sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

MORADOR DE RUA É CONDENADO A PRISÃO DOMICILIAR


Fonte da imagem:http://www.google.com.br/imgres?hl=pt-BR&sa=X&biw=1280&bih=831&tbm=isch&prmd=imvnsu&tbnid=aF7QpTKUuU0yIM:&imgrefurl=http://quemtemmedodademocracia.com/colunas/desabafos-de-um-anciao/tratado-filosofico-do-morador-de-rua/&docid=ckDYmgcDI8mPEM&imgurl=http://quemtemmedodademocracia.com/wp-content/uploads/2011/10/morador-de-rua1.jpg&w=2592&h=1944&ei=PII1T5-HM8rr0gHdy637Cg&zoom=1&iact=hc&vpx=198&vpy=163&dur=416&hovh=174&hovw=234&tx=175&ty=119&sig=112664447494966256168&page=1&tbnh=146&tbnw=199&start=0&ndsp=20&ved=1t:429,r:0,s:0
O morador de rua Nelson Renato da Luz foi flagrado no momento em que tentava furtar placas de zinco da Estação Luz do metro em São Paulo, desta forma teve a prisão em flagrante decretada, a qual posteriormente foi convertida em prisão preventiva. Contudo, foi constatado em laudo pericial que o preso tem problemas mentais que o tornam inimputável, logo, de acordo com o artigo 26 do Código Penal brasileiro é isento de pena.
Assim, o poder judiciário foi colocado diante de um empasse, já que o acusado não pode ser preso preventivamente em razão da doença mental, nem ser encaminhado provisoriamente para um hospital de custódia e tratamento, já que esta medida só se aplica nos casos de crimes violentos ou praticados com grave ameaça.
Desta forma, foi decretada a prisão domiciliar do morador de rua. O resultado final deste empasse é que o morador de rua pode ser preso, novamente, por estar descumprindo a ordem judicial que determinou a prisão domiciliar, motivo pelo qual um grupo de advogados associados ao Instituto de Defesa do Direito de Defesa apresentaram Embargos de Declaração em face da decisão do HC que concedeu a liberdade ao morador de rua, mas lhe determinou a prisão domiciliar.
 Fonte: PORFIRIO, Fernando. Morador de rua é condenado à prisão domiciliar e pode ser preso por não cumprir a decisão. Uol noticias. . 10 de fev. 2012. Disponível em:http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/02/10/morador-de-rua-e-condenado-a-prisao-domiciliar-e-pode-ser-preso-por-nao-cumprir-a-decisao.htm . Acesso em: 10 fev. 2012.
Comentando a matéria
O presente caso é uma mostra evidente de como a aplicação do direito não pode se dar desvinculada de uma profunda análise do contexto social que diz respeito a cada caso que um magistrado tem diante de si. De igual modo, deve o julgador ser dotado de extremo senso crítico e apurado sentido de justiça.
O contrassenso que se instala com a sentença prolatada pelo membro da judiciário paulista decorre, primeiramente, da aplicação mecânica da lei penal, ignorando todo o entorno existencial do apenado. Em segundo lugar, assim entendo, talvez seja também uma forma de se livrar rapidamente de um duplo problema: o fato de ser o réu um morador de rua e portador de patologia mental.
É sabido por quem milita no direito que o doente mental é um inimputável, ou seja, não pode ser penalmente responsabilizado pelos crimes porventura cometidos, dada sua incapacidade de entender o caráter ilícito de sua conduta. O que não significa, por sua vez, dizer que o direito lhe vire as costas, visto que a lei lhe prevê a aplicação de medida de segurança, ao invés da pena.
A medida de segurança, que deve ser cumprida em hospital de custódia, possui natureza terapêutica e consiste no tratamento a que deve ser submetido o inimputável, com a finalidade de curá-lo ou, quando não for possível a cura, buscar meios de promover condições para sua ressocialização.
No caso em destaque, por se tratar de doente mental morador de rua (sem teto), o erro do juiz, em sua sentença, se torna mais aberrante ainda. Primeiro por aplicar prisão domiciliar a alguém que sequer tem moradia (o que por si só já inviabiliza e torna ineficaz a determinação legal). Segundo por ignorar a condição especial do agente, in casu inimputável, portanto merecedor de medida de segurança e não de uma pena restritiva. Sem esquecermos, ainda, que lhe seria mais proveitosa (inclusive socialmente, pois estaria acolhido) a permanência numa instituição onde profissionais de saúde habilitados pudessem oferecer-lhe a abordagem psiquiátrica mais adequada a sua patologia.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Abaixo o monopólio do mal

 

O Oriente é vermelho/ O Sol nasceu/ A China deu à luz /Mao Tsé-tung/ Ele trabalha pelo bem do povo/ Urra, ele é o nosso grande salvador", entoavam os chineses durante a Revolução Cultural (1966-1976) sob os olhos dos onipresentes retratos do Grande Timoneiro.

De 30 milhões a 70 milhões morreram entre 1949 e 1967, anos em que Mao Tsé-tung (1893-1976) governou a China. Em 1958, decidiu que o país produziria mais aço que o Reino Unido. Forçou a coletivização do campo, fez obras de infraestrutura sem engenheiros qualificados (intelectuais eram pragas burguesas) e derrubou florestas para alimentar fornos de fundo de quintal que produziriam aço de baixa qualidade com mão-de-obra desviada da agricultura. Foi seu "Grande Salto Adiante" (1958-1961) - fórmula que resultou em declínio na produção agrícola, fome em massa e dezenas de milhões de mortos.

Para reafirmar sua autoridade, Mao lançou 5 anos depois a sua Revolução Cultural. Mandou intelectuais plantar repolho, destruiu parte da herança cultural chinesa e instaurou o culto absoluto a sua personalidade. Teria sido ele um psicopata?

Não.

Nem toda maldade extrema é cometida por psicopatas. Transtornos da personalidade ocorrem numa pessoa quando ela, embora tenha a mente sã, não vive de uma forma completamente normal, e isso faz com que ela ou aqueles à sua volta sofram. O transtorno da personalidade antissocial, associado à psicopatia, é apenas um de uma lista de transtornos classificados pela Associação Americana de Psiquiatria (APA, da sigla em inglês) - e um tipo patológico demais para a análise de líderes políticos, segundo Aubrey Immelman, especialista em perfil psicológico de políticos, da Universidade Saint John, EUA.

Que transtorno teria então levado Mao a fazer tantas pessoas sofrer sob seu regime? Segundo Michael M. Sheng, professor de história da Universidade do Estado de Missouri, Mao foi provavelmente um caso histórico de líder com o transtorno da personalidade narcisista.


