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sábado, 31 de dezembro de 2011
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Last Man Standing - by Mike Shaw
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Rogério Rocha
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Dica de Leitura: "Cemitério de Praga" - Umberto Eco
"Cemitério de Praga", novo livro do autor de "O Nome da Rosa", narra um dos mais famosos episódios de falsificação da história: a invenção dos "protocolos dos sábios de Sião", fraude que serviu --e ainda serve-- para fundamentar o antissemitismo. Na trama de conspirações e assassinatos, o protagonista, Simone Simonini, se encontra com diversas figuras históricas, como Sigmund Freud, Ippolito Nievo e Garibaldi. Leia um trecho do exemplar.
*
O PASSANTE QUE NAQUELA MANHÃ CINZENTA
Divulgação |
Umberto Eco conta uma história de complôs, enganos e assassinatos |
"O passante que naquela manhã cinzenta de março de 1897 atravessasse por sua conta e risco a place Maubert, ou a Maub, como a chamavam os malfeitores (centro da vida universitária já na Idade Média, quando acolhia a multidão de estudantes que frequentava a Faculdade das Artes no Vicus Stramineus ou rue Du Fouarre, e mais tarde local da execução capital de apóstolos do livre-pensamento como Étienne Dolet), se encontraria em umdos poucos lugares de Paris poupado das demolições do barão Haussmann, no meio de um emaranhado de becos malcheirosos, cortados em dois setores pelo curso do Bièvre, que ali ainda se extravasava daquelas vísceras da metrópole, onde fora confinado havia tempo, para se lançar febricitante, estertorante e verminoso no Sena muito próximo. Da place Maubert, já desfigurada pelo boulevard Saint-Germain, partia ainda uma teia de vielas, como a rue Maître Albert, a rue Saint-Séverin, a rue Galande, a rue de la Bûcherie, a rue Saint-Julien-le-Pauvre, até a rue de la Huchette, todas disseminadas de hotéis sórdidos mantidos em geral por auvérnios, estalajadeiros de lendária cupidez, que pediam um franco pela primeira noite e quarenta cêntimos pelas seguintes (mais vinte soldos, se a pessoa também quisesse um lençol).
Se, em seguida, enveredasse pela rue Sauton, encontraria mais ou menos na metade desse caminho, entre um bordel disfarçado de cervejaria e uma taberna onde se servia, com vinho péssimo, um almoço de dois soldos (já então bem barato, mas era o que os estudantes da Sorbonne, não muito distante, podiam se permitir), um impasse ou beco sem saída, que na época já se chamava impasse Maubert, mas que antes de 1865 era de nominado cul-de-sacd'Amboise e anos antes ainda abrigava um tapis-franc (na linguagem da delinquência, uma baiuca, uma bodega de nível ínfimo, ordinariamente mantida por um ex-presidiário e frequentada por forçados recém-saídos da colônia penal) e se tornara tristemente famoso também porque no século XVIII ali ficava o laboratório de três célebres envenenadoras, um dia encontradas asfixiadas pelas exalações das substâncias mortais que elas destilavam em seus fogareiros.
Na metade desse beco, passava totalmente inobservada a vitrine de um belchior que uma tabuleta desbotada celebrava como Brocantage de Qualité - vitrine já opacificada pelo pó espesso que lhe sujava os vidros, que pouco revelavam das mercadorias expostas e do interior porque cada um deles era um quadrilátero de 20 centímetros de lado, reunidos por uma armação de madeira. Junto dessa vitrine, o passante veria uma porta, sempre fechada, e, ao lado do cordão de uma campainha, um cartaz que avisava quando o proprietário estava temporariamente ausente.
Se, como raramente acontecia, a porta estivesse aberta, quem entrasse iria entrever, à luz incerta que clareava aquele antro, dispostos sobre poucas estantes trôpegas e algumas mesas igualmente bambas, objetos em mixórdia e à primeira vista atraentes, mas que, a uma inspeção mais acurada, se revelariam totalmente inadequados a qualquer intercâmbio comercial honesto, mesmo que fossem oferecidos a preços igualmente esfarrapados. Por exemplo, um par de trasfogueiros que desonrariam qualquer lareira, um relógio de pêndulo em esmalte azul descascado, almofadas outrora bordadas em cores vivas, floreiras de pé com cupidos lascados, instáveis mesinhas de estilo impreciso, uma cestinha porta-notas em metal enferrujado, indefiníveis caixas pirogravadas, horrendos leques de madrepérola decorados com desenhos chineses, um colar que parecia de âmbar, dois sapatinhos de lã branca com fivelas incrustadas de pequenos diamantes da Irlanda, um busto desbeiçado de Napoleão, borboletas sob vidros rachados, frutas em mármore policromado sob uma redoma outrora transparente, frutos de coqueiro, velhos álbuns com modestas aquarelas de flores, alguns daguerreótipos emoldurados (que naqueles anos sequer tinham aparência de coisa antiga) - de tal modo que quem se empolgasse depravadamente com um daqueles vergonhosos sobejos de antigas penhoras de famílias pobres e, encontrando à sua frente o suspeitíssimo proprietário, perguntasse o preço deles, escutaria uma cifra capaz de desinteressar até o mais pervertido colecionador de teratologias antiquariais.
