IP, ID do ICQ, MSN, CTPS e número de registro da sua casa no cartório da cidade! Sua ligação é realmente importante para nós!”
Você já deve ter ouvido frases parecidas com as que foram mostradas no parágrafo anterior, todas acompanhadas de uma agradável música de fundo – daquelas tão agradáveis que dão vontade de dar um tapa na cara de que a compôs. Você também já deve ter percebido qual é o tema do Erro 404 desta semana, né? Sim, vamos falar sobre o drama de quem precisa falar com centrais de atendimento.

“O senhor poderia estar verificando o seu código, por favor?”

Você precisa resolver um problema em sua conta telefônica e só possui alguns minutos para isso? Esqueça! Você precisa reservar algumas horas de sua agenda para poder solucionar o erro na soma da fatura. E há pesquisas que indicam que o principal motivo para a demora nesses atendimentos é o uso do gerúndio – isso mesmo, o tempo verbal que parece deixar tudo mais demorado.
Erro 404: os horrores do telemarketing [ilustração]"Senhor, aguarde um minuto enquanto eu vou estar conferindo a sua ficha, senhor!" (Fonte da imagem: iStock)
Por exemplo, se um atendente utilizasse a frase “Confirme seu RG, por favor!” em vez de “O senhor poderia estar confirmando o seu RG, por favor?”, teríamos uma economia de meia frase. Agora imagine isso repetidas vezes, durante todo o contato. É claro que isso representa um aumento de 43% no tempo gasto. Sem falar que isso pode deixar muitas pessoas bastante incomodadas – o gerúndio é uma poluição sonora, admitamos. Confira:
– Bom dia, senhor! Em que posso estar ajudando?
– Oi, minha conta veio com erros.
– O senhor poderia estar dizendo qual o problema, senhor?
– Tem uma ligação pra Bósnia, no valor de 200 reais, mas eu não fiz.
– O senhor poderia estar me dizendo qual a data da ligação, senhor?
– 24 de setembro!
– O senhor pode estar aguardando enquanto eu vou estar verificando.
(...)
– Obrigado por aguardar, senhor. No nosso sistema consta que o senhor efetuou a ligação, senhor.
– Mas eu não efetuei.
–Vou estar conferindo mais uma vez, senhor!
– Ahhhhhhh!

    “Eu poderia falar com o seu supervisor?”

    Um dos maiores dramas dos atendentes de telemarketing é a frase “Me passe para seu supervisor!”. Isso acontece porque – mesmo que aquele funcionário esteja realmente se esforçando para resolver os problemas dos clientes – os supervisores de call center odeiam ser incomodados e descontam toda a raiva que sentem do mundo em cima dos atendentes.
    E é por esse motivo que você não conseguirá falar com o supervisor quando quiser. É preciso de muito esforço para conseguir convencer algum dos atendentes a fazer com que a ligação seja transferida (mas só nessas horas, né!?). As estatísticas de um dos institutos de pesquisas mais respeitados da face oeste do Bairro do Abacate (em Santana do Centro-Sul) afirmam que 85% das pessoas desistem da ligação antes de serem transferidas.
    Já as outras pessoas, que resistem bravamente à espera e chegam até a tão desejada ligação, levam entre 5 e 7 minutos para perceber que estão falando com o mesmo atendente (que acabou de engrossar a voz para tentar enganar os clientes).

    Transferências e quedas

    Depois de quase um ano, você percebe que utiliza um plano de internet que não possui muitas finalidades. O problema é que, para cancelar, você precisa ligar para a central de atendimento em horário comercial, de segunda a sexta. Você trabalha nesses mesmos horários. Para ajudar, a empresa não disponibiliza um telefone 0800 e você precisa ligar de seu próprio celular.
    Chegam as suas férias e, finalmente, você pode realizar a ligação tão desejada. Depois de um revigorante café da manhã, o telefone é acionado e começa a saga que faria até mesmo Hércules desistir – sem brincadeiras, se um dos 12 trabalhos dele fosse cancelar uma linha telefônica, a lenda jamais existiria.
    Erro 404: os horrores do telemarketing [ilustração]"Não me transfere! Ahhh! Sua mãe tem caspa no sovaco!" (Fonte da imagem: iStock)
    Mas tudo bem! Você é forte! Você está de férias e você PRECISA cancelar aquele plano. É nesse momento que você percebe o quanto as empresas de telemarketing são cruéis com seus funcionários. Todos possuem metas a serem cumpridas e cancelamento e reajustes de planos raramente contam pontos no final do mês. É por isso que eles agem como namorados ciumentos no melhor estilo “Não posso viver sem você!”.
    E é assim que sua ligação é transferida por cerca de cinco ou seis dezenas de atendentes, até que a chamada caia ou você desista de realizar aquele cancelamento. “E daí que eu vou deixar de comer durante alguns dias do mês! Eu não tenho mais forças para lutar contra isso!”. E no final de sua vida você poderia ter comprado um iate com o dinheiro gasto desnecessariamente.