Eu sou o bom

O narcisista se acha o mais importante do mundo - superbem-sucedido, superinteligente e superbonito, mesmo que não seja tudo isso. Ele só se compara aos famosos e acha que só presta o que for do bom e do melhor.

Como precisa da admiração alheia, rodeia-se de puxa-sacos e fica furioso se não for adulado. Para esconder suas imperfeições, procura evitar estabelecer intimidade com os outros. De tão absorto em sua própria grandiosidade, por vezes acaba não sentindo empatia com o sofrimento alheio - uma característica que compartilha com o verdadeiro psicopata.

Um chefe narcisista, por exemplo, sobrecarrega seus subalternos de trabalho mesmo que não seja inevitável, e não se penaliza se, com isso, os coitados perdem o aniversário da filha ou o casamento do melhor amigo.

E a coisa fica feia mesmo quando o narcisismo patológico descamba para líderes políticos. "Líderes com esse perfil não têm empatia nem se comovem com o sofrimento humano. Isso lhes permite cometer atrocidades contra seu próprio povo com a mesma prontidão com que brutaliza seus inimigos", diz Immelman. Segundo ele, exemplos recentes são o ditador iraquiano Saddam Hussein e o norte-coreano Kim Jong-Il.

No caso de Mao, o líder desenvolveu uma série de mecanismos de defesa para esconder o fato de que não era tanto quanto se achava: a intolerância, a necessidade de bajulação, a negação de seus erros, a busca de fantasias grandiosas, segundo Sheng. O resultado: ele superestimou sua força e a de seu partido, o que tornou suas políticas radicais e irrealistas. Seu narcisismo invadiu até a mesa. "Mao não tolerava que ninguém discordasse dele. Uma vez, sua mulher, Jian Qing, ordenou que fosse servido um prato saudável em vez do ensopado de porco que comia duas vezes por semana. Ficou tão contrariado que pelo resto da vida se recusou a comer a mesma coisa que a esposa", escreve Sheng.


Freio ético


Apesar de pontos em comum com o psicopata, como viver em torno de seus próprios interesses, há diferenças essenciais entre os dois transtornos. O psicopata não tem freio ético porque não conseguiu interiorizar a lei. "Enquanto isso, o narcisista tem esse freio, mas, por muitas vezes e em diversas situações, não consegue utilizá-lo por excesso de ‘amor-próprio’, que não é exatamente amor", diz o psiquiatra forense Elias Abdalla Filho, da Universidade de Brasília.

"Na história recente, tivemos notícias de um político que chegou até mesmo a mandar serrar algum (ou alguns) de seus funcionários. Um narcisista não daria conta disso", diz Abdalla. Ou seja, o narcisista não tem consideração pelo outro somente até um certo ponto. "Se você colocá-lo diante de uma pessoa em aflição e se a ajuda que ele puder oferecer não afetar seu brilho, vai se sensibilizar com a dor do outro - o que não tem como acontecer com o antissocial."

Todos contra um

Josef Stálin foi outro líder que causou a morte em massa. Mas, para a cientista política Rose McDermott, seu histórico de expurgos políticos apontam para outro transtorno da personalidade: o paranoide.

O paranoide, segundo a APA, é um cara que desconfia profundamente dos outros. Acha que pessoas o exploram, prejudicam ou enganam, mesmo que não haja nenhuma evidência disso. Se um colega fizer uma piadinha ingênua, o paranoico já acha que foi um ataque sério contra seu caráter; e elogios lhe parecem críticas veladas. Intimidades são proibidas - ele pensa que esse tipo de abertura poderá depois ser usada contra ele. Por esses motivos, parecem hostis, frios, críticos, sarcásticos, incapazes de colaborar. E, como ele guarda um enorme rancor das pessoas, qualquer deslize pode desencadear reações furiosas.

"Líderes políticos paranoides não confiam sequer nas pessoas que o apoiam e comumente realizam massacres de grande escala para eliminar inimigos, reais ou imaginários", escreveu McDermott no artigo Political Psychology in International Relations ("Psicologia Política nas Relações Internacionais"). Além de em 10 anos fuzilar 93 dos 139 eleitos ao Comitê Central soviético em 1924, executou um terço dos 3 milhões de membros do Partido Comunista.

A máquina do mal

E Hitler? Ele já foi chamado de tudo. Michael Fitzgerald, professor de psiquiatria do Trinity College, na Irlanda, afirma que provavelmente ele tinha a síndrome de Asperger - um tipo de autismo caracterizado pela fixação em alguns poucos interesses extremamente específicos, dificuldade em relacionamentos e dificuldade de comunicação, presente também em Einstein e Newton. Já o historiador da medicina Fritz Redlich escreveu que o führer era paranoide, narcisista, ansioso, depressivo, hipocondríaco - só para começar a lista. Para piorar, os legistas soviéticos que fizeram a autópsia de Hitler disseram que ele tinha um só testículo.

O fato é que não há certezas sobre sua personalidade. E sobre os milhões que se tornaram engrenagens de seu regime? De bons cidadãos viraram de repente transtornados perigosos?

Não para psicólogos sociais como Philip Zimbardo, da Universidade Stanford. Para ele, viver num sistema maligno leva pessoas boas a agir de uma forma má. Basta seguir uma fórmula para chegar à obediência absoluta a uma autoridade má.

Primeiro, faça um contrato formal ou informal que obrigue à obediência. Nele, atribua papéis bem definidos, como "guarda" ou "maquinista", que façam a pessoa acreditar que apenas cumpre seu trabalho, e não se veja como responsável por um mal maior. As regras desses papéis devem parecer razoáveis, mas vagas o suficiente para ser distorcidas.

É então a hora de criar uma novilíngua: transforme expressões negativas como "reprimir" por "manter a ordem social". Depois, crie um bode expiatório - um inimigo comum responsável por todos os males.

A ação deve começar com passos aparentemente inofensivos, mas que aos poucos vão se agravando. E a figura da autoridade, apesar dos atos maus que ordena, deve também trazer uma aura de justiça - a de mensageiro de um fim desejável que justifique os meios indesejáveis. Para completar, deve ser caro demais mudar de time. Está pronta a receita do mal. 



Fora da realidade

E o que acontece quando uma pessoa não tem apenas a personalidade transtornada, mas possui a mente prejudicada, in­capaz de diferenciar a sua imaginação da realidade?

