segunda-feira, 2 de abril de 2012

O profissional que o mercado quer


Débora Rubin
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Esqueça tudo o que você aprendeu sobre o mercado de trabalho. Estabilidade, benefícios, vestir a camisa da empresa, jornadas intermináveis, hierarquia, promoção, ser chefe. Ainda que tais conceitos estejam arraigados na cabeça do brasileiro – quem nunca ouviu dos pais que ser bem-sucedido era seguir tal cartilha? –, eles fazem parte de um pacote com cheiro de naftalina. O novo profissional, autônomo, colaborativo, versátil, empreendedor, conhecedor de suas próprias vontades e ultraconectado é o que o mercado começa a demandar. O modelo tradicional de trabalho que foi sonho de consumo de todo jovem egresso da faculdade nas últimas duas décadas está ficando para trás. É a maior transformação desde que a Revolução Industrial, no século XVIII, mandou centenas de pessoas para as linhas de produção, segundo a pesquisadora inglesa Lynda Gratton, professora da London Business School e autora do livro “The Shift: The Future is Already Here” (“A mudança: o futuro já começou”, em tradução livre).

Nas novas gerações esse fenômeno é mais evidente. Hoje, poucos recém-formados se veem fiéis a uma única empresa por toda a vida. Em grande parte das universidades de elite do país, os alunos sequer cogitam servir a um empregador. “Quando perguntamos onde eles querem trabalhar, a resposta é: na minha empresa”, conta Adriana Gomes, professora da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), de São Paulo. Entre os brasileiros que seguem o modelo tradicional, a média de tempo em um emprego é de cinco anos, uma das menores do mundo, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) – os americanos trocam mais, a cada quatro anos. O ritmo dinâmico inclui mudanças de função, de empregador, e até de carreira.
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O cenário atual contribui. “Estamos migrando de um padrão previsível para um modelo no qual impera a instabilidade”, diz Márcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Quem apostar na estrutura antiga vai sair perdendo, segundo a professora Tânia Casado, da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo. Isso significa, inclusive, rever o significado de profissão. “O que passa a valer é o conceito de carreira sem fronteiras, ou seja, a sequência de experiências pessoais de trabalho que você vai desenvolver ao longo da sua vida”, define Tânia, uma das maiores especialistas em gestão de pessoas do País. Dentro desse novo ideal, vale somar cada vivência, inclusive serviços não remunerados, como os voluntários, e os feitos por puro prazer, como escrever um blog.
O conceito não é novo. Surgiu em 1993 da mente futurista de Michael Arthur, professor de estratégia e negócios da Universidade Suffolk, nos Estados Unidos. Só agora, quase 20 anos depois, é que a teoria começa a virar realidade. De acordo com sua tese, a carreira sem fronteiras é aquela que se apoia no tripé “por quê, como e com quem”. “É preciso se perguntar o que você quer da sua vida e por quê; estudar para obter a técnica necessária e, por fim, estabelecer relações nas quais exista uma troca de conhecimentos”, explica Tânia, estudiosa da tese de Michael. Ou seja, você pode até passar anos no mesmo lugar, como fizeram seu pai e avô, desde que tenha a mente flexível do profissional sem fronteiras e busque autoconhecimento, atualização constante e intercâmbio de experiências.
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O novo profissional também tem que ter jogo de cintura para os novos arranjos trabalhistas. “A tendência é ter mais flexibilidade na remuneração, no tempo de duração da atividade, no conteúdo e no fuso e local de trabalho”, destaca Werner Eichhorst, diretor do Instituto de Estudos sobre o Trabalho de Bonn (IZA, sigla em alemão), na Alemanha. O home-office, prática de trabalhar em casa que começa a ganhar terreno, será a realidade de milhões de brasileiros nos próximos dez anos, sobretudo nas grandes cidades sufocadas pelo trânsito.
A revolução trabalhista está na pauta do dia por diversas razões. Em seu livro, Lynda Gratton apresenta o resultado de um estudo feito com 21 companhias globais e mais de 200 executivos na London Business School. Do extenso debate, ela elegeu as cinco forças que estão moldando o trabalho e, claro, seus profissionais. Em primeiro lugar, está a tecnologia. Como na Revolução Industrial, quando as máquinas aceleraram a produtividade, hoje a vida em rede e os recursos de ponta eliminam uma série de empregos e modificam outros tantos. No cenário brasileiro, há de se considerar a herança deixada pelas amargas décadas de 1980 e 1990, nas quais o desemprego e a terceirização explodiram – segundo Pochmann, o número de trabalhadores sem carteira assinada e por conta própria subiu de 11,7% para 58,2% somente entre 1985 e 1990. Nos últimos anos, o desemprego vem diminuindo e a formalização aumentou. Esse crescimento, porém, se deve mais pela geração de novos postos de trabalho com carteira assinada do que pela regularização do trabalho informal. Hoje, 45% dos brasileiros ativos não são registrados, de acordo com o Ipea. 

