terça-feira, 12 de agosto de 2014

Grandes Marcas: Chandon


Os espumantes (como são chamados os champanhes fora da França) CHANDON refletem fielmente a filosofia de elaboração, baseada há mais de 260 anos em aprimorar a produção de uvas e estimular a dedicação, paixão e criatividade de enólogos da Maison Moët & Chandon. Convidados indispensáveis em festas e celebrações, os espumantes CHANDON criam uma maravilhosa experiência com a chancela de uma das marcas mais tradicionais no mundo quando o assunto é vinho cheio de borbulhas. 

A história 
Tudo começou em meados da década de 1950 quando a Maison Moët & Chandon, tradicional produtora de champanhes desde 1743, aventou a possibilidade de instalar, pela primeira vez em sua história, adegas e vinhedos fora da França. Renaud Poirier, o então experiente enólogo da empresa, percorreu diferentes partes da América do Sul em busca de solo e condições climáticas ideais para a produção de vinhos espumantes. O local escolhido foi a Argentina. Finalmente em 1959 foi determinado que o local mais adequado para este projeto seria a província de Mendoza, na cidade de Agrelo, encravada no meio da Cordilheira dos Andes. Uma das razões para a escolha foi o clima seco e ensolarado, além das terras de boa qualidade, ideal para essa cultura. Era o surgimento da BODEGAS CHANDON, que desde o início teve total assessoria dos técnicos da Moët & Chandon, na França. No ano seguinte a empresa, que já iniciou suas atividades com produção superior a 100.000 garrafas por ano, lançou o espumante M. CHANDON no mercado argentino, que logo depois adotaria apenas o nome CHANDON.


Em 1973, a Maison Moët & Chandon decidiu apostar no potencial vitivinícola brasileiro e instalar a segunda unidade da CHANDON na pequena cidade de Garibaldi, no Rio Grande do Sul. Afinal, a cidade da Serra Gaúcha tem um microclima temperado e de noites frescas, o que possibilita a lenta maturação e desenvolvimento de bons níveis de açúcar e de acidez da uva. Estas são características que, mais tarde, darão origem à fineza aromática e ao frescor do espumante. A empresa plantou vinhedos e construiu uma funcional vinícola, cujo objetivo era produzir vinhos espumantes naturais com a mesma filosofia da renomeada marca francesa: cultivar uvas com a máxima qualidade possível e incentivar de forma constante o aprimoramento técnico de seus enólogos. Os primeiros espumantes foram lançados no mercado brasileiro em 1978. A qualidade dos espumantes foi logo reconhecida, o que provocou uma revolução positiva na região da Serra Gaúcha, pois os espumantes CHANDON se tornaram referência para as demais vinícolas brasileiras interessadas em elaborar o vinho das borbulhas.


Foi ainda em 1978 que a CHANDON lançou dois vinhos maduros, um branco e um tinto, que por muitos anos conseguiram manter o sabor e a qualidade inalterados graças ao processo de assemblage (definido como sendo a mescla dos diferentes vinhos utilizados na produção do vinho-base). Porém, os anos subsequentes provaram que todo o vinho que a CHANDON produzia saía melhor se fosse elaborado para dar origem aos espumantes. Então, há mais de uma década, em 1998, os vinhos brancos e tintos não foram mais elaborados, e a CHANDON passou a ser a maior produtora de espumantes do mercado brasileiro. Foi também em 1998 que a marca lançou a reserva especial, EXCELLENCE CUVÉE PRESTIGE (considerado o melhor espumante natural das Américas, é elaborado com a combinação das uvas Chardonnay e Pinot Noir, selecionadas exclusivamente nas melhores quadras dos vinhedos, transformando-se no mais sofisticado dos vinhos) e o inovador CHANDON PASSION (suave e delicado, traz toda a expressão aromática de frutos tropicais das uvas Malvasia de Cândia e Moscato Canelli que, associadas à Pinot Noir, conferem à este sensual espumante sutis tons rosados).