    Os mesmos procedimentos de sempre

    Todo mundo que teve que entrar em contato com centrais de atendimento deve ter ouvido as mesmas instruções. Isso acontece porque os atendentes são obrigados a seguir um protocolo antes que seja possível realizar testes adicionais – acredite, boa parte dos problemas é resolvido com isso.
    Mas sempre que o cliente é um pouco mais experiente, o “procedimento-padrão” já foi realizado antes da ligação. E é por isso que tantas pessoas se revoltam nos contatos. É fácil entender... Imagine que você está vendo o pneu do seu carro furado, mas a seguradora insiste em dizer que o seu motor acabou de derreter. Você sabe a verdade, mas tem que fazer os testes-padrão.
    Com os computadores, telefones e qualquer outro equipamento eletrônico, funciona da mesma maneira. Você sabe que precisa de uma solução de verdade, mas vai passar pelos testes de sempre. O pior é que em alguns casos, aquela dica “reinicie o modem” realmente funciona! E é nesse momento que você vai parar neste outro Erro 404.
    .....
    Atenção: este artigo faz parte do quadro "Erro 404", publicado semanalmente no Baixaki e Tecmundo com o objetivo de trazer um texto divertido aos leitores do site. Algumas das informações publicadas aqui são fictícias, ou seja, não correspondem à realidade.
    Ilustração por: Aline Sentone
    Fonte: Site TecMundo

    terça-feira, 2 de outubro de 2012

    A evolução do armazenamento de músicas [infográfico]


    Não é de hoje que a música é uma das formas de arte mais inspiradoras. As diferentes combinações de melodias e letras têm o poder de despertar em nós as mais variadas emoções, como alegria, tristeza, saudade, nostalgia, paixão, entre outras.
    Embora o ato de fazer música seja milenar, o homem só conseguiu desenvolver tecnologias para armazená-las e reproduzi-las há “pouco tempo”. No infográfico acima, você confere uma linha temporal com o surgimento das mídias que serviram para guardar e executar canções. Agora, vamos explicar cada uma delas com mais detalhes.

    Cilindro fonográfico – 1877

    O cilindro fonográfico foi a primeira mídia que obteve sucesso na gravação e reprodução sonora. A tecnologia era usada no fonógrafo, sendo ambos os dispositivos inventados por Thomas Edison em 1877.
    O maior problema dos cilindros fonográficos era a sua durabilidade. As primeiras amostras eram feitas de folha de estanho e podiam ser reproduzidos apenas 3 ou 4 vezes. Apesar de serem praticamente descartáveis, na época essa mídia abriu novas perspectivas para a indústria fonográfica.
    A evolução do armazenamento de músicas [infográfico]Foto de um fonógrafo. (Fonte da imagem: Wikimedia Commons/Norman Bruderhofer)
    De acordo com algumas lendas, a primeira gravação feita por Edison no protótipo do seu aparelho de gravação foi a mensagem: “Mary tinha um cordeirinho”. Algum tempo depois, as folhas de estanho foram substituídas por metal ou cera na confecção dos cilindros – aumentando a durabilidade de reprodução da mídia. Embora tenha sido pensado para o registro apenas de fala, não demorou para que essa invenção fosse adotada para guardar músicas.

    Disco plano (Gramofone) – 1887

    Dez anos mais tarde, o alemão Emile Berliner criou o gramofone – equipamento considerado o sucessor direto do fonógrafo. A principal diferença entre essas tecnologias é que o gramofone passou a usar discos planos constituídos de cera, vinil, cobre e goma laca em vez dos cilindros de Thomas Edison.
    Tendo maior resistência e uma capacidade maior para as gravações, o sucesso dos discos planos e do gramofone foi quase imediato e eles logo foram adotados pelos músicos para gravar e reproduzir as suas composições.

    Disco de vinil – 1948

    A indústria fonográfica viu outra revolução em suas tecnologias somente em 1948 com o surgimento dos discos de vinil, que ainda eram chamados de “Long Play”. No auge dos seus 64 anos de existência, muitas pessoas ainda preferem o som analógico dos LPs.
    Produzida com um material plástico leve e flexível, essa mídia tem ranhuras espiraladas que conduzem a agulha do toca-discos – também conhecido como vitrola ou radiola. Tais sulcos microscópicos causam vibrações na agulha, as quais são transformadas em sinais elétricos que, quando amplificados, geram sons audíveis.
    A evolução do armazenamento de músicas [infográfico](Fonte da imagem: Reprodução/Shutterstock)

    Cartucho 8-track – 1958

    Popular nos EUA nas décadas de 60 e 70, essa mídia foi a pioneira em gravar conteúdos sonoros em fitas magnéticas – técnica que mais tarde originou outros mecanismos que servem para o armazenamento de dados, como os discos rígidos.
    O primeiro cartucho 8-track desenvolvido para o uso comercial foi lançado em 1958 e essa mídia foi a precursora no desenvolvimento de equipamentos sonoros portáteis – embora o aparelho que a tocava não fosse tão fácil de ser transportado como os dispositivos que temos hoje.