Outras três forças citadas por Lynda Gratton são globalização, mudanças demográficas e preocupações ambientais. A primeira traz com ela a entrada de novos países no grande jogo econômico global – como o próprio Brasil. A segunda diz respeito à quantidade de gente no mundo – seremos nove bilhões em 2050 –, e à maior expectativa de vida. E a terceira tem a ver com as mudanças necessárias na forma de produzir e consumir para reduzir os impactos no meio ambiente. Por fim, a autora destaca a quinta força: as tendências de comportamento humano. Mais gente viverá só, as famílias serão menores e as relações afetivas serão foco de maior atenção. Trabalhar em casa ou próximo da moradia, mais que uma questão sustentável, será uma opção pelo bem-estar, algo que o brasileiro já valoriza. Em uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), no começo do ano, a meta profissional mais desejada em 2012 pelos entrevistados é “melhorar a qualidade de vida”, acima até da opção “ganhar mais”. “O workaholic está saindo de moda”, afirma a professora Adriana Gomes, da ESPM. “Aos poucos, as pessoas foram percebendo que a produtividade delas caía a médio e longo prazos.”
Não é só o profissional que deve estar preparado para tamanha virada. As empresas, sobretudo as grandes corporações que se expandiram ao longo dos últimos 20 anos, também precisam arejar suas convicções. Uma das principais mudanças é dar mais autonomia para que o funcionário crie, produza e evolua sem ficar estafado. Tânia Casado, da USP, coordena um grupo de estudo que tem se debruçado sobre um tema fresquinho, curioso e fundamental para o mundo corporativo: o “opt-out”. Trata-se da prática, ainda pouco conhecida e aplicada, na qual as pessoas podem continuar sua trajetória dentro de uma empresa sem ter que necessariamente seguir a trilha convencional de subir na hierarquia. “Executivos de grandes grupos me procuram preocupados com a fuga de talentos e me perguntam o que podem fazer para retê-los”, diz a professora. Isso inclui principalmente mulheres que gostariam de passar mais tempo com seus filhos após a licença-maternidade, sem abrir mão da carreira. A resposta de Tânia é: opt-out. Ofereça opções ou os talentos vão embora. Principalmente em um momento bom da economia.
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O desafio de lidar com esse novo perfil é tão grande que é o tema do Congresso Anual de Gestão de Pessoas (Conarh) deste ano, que será realizado em agosto. “Os profissionais, em especial os jovens, guiam suas carreiras por suas causas e valores”, diz Leyla Nascimento, presidente da ABRH, que organiza o evento. “Se percebem que seu empregador não compra a sua causa, ele simplesmente vai embora.” Outra insatisfação grande, segundo ela é não ser reconhecido, cobrado e valorizado, o que exige melhorias na comunicação e na forma como as lideranças atuam. Até mesmo o uso das redes sociais é visto como uma questão estratégica. “É uma realidade e não pode mais ser ignorada.” 

Nas empresas de médio porte, em especial as de tecnologia, esse novo profissional já encontra território acolhedor. Na Conectt, os 150 funcionários têm a liberdade de propor ideias a qualquer momento. São eles que decidem também os programas de bem-estar, além de desfrutar de horários maleáveis. Alguns designers nunca pisaram na sede da empresa, em São Paulo, e trabalham remotamente de diferentes pontos do Brasil. No ano passado, um programador recém-contratado avisou que sairia em seguida para passar uma temporada na Austrália. Foi incentivado e lhe asseguraram que teria sua vaga na volta. Segundo o sócio-diretor Pedro Waengertner, o importante é a equipe entregar o trabalho, independentemente da quantidade diária de horas trabalhadas, e ela se sentir parte fundamental do processo. “O funcionário é um ativo valioso e, para reter os melhores, é preciso ter flexibilidade”, diz ele.
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Nesse cenário de mudanças aceleradas, a legislação trabalhista brasileira é um entrave. Criada em 1943 por Getúlio Vargas e alterada em poucos detalhes ao longo das últimas décadas, a essência da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) corresponde a um Brasil que já não existe. A rigidez da CLT, que impede, por exemplo, a opção de meio período para várias profissões, é o ponto mais criticado pelos especialistas. Um estudo realizado no ano passado pelo IZA, de Werner Eichhorst, em parceria com a USP, faz um comparativo entre os dois países e mostra que a possibilidade de os funcionários alemães negociarem seus salários diretamente com os empregadores, sem sindicatos nem governo no meio, ajudou a salvar 350 mil postos durante a crise de 2008. No Brasil, a pesquisa aponta a cultura de desconfiança entre as partes como fruto de uma lei extremamente paternalista. Resultado: dois milhões de casos julgados na Justiça do Trabalho a cada ano. 

Apesar do embaraço legal, o mercado trata de pressionar, na prática, por mudanças. “Os empregadores vão achando as brechas até alguém ter a coragem de mudar”, acredita a professora Adriana, da ESPM. O governo Dilma acena com transformações. Irá propor ao Congresso duas novas formas de contratação, a eventual e a por hora trabalhada. As alterações podem dar mais dinamismo ao mercado e permitir que quem dá expediente dois dias na semana ou três horas por dia seja integrado formalmente à força produtiva do País. Se a proposta for adiante, estará em maior sintonia com a realidade atual. Afinal, a revolução no mundo do trabalho já começou.