Há poucos anos atrás, a empresa francesa resolveu investir pesado para transformar a CHANDON em uma marca de luxo no mercado brasileiro. Apresentou uma nova identidade visual, lançou campanhas publicitárias emocionais, elevou o preço dos produtos em 15%, escolheu pontos de venda mais selecionados (como por exemplo, Duty Free dos aeroportos) e bancou muitas festas regadas aos seus excepcionais espumantes. Lançou também, em 2004, uma série numerada de 1.973 garrafas da versão Excellence do espumante com preço três vezes maior do que o normal, sendo a número 1 entregue para o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


Além disso, em 2007, ao consolidar a CHANDON como a grife do espumante no Brasil, introduziu no mercado o CHANDON BRUT ROSÉ (reluzente e sedutoramente cor-de-rosa, traz requintados aromas com toques de morango e cereja assim como um envolvente paladar fino e aveludado com muito equilíbrio entre as uvas Pinot Noir, Chardonnay e Riesling Itálico). Ainda faz parte do portfólio da marca o CHANDON RÉSERVE BRUT (resultado da harmonização das melhores uvas Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico, cujo resultado revela uma grande sutileza aromática lembrando frutas cítricas, maçã verde e frutas secas em um paladar perfeitamente equilibrado), CHANDON RICHE DEMI-SEC (levemente suave, harmoniza o frescor do Riesling Itálico com os aromas frutados do Chardonnay e cresce em complexidade e maciez com a típica estrutura do Pinot Noir), CHANDON EXCELLENCE ROSÉ (caracteriza-se por sua cor amarelo-dourada com reflexos verdes, espuma abundante e persistente com formação de um amplo colar no contorno da taça. As borbulhas são ativas, muito finas e numerosas) e CHANDON BABY DISCO (acompanha a agilidade e mobilidade dos novos tempos, em formato pronto para beber, dispensa formalidades e vai ao encontro do ritmo de seus consumidores. Foi lançada em 2010). Os espumantes CHANDON são oferecidos em várias tamanhos: Baby (187 ml), introduzida em 2000; Meia Garrafa (375 ml); Garrafa (750 ml); Magnum (1,5 litros) e Jeroboam (3 litros).


Foi também em 1973 que a CHANDON instalou sua terceira unidade. O local escolhido foi a bela região californiana de Napa Valley, localizada a cerca de 90 minutos de carro de San Francisco, e famosa por seus aromas e vinhos. A marca se tornou a primeira vinícola francesa a produzir espumantes nesta região da Califórnia. Em 1986 foi a vez das terras australianas serem escolhidas para abrigar a quarta unidade da CHANDON para produção de vinhos e espumantes. A região foi Yarra Valley, próxima a cidade de Melbourne. Há pouco tempo a CHANDON americana iniciou o lançamento de uma edição especial de verão de seus espumantes. Começou em 2012, com a edição batizada de American-Style, cuja garrafa era coberta por um rótulo termoencolhível branco, com listras azuis e vermelhas. Já a subsidiária argentina lançou mais recentemente um espumante para ser apreciado no verão: CHANDON DÉLICE, que pode ser degustado puro, apenas com gelo ou com gelo e folhas de manjericão, deixando-o mais fresco. Esse espumante é fabricado com cortes das uvas Chardonnay, Pinot Noir, Petit Manseng e Semillon colhido tardiamente.


A semana Chandon 
A marca, especialmente no Brasil, sempre investiu muito em marketing. E um dos resultados deste investimento é chamado CHANDON WEEK, um projeto que viaja cidades de norte a sul do Brasil divulgando as variedades de espumantes da marca por uma semana. Entre maio e novembro, nos restaurantes que participam do projeto, os consumidores têm uma excelente oportunidade para conhecer as características de cada espumante, acompanhando uma refeição ou mesmo em um happy hour. O projeto oferece uma experiência completa aos diferentes sabores e aromas de CHANDON.


A identidade visual 
Na Argentina e no Brasil a identidade visual da marca pode ser aplicada de duas formas diferente. Enquanto a primeira é mais utilizada no mercado brasileiro, a segunda é utilizada na Argentina.


Já nos Estados Unidos e Austrália, apesar de manter a “estrela”, a tipografia de letra utilizada é mais encorpada.

Os slogans 
A vida borbulha com Chandon. 
Life Needs Bubbles.