Em busca do suspeito pelo desaparecimento de Bernice Worden, 50, a polícia do Estado de Wisconsin, EUA, entrou no dia 17 de novembro de 1950 nos escombros da casa de Ed Gein. Esquivando-se do lixo em decomposição que forrava o chão, foi recebida na cozinha pelo cadáver de Worden, pendurado de ponta-cabeça, decapitado e aberto no abdômen, sem as vísceras. Em seguida, encontrou crânios usados como tigela de sopa e objetos feitos com pele humana delicadamente costurada: um abajur, máscaras, a capa de uma poltrona e um terno.

Preso, Ed foi diagnosticado com esquizofrenia crônica. Não era um homem sem consciência, e sim um desorientado, alucinado, desconectado da realidade. Foi internado num hospital para pessoas criminalmente insanas, onde viveu feliz fazendo artesanato, sem precisar de tranquilizantes.


Sem pé nem cabeça
O caso de Gein fertilizou o imaginário popular em torno da esquizofrenia - caracterizada por delírios, alucinações, distorções na comunicação e um comportamento desorganizado. Inspirada nele, Hollywood criou uma série de personagens macabros, como Norman Bates, de Psicose, o Leatherface, de O Massacre da Serra Elétrica, e Buffalo Bill, um cara que matava mulheres gordas para depois se vestir com suas peles em O Silêncio dos Inocentes.

Seriam os pacientes com esquizofrenia perigosos como psicopatas? Não. Segundo Abdalla, eles "não têm a condição de planejar o homicídio como um psicopata, e homicídio em série é mais difícil ainda". Por isso, quando cometem crimes, são feitos bizarros, desprovidos de sentido - como um homem que matou a mãe quebrando sua cabeça no chão para encontrar os pensamentos dela.


A maioria dos pacientes com esquizofrenia é de pessoas passivas, apáticas, desinteressadas e, sobretudo, sem vontade, diz Helio Elkis, coordenador do Programa de Esquizofrenia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP. "São os ‘sintomas negativos’, expressão de um déficit do neurotransmissor dopamina nas re­giões frontais do cérebro."

No entanto, quando tem um episódio psicótico, esse nível de dopamina aumenta, e o paciente pode tornar-se violento - e o pior, com ideias persecutórias, grandiosas ou místicas.

Isso só não basta para que cometa crimes. Segundo um estudo britânico recente, a fração da população de pacientes com esquizofrenia que pratica crimes violentos é exatamente a que usa drogas ilícitas. De 8 mil pacientes com esquizofrenia analisados, 13,2% já cometeram algum crime violento (contra 5,3% da população em geral). Só que, dividindo esse grupo segundo o consumo de drogas, o número subiu para 27,6% para os usuários, contra 8,5% entre os não usuários.

Ou seja, diferentemente da psicopatia, o perigo da esquizofrenia está mais nas drogas - ou em Hollywood - que na cabeça do paciente.



O grandioso
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE NARCISISTA

Menos de 1% da população (EUA)
• Acha-se a última bolacha do pacote.
• Vive em fantasias de sucesso, poder, inteligência e beleza ilimitados.
• Para ele só serve o que for o melhor.
• Precisa sempre de um puxa-saco para manter sua autoestima lá em cima.
• Tira vantagem dos outros para se manter na crista da onda.
• Reluta em reconhecer ou identificar-se com os sentimentos alheios.
• É invejoso e se acha alvo de inveja alheia.


NARCISISTA VS. PSICOPATA
Embora insensível, superficial, explorador e sem empatia assim como o psicopata, o narcisista não é necessariamente impulsivo, agressivo e enganador. Por outro lado, o psicopata não precisa da admiração alheia, e o narcisista em geral não têm transtorno de conduta na infância (veja página 30) nem comportamento criminoso quando adulto.

MAO TSÉ-TUNG
Seu culto era lei. Suas ordens, inquestionáveis. Mas, incapaz de ver os limites da força dele e de seu partido, o Grande Timoneiro insistiu em políticas radicais e irrealistas: no seu "Grande Salto Adiante" (tentativa de fazer a China crescer 50 anos em 5), lançado em 1958, levou à morte de entre 20 milhões e 43 milhões de pessoas por fome.


O quão má é a maldade? O grau de ruindade com que se mata faz toda a diferença ao julgar um crime. Para padronizar esse grau, o psiquiatra Michael Stone, da Universidade de Colúmbia, EUA, criou a Escala da Crueldade.

O desconfiado TRANSTORNO DA PERSONALIDADE PARANOIDE
De 0,5 a 2,5% da população (EUA)

• Suspeita que todos o exploram, o maltratam ou conspiram contra ele.
• Duvida sem motivo da lealdade de amigos, colegas ou companheiro.
• Não compartilha intimidades, por temer que informações sejam usadas contra ele.
• Vê significados ocultos ameaçadores ou humilhantes em qualquer coisa.
• Guarda rancores persistentes e é implacável com insultos ou deslizes.
• Percebe ataques a seu caráter que os outros não veem e reage com raiva.

PARANOIDE VS. PSICOPATA
Embora o comportamento antissocial possa estar presente em alguns paranoides, geralmente não é motivado pelo desejo de obter vantagens pessoais ou explorar os outros como nos psicopatas, porém se deve, mais frequentemente, ao desejo de vingança.

JOSEF STÁLIN
A paranoia do secretário-geral da ex-URSS ajudou-o a subir ao topo da estrutura política soviética. Para evitar golpes e dissidência, realizou expurgos. Executou 93 dos 139 membros do Comitê Central, 81 dos 103 generais e almirantes das Forças Armadas, e um terço dos 3 milhões de membros do Partido Comunista. Da população em geral, 20 milhões foram mandados ao trabalho forçado.



O estranho
ESQUIZOFRENIA
1% da população (EUA)

• Tem uma visão distorcida da realidade, por exemplo, com delírios persecutórios.
• Alucinações podem atingir os 5 sentidos, mas a mais comum é a auditiva, com vozes ameaçadoras, acusadoras ou insultantes.
• Sua fala e seu comportamento são desorganizados ou incoerentes.
• O afeto e os ânimos são esvaziados.

ESQUIZOFRÊNICO VS. PSICOPATA
Comportamento violento é comum em alguns pacientes com esquizofrenia não tratados. No entanto, a esquizofrenia afeta exatamente o raciocínio lógico, que permanece intacto na psicopatia. Por isso, o esquizofrênico não tem a mesma condição de planejar um homicídio. Quando mata, o crime é bizarro. Mais comum que matar os outros é a tentativa de se matar – ocorre em 20 a 50%.

UNABOMBER
Theodore Kaczynski era um matemático genial. Chegou a dar aula em Berkeley aos 25 anos, mas decidiu virar um eremita. Iniciou uma cruzada pelo fim das bases econômicas e tecnológicas da sociedade industrial. Entre 1978 e 1995 enviou 16 bombas a pesquisadores universitários e empresas aéreas, matando 3 e ferindo 23.