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Fonte: Istoe.com.br

Guerreiro Júnior ameaça ir ao Supremo contra cortes de orçamento do TJMA


 
Guerreiro Junior recebeu o apoio do Colegio de Presidentes


O presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, Antonio Guerreiro Júnior, anunciou nesta sexta-feira (30), em Manaus (AM), que irá ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Procuradoria Geral da República para reverter cortes orçamentários no Judiciário em torno de R$ 270 milhões, feitos pelo Governo do Estado.

Com a medida, o orçamento do TJMA em 2012 caiu de R$ 1,1 bilhão para R$ 830 milhões, inviabilizando quaisquer investimentos em novas obras, projetos e serviços. O Tribunal trabalha hoje com índice de 4,2% dos 6% mínimos garantidos pela Constituição a título de transferência orçamentária.

Guerreiro Júnior relatou problema e dados ao fazer a abertura do 91º Encontro do Colégio Permanente de Presidentes de TJ, e chamou de indevida a intromissão do Estado no orçamento do Judiciário. “Só o Legislativo tem prerrogativa constitucional para fazer alterações em matéria orçamentária”, disse.

Segundo o presidente do TJMA, não houve explicação técnica para o corte. Após vários encontros com secretários do governo, as tentativas de resolver a pendência ainda não surtiram efeito. “Estamos engessados”, lamentou, obtendo a solidariedade do colégio.

Os R$ 270 milhões retirados do TJMA custeariam parte do programa de gestão este ano. Seriam investidos R$ 140 milhões na nova sede do Tribunal de Justiça e mais R$ 40 milhões do novo Fórum de Imperatriz.

O TJMA estima ser necessários mais R$ 90 milhões para investimento e manutenção e outros R$ 80 milhões para manutenção predial e terceirização de serviços. Outra parte do orçamento do Judiciário – R$ 146 milhões – está comprometido com o pagamento de precatórios do governo, informou o presidente.

Para custear pequenos reparos em prédios, o TJMA recorreu a R$ 9 milhões da receita de R$ 20 milhões que o Ferj (Fundo Estadual de Reaparelhamento do Judiciário) obteve no primeiro trimestre do ano.

O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Ivan Sartori, disse estar solidário com as queixas de Guerreiro Júnior contra o enxugamento forçoso do Judiciário do Maranhão.

“Esta é uma das coisas que habitualmente acontecem na relação entre poderes”, observou o conselheiro Érico Desterro e Silva, presidente do TCE do Amazonas e conferencista do evento, no qual enfatizou aspectos como a questão gerencial no Judiciário brasileiro.

O assunto também foi tema de pronunciamento da corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, na quinta-feira à noite.

Assessoria de Comunicação do TJMA
asscom@tjma.jus.br

Argentina alerta bancos contra apoio a petrolíferas nas Malvinas


O governo argentino ameaçou com ações legais bancos britânicos e norte-americanos que ofereçam assessoria ou até mesmo que escrevam relatórios de pesquisa sobre companhias envolvidas na emergente indústria de petróleo das ilhas Malvinas, segundo o jornal britânico Sunday Telegraph.
Até 15 bancos receberam cartas de advertência em espanhol, enviadas pela embaixada da Argentina em Londres, informou o jornal.
As cartas visam cortar a ajuda financeira para cinco companhias de exploração listadas em Londres e que estão em busca de petróleo na região, entre elas a Rockhopper Exploration, a Borders & Southern e a Falkland Oil & Gas.
A Argentina já afirmou que penalizará as empresas que trabalharem com companhias de perfuração de petróleo que explorarem as águas situadas a alguma distância da costa, ao largo das ilhas do Atlântico Sul.
A disputa verbal sobre a soberania das ilhas se intensificou nos últimos meses, pouco antes do trigésimo aniversário da Guerra das Malvinas.
Os bancos para os quais a embaixada enviou as cartas incluem instituições que assumiram papeis de assessoria e financiamento para as empresas de exploração, como aquelas que escreveram relatórios sobre o tema, segundo o Sunday Telegraph.
As cartas, que não apresentam assinaturas, afirmam que os bancos, incluindo Royal Bank of Scotland, Barclays Capital e Goldman Sachs podem enfrentar ações criminais e civis em tribunais argentinos.
A embaixada da Argentina em Londres não respondeu a ligações feitas neste domingo, e de acordo com o jornal nenhum dos envolvidos quis comentar o assunto.
Arte/Folhapress
Fonte: Folha.com