Dados corporativos 
● Origem: França 
● Lançamento: 1959 
● Criador: Maison Moët & Chandon 
● Sede mundial: Épernay, França 
● Proprietário da marca: LVMH Moët Hennessy • Louis Vuitton S.A. 
● Capital aberto: Não 
● CEO & Presidente: Jean-Guillaume Prats 
● Faturamento: Não divulgado 
● Lucro: Não divulgado 
● Presença global: 30 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Funcionários: 800 
● Segmento: Bebidas alcoólicas 
● Principais produtos: Espumantes e vinhos 
● Concorrentes diretos: Salton, Aurora, Casa Valduga, Miolo, Vallontano, Freixenet e Codorníu 
● Ícones: A garrafa Baby 
● Slogan: A vida borbulha com Chandon. 
● Website: www.chandon.com.br 

A marca no mundo 
Hoje em dia a CHANDON, que pertence a Moët & Chandon, que por sua vez faz parte do conglomerado de luxo LVMH Moët Hennessy • Louis Vuitton, produz seus espumantes em quatro regiões, todas conhecidas pelos seus terroirs excepcionais: Argentina (Mendoza), Brasil (Garibaldi), Estados Unidos (Napa Valley) e Austrália (Yarra Valley). Seus espumantes são comercializados em mais de 30 países ao redor do mundo. Todos os anos a CHANDON vende, somente no Brasil, mais de 3.5 milhões de garrafas de seus espumantes. Já na Argentina e Uruguai a CHANDON detém mais de 50% de participação de mercado. A CHANDON de Mendoza abastece o mercado argentino e também exporta sua produção para outros países. Já a CHANDON do Brasil, abastece somente o mercado nacional. Os espumantes produzidos na Argentina não são enviados para o Brasil para não concorrer com a fábrica daqui e vice-versa. Na Austrália e nos Estados Unidos a CHANDON produz, além de espumantes, vinhos de excepcional qualidade. 

Você sabia? 
A Casa Chandon, localizada na cidade de Garibaldi, tem um moderno centro de visitas, onde é possível conhecer sua linha de produtos e desfrutar de uma vista privilegiada de seus vinhedos. Em seguida, os visitantes são convidados pelos enólogos da adega a descobrir a arte de elaborar espumantes naturais de excelência e, participando de degustações orientadas, a despertar e a compartilhar a paixão pelas borbulhas. 
Você sabe a diferença entre champanhe e espumante? O primeiro é uma denominação de origem imposta pela União Europeia, ou seja, só os vinhos produzidos na região de Champagne (na França) podem ter esse nome. Isso acontece também com os vinhos Asti (Itália) e os Cava (Espanha). Já espumante é o nome genérico da bebida. 

As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (BusinessWeek, Isto é Dinheiro, Época Negócios e Prazeres da Mesa), jornais (Valor Econômico e Meio Mensagem), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Mundo Marketing) e Wikipedia (informações devidamente checadas). 
Publicado originalmente em: Mundo das Marcas

Por que esquecemos o nome de pessoas assim que as conhecemos?

'Sorria para a foto... amiga' (Foto: getty)
por Luciana Galastri

Você já deve ter passado pela seguinte situação: acabam de te apresentar a uma pessoa. Literalmente, há apenas alguns segundos você ouviu o nome dela. E já esqueceu como ela se chama. Aí rola aquele momento constrangedor de encontrar formas genéricas de chamá-la (cara, moça, 'véio', senhor/a - insira aqui o seu substituto preferido) enquanto espera que outra pessoa a chame pelo nome. Ou, horror dos horrores, perguntar a ela "desculpe, qual é seu nome mesmo?"

Mas por que isso ocorre? O The Atlantic listou algumas razões:

Porque você está mais preocupado com si mesmo

Se você está conversando com um grupo de estranhos, é mais provável que esteja prestando mais atenção na maneira com que você se comporta do que com a atitude (e os nomes) deles. De acordo com o io9, seu cérebro se esforça tanto para superar as barreiras da vergonha ao pensar na melhor forma de se apresentar que não registra praticamente nada do que os outros fazem.

Uma falha na memória

Provavelmente você sabe que há dois tipos de lembrança que seu cérebro pode armazenar: as de longo prazo e as de curto prazo. As de curto prazo, que armazenam fatos recentes, não possuem uma capacidade muito grande. Se você não se concentra totalmente nas lembranças, ela se dissipa rápido, para dar lugar aos fatos que seu cérebro realmente considera importantes. Por isso você não se lembra de cada detalhe mínimo do seu dia quando vai dormir. Para que você lembre do nome de alguém, seu cérebro precisa considerar a informação importante o suficiente para que ela seja "classificada" como uma memória de longo prazo.
Nomes são "meio inúteis"

O que seu nome diz sobre você? A não ser que você acredite que é definido pelo significado literal da palavra (já leu aquelas listas de sugestões de nomes para bebês e seus significados?) ou acredite em numerologia, o nome é apenas uma forma de chamá-lo. Essa palavra não diz muita coisa sobre uma pessoa que você acaba de conhecer - e, por isso, é mais provável que o cérebro se atente a outros detalhes sobre o indivíduo. Aparência, voz, cheiro e até a roupa podem causar impressões mais duradouras do que o nome.