Engrenagem nazista 


Eichmann não sentiu remorso por levar milhões à morte, mas não era psicopata
Quando os juízes perguntaram em maio de 1960 ao homem calvo, de óculos grossos e olhar calmo, se sentia culpa pela morte de milhões de judeus durante o Holocausto, Otto Adolf Eichmann pensou um pouco. E disse que não. Funcionário de Hitler, era o responsável pelos trens que conduziam as vítimas até os campos de concentração.


Ajudar em milhões de mortes e não sentir nada é indício de psicopatia, certo? Não. Essa questão estava errada, escreveu a filósofa Hannah Arendt, em Eichmann em Jerusalém. Ele não era doente, apenas um funcionário-padrão. No fim, agiu "certo" e para o "bem" de um sistema, esse, sim, essencialmente criminoso. Como seria possível condenar Eichmann, e não a nação inteira, que considerava certo matar judeus?

Esperava-se encontrar em Eichmann uma aberração psiquiátrica. Mas meia dúzia de psiquiatras atestou a sua "normalidade". Ele seria "ao menos mais normal do que fiquei depois de examiná-lo", teria dito um dos médicos. Seu comportamento com a mulher, os filhos, a família e os amigos era "não apenas normal mas inteiramente desejável".

Eichmann não se achava um monstro. Apenas cumpria ordens. "Só ficava com a consciência pesada quando não fazia aquilo que lhe ordenavam - embarcar milhões de homens, mulheres e crianças para a morte, com grande aplicação e o mais meticuloso cuidado", escreveu Arendt. Eichmann sabia o que fazia e o fez bem. Daí sua frase que chocou o mundo: "Arrependimento é para criancinhas".

Seu caso não era o de um antissemita. "Por trás da comédia dos peritos da alma estava o duro fato de que não se tratava, evidentemente, de um caso de sanidade moral e muito menos de sanidade legal." Eichmann não era psicopata, mas um homem comum. "Esse novo tipo de criminoso comete seus crimes sob circunstâncias que tornam impossível para ele saber ou sentir que está fazendo algo errado", escreveu Arendt. É o que ela batizou de "banalidade do mal".

Otto Adolf Eichmann foi enforcado no dia 31 de maio de 1962.

Fonte:  Superinteressante, jul. 2009.

O parasita mora ao lado

 http://www.alsurinforma.com/wp-content/uploads/2012/07/Psicopatas.jpg
por Alexandre Carvalho dos Santos
 
Psicopata que faz picadinho de quem pega carona. Psicopata que tortura uma família inteira num feriado. Psicopata líder de seita assassina. Psicopata canibal. Se todos os psicopatas usassem a máscara do Jason do Sexta-Feira 13, seria mais fácil mudar de calçada na mesma hora. Só que na vida real a maioria deles não tem a fachada nem os modos de um assassino sanguinário. E mais: poucos são os que matam ou aparecem nas manchetes.

"O psicopata com uma postura criminosa é o do tipo predatório, que satisfaz suas necessidades por meio de uma ação destruidora, agressiva e fria", diz Antônio de Pádua Serafim, coordenador do programa forense do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP. "Mas há o psicopata parasitário, que só se aproveita das pessoas mais vulneráveis para conseguir o que ele quer. Esse não adotará, necessariamente, uma conduta criminosa, mas provocará estrago no ambiente social", afirma.

O parasita pode passar a vida inteira sem chamar a atenção, apenas fazendo a especialidade do psicopata: manipular os outros, aproveitar-se do próximo, desestabilizar famílias, passar a rasteira em alguém para se dar bem.

E onde está essa gente mal-intencionada? Talvez no seu escritório, decidindo que ninguém vai ter participação nos lucros do ano - só ele. Ou entre os seus amigos, pedindo que banquem a conta da noitada (esqueceu a carteira...). Ou pior: talvez esteja na sua cama.

Caiu a ficha? Os psicopatas estão entre nós, e não é nada fácil identificá-los. "A dissimulação é um dos principais sintomas que compõem a psicopatia", diz Geraldo José Ballone, professor de psiquiatria da PUC de Campinas. "A simpatia e o carisma encobrem o seu verdadeiro perfil. Em geral, quando percebemos a possibilidade de um conhecido ser psicopata, o dano já está feito", diz Ballone.

Então, em quem confiar? Se você não quer ter um parasita manipulador azucrinando a sua vida, preste atenção às características de colegas, amantes e amigos psicopatas.


NA AMIZADE

É fácil confundir aquele amigo grudento e folgado com um psicopata. Os dois estão sempre telefonando em horas impróprias, não saem da sua casa, bebem a sua cerveja, pedem os seus livros emprestados e não devolvem. Mas o chato de galocha tem fácil solução: você o ignora, dá um chega para lá, e isso resolve. Mas, se for um psicopata de verdade, pode rezar.

No começo, é o amigo de fé. De tanto estudar a sua personalidade, projeta em si uma imagem que bate com tudo o que você espera de um irmão camarada. Assim, conquista a sua confiança e participa cada vez mais da sua vida. "Ele suga tudo que o relacionamento pode oferecer, de dinheiro e bens materiais à submissão quase escravista", diz o psiquiatra Geraldo José Ballone. Grudado no companheiro saudável, consegue tudo do amigo para si: status, dinheiro na conta, casa na praia, geladeira cheia, carro novo... E os empréstimos sempre são acompanhados de uma história comovente.

A marcação cerrada do "melhor amigo" custa à vítima a vida própria: lá se vão o namoro e outras amizades. Quando se dá conta, já é tarde demais.

Na hora de dar um basta no camarada sacana, o amigo ainda fica com pena. "Isso ocorre porque, quase sempre, a vítima é a última a acreditar na índole sociopática do amigo", afirma Ballone. Mas a recíproca não é verdadeira: quando já arruinou suas relações, o psicopata vem com a história de que precisa comprar cigarros... e some. Ele pode não arrancar pedaços do seu fígado para comer no café-da-manhã, mas vai tirar um bocado do que você tem de autoestima, dignidade e confiança no próximo.


NO AMOR
Num relacionamento amoroso o psicopata também extrai tudo de aproveitável da outra pessoa, até só sobrar o bagaço. Se a namorada for famosa, é para ganhar status. Se a esposa for bonita-bacana-inteligente, é para exibir como troféu. Se tiver dinheiro, então...

Foi o caso da americana Donna Andersen, uma mulher que, perto dos 40 anos, conheceu pela internet a versão melhorada do Sean Connery. Pelo menos era como o viúvo James Montgomery se descrevia. Militar das Forças Especiais da Austrália, foi condecorado por atos de bravura no Vietnã. Já distante da troca de tiros com vietcongues, entrou para a indústria de entretenimento dos EUA. Após algum tempo de e-mails, casaram-se.