Equilíbrio no prato combate as toxinas do envelhecimento


Os radicais livres – moléculas de oxigênio estáveis ou reativas –, são substâncias tóxicas produzidas pelas células do corpo durante o processo de queima de oxigênio. O objetivo é transformar os nutrientes dos alimentos absorvidos em energia. Normalmente, o próprio corpo se encarrega de neutralizá-los. Em excesso, porém, essas moléculas são acumuladas, gerando envelhecimento precoce, cansaço físico e até doenças degenerativas, como o câncer.
De acordo com Luanna Caires Portela, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a boa notícia é que o organismo consegue se proteger dos radicais livres, já que produz enzimas para combater o excesso de oxidação. Mas a produção diminui conforme o passar dos anos. “Por isso, é necessário adicionar outros complementos como exercícios físicos regulares e, principalmente uma alimentação balanceada ao dia a dia”, diz Luana.
Lincoln Helder Fabrício, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), explica que os efeitos formados pelos radicais livres são cumulativos e que a exposição constante a fatores como poluição, fumo, álcool, abuso de medicamentos sem prescrição médica e até uma dieta desequilibrada estimula a produção em excesso dessas moléculas, que atacam as células sadias do nosso organismo. Alguns dos resultados dessa exposição são o surgimento de manchas pigmentadas, rugas e o envelhecimento precoce da pele.
Cuidados especiais – Os antioxidantes, moléculas com carga positiva que ajudam a combater os efeitos dos radicais livres, podem ser encontrados em frutas, verduras e legumes ricos em vitaminas A, C e E. “O uso do protetor solar e hidratante diário também é fundamental para proteger a pele dos efeitos nocivos, sobretudo do sol e da poluição”, aconselha Lincoln.
Folhas verdes como brócolis, repolho ou espinafre e frutas como maçã, laranja, abacaxi, acerola, melão e manga são ricas nessas vitaminas. O selênio, encontrado nos frutos do mar, arroz e pães integrais, além do zinco que compõe comprimidos e complementos suplementares, enriquecem a dieta. “Evite também deixar os sucos de frutas abertos durante muito tempo dentro da geladeira, para não perderem a vitamina C”, orienta Luanna.
Dormir bem e evitar certos tipos de carnes, como a vermelha, além da gordura animal, frituras e doces em excesso são outras dicas para reduzir os efeitos do envelhecimento. “Como levamos uma vida agitada e muitas vezes não temos tempo de nos alimentarmos da melhor forma possível, a ingestão de polivitamínicos - complementos direcionados para combater os radicais livres - se indicados por especialistas, podem ser de grande auxílio.”
Agência Hélice, FONTE DE INFORMAÇÃO: TERRA

CELEBRIDADES COM E SEM MAQUIAGEM


Veja algumas celebridades abaixo com e sem maquiagem. Algumas delas ficam bem sem, já outras…

Yld6S Celebridades com e sem maquiagem
Dw6lB Celebridades com e sem maquiagem
oNoAE Celebridades com e sem maquiagem
Ag6oY Celebridades com e sem maquiagem
y8yBo Celebridades com e sem maquiagem
HVWVj Celebridades com e sem maquiagem
ArHY5 Celebridades com e sem maquiagem
SBXtO Celebridades com e sem maquiagem
qQ7FA Celebridades com e sem maquiagem
vrO1v Celebridades com e sem maquiagem
wlWzC Celebridades com e sem maquiagem
GPhnm Celebridades com e sem maquiagem
HlCUO Celebridades com e sem maquiagem
hzEim Celebridades com e sem maquiagem
C5ssJ Celebridades com e sem maquiagem
WWKdq Celebridades com e sem maquiagem
rBtco Celebridades com e sem maquiagem
vjrpD Celebridades com e sem maquiagem
vdkFi Celebridades com e sem maquiagem
V8hgk Celebridades com e sem maquiagem
waBgu Celebridades com e sem maquiagem
kn9LQ Celebridades com e sem maquiagem
1ZnSR Celebridades com e sem maquiagem
OmbvO Celebridades com e sem maquiagem
gMYNQ Celebridades com e sem maquiagem
mFV8L Celebridades com e sem maquiagem
m8g9i Celebridades com e sem maquiagem
5IKzP Celebridades com e sem maquiagem
9reSQ Celebridades com e sem maquiagem
bZSxy Celebridades com e sem maquiagem
kpVWn Celebridades com e sem maquiagem

Fonte: Superpérolas

Novas revelações em escândalo agravam crise no governo de David Cameron





Marcelo Justo, Londres – Carta Maior

O "The Sunday Times", publicação do grupo Murdoch, que parece ter declarado guerra à coalizão conservadora-liberal democrata, revelou novas reuniões secretas do primeiro ministro David Cameron para obter financiamento partidário. O escândalo golpeou duramente o governo. Pesquisa mostra que a reputação de Cameron caiu ao seu nível mais baixo desde que se converteu em primeiro ministro. O artigo é de Marcelo Justo.

Londres - O escândalo das “doações em troca de acesso político” teve um novo capítulo com as revelações publicadas neste domingo pelo “The Sunday Times”. Como um jogador que mantém as cartas coladas ao corpo, a publicação dominical do grupo Murdoch, que parece ter declarado guerra à coalizão conservadora-liberal democrata, revelou novas reuniões secretas do primeiro ministro David Cameron para obter financiamento partidário.

Na segunda-feira passada Cameron publicou uma lista de 13 jantas que havia tido com doadores em uma tentativa de enterrar o escândalo causado pela investigação do “The Sunday Times” que filmou o então tesoureiro do Partido Conservador, Peter Cruddas, oferecendo acesso privilegiado ao primeiro ministro e a seu ministro de Finanças em troca de uma doação de 250 mil libras. Cameron assegurou que a lista continha todos os eventos com doadores dos quais participou desde a vitória eleitoral em maio de 2010. Mas neste segundo capítulo do escândalo, o jornal revela que houve outras jantas e que Cruddas, longe de ser um “jogador menor” como asseguravam altos dirigentes conservadores, havia participado da maioria dos eventos.

