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quinta-feira, 21 de abril de 2022

Do imortal da Academia Maranhense de Letras José Neres: "Rocha no meio do caminho"

 

Rogerio Rocha e José Neres.
Rogerio Rocha e José Neres.

Convidado: José Neres é professor, membro da AML, ALL e da Sobrames-MA

Quando se apela para a alquimia das palavras e se junta na mesma frase vocábulos como poema, pedra, penhasco, rocha e versos, os leitores mais afeitos aos clássicos antigos e que se alimentam de sonetos bem elaborados trazem logo à mente a figura de um Cláudio Manuel da Costa, o poeta que introduziu nas letras brasileiras a essência das máximas árcades que nos aconselham a fugir do meio urbano para aproveitar a vida em um local ameno. Outros leitores, no entanto, fazem logo a ligação direta com a cerebral e bem construída produção poética de João Cabral de Melo Neto, um dos mais completos poetas do século XX, um homem capaz de educar pela pedra e de transformar um único Severino em uma referência eterna para todos os Severinos condensados e metaforizados no ritmo de versos nucleares da poesia modernista. Mas ninguém poderá deixar de lado também a incômoda pedra no caminho do jovem Carlos Drummond de Andrade, poeta mineiro, que, em 1928, transformou uma mera pedra em um monumento às vezes incompreendido da poesia brasileira. Como esquecer também a pedra encontrada nas águas de março eternizadas na voz de Elis Regina.

              Porém, além dessas, há outras rochas e outras pedras que mais recentemente também se transformaram em versos e que merecem uma atenção por parte dos amantes das letras. Trata-se do livro 'Pedra dos Olhos' (Editora Hamsa, 2019), do filósofo, poeta, advogado e professor Rogério Henrique Castro Rocha, mais conhecido como Rogério Rocha, e que tem dedicado parte de suas energias para compartilhar conhecimentos na grande rede de computadores, entrevistar autores de diversas áreas do saber, comentar obras de seus contemporâneos e traduzir em palavras, versos e estrofes suas observações, anseios, dúvidas e sentimentos.

              Pedra dos Olhos é um livro que, em 190 páginas, reúne quase uma centena de poemas sobre temáticas diversas, mas sempre carregados de um olhar que mescla um olhar social e pessoal com múltiplas leituras feitas das obras de poetas, filósofos, juristas, sociólogos e outros intelectuais que acabam compondo um complexo labirinto de saberes que se bifurcam na busca da melhor maneira de o poeta expressar-se diante dos “sustos” cotidianos que o tiram de uma suposta zona de conforto e o fazem acreditar que as palavras podem ter o poder de chamar a atenção para o que pode ser melhorado no mundo, para aquilo que sempre esteve bem diante dos olhos de todos, mas que parecem obstaculizados pelas “pedras” que nos impedem de seguir o caminho que está aberto à nossa frente.

              Mesmo sem intenção de fazer da tessitura do livro um “mosaico de citações” como certa vez disse Julia Kristeva, Rogério Rocha, mesmo buscando imprimir uma dicção poética própria em cada poema, acaba deixando para o leitor rastros de suas leituras: Tribuzi, Drummond, Vinícius, Cabral de Melo Neto, Nietzsche, Spinoza, Schopenhauer, Fernando Pessoa, Nauro Machado e muitos outros escritores que se entrecruzam nas malhas da intertextualidade.

              Em Pedra dos olhos há espaço para a discussão de temas tão diversos quanto o contato com o mundo cibernético, quanto o fascínio pela voz de uma estrela como Karen Carpenter, passando por indagações filosóficas, imersão no erotismo, as alegrias do nascimento de uma criança e a observação de coisas do cotidiano, como uma chuva que cai e as mudanças ocorridas na urbe. Tudo, de alguma forma, pode ser transformado em poemas pelo olhar atento de Rogério Rocha.

              Trata-se de um livro para ser lido com calma e paciência, sem se desviar das pedras, das rochas e dos obstáculos que podem aparecer a cada curva dos poemas. Desviar-se dessas pedras seria deixar de lado a matéria-prima de que é construído cada poema: o olhar atento de um homem que se reconhece como em construção, mas que aproveitou cada pedra do caminho para encher seus olhos de esperança em dias melhores, mesmo que, às vezes, tenha que utilizar a força de um martelo para abrir caminhos em situações nas quais outros viriam apenas obstáculos intransponíveis. Afinal de contas:

Meu martelo profético desfaz e arrasa,

Com golpes potentes, enormes pancadas.