Existe uma forma garantida de evitar que você esqueça o nome de alguém? Não. Mas o pessoal do The Atlantic dá uma dica que pode diminuir seu constrangimento. Imediatamente após a pessoa ter se apresentado, peça que ela repita o nome. Diga que você não ouviu direito da primeira vez ou algo assim. As chances de que você o esqueça serão menores, assim como o seu constrangimento. A não ser, é claro, que você esqueça o nome de novo e precise perguntar pela terceira vez como o seu mais novo conhecido se chama.


Fonte: Revista Galileu

Pesquisador brasileiro ganha prêmio equivalente a 'Nobel' de matemática

Vanessa Fajardo Do G1, em São Paulo
Artur Ávila ganhou prêmio Medalha Fields, o 'Nobel' de matemática' (Foto: Divulgação/IMU) 
Artur Ávila ganhou prêmio Medalha Fields
(Foto: Divulgação/IMU)
 
O matemático Artur Ávila Cordeiro de Melo, de 35 anos, recebeu nesta terça-feira (12) a Medalha Fields, um prêmio equivalente ao "Nobel" de matemática. O prêmio é dado para a União Internacional de Matemáticos (IMU) a quatro pesquisadores do mundo. Os outros três ganhadores são Manjul Bhargava, da Universidade de Princeton (EUA); Martin Hairer, da Universidade de Warwick (UK) e Maryam Mirzakhani, da Universidade de Stanford (EUA). O prêmio foi anunciado em um evento na Coreia do Sul.

No argumento, os diretores da IMU destacaram o trabalho de Ávila por suas "profundas contribuições na teoria dos sistemas dinâmicos unidimensional".

Ávila começou sua carreira com as olimpíadas de matemática ainda na infância. Hoje, divide as funções de diretor de pesquisa em dois importantes institutos: o Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), em Paris, e o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), no Rio de Janeiro. Vive seis meses em cada uma delas.

Ávila é convidado para palestrar e participar de seminários de matemática no mundo todo.

“Gosto de falar de matemática mas com foco na parte mais criativa. Matemática não é árida, tem acesso a muitos recursos. O problema é que na escola o aluno só tem contato com a parte árida, com as regras, as fórmula aqui e ali. Isso o computador tá ali e faz. O matemático faz as coisas que o computador não faz, como a parte criativa que não é repetitiva.” "Na escola o aluno só tem contato com a parte árida da matemática, com as regras, as fórmula aqui e ali. Isso o computador tá ali e faz. O matemático faz as coisas que o computador não faz, como a parte criativa que não é repetitiva"

Aluno aplicado, sempre gostou de estudar, mas tinha interesse em “aprender coisas além da escola.” Os pais, que moram no Rio de Janeiro, não são ligados ao meio acadêmico, mas sempre tiveram interesse em satisfazer o interesse do menino sobre matemática, comprando livros.

A estreia nas olimpíadas foi ainda no ensino fundamental, na extinta 7ª série, hoje 8º ano. Ávila foi para três competições internacionais e conquistou medalha de ouro em todas. “Sempre gostei de matemática, mas em olimpíada era diferente. Um professor passou na sala e chamou os alunos para participarem do evento. Fui e gostei logo de cara.”

Ávila fez graduação na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e cursou o mestrado e o doutorado em matemática concomitantemente, no Impa. Terminou em 2001, quando foi para França fazer pós-doutorado. Optou por não dar aulas, e hoje está mais focado na área de pesquisa de sistemas dinâmicos.

“É uma profissão que dá muita liberdade de exercer a criatividade, pois é possível escolher o que problema que se vai trabalhar. Não existe hierarquia formal e todo mundo está no mesmo plano, a princípio. No meu caso, as olimpíadas tiveram papel muito importante, foi essencial, aconteceu num momento apropriado e não poderia ter funcionado melhor. Sou muito agradecido por ter tido essa oportunidade.”