Apesar de se dizer tão bem de vida, Montgomery logo convenceu a mulher a patrocinar os seus negócios. Um deles: vender restos do Titanic num show itinerante. O "itinerante" significava que Montgomery tinha gastos estratosféricos com passagens aéreas, contas de celular e outras despesas. Tudo bancado pela dedicada esposa, que tinha um negócio próprio e foi se endividando até chegar ao fundo do poço.

Somente quando o prejuízo beirou os US$ 300 mil, a moça descobriu com quem se casara. Montgomery era maridão de mulheres em outras cidades - daí tantas viagens. E o harém todo pagava pelas aventuras extraconjugais.

Mas como um veterano do Vietnã seria capaz disso? Sua mente teria sido afetada pelos horrores do campo de batalha? Não. Apesar de dar palestras sobre a guerra em escolas, participar de desfiles de veteranos e passear com o cachorro de boina verde, Montgomery nunca tinha sido do Exército.


DO CÉU AO INFERNO

"Não há jeito de manter um relacionamento com um psicopata sem se ferir de algum modo", afirma Sandra L. Brown, autora do livro Women Who Love Psychopaths ("Mulheres Que Amam Psicopatas"). "Não existe uma cartilha do tipo ‘como ter uma relação feliz e sadia com um psicopata’. As pessoas normais são sempre afetadas pela patologia dos seus parceiros." E por que insistir num romance que inevitavelmente vai deixar cicatrizes?

Porque o coração é cego e burro, e isso dá espaço para o psicopata pôr em prática sua estratégia de abordagem.

Funciona assim: enquanto conhece a vítima, ele se empenha em descobrir seu calcanhar-de-aquiles. Se a garota tem complexo de inferioridade, trata de apontar beleza onde o resto do mundo vê a Betty, a Feia. Se a garota procura um cara bem de vida para apresentar aos pais, ele diz que herdará 5 fazendas no Mato Grosso. Tudo mentira, claro. Mesmo que nunca pague a conta nos restaurantes, ele disfarça com tanto charme que a cara-metade nem se importa.

Uma vez estabelecida a relação, o psicopata começa a mostrar as garras. Vive às custas do outro, mantém casos extraconjugais, só pensa na própria satisfação e impõe uma relação de posse. E, por mais que apronte, ele sempre transfere a sua culpa à vítima. Se abusar do dinheiro da namorada rica e mais velha, será porque sua infância foi difícil e miserável; se for pego pulando a cerca, será porque a mulher não lhe dá a atenção devida.

Se você descobriu que se casou com um psicopata, prepare-se, pois não vai ser fácil romper com ele. Quando não precisa mais do relacionamento, o psicopata novamente sai para comprar cigarros e nunca mais dá as caras. Mas, se a situação for inversa e sentir que perdeu um brinquedo que lhe pertencia, o cara vai dar trabalho. "O psicopata vai ignorar a vontade da vítima. Poderá segui-la, arquitetar uma vingança e chegar até a ameaçar a vida da pessoa", diz Sandra Brown. "Quem deseja terminar uma relação com um psicopata precisa de ajuda para traçar um plano seguro de saída."


NO TRABALHO

O ambiente das grandes empresas é um cenário convidativo para o psicopata montar seu teatro - principalmente a partir dos anos 90, numa competitiva era de aquisições, fusões e falências em que, para sobreviver, organizações se tornaram menos burocráticas e controladoras e muito mais agressivas.

Segundo Paul Babiak em seu livro Snakes in Suits ("Cobras de Terno"), a autoconfiança, a força e a frieza que caracterizam os psicopatas fez a cabeça de muitos caçadores de talentos que buscavam funcionários "proativos" e dispostos a assumir riscos. "Egocentrismo e insensibilidade tornaram-se repentinamente defeitos toleráveis na hora de buscar talentos necessários para sobreviver num mundo de negócios acelerado", diz Babiak.

Mas, ao procurar pessoas com senso de liderança - isto é, que assumem metas, tomam decisões sem medo e obtêm dos outros o necessário para tais metas -, tornou-se fácil confundi-las com um pacote de coerção, dominação e manipulação ocultado por uma bela embalagem.

E como um departamento de RH bem estruturado deixa passar um psicopata após tantas análises de currículos, entrevistas e dinâmicas?

Simples: o psicopata tem um talento enorme para enganar. Se ele colocar na cabeça que quer ser piloto de uma companhia aérea, vai dar um jeito de forjar um comprovante da Nasa dizendo que já foi até astronauta. Vai mentir no currículo, vai mentir nas entrevistas e vai fazer tudo isso com o sangue frio e o charme. Psicopatas são convincentes, encantadores e conseguem transformar um punhado de conhecimentos superficiais numa tese de doutorado.

E o que pode resultar da contratação de um psicopata? Dificilmente algo que preste. Para começo de conversa, ele não tem espírito de equipe. Muito pelo contrário: se for preciso puxar o tapete de um colega para promover-se, não vai pensar duas vezes. Outro lado da questão é que o psicopata não tem o menor interesse no futuro da empresa. Para ele importa o aqui-e-agora, a satisfação rápida e intransferível.

Além disso, psicopata não compartilha dos mesmos valores da companhia e de seus colegas. A diretoria quer gente que dê duro, todo dia, das 8 às 18 horas, e que vista a camisa da empresa? Pode esquecer. Ele até consegue encarar essa rotina por um certo tempo, sempre com a intenção de passar uma imagem falsa. Mas os únicos valores que lhe dizem respeito são só os que estão na própria cabeça.

Como regras sociais não lhe dizem nada, ele frequentemente comete atos ilegais, o que joga a reputação da empresa no buraco. Desvio de grana, assédio moral e sexual são corriqueiros. Por isso, não dura muito na empresa. No entanto, sua passagem é um vendaval (veja o quadro à esquerda).

Se a trajetória do psicopata não prejudicar a empresa como um todo, no mínimo alguém vai sofrer com seu convívio. Nas mãos de um mestre da mentira e da manipulação, seu colega precisa passar o expediente todo com os olhos nas costas - caso contrário, vai acabar fazendo o trabalho que o psicopata deixa de lado (sem levar os créditos por isso), além de ser envolvido numa teia de intrigas.

Esse é o seu caso? Então fique contente por ele não ser seu chefe. Em algum momento você já disse que seu chefe é um carrasco. Pode ser verdade, mas daí para ele ser um psicopata são outros quinhentos.