As torres maciças que o templo resguarda.

 

 Fonte: Portal Facetubes

terça-feira, 27 de outubro de 2020

COMENTÁRIOS SOBRE O LIVRO DE POEMAS "PEDRA DOS OLHOS" (TEXTO DO ESCRITOR CHARLES SIMÕES)


Reproduzo aqui um texto de autoria do escritor maranhense Charles Simões, onde tece considerações sobre a leitura de meu livro de poemas "Pedra dos Olhos". Boa leitura!

 
"Não sou crítico, mas se entendesse das coisas que necessitam de crítica talvez lesse um pouco mais, não para fazer uma crítica mas uma reflexão a partir das reflexões que me foram postas pelos textos que me foram apresentados.Como não sou crítico nem poeta, direi umas palavrinhas a respeito desta obra que acabei de ler depois de ter lido o autor que me impulsionou a ser um dos seus leitores a partir de um texto que postara hoje neste 27 de outubro que não é de Francis Cabrel.
 
A obra é " Pedra dos Olhos" da Editora Hamsa e o autor é o maranhense Rogério Rocha, professor e filósofo. Eu já conheço o autor e por vezes que nos encontramos ocasionalmente, Rogério, educado e cortesmente sempre nos permitiu um dedo de prosa, mas aquela prosa que se alguém não parar para ir-se embora, ficaria- se horas e horas. Na maioria das vezes, ele está sempre acompanhado de meninos simples mas que respiram poesia, embora digam não ser poetas.
 
Hoje, com um tempo de sobra, olhei a rede social de soslaio e encontrei o texto do artista se indagando a respeito dos tipos de leitores que o leriam. Achei- me no direito, sem pedir licença, de ser um leitor seu ou da sua obra. Já tinha visto no dia que adquiri o livro que a apresentação fora feita por Saulo Barreto que sempre tem o prazer de dividir e compartilhar ideias com o nobre filósofo e conforme o final da apresentação se acha um amigo menor.
 
Eu li a obra em um fôlego e simplesmente senti muito prazer ao fazer tão boa leitura. Não sou um leitor eficiente para leitura de textos deste calibre, até porque não sou poeta, mas cada poema deixava- me extasiado. Rogério Rocha não dispensa uma boa escolha lexical e de maneira muito disciplinada não segue regras impostas pelas regras dos doutores em poema e que muitas vezes entendem pouco de poesia, afirmação minha, como um homem simples no ato de pensar, porque poesia brota de dentro da gente como dizia outro grande poeta José Chagas.
 
Eu tenho a sensação que o poeta/filósofo, nunca finalizou um poema em um só dia, eu acho que sentava, e no silêncio de sua calma, ele matutava e matutava, para em versos brancos apresentar uma rica poesia que sempre traz um ritmo e métrica tão bem colocados que só depois do verso lido você percebe ser branco porque além de ricos em ritmos são muito marcados por uma métrica própria.
Não me peçam para explicar isso, adquiram a obra e tirem suas dúvidas, eu tenho plena consciência que o autor sabe sobre tudo e dialoga sobretudo sobre as coisas humanas e ele se preocupa como um poeta grande que não deixa os menores problemas serem passados em branco pois em brancos versos versa sobre tudo que lhe vem à mente.
 
Cada poema tem uma natureza singular, o dito está no que diz porque era preciso dizer e quando talvez não diz a gente encontra porque descobre que era aquilo que queria dizer. Todos os poemas são uma riqueza de poesia mesmo que venham interpolados com a crônica, mas percebi um grand poeta quando apresentou Nauro Machado um dos últimos poetas grandes que nasceu na nossa cidade que transpira poesia como as de Gonçalves Dias, Ferreira Gullar e tantos outros mais.
 
E aqui jamais eu digo que os demais não são poetas, são sim, mas que Nauro era daqueles poetas que fez da poesia a sua morada, às vezes quando se via com seu guarda- chuva e o seu silêncio, andando devagar na singela cidade, às vezes tão mal cuidada, o poeta construía tão primorosas poesias que cheias de magia nos encantavam como encantado fiquei ao ler todos os poemas de Pedra nos Olhos de Rogério Rocha. 
 