Artur Ávila faz trabalhos de pesquisa em matemática em Paris e no Rio de Janeiro (Foto: Arquivo pessoal)Artur Ávila faz trabalhos de pesquisa em matemática em Paris e no Rio de Janeiro (Foto: Arquivo pessoal)
Veja as principais premiações de Artur Ávila
- Bronze na OBM em 1992;
- Ouro na OBM em 1993, 1994 e 1995;
- Prata na Cone-sul em 1994;
- Ouro na Ibero-americana, Cone Sul e Internacional em 1995,
- Prêmio Salem em 2006;
- Prêmio da Sociedade Matemática Europeia em 2008;
- Grand Prix Jacques Herbrand da Academia de Ciências da França, em 2009;
- Prêmio Michael Brin, em 2011;
- Medalha Fields, em 2014.


Fonte: Portal G1

terça-feira, 29 de julho de 2014

The Second Coming (by William Butler Yeats)


 William Butler Yeats (1865-1939)

       THE SECOND COMING

    Turning and turning in the widening gyre
    The falcon cannot hear the falconer;
    Things fall apart; the centre cannot hold;
    Mere anarchy is loosed upon the world,
    The blood-dimmed tide is loosed, and everywhere
    The ceremony of innocence is drowned;
    The best lack all conviction, while the worst
    Are full of passionate intensity.


    Surely some revelation is at hand;
    Surely the Second Coming is at hand.
    The Second Coming! Hardly are those words out
    When a vast image out of Spiritus Mundi
    Troubles my sight: a waste of desert sand;
    A shape with lion body and the head of a man,
    A gaze blank and pitiless as the sun,
    Is moving its slow thighs, while all about it
    Wind shadows of the indignant desert birds.


    The darkness drops again but now I know
    That twenty centuries of stony sleep
    Were vexed to nightmare by a rocking cradle,
    And what rough beast, its hour come round at last,
    Slouches towards Bethlehem to be born?

segunda-feira, 28 de julho de 2014

DECISÕES DO STF - ADI 3483 MA

Processo: ADI 3483 MA
Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI
Julgamento: 03/04/2014
Órgão Julgador: Tribunal Pleno
Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-091 DIVULG 13-05-2014 PUBLIC 14-05-2014
Parte(s): PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
GOVERNADORA DO ESTADO DO MARANHÃO
ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO MARANHÃO

Ementa

EMENTA Ação direta de inconstitucionalidade. Lei nº 7.716/2001 do Estado do Maranhão. Fixação de nova hipótese de prioridade, em qualquer instância, de tramitação processual para as causas em que for parte mulher vítima de violência doméstica. Vício formal. Procedência da ação.
1. A definição de regras sobre a tramitação das demandas judiciais e sua priorização, na medida em que reflete parte importante da prestação da atividade jurisdicional pelo Estado, é aspecto abrangido pelo ramo processual do Direito, cuja positivação foi atribuída pela Constituição Federal privativamente à União (Art. 22, I, CF/88).
2. A lei em comento, conquanto tenha alta carga de relevância social, indubitavelmente, ao pretender tratar da matéria, invadiu esfera reservada da União para legislar sobre direito processual.
3. A fixação do regime de tramitação de feitos e das correspondentes prioridades é matéria eminentemente processual, de competência privativa da União, que não se confunde com matéria procedimental em matéria processual, essa, sim, de competência concorrente dos estados-membros.
4. O Supremo Tribunal Federal, por diversas vezes, reafirmou a ocorrência de vício formal de inconstitucionalidade de normas estaduais que exorbitem de sua competência concorrente para legislar sobre procedimento em matéria processual, adentrando aspectos típicos do processo, como competência, prazos, recursos, provas, entre outros. Precedentes.
5. Ação julgada procedente.

Como a experiência da 1ª guerra mundial definiu obras de escritores

Por Maria Fernanda Rodrigues – O Estado de S. Paulo
 
O americano Ernest Hemingway era um garoto recém-saído do colégio quando, em 1918, foi dirigir ambulâncias para a Cruz Vermelha no front italiano. Aos 19 anos, o alemão Ernst Jünger estava no campo de batalha, matando e lutando para não morrer. J. R. R. Tolkien, estudante de Oxford, juntou-se ao exército inglês. Guillaume Apollinaire, poeta francês nascido na Itália, já era um artista reconhecido no momento em que se feriu gravemente em combate.