Segundo o periódico dos Murdoch, Cruddas garantiu uma doação de um milhão de libras duas semanas antes de renunciar ao seu cargo por causa do escândalo. Na gravação secreta, o hoje ex-tesoureiro dos conservadores não identifica o nome do doador. O “The Sunday Times” o identifica como Michael Bishop, ex-diretor da empresa aérea BMI, a quem Cruddas entregou um cartão de aniversário assinado pelo próprio Cameron. Bishop confirmou ao jornal seu encontro com Cruddas, mas disse que essa não era a cifra que havia doado.

O escândalo não se limita ao primeiro ministro e ao ministro de Finanças. Segundo o “The Sunday Times”, os doadores foram convidados a outras 15 jantas e almoços com ministros e altas figuras partidárias. Nestes encontros, pode-se fazer um “quem é quem” do Partido Conservador. Desde o ministro da Defesa, Phillip Hammond, até a ministra do Interior, Teresa May, e os titulares das pastas do Trabalho, Justiça e Educação, passando pela co-presidenta do Partido Conservador, a baronesa Warsi e importantes dirigentes, ninguém deixou de passar o chapéu para empresários e executivos do setor financeiro.

O chanceler William Hague foi o anfitrião de um evento privado com mais de 70 embaixadores estrangeiros, em outubro passado, financiado com uma doação de 10 mil libras de uma cliente de Sarah Southern, uma lobista que se encontra no centro do escândalo. Southern disse a dois repórteres do “The Sunday Times” que se fizeram passar por executivos de um fundo investidor em um paraíso fiscal que por essa soma eles seriam os “únicos participantes privados na janta”. Já Edward Staite, ex-chefe de imprensa do ministro de Finanças George Osborne, sugeriu a estes “executivos” que poderiam financiar uma Unidade de Política conservadora em temas que quisessem promover: Sarah Southern era a ponte entre Straite e os “executivos”.

O escândalo está golpeando duramente o Partido Conservador. Uma pesquisa publicada pelo “The Sunday Times” mostra que os trabalhistas têm uma vantagem de 9 pontos – 7 a mais do que há duas semanas – e que a reputação do primeiro ministro David Cameron caiu ao seu nível mais baixo desde que se converteu em primeiro ministro: hoje, somente 26% dos britânicos aprovam sua gestão. O escândalo se somou à polêmica do orçamento anunciada há dez dias que ficou conhecido como o “granny tax” (imposto da vovó), uma redução na renda dos aposentados para financiar um desconto tributário para os mais ricos.

As tentativas de escapar da “pior semana da coalizão” com alguma ofensiva que golpeie a oposição trabalhista converteu-se em espetaculares gols contra. Na terça-feira, o chefe de gabinete Francis Maude disse que os motoristas deviam abastecer-se com um galão adicional de gasolina pelo perigo que constituía a irresponsável ameaça de greve dos motoristas de caminhões-tanque.

Maude queria colocar o foco no vínculo econômico entre os caminhoneiros e o trabalhismo, mas sua advertência provocou o caos. Um estouro de motoristas desesperados gerou um perigo real de desabastecimento, algumas brigas a soco em postos de gasolina e uma mulher sofreu graves queimaduras quando transferia, em sua casa, gasolina de um galão a outro. Hoje muitos conservadores admitem que as palavras de Maude foram irresponsáveis e estão pedindo sua cabeça. O grupo Murdoch, que está entregando a fatura ao governo pela investigação que este ordenou o ano passado sobre as escutas telefônicas ilegais feitas por suas publicações, publicou com destaque no “The Sunday Times” “que os dias de Maude estão contados”.

Tradução: Katarina Peixoto


Fonte: Página Global

AS ELEIÇÕES NA FRANÇA



Ignacio Ramonet – Carta Maior

Segundo as pesquisas, a final será disputada entre dois candidatos: o atual presidente Nicolas Sarkozy, e o socialista François Hollande. E todas apontam a vitória de Hollande no segundo turno Mas restam ainda várias semanas de campanha e muita coisa pode acontecer. Além disso, cerca de um terço dos eleitores não decidiram ainda em quem votar. O entusiasmo provocado por Jean-Luc Melenchon deu uma nova esperança às classes trabalhadoras , aos militantes veteranos e a milhares de jovens indignados. O artigo é de Ignacio Ramonet.

Na França, a eleição presidencial é “a mãe de todas as votações” e o ponto incandescente do debate político. Ela ocorre a cada cinco anos. É um sufrágio universal direto em dois turnos. Em princípio, qualquer cidadão francês pode se apresentar como candidato no primeiro turno, que desta vez será no dia 22 de abril. Deve, porém, cumprir uma série de requisitos. Entre eles, contar com o apoio de 500 representantes eleitos de, pelo menos, 30 departamentos (estados) distintos [1]. Se nenhum candidato obtiver maioria absoluta (50% dos votos mais um), um segundo turno será realizado duas semanas depois. Desde a inauguração da Quinta República em 1958, sempre houve um segundo turno. Participam dele somente os dois candidatos mais votados no primeiro turno. Ou seja, será preciso esperar até o dia 6 de maio para conhecer o resultado. Neste período, toda a vida política do país gira em torno desse acontecimento central.