Nobres amigos leitores se desejam encantar-se ou se deixar encantar por tão rica, nobre e arrojada poesia leia a obra e tire suas próprias conclusões, pois podem crer que eu sou suspeita. 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

TEXTO LIDO PELO POETA ARTHUR PRAZERES NO LANÇAMENTO DO LIVRO PEDRA DOS OLHOS DE ROGÉRIO ROCHA





A primeira coisa que precisa ser dita sobre Rogério é que ele está fazendo da poesia um desafio e um risco, como bem apontava o grande poeta Ivan Junqueira no célebre poema “O Grito”.

Rogério faz da poesia um desafio porque escreve numa terra de grandiosos poetas. Poetas como Sousândrade, Nauro Machado, Maranhão Sobrinho e ainda Gonçalves Dias, o grande primeiro poeta nacional e o mais “paraversificado” de todos. E faz da poesia um risco pois a vocação do poeta é a um só tempo divina e maldita. 

É divina porque a poesia tem o dom de salvar vidas e maldita porque a poesia meio que absorve toda a vida do poeta. A poesia demanda muito, consome muito.

Eu acho importante falar ainda que Rogério Rocha reuniu em Pedra dos Olhos poemas de todo o fazer de uma vida até agora; mas é uma poesia muito expurgada e de grande viés reflexivo.

 Acredito eu que raros poetas tiveram a coragem de reunir seus poemas da mocidade. Podemos contar nos dedos: Olavo Bilac foi um deles e João Cabral de Melo Neto rasgou e jogou no lixo toda a sua produção da mocidade.

Ademais, meus queridos, para não nos estendermos muito, digo-lhes que a Poesia de Rogério Rocha é uma poesia pensamentada, e como não poderia deixar de ser, uma poesia filosófica que lembra muito outro grande pensador da Poesia brasileira: Ivan Junqueira de “Três Meditações na Corda Lírica”. Obrigado!

(Texto de autoria do poeta Arthur Prazeres)

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

LANÇAMENTO DO LIVRO DE POEMAS "PEDRA DOS OLHOS"

Rogério Henrique Castro Rocha - ou simplesmente Rogério Rocha - é maranhense da cidade de São Luís, técnico judiciário da 9ª Vara Criminal, ex-assessor jurídico, professor de Filosofia, palestrante, produtor cultural, membro fundador dos projetos de divulgação de filosofia e literatura Iniciativa Eidos e Duo Litera. 



Rogério Rocha é licenciado em Filosofia e bacharel em Direito, ambos pela Universidade Federal do Maranhão, sendo pós-graduado em Direito Constitucional (LFG/UNIDERP/ANHANGUERA) e em Filosofia (Paradigmas em pesquisa sobre Ética - IESMA). Também é Mestre em Criminologia pela Universidade Fernando Pessoa (Porto - Portugal).

Foi inspirado no efeito que lhe rendeu a leitura de mestres como Carlos Drummond de Andrade, Jorge de Lima, Fernando Pessoa e Manuel Bandeira, que começou a escrever seus primeiros versos, ainda na imaturidade da fase de transição entre a infância e a adolescência. Contudo, foi ainda na juventude, quando fazia os cursos de Direito e Filosofia da Universidade Federal do Maranhão, movido pela leitura de pensadores como Friedrich Nietzsche e Martin Heidegger, de poetas como Friedrich Hölderlin e Rainer Maria Rilke, e influenciado pelas filosofias do existencialismo e da fenomenologia, que começou a ganhar densidade seu fazer poético, que hoje atinge um momento mais próximo à maturidade.

No dia 11 de Janeiro, às 19h, na Livraria Themis, no Monumental Shopping, o escritor Rogério Rocha lançará seu primeiro livro solo, intitulado “Pedra dos Olhos”. 

Trata-se de uma reunião de poemas construídos ao longo de três décadas e que pode dar ao leitor da revelação lietrária maranhense, que já participou de duas antologias (uma bilíngue, em inglês/português, lançada em Salões do Livro na Europa, Canadá e EUA, e no Concurso Literário Gonçalves Dias 2019, no qual foi premiado com o segundo lugar, em meio a mais de 300 poemas inscritos), a dimensão de parte daquilo que compõe sua jornada poética, com traços filosóficos e o lirismo que definem de seu estilo, além do universo de imagens e vivências que habitam seus versos.

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