    Fita cassete – 1963

    As fitas cassete (ou K7 para os mais “chegados”) são a evolução dos cartuchos 8-track, com a vantagem de serem menores. No início, devido à baixa qualidade sonora, essa mídia era usada apenas para gravação de conversas, entrevistas e palestras.
    Com os reparos das falhas mecânicas e de gravação existentes nas primeiras versões da tecnologia, as fitas cassete ganharam uma enorme popularidade em todo o planeta. O auge dessa mídia foi dos anos 70 até meados da década de 90 – quando foi desbancada pelo CD.

    CD – 1982

    O CD, ao menos até as atuais gerações, dispensa apresentação. Essa mídia óptica foi desenvolvida especificamente para armazenar e reproduzir arquivos de áudio. A tecnologia foi criada em 1979, mas os compact discs só começaram a ser comercializados a partir de 1982. Esses discos compactos dominaram as prateleiras ao longo dos anos 90 e início dos anos 2000.
    Além de quebrar paradigmas na época de seu lançamento, essa mídia foi inspiração para o desenvolvimento de outros meios de guardar conteúdos digitais, como os DVDs e os discos de Blu-ray. É fato que os CDs estão perdendo espaço com o passar dos anos e a popularização de outras mídias, mas você ainda pode encontrá-los com facilidade no mercado.
    A evolução do armazenamento de músicas [infográfico](Fonte da imagem: Reprodução/iStock)

    Miniaturização

    MiniCD – 1990

    Os miniCDs são basicamente CDs menores e com sua capacidade de armazenamento reduzida. Embora tenha sido pensada para substituir o CD com foco na portabilidade, essa mídia não vingou e pouco foi usada para a reprodução de músicas.
    Atualmente, eles ainda são usados, em baixa escala, para fornecer informações ou conteúdos de suporte para equipamentos eletrônicos, como drivers de MP3 players e webcams. O primeiro player específico para esse tipo de disco foi lançado em 1990.

    MiniDisc – 1992

    Criado pela Sony, o MiniDisc visava transformar conteúdos analógicos em digitais a partir de equipamentos de gravação. Em suma, ele é um miniCD regravável com a intenção de guardar e reproduzir músicas.
    De acordo com a empresa que a criou, essa mídia é capaz de ser regravada até 1 milhão de vezes. O MD foi anunciado pela multinacional japonesa em 1991, mas só começou a ser vendido no ano seguinte. Apesar da capacidade, a tecnologia teve grande sucesso apenas no Japão.

    MP3 Player – 1998

    O MP3 player chegou para revolucionar a forma como as músicas eram armazenadas e ouvidas no ano de 1998 com créditos para a empresa coreana Saehan. Ele praticamente liquidou com todas as tecnologias antecessoras por ser facilmente transportado em qualquer bolso ou mochila e pela sua longa vida útil se comparado às outras mídias existentes até então.
    A evolução do armazenamento de músicas [infográfico](Fonte da imagem: Reprodução/iStock)
    O primeiro aparelho lançado tinha meros 32 MB de memória (espaço irrisório para os padrões atuais). Um ano depois, a Samsung lançava o primeiro celular com suporte para esse tipo de funcionalidade.

    Memória flash

    Pendrive – 2000

    Embora não tenha sido criado com o intuito de ser um repositório de canções, a popularização de eletrônicos com portas USB, como PCs, TVs notebooks e aparelhos de som – inclusive automotivos –, deu aos pendrives mais uma utilidade: ser um dispositivo para o armazenamento de músicas.
    As memórias flash USB começaram a ser vendidas em 2000 (tendo suas patentes registradas em 1999 pela empresa israelense M-Systems) e ofereciam míseros 8 MB de espaço para guardar dados – mesmo assim esse espaço era cinco vezes maior do que o dos disquetes.
    Essa limitação inicial foi um dos principais motivos por essa mídia demorar muitos anos para ser adotado como equipamento para salvar canções. Atualmente, presenciamos a terceira geração dessa tecnologia, que disponibiliza modelos muito mais velozes e “espaçosos”.
    A evolução do armazenamento de músicas [infográfico](Fonte da imagem: Reprodução/iStock)

    Cartão de memória microSD – 2005

    Variação desses primórdios da memória flash, o padrão microSD de cartões de memória foi usado inicialmente em celulares. Mas as suas medidas reduzidas e enorme espaço de armazenamento logo foram adotadas por outros tipos de aparelhos eletrônicos – incluindo GPS, som automotivo e câmeras digitais. Quando anunciados em 2005, os cartões dessa categoria tinham no máximo 128 MB.

    Streaming

    O streaming no formato que o conhecemos tomou forma no final da década de 80 e começou a se desenvolver nos anos 90, sendo que a primeira rádio online surgiu em 1994. Contudo, a infraestrutura precária e a baixa disseminação da internet nesse período fizeram que esse tipo de mídia demorasse para se popularizar.
    Há aproximadamente três ou quatro anos é que o streaming ganhou força. Atualmente, existem inúmeros serviços em que você pode escutar música sem baixar nada, quando e onde estiver. Mais do que isso, você já pode assistir a filmes completos em alta definição diretamente do seu PC sem fazer o download de nenhum arquivo.



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