Ele vai sentir prazer físico em humilhá-lo na frente de colegas e de outros chefes; vai culpá-lo por qualquer porcaria que ele mesmo fez, e vai assumir o crédito por qualquer trabalho bacana que você produzir.

Sim, abusos de autoridade e falta de ética não são exclusividades de chefes psicopatas. A diferença é que, para o psicopata, esse é o padrão.



Como lidar com um amigo psicopata

Ligue o detector de mentiras

Psicopata mente mais que político em campanha. É um especialista no assunto, mas a constância das papagaiadas acaba entregando o sujeito. Se 90% do que seu amigo diz parece cascata da brava, mantenha os dois pés atrás.


Ouça a voz da razão
Sua namorada não vai com a cara do seu amigo, diz que é folgado, que só se aproveita de você e não merece um pingo da sua dedicação? Ok, namorada diz isso de todos os nossos amigos. Mas, se a turma toda concordar, fique com a pulga atrás da orelha.


Esconda a grana
Só empreste dinheiro para seu amigo se tiver certeza de que não é um psicopata. Se for e concluir que você é um cofre ambulante, prepare-se para ver sua conta no fundo do poço. Ele sempre vai convencê-lo de que pagará tudo, com juros, no fim do mês. Só não vai dizer de qual mês.


Não seja cúmplice
"Uma mão lava a outra", "te devo uma" e "só pediria uma coisa dessas a você" são clássicos do psicopata. Mas nunca negocie com o Diabo. Se fizerem bobagem juntos e forem descobertos, adivinhe para quem vai apontar o dedo...


Feche a porta de casa
O pior que você pode fazer, numa amizade com um psicopata, é dividir a sua casa. Enquanto você mantiver a geladeira cheia e pagar o aluguel sozinho, ele não vai ter motivo para procurar outro teto. A não ser que arrume alguém mais trouxa.


Imponha regras
Ignorou a dica aí de cima? Enquanto não arruma uma boa desculpa para despejá-lo, mostre quem manda na casa. Sujou, limpou. E o que é seu é seu. Para casos extremos, coloque etiquetas nos seus xampus, iogurtes, cds preferidos.


Caia fora
Você só tem a perder na amizade com um psicopata. Além de se aproveitar de você, ele vive num mundo fora das regras sociais, o que torna qualquer relacionamento perigoso. Se sua casa ainda está inteira e você não perdeu a namorada ou os outros amigos, considere-se um sortudo e corte o mal pela raiz. Agora! Já!


O que fazer quando seu amor é um psicopata

Desconfie quando a esmola for muita

Nos primeiros encontros, sua cara-metade é a gentileza em pessoa? Quer jogar golfe com o seu pai? Adorou o filme iraniano de que só você gosta? Diz que tem dinheiro à beça, mas não pode falar sobre o trabalho porque é agente secreto? Ou você acertou na Mega-Sena ou arrumou um psicopata.


Banque o Sherlock
Psicopata legítimo já vem de berço. E ninguém melhor que os parentes e os amigos (se ele tiver) para revelar seus podres. Chame a sogrona de canto e comece o questionário. Se não der certo, tente o irmão caçula. Esse deve ter uns quinhentos motivos para dedurar as torturas do mais velho.


Não tenha pena
Psicopata que é psicopata adora se fazer de coitado. Se enche a sua cara de porrada, é porque você o mata de ciúme. Se rouba a sua grana, diz que mandou para a avó doente que mora no interior. Às vezes, até chora enquanto dispara as lorotas. Tadinho...


Não tente mudá-lo
Coloque uma coisa na cabeça: psicopatas não têm cura. Não adianta rezar, fazer simpatia, levar à mãe-de-santo. Muito menos achar que a força do amor vai regenerá-lo. Uma hora, a pessoa vai aprontar, e vai sobrar para você.


Não vacile
Se desconfia que o amorzão é um baita de um psicopata, não dê sopa para o azar. Conta conjunta, só por cima do seu cadáver. E suma com machados, serras elétricas e outras ferramentas que viram armas. Resumindo: se ele ainda não pensou em fazer picadinho de você, não dê ideia.


Compre um cachorro
É batata. Dez entre dez psicopatas treinam suas maldades no vira-lata mais próximo. Fique atento ao modo como seu par trata o cãozinho. Se vibra de prazer ao amarrar rojão no rabo do cachorro, imagine o que ele pode fazer com você.


Caia fora
Descobriu o que todo mundo via, menos você? Então dê no pé enquanto é tempo. Só lembrando: psicopatas não reagem bem quando levam um fora. Troque o número do telefone e a fechadura da casa. Também é boa hora para aquela viagem que você tanto adiava para a Oceania.


Como sobreviver a um chefe psicopata
Seja um Top Gun
Qualquer desempenho abaixo da perfeição é o sonho do chefe psicopata. Ele é pago para ava­liar o seu trabalho e vai explorar suas deficiências ao máximo. Qualquer pequeno deslize pode virar um tsunami. Mas, se você for um ninja em tudo o que faz, ele vai escolher outro alvo.


Deixe por escrito
Tudo de que o psicopata precisa é um escritório em que ninguém consegue provar as suas sacanagens. Será a sua palavra contra a dele. E ele é o chefe, o lado mais forte da corda. Então guarde os e-mails trocados, faça atas de reunião, registre tudo o que puder. Assim, as mentiras dele terão perna curta.


Conte até 100
Brigar com o chefe nunca é uma boa ideia. Com o psicopata, então, é suicídio; ele é mestre em trazer o seu pior lado à tona. Evite atritos e, quando for inevitável, não perca a cabeça. Ah, e não desconte no cachorro ou no irmão caçula quando voltar do trampo.


Ponha a boca no mundo
Procure o RH e faça as suas queixas. Em algumas empresas, você pode até manter anonimato, mas lembre-se de que isso enfraquece a sua história; tem que haver outras reclamações parecidas para o bicho pegar para ele.


Peça uma transferência
O psicopata do seu chefe resolveu pegar bem no seu pé? Busque alternativas para ficar longe dele. Pode haver uma vaga em outro departamento. E pode ser do outro lado da cidade.


Caia fora
Emprego não é casamento. Se nada funcionar, atualize o currículo e avise sua rede de contatos que está à caça de "novos desafios". Melhor que passar o resto da vida deprimido no domingo à noite, antecipando os sofrimentos da semana.


Os passos do parasita engravatado Segundo Babiak, o aminho do psicopata no mundo corporativo tem 5 fases

1. CONTRATAÇÃO

Sua capacidade de contar lorotas e seduzir está a todo vapor. A incapacidade de se emocionar também vai contar pontos na comparação com outros candidatos, prejudicados pelo nervosismo natural das entrevistas de emprego.


