Por Rogério Rocha
Verso VI (Fragmentos)
Perene espanto! Espanto que me toma sempre.
Toda hora que desperto,
toda vez que olho o mundo (olhos abertos).
É milagre vivermos como hoje somos.
É milagre ter ao lado minúsculos objetos de alienação
ainda inertes à nossa conduta.
Repito o que dizes e digo sempre o novo na repetição.
Mas que novo? Que novo se recria no absurdo, no estorvo?
Abusamos das piadas, dos versos, dos repentes...
Talvez assim sejamos mais crentes.
Talvez assim saiamos do ventre da palavra
como serpentes esquálidas,
reluzindo a pele lisa e escamada.
Além do pecado original está o lume,
A voz clemente que abre aos ouvidos o verbo crescente,
o logos completo:
origem das coisas no ar, das frases que vagam,
das certezas que ficam, depois da queda, depois da chuva.
O sereno ainda impera!
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