Hemingway se recuperando de ferimento de guerra

Ao lado de C. S. Lewis, Bertolt Brecht, e. e. cummings, Erich Maria Remarque, Rudyard Kipling, John dos Passos, William Faulkner, Gertrude Stein, Agatha Christie e outros, estes autores fizeram parte de uma geração marcada pela guerra. E a experiência no conflito, em diferentes níveis e dos dois lados, acabaria influenciando suas obras – seja como tema de livros ou como experiência definidora dos artistas que eles se tornariam. Para eles, a escrita foi, de certa forma, uma maneira de elaborar o trauma. “Escrever é uma forma privilegiada de simbolizar, representar uma experiência que por sua intensidade e violência transborda os limites do ser. É uma tentativa de domá-la, integrá-la, retirar-lhe o poder desagregador e desestruturante que carrega em si”, diz o psicanalista Sérgio Telles.

O caso de Tolkien é significativo. O autor de O Hobbit e de O Senhor dos Anéis nunca escreveu uma linha sobre o conflito. Mas, para John Garth, um de seus biógrafos, foi talvez o mais radical de todos os escritores marcados pela guerra. “A experiência no front foi decisiva em sua escolha pela escrita. Ela virou seu mundo de cabeça para baixo, chacoalhou sua estrutura e despertou sua imaginação e seu interesse pelos contos de fada – que tratam, geralmente, do indivíduo que entra em contato com perigos estranhos e mortais. Escrever seu próprio conto de fadas pode ter ajudado Tolkien a sobreviver quase ileso ao trauma da guerra”, conta ao Estado o autor de Tolkien and the Great War: The Threshold of Middle-earth, inédito no País.

O escritor, porém, não entrou na guerra por ideologia. Tinha 22 anos quando a Inglaterra se mobilizou e, ao contrário de muitos colegas, ele preferiu continuar os estudos e não se apresentou como voluntário naquele outono de 1914. Mas a cidade estava ficando vazia e o câmpus, abandonado. Desconfortável com a situação, e sem noção do que representaria e de quanto tempo duraria aquele conflito, ele acabou se juntando ao Corpo de Treinamentos Para Oficiais para se preparar para um possível alistamento. O então estudante de língua e literatura inglesa aprendeu a atirar, e se surpreendeu ao descobrir que gostou daquilo, conta Michael White, seu outro biógrafo, em J. R. R. Tolkien – O Senhor da Fantasia. Ele aprendeu também a ler mapas, conheceu os métodos de guerra e suas armas. Mas foi só em 1916 que o tenente Tolkien foi mandado ao front – e logo para a sangrenta batalha de Somme, que já estava em andamento e que apenas no primeiro dia mataria 19 mil soldados britânicos, entre os quais o amigo Rob Gilson.

O tenente Tolkien em 1916

White relata que Tolkien foi diversas vezes às trincheiras, matou, e voltou ileso de todas elas. A morte de amigos, os corpos espalhados e o cheiro de sangue o aproximavam da ideia de sua própria mortalidade, mas o que quase o levou foi a febre da trincheira. Por causa dela, ele foi se tratar longe dos campos de batalha. Tentou voltar à guerra, mas sempre tinha uma recaída.

Autor de As Crônicas de Nárnia, C.S. Lewis também não tratou diretamente do conflito em sua obra, mas seu mundo ficcional, onde se luta contra a escuridão e o abismo, certamente reflete a vivência nas trincheiras. Em seu livro sobre Tolkien, White comenta que Lewis dedica três capítulos à desagradável experiência na escola pública e apenas uma pequena parte de um capítulo à sua participação na guerra, e o cita: “É muito distante do resto da minha experiência (…) e frequentemente parece ter acontecido com outra pessoa”. Mas ele esteve lá, se feriu, e na volta cumpriu a promessa feita a um amigo: o combinado era que, caso um morresse, o outro cuidaria da família do morto.

Motorista. A experiência de Hemingway não foi tão radical, embora ele tenha se ferido durante seu trabalho como motorista. Mas a guerra rendeu a ele algumas histórias. Em 1926, lançou O Sol Também se Levanta, em que o protagonista é um veterano de guerra. Em 1929, publicou Adeus às Armas, este sim um romance situado durante o conflito e que narra a história de amor entre um motorista de ambulância e uma enfermeira.