No momento, ninguém pode considerar a disputa ganha. Segundo todas as pesquisas, a final será disputada entre dois candidatos: o atual presidente conservador Nicolas Sarkozy, e o líder socialista, François Hollande. Mas restam ainda várias semanas de campanha e muita coisa pode acontecer [2]. Além disso, cerca de um terço dos eleitores não decidiram ainda em quem votar.

Os debates se desenvolvem em um contexto marcado por dois fenômenos principais: 1) a maior crise econômica e social que a França já conheceu nas últimas décadas [3]; 2) uma crescente desconfiança sobre o funcionamento da democracia representativa.

A Constituição só autoriza dois mandatos consecutivos. O presidente Sarkozy anunciou oficialmente, no dia 15 de fevereiro, sua candidatura à reeleição . Desde então, a poderosa máquina de seu partido, a União por um Movimento Popular (UMP), foi colocada briosamente em funcionamento e conseguiu que todos os demais candidatos de direita (com exceção de Nicolas Dupont-Aignan) se retirassem da disputa, deixando Sarkozy como único representante da corrente conservadora [4]. A batalha, porém, não será fácil. Todas as pesquisas apontam Sarkozy como derrotado no segundo turno pelo candidato socialista François Hollande.

Sarkozy tornou-se muito impopular. No exterior, muitas pessoas não aceitam isso, unicamente porque privilegiam sua imagem de líder internacional enérgico, dirigindo, junto com Angela Merkel, as cúpulas europeias ou as reuniões do G-20. Além disso, em 2011, ele assumiu também uma postura de chefe militar e conseguiu ganhar duas guerras, na Costa do Marfim e na Líbia.

Por outro lado, no terreno do “glamour”, seu casamento com a célebre ex-modelo Carla Bruni, com quem acaba de ter uma filha, contribuiu para fazer dele um ator permanente da imprensa de celebridades. Daí a perplexidade de parte da opinião pública estrangeira ante sua eventual derrota eleitoral.

Mas é preciso levar em conta, em primeiro lugar, um princípio político quase universal: não se ganham eleições graças a um bom balanço de política externa, por melhor que ele seja. O exemplo histórico mais conhecido é o de Winston Churchill, o “velho leão” britânico vencedor da Segunda Guerra Mundial e derrotado nas eleições de 1945. Outro exemplo é o de Richard Nixon, o presidente estadunidense que colocou um fim à Guerra do Vietnã e reconheceu a China Popular, mas se viu obrigado a renunciar para não ser substituído. É preciso considerar também que outra lei parece ter se estabelecido na Europa nestes últimos anos no contexto da crise financeira: nenhum governo que disputou a reeleição saiu vencedor.

Em segundo lugar, está o balanço do seu mandato, que é execrável. Além dos numerosos escândalos em que esteve envolvido, Sarkozy foi o “presidente dos ricos” a quem brindou com regalias fiscais inéditas, enquanto sacrificava as classes médias e desmantelava o Estado de bem estar. Essa atitude alimentou críticas de todos os cidadãos que, pouco a pouco, foram sendo engolidos pelas dificuldades: perda de emprego, redução do número de funcionários, ampliação da idade de aposentadoria, aumento do custo de vida. Não cumpriu suas promessas e a decepção dos franceses aumentou.

Sarkozy cometeu também gigantescos erros de comunicação. Já na noite de sua eleição, em 2007, ele se exibiu em um célebre restaurante parisiense na avenida Champs Elisées, festejando sem constrangimento na companhia de um punhado de multimilionários. Aquela interminável farra no Fouquet’s acabou se tornando o símbolo da vulgaridade e ostentação de seu mandato. Os franceses não esqueceram dela e muitos de seus eleitores mais humildes jamais o perdoaram.

Com sua hiperatividade, sua vontade de estar presente em todas as partes e de decidir tudo sozinho, Sarkozy esqueceu uma regra fundamental da Quinta República: o presidente – que possui mais poder que qualquer outro chefe de Executivo das grandes democracias mundiais – deve saber ser reservado e dosar com prudência suas intervenções públicas. Deve ser o senhor da penumbra e não se queimar por excesso de exposição. E foi o que acabou acontecendo. O excesso de visibilidade acabou por desgastar sua autoridade, convertendo-o em uma caricatura de si mesmo, a caricatura de um dirigente permanentemente empolgado, impetuoso, excitado...

Nenhuma pesquisa, até agora, aponta Sarkozy como vencedor destas eleições. Mas ele é um guerreiro disposto a tudo. E também, às vezes, um pilantra sem escrúpulos, capaz de agir como um verdadeiro aventureiro. Foi assim que, desde que se lançou na campanha no mês passado, com um descaramento monumental não hesitou em seu apresentar - ele que foi o “presidente dos ricos” – como o “candidato do povo”, esgrimindo argumentos próximos da xenofobia para roubar votos da extrema-direita. O movimento teve eficácia eleitoral. Imediatamente as pesquisas de intenção de voto disseram que ele ganhou vários pontos conseguindo ultrapassar o candidato socialista no primeiro turno.