2. ACLIMATAÇÃO
Agora o psicopata tenta descobrir quais são as pessoas mais importantes da empresa. Seu objetivo é ficar íntimo delas para influenciá-las em decisões que o beneficiem.


3. MANIPULAÇÃO
Começa o seu jo­guinho. Faz fofocas sobre potenciais concorrentes a uma promoção, joga informações falsas na “rádio-peão”. Quanto maior o caos, mais ele se sente em casa.


4. CONFRONTAÇÃO
O psicopata começa a tirar a máscara, pois precisa livrar-se dos que usou para avançar na empresa. O colega que foi confidente e cúmplice passa a ser humilhado e ameaçado.


5. PROMOÇÃO
Depois de muito mexer as peças de um xadrez perverso, o psicopata avança na empresa, conquistando um posto de maior poder e deixando um rastro de destruição atrás de si. Pronto, o estrago está feito.

Fonte: Superinteressante, jul. 2009
 

domingo, 20 de janeiro de 2013

Tá sentindo calor? Prepare os bisnetos para o fim do século


Apuração: Vanessa Barbosa
Design: Juliana Pimenta

Fonte: Revista Exame - em: http://exame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/noticias/ta-sentindo-calor-prepare-os-bisnetos-para-o-fim-do-seculo

Dicas de emprego: como os recrutadores usam as mídias sociais?


entrevista de emprego
As mídias sociais já se tornaram parte integral das nossas vidas, e é claro que os gerentes de Recursos Humanos naturalmente vão se voltar para elas quando quiserem saber um pouco mais a respeito de algum candidato à vaga de emprego. Mas o que será que eles realmente procuram nessas buscas? 
O pessoal do DigitalTrends conversou com alguns profissionais do setor de RH para descobrir como eles usam as mídias sociais para filtrar os candidatos. Além disso, também compilaram algumas dicas para ajudar você a manter suas contas nas redes sociais com uma "boa aparência" em caso de uma visitinha inesperada de um potencial empregador.

Facebook e LinkedIn são os melhores amigos de um recrutador

Facebook x LinkedIn
Jeffrey Newman, o diretor de recrutamento da empresa Marcum Search, disse que tudo gira em torno de Linkedin na busca por perfis de candidatos nas redes sociais, mas também diz que sempre usa o Facebook para ter uma ideia melhor de como a pessoa se comporta em uma situação menos profissional. Mas, por outro lado, Newman também disse que, pessoalmente, não utiliza as redes sociais para desqualificar candidatos. 
O gerente de recursos humanos de uma empresa de armazenamento na nuvem, que preferiu não ser identificado, disse que usa tanto o Facebook quanto o Linkedin para encontrar conexões pessoais e profissionais de um candidato. No entanto, ele destaca que a utilização das postagens pessoais para desclassificar um candidato durante o processo seletivo é contra as políticas da empresa.
Já o diretor de recrutamento do Tumblr, Sean McDermott, confia um pouco menos no Facebook e utiliza o Linkedin, Twitter e, obviamente, o Tumblr para realizar pesquisas a respeito dos candidatos.
Dica: Verifique se as informações contidas no currículo que você enviou para a empresa a qual se candidatou são realmente as mesmas do seu currículo no Linkedin. Informações contraditórias não vão te ajudar muito.

Não esconda completamente seu perfil nas redes sociais

Segurança no Facebook
Uma pesquisa realizada pela AVG mostrou que dois terços dos gerentes de RH navegam por perfis desprotegidos dos candidatos que passam por suas mãos. Sem dúvidas esse é mais um bom motivo para você pensar muito bem antes de sair publicando qualquer coisa em seu perfil.
Mas também existem aqueles candidatos que preferem proteger sua presença nas mídias sociais dos olhos curiosos dos recrutadores, ativando totalmente suas configurações de privacidade. Tony Anscombe, chefe dos produtos gratuitos da AVG, não recomenda que você deixe seu perfil completamente público, principalmente por questões de segurança, mas também não acha que tudo deva ser completamente privado.
O diretor de recrutamento do Tumblr também acha que nem tudo deve ser escondido, já que eles desejam ver a pessoa como um todo. "Eu sempre digo aos candidatos que uma nova oportunidade não se trata apenas do salário, as habilidades, localização ou qualquer um dos outros fatores. São todos eles! Não se trata apenas de um currículo, é sobre a pessoa."

Fique atento ao seu círculo de amigos nas redes sociais

Fotos nas redes sociais
Outra recente pesquisa da AVG mostrou que aquilo que postamos nas redes sociais pode diminuir em até 90% nossa chance de arrumar um emprego. E não é de se espantar que 90% dos recrutadores desqualifiquem um candidato caso encontrem fotos dele pelado ou bêbado nas redes sociais.
Mas vale lembrar que não é apenas em sua conta que um profissional de RH pode encontrar esse tipo de conteúdo, afinal fotos como essas podem ser encontradas nos perfis dos seus amigos. É claro que as práticas de contratação variam de acordo com cada empresa, cargo etc, mas lembre-se que seu círculo social também pode prejudicar o seu potencial de contratação. 

Use o Google a seu favor

Você pode se surpreender com o que vai encontrar no Google sobre si mesmo, seja um comentário antigo, ou algo sobre sua faculdade. Tony Ascombe, da AVG, recomenda que você procure regularmente seu nome no Google para ver o que encontra, e mais ainda, porque não configurar um alerta para seu próprio nome? Você pode encontrar resultados surpreendentes, tanto na aba de texto como de imagens também. Ascombe ressalta que "os resultados da pesquisa de imagens do Google é inteligente o suficiente para somar dois e dois e encontrar fotos relevantes que combinem com o seu nome".
Essa não é apenas uma maneira inteligente de você se proteger de resultados embaraçosos, mas também pode ser uma maneira de trazer à tona seus hobbies ou realizações. Por exemplo, você pode publicar artigos em blogs, ou comentar em alguns grupos interessantes - o suficiente para aparecer nos resultados do Google. 
Alertas do Google
Em resumo, Newman, da Marcum Search, diz: "Minha opinião pessoal em termos de mídias sociais é nunca publicar alguma coisa que eu não gostaria que minha mãe visse. Se você não seguir essa regra, então eu sugiro que você limpe a sua presença online ".


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Fonte: CanalTech

A tecnologia pode reinventar a educação?