Hemingway e a enfermeira Agnes von Kurowsky

Relato impressionante da experiência no front está em Tempestade de Aço, diário de Ernst Jünger, que lutaria ainda na 2.ª Guerra – ele viveu até os 102 anos. Nada Novo no Front, de Erich Maria Remarque, também retrata de forma vívida a experiência de combate e aborda a inadequação do soldado ao voltar para casa e para o convívio com civis. Já em As Aventuras do Bom Soldado Švejk, o ex-combatente Jaroslav Hasek narra as peripécias de um checo que se mete em muita confusão, optando pelo humor na hora de fazer contundente denúncia do absurdo da guerra – o livro acaba de ser lançado no Brasil. 
 
O alemão Ernst Jünger
Diário de Jünger deu origem ao livro ‘Tempestade de Aço’

O poeta e. e. cummings teve uma passagem traumática pelo conflito. Voluntário, acabou preso por engano, em campo de concentração, sob alegação de espionagem – e trata disso no romance autobiográfico A Cela Enorme, de 1922, e em alguns poemas. Louis-Ferdinand Céline se feriu no conflito e publicou, em 1932, Viagem ao Fim da Noite, cujo protagonista também passa pela 1.ª Guerra. Rudyard Kipling, diretor de propaganda para as colônias britânicas, voltou do conflito com um caderno de poemas.

John dos Passos foi motorista do exército e, em 1921, lançou o romance Três Soldados, sobre um vendedor, um jovem camponês e um músico que respondem à pressão da guerra com rancor e fúria assassina. Há quem diga que o americano William Faulkner não chegou a ver de perto uma batalha, embora tenha se juntado à Força Aérea Canadense. No entanto, a guerra foi tão marcante que, em 1926, ele lançaria Paga de Soldado, sobre um veterano que, ao voltar para casa, é repudiado por todos; a questão do desterrado pela guerra apareceria em outras obras, como em Sartoris, na qual trata dos irmãos gêmeos John e Bayard – os dois vão à guerra como aviadores: um deles morre e o outro testemunha tudo e volta para casa atormentado.

Gertrude Stein comprou uma caminhonete e, com a companheira Alice Toklas, distribuiu medicamentos para hospitais militares na França. Bertolt Brecht estudava Medicina e passou um mês trabalhando em hospital militar antes do fim da guerra. Agatha Christie trabalhou como enfermeira da Cruz Vermelha e começou a escrever suas histórias policiais nesse período. Scott Fitzgerald se alistou no exército americano, mas o armistício chegou antes que ele completasse o treinamento.

Gertrude Stein e Alice Toklas

“A arte tem papel essencial e não sobreviveríamos sem ela. O que elabora a vida e o traumático não é o pensamento raciocinado ou conceitual, e sim o sonhar e, como dizia o psicanalista Otto Rank, a arte é o sonho da humanidade. Os romances e os diários são produto desse processo de sonhar e, ao mesmo tempo, serão matéria-prima para quem os lê – de produzir um sonho próprio de cada um que ajude a passagem nos trajetos da vida”, explica o psicanalista Leopold Nosek.

Fonte: http://blogs.estadao.com.br/babel/a-primeira-guerra-mundial-os-escritores-que-lutaram-e-como-a-experiencia-no-front-definiu-suas-obras/

sábado, 26 de julho de 2014

Momento poético: ¨Fragmentos" (por Rogério Rocha)


Por Rogério Rocha

Verso VI (Fragmentos)

Perene espanto! Espanto que me toma sempre. 
Toda hora que desperto,
toda vez que olho o mundo (olhos abertos).
É milagre vivermos como hoje somos.
É milagre ter ao lado minúsculos objetos de alienação
ainda inertes à nossa conduta.
Repito o que dizes e digo sempre o novo na repetição.
Mas que novo? Que novo se recria no absurdo, no estorvo?

Abusamos das piadas, dos versos, dos repentes...
Talvez assim sejamos mais crentes.
Talvez assim saiamos do ventre da palavra
como serpentes esquálidas, 
reluzindo a pele lisa e escamada.

Além do pecado original está o lume,
A voz clemente que abre aos ouvidos o verbo crescente,
o logos completo:
origem das coisas no ar, das frases que vagam,
das certezas que ficam, depois da queda, depois da chuva.
O sereno ainda impera!

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