François Hollande é, no momento, o favorito, segundo as pesquisas. Todas, sem exceção o apontam como vencedor no próximo dia 6 de maio. Pouco conhecido no exterior, Hollande é considerado por seus próprios eleitores como um “burocrata” por ter sido durante mais de onze anos (1997-2008) o primeiro secretário do Partido Socialista [5]. Contrariamente a sua ex-companheira Segolène Royal, nunca foi ministro. E sua indicação como candidato dos socialistas não foi pacífica. Ele só garantiu a nomeação após duríssimas eleições primárias no interior do partido (nas quais, por razões fartamente conhecidas [6], Dominique Strauss-Kahn, o preferido dos eleitores socialistas, não pode competir).

François Hollande é um social-liberal de centro, conhecido por suas habilidades como negociador e sua dificuldade em tomar decisões. Ele é reprovado por ser demasiadamente tímido e manter-se permanentemente em situações confusas. Seu programa econômico não se distingue nitidamente, nas questões de fundo, do programa dos conservadores. Após ter afirmado em um discurso eleitoral que “o inimigo principal” era o setor financeiro, ele se apressou em ir a Londres para tranquilizar os mercados lembrando a eles que ninguém privatizou e liberalizou mais que os socialistas franceses [7]. No que diz respeito ao euro, à dívida soberana e aos déficits orçamentários, Hollande – que afirma agora querer renegociar o Pacto Fiscal [8] – segue a mesma linha de outros dirigentes social-democratas, como Yorgos Papandreou (Grécia), José Sócrates (Portugal) e José Luis Zapatero (Espanha), que depois de terem renegado seus princípios e aceitado a forca de Bruxelas, foram eleitoralmente expulsos do poder.

A flacidez política de François Hollande aparece ainda mais flagrante quando comparado com o candidato da Frente de Esquerda, Jean-Luc Melenchon. Com 14% das intenções de voto, ele é a grande revelação destas eleições. Seus comícios são os que reúnem o maior número de pessoas e seus discursos, verdadeiros modelos de educação popular, são os que despertam maior entusiasmo. No dia 18 de março, aniversário da revolução da Comuna de Paris, conseguiu mobilizar cerca de 120 mil pessoas na Praça da Bastilha, algo jamais visto nos últimos cinquenta anos. Tudo isso deveria favorecer uma guinada à esquerda dos socialistas e de François Hollande, ainda que as diferenças de propostas entre os dois sejam abismais.

O programa de Jean-Luc Melenchon, resumido em um pequeno livro intitulado “L’Humain d’abord!” [9] (O humano em primeiro lugar!), que já vendeu centenas de milhares de exemplares, propõe, entre outras medidas: repartir a riqueza e abolir a insegurança social; retirar o poder dos bancos e dos mercados financeiros; planificação ecológica; convocação de uma Assembleia Constituinte para uma nova República; rompimento com o Tratado de Lisboa e construção de outra Europa; iniciar a “desmundialização”.

O entusiasmo popular provocado por Jean-Luc Melenchon dá uma nova esperança às classes trabalhadoras , aos militantes veteranos e a milhares de jovens indignados. É também uma resposta a uma democracia em crise, na qual muitos cidadãos já não acreditam na política nem no ritual das eleições.

Enquanto a extrema-direita diminui de tamanho e fracassa a tentativa de revivê-la mediante o experimento de Marine Le Pen, estas eleições presidenciais francesas podem demonstrar que, em uma Europa desorientada e em crise, segue vida a esperança de construir um mundo melhor.

NOTAS
[1] Esta exigência se revelou insuperável para ao menos dois pretendentes importantes: Dominique de Villepin, gaulista, ex-primeiro ministro, e Corinne Lepage, ecologista, ex-ministra, acabaram excluídos da competição.
[2] Por exemplo, o assassinato de três militares no sul da França e a odiosa matança de crianças judias em Tolouse no dia 19 de março, cometidos por um jovem jihadista relacionado com a Al Qaeda, impactaram com força a campanha, dando naturalmente um protagonismo particular ao presidente Nicolas Sarkozy.
[3] Taxa de desemprego: 9,8%. Desemprego dos jovens com menos de 25 anos: 24%. Número total de desempregados: 4,5 milhões.
[4] Retiraram-se da disputa em favor de Sarkozy: Christine Boutin (Partido Democrata Cristão), Hervé Morin (Novo Centro) e Frédéric Nihous (Caça, Pesca, Natureza e Tradições). Pelo mesmo motivo, o centrista Jean-Louis Borloo não apresentou sua candidatura. E a eliminação de Dominique de Villepin e de Corinne Lepage terá também como consequência a migração do apoio da maioria de seus eleitores para a candidatura de Sarkozy.
[5] Nas pesquisas, dois terços dos eleitores de Hollande declaram que o fazem por “rejeição a Sarkozy”; só um terço diz que adere às ideias de Hollande.
[6] Sobre esse tema ler: “Uma izquierda descarriada”,de Ignacio Ramonet, Le Monde Diplomatique em espanhol, junho de 2011.
[7] The Guardian, Londres, 14 de fevereiro de 2012.
[8] Sobre esse tema ler: “Nuevos protectorados”, de Ignacio Ramonet, Le Monde Diplomatique em espanhol, março de 2012.
[9] http://www.lhumaindabord2012.fr/
Tradução: Katarina Peixoto


Fonte: Página Global

BRASIL ENDURECE REGRAS PARA ENTRADA DE ESPANHÓIS




Oficialmente, a medida é um exercício de "reciprocidade", mas acontece após casos de brasileiros barrados ao tentarem entrar na Espanha. Para distender relações, Brasil e Espanha iniciaram uma fase de diálogo.