E se por fim, em virtude de alguma senha, transpusesse uma segunda porta que separava o interior da loja dos pisos superiores do edifício e subisse os degraus de uma daquelas vacilantes escadas em caracol que caracterizam aquelas casas parisienses com a fachada da largura da porta de entrada (ali onde elas se amontoam oblíquas, uma ao lado da outra), o visitante penetraria em um amplo salão que parecia abrigar não o bricabraque do térreo, mas uma coletânea de objetos de bem outra feitura: uma mesinha império de três pés ornados por cabeças de águia, um console sustentado por uma esfinge alada, um armário século XVII, uma estante de mogno que ostentava uma centena de livros bem encadernados em marroquim, uma escrivaninha daquelas ditas à americana, com porta de enrolar e tantas gavetinhas quanto umasecrétaire. E, se passasse ao aposento contíguo, encontraria um luxuoso leito com baldaquino, uma étagère rústica, carregada de porcelanas de Sèvres, de um narguilé turco, de uma grande taça de alabastro, de um jarro de cristal, e, na parede do fundo, painéis pintados com cenas mitológicas, duas grandes telas que representavam as musas da história e da comédia, e, dispersamente pendurados às paredes, túnicas árabes, outras vestes orientais em caxemira, um antigo cantil de peregrino; e ainda um lavatório de tripé com uma bancada cheia de objetos de toalete em materiais preciosos - em suma, um conjunto extravagante de peças curiosas e custosas que talvez não testemunhassem um gosto coerente e refinado, mas certamente um desejo de ostentada opulência."
"Cemitério de Praga"
Autor: Umberto Eco
Editora: Record
Páginas: 480
Quanto: R$ 37,10 (preço promocional de lançamento*)
Autor: Umberto Eco
Editora: Record
Páginas: 480
Quanto: R$ 37,10 (preço promocional de lançamento*)
Fonte: Folha UOl/Livraria da Folha
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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Insistência?? Ignorância??
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terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Sintetizador da Yamaha poderá emular voz de cantores falecidos e promover novas gravações
Membros responsáveis pelo desenvolvimento de novos sintetizadores da
Yamaha, batizada como Vocaloid, apresentaram a prova de que, em alguns
anos, será possível criar gravações de áudio com artistas já falecidos.
Segundo os cientistas, isso seria possível com o avanço da performance
de seu simulador de vozes.
Já pensou se você pudessemos ouvir duetos
inusitados e até canções não-gravadas com a voz
Divulgação)
inusitados e até canções não-gravadas com a voz
de Tim Maia? O futuro parece ser este (Foto:
Essa tecnologia, que ainda encontra-se em fase de aperfeiçoamento, iria
além do que já é possível fazer hoje em termos de síntese de vozes,
dispensando a presença do cantor ou pessoa com bom timbre vocal na
realização de gravações-base; posteriormente manipuladas.
A novidade consiste em implementar um computador capaz de ouvir
registros sonoros, e depois isolar e mapear sílabas e entonações do
artista. A partir do modelo gravado, entraria em ação a porção humana,
responsável pela edição e busca de inflexões vocais e sutilezas que
usualmente fazem parte do estilo de quem se imortalizou musicalmente.
Em testes, foram feitas faixas de demonstração com o cantor japonês
Hitoshi Ueki, falecido em 2007. Apesar de a qualidade das músicas terem
alcançado um nível de qualidade interessante, tendo convencido até mesmo
fãs de Ueki, membros da divisão da Yamaha entendem que muitas vezes
ainda é perceptível um certo tipo de "ranço" digital (computadorizado)
nas músicas, o que poderia desestimular seu uso e gerar críticas a esta
tecnologia, se ela fosse lançada mundialmente agora.
Ainda assim, é difícil imaginar que um computador seja capaz de simular
a voz do Tim Maia com toda a fidelidade e as brincadeiras de palco do
cantor. Mas vendo o vídeo abaixo, dá pra perceber que em breve teremos
surpresas no mercado fonográfico.
Confira como ficaram os vocais de Hitoshi Ueki, Hatsune Miku, e vários
outros artistas japoneses sintetizados pela Yamaha. (Detalhe: a primeira
voz é a do software; a segunda, com a foto do artista, é a voz
original).
Fonte: TechTudo
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Rogério Rocha
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Setlist - Heavy Metal (para os amantes do som pesado)
Para aqueles que curtem o bom e velho Heavy Metal, eis aqui um bom setlist, com alguns clássicos do gênero e algumas das bandas mais importantes na história da música.
Só para os verdadeiros amantes do som mais pesado do universo.
Curta no link Setlist Heavy Metal.
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Rogério Rocha
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