Em passagem pelo Brasil, Salman Khan, da fundador da Khan Academy conta como a tecnologia pode mudar completamente a forma com que crianças (e adultos) aprendem

por Luciana Galastri

Editora Globo
Crédito: Divulgação Khan Academy
 Em 2004, Salman Khan, engenheiro estadunidense, percebeu que sua prima de 12 anos, Nádia, estava com dificuldades em matemática. Ele se ofereceu para ajudá-la a estudar, mas, como moravam em cidades distantes, as aulas eram feitas através do telefone e de material que Khan enviava à garota pela internet. O resto da família do engenheiro ficou sabendo e, logo, Khan se viu dando aulas para todos os seus priminhos e priminhas. Ficou difícil conciliar o tempo entre eles e enviar material para todos. A solução veio por meio de um amigo da família que sugeriu o que, na época, era uma novidade: "Você já ouviu falar do YouTube"?
Nascia, aí, a Khan Academy, uma organização sem fins lucrativos, que hoje é um sistema inovador de ensino, testado internacionalmente. E, nesta quinta-feira, dia 17 de janeiro, o seu fundador esteve em São Paulo para explicar os conceitos desse novo método que começa a ser aplicado em escolas brasileiras.
Através do YouTube, Khan explicava conceitos de álgebra para seus primos e, ao mesmo tempo, desenvolveu um software livre, que produzia exercícios para que eles treinassem o que aprendiam. As aulas logo começaram a ficar famosas pela rede, por terem uma linguagem acessível. Khan conta que percebeu o potencial educativo que aquele poderia ter e, quando o seu canal no YouTube começou a ficar mais famoso, largou seu emprego como investidor para se dedicar exclusivamente ao programa.
"Foi muito arriscado. Eu não tinha investimento nenhum, minha estrutura tecnológica era uma câmera, um computador e um software que todos conhecem como Microsfot Paint", mas perseverou, investindo todas as suas economias no projeto. E, em meados de 2008, Khan ficou sabendo que os filhos de Bill Gates usavam suas aulas online.
"Logo o pessoal da Microsoft erntrou em contato comigo, perguntando 'do que eu precisava' para levar o projeto adiante. E o Google também. Hoje, graças ao investimento de empresas interessadas, temos uma equipe de 40 pessoas na sede principal, além de várias organizações internacionais, que traduzem o nosso material e o aplicam em seus países", conta o engenheiro, citando o caso da Fundação Lemann que, no Brasil, promove a Khan Academy em escolas públicas de São Paulo.
Atualmente, a Khan Academy tem 3800 aulas, softwares de exercícios e programas que analisam os dados individuais de cada aluno, mostrando o progresso deles em diferentes áreas do conhecimento.
Veja uma das aulas traduzidas: 

Mas qual é a vantagem deste método de ensino? 

De acordo com Khan, a forma com que as crianças passam pela escola hoje é sofrida. "Elas ficam sentadas, ouvindo monólogos, sem poderem se mexer por 60 minutos seguidos. E, depois, precisam aplicar aquilo em exercícios distantes de sua realidade", comenta. A Khan Academy tira a responsabilidade do professor fazer longas explicações e confia no poder da tecnologia para fazer o contato inicial entre o estudante e a matéria.

Através dos vídeos, o aluno pode assistir as aulas em seu próprio ritmo, retomar explicações que não tenha entendido, sem ser obrigado a se demorar em tópicos que já tenha compreendido ou fingir ter compreendido algo que não entendeu, se expondo diante da turma ou, pior, não resolvendo suas dúvidas.
A aula e o contato com o professor seriam dedicados a um tempo definido por Khan como mais precioso. "É onde ocorre a troca de conhecimentos, a resolução de exercícios. O professor aproveita esse tempo para identificar dificuldades individuais de seus alunos e eles também podem conversar e aprender um com o outro", explica.
O conceito mais importante da a Khan Academy é considerar que cada um tem um ritmo diferente de aprendizado. E, no sistema atual de ensino, dificuldades básicas acabam não sendo resolvidas e sendo soterradas por outras matérias. Isso faz com que o aluno não perceba a totalidade de seus conhecimentos e que acabe 'fingindo aprender' quando apenas decora conceitos, sem compreendê-los.
"O aluno que não sabe matemática básica não aprende geometria, ele não consegue. Ele acaba fingindo aprender, decorando fórmulas mecânicas que dão a ele o resultado esperado, ele passa por média na prova. Mas na hora de resolver um problema mais complexo, ele não consegue". Para Khan, a culpa é do sistema de avaliação. "Achamos passável uma nota 7 de 10, por exemplo. Afinal, o aluno está acima da média. Mas e se, ao construirmos um edifício, o primeiro andar estiver só 70% bom? Com os alunos é a mesma coisa, ao chegarmos a um nível mais alto, corremos a chance de um desabamento", explica.
Quando o aluno aprende as coisas ao seu tempo, tem chance de revisão e atenção mais individual do professor, há menos chance de que esse desabamento futuro ocorra. Os estudantes ficam mais interessados e os professores mais motivados. 

E os professores?

Khan afirma que não há a menor intenção de substituir professores por vídeos ou por softwares. "O sistema Khan permite que eles possam identificar dificuldades individuais do aluno e ajudá-los, também, de forma individual", explica. De acordo com o educador, hoje o professor precisa assumir um papel de policial em sala de aula, o que é desgastante e contra-produtivo, exigindo a atenção do aluno o tempo todo.

Com o método Khan, os educadores não precisam cobrar a atenção seguida dos alunos por longas explicações, obrigando-os ao silêncio, mas sim fazer com que eles tenham uma interação maior entre eles e com o próprio professor. O professor deve desafiá-los, estimular sua criatividade e oferecer ajuda individual.
"E o aluno também passa a ver professores com outros olhos. Eles pensam 'poxa, essa pessoa quer me ajudar' e não 'essa pessoa quer me obrigar a fazer algo que eu não quero'", conclui o engenheiro. E isso se reflete no rendimento dos alunos: segundo pesquisas feitas nos EUA, as notas de estudantes que usam esse método são significativamente maiores. 

A Khan Academy no Brasil 

Através da Fundação Lemann, mais de 400 vídeos da Khan Academy foram traduzidos para o português, nas disciplinas de matemática, biologia, química e física. No YouTube, essas aulas arrecadaram mais de 1,9 milhão de visualizações. O método também está sendo aplicado com mais de 1200 alunos de 10 escolas públicas de São Paulo - neste ano, o número ainda deve crescer: serão incluidos mais alunos, totalizando um número de 6 mil, e mais 600 vídeos serão traduzidos.

Quer saber mais? Acesse o site da Khan Academy e confira as vídeo-aulas do programa. Outra dica é acessar osite da Fundação Lemann, para ver o material disponível em português.
Veja, também, a palestra de Salman Khan feita em São Paulo (em inglês):

Fonte: Revista Galileu Online

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