As novas regras passam a valer a partir desta segunda-feira (02/04) e têm como objetivo tornar mais rígida a seleção dos espanhóis que podem entrar no Brasil. A partir de agora, turistas espanhóis terão, entre outras exigências, que comprovar bilhete de ida e volta, o mínimo de 170 reais por dia de permanência e comprovação da reserva do hotel ou carta-convite do anfitrião, caso o viajante fique em casa particular.

Assim, o Brasil se aproxima da Espanha no nível de exigência para entrada de brasileiros. Na última segunda-feira (26/03), representantes das chancelarias dos dois países reuniram-se em São Paulo. Segundo informações repassadas à DW Brasil pela assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores, a reunião foi considerada positiva. "Eles [a Espanha] agora também vão facilitar a liberação", afirmou a fonte da assessoria.

Para o Itamaraty, houve um "avanço na posição negociadora", já que antes "não se observava essa possibilidade de dialogar". Este "avanço", portanto, pode ser uma indicação de um reconhecimento, por parte do governo espanhol, do exagero no número de rejeitados e no tratamento daqueles detidos para questionamentos.

De agora em diante, os dois países pretendem manter o diálogo aberto, com possibilidade de novas reuniões dentro de um ou dois meses. O que o Brasil busca, segundo o Itamaraty, são "critérios transparentes de ingresso".

Segundo fontes diplomáticas espanholas ouvidas pela DW Brasil, o governo da Espanha considera que as novas regras não vão prejudicar o fluxo de espanhóis, uma vez que atingem apenas turistas. Há, também do lado espanhol, uma expectativa de maior abertura para o diálogo.

Em comunicado publicado no site da Embaixada da Espanha no Brasil, o governo do país europeu reafirma que brasileiros não precisam de visto, mas que devem se submeter às exigências europeias, não exclusivas da Espanha. "Os critérios de admissão de cidadãos estrangeiros na Espanha não são competência do governo espanhol, mas sim dos Estados signatários do Acordo Schengen, que estabeleceram requisitos em comum para que os estrangeiros entrem no território dos Estados que fazem parte do mesmo", diz o comunicado.

Números em queda

Segundo dados do Itamaraty, desde 2007 – ano em que novas regras de entrada passaram a ser adotadas – o número de brasileiros barrados vem diminuindo. Em 2007, foram mais de 3 mil e, no ano passado, o número de brasileiros com entrada rejeitada totalizou 1.412.

Com a quantidade de casos de rejeição, brasileiros passaram a agir com mais cautela para evitarem problemas. Mariana Santos saiu de São Paulo rumo a Madri no início do mês de março para passar férias na Europa. Sabendo dos casos de longas horas de entrevista ou de amigos e conhecidos barrados, ela decidiu se precaver.

"Eu já sabia do problema diplomático, mas não sabia que era tão intenso. Depois que comprei as passagens, comecei a conversar com as pessoas. Foi aí que percebi que poderia ser complicado", contou Mariana em conversa com a DW Brasil.
Na Espanha, Mariana planejava encontrar uma amiga que faz doutorado e não queria correr riscos. "Não deixei brecha: levei o dinheiro, seguro saúde, cartas-convite". Além das exigências básicas, Mariana foi além e decidiu pedir para a amiga um documento que comprova sua residência na Espanha. Além disso, ela também pediu que seu chefe no Brasil preparasse uma carta dizendo que ela tem emprego fixo. "É uma situação complicada, há muito terrorismo em volta e conheço várias pessoas que têm histórias complicadas para contar", conta. Segundo ela, o Brasil tem razão em adotar medidas mais rígidas.

Princípio da reciprocidade

Um caso recente de grande repercussão no país aconteceu no início do mês de março. O governo brasileiro foi acionado para pedir explicações sobre a detenção, por mais de três dias, no aeroporto de Madri, da aposentada Dionísia Rosa da Silva, de 77 anos. Ela foi ao país visitar a neta, mas não conseguiu liberação.

O governo brasileiro chegou a pedir explicações ao governo espanhol sobre esse e outras alegações de maus-tratos. Ao comentar o caso, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Tovar Nunes, disse à Agência Brasil que a permissão de entrada e concessão de visto é um ato de soberania, mas os direitos dos cidadãos devem ser respeitados nesse processo. "Estamos indagando sobre o que realmente aconteceu, porque achamos que uma senhora com a idade que tem e com o desejo legítimo de ingressar no país não merecia um tratamento como o que pareceu ter recebido", disse Tovar Nunes.

As novas regras para a entrada de espanhóis no Brasil, segundo o Ministério, não são retaliação, mas um exercício do princípio da reciprocidade. Tovar Nunes explicou a decisão: "Tentamos, por um bom tempo, aliviar os requisitos para a entrada de brasileiros [na Espanha]. Mas não foi possível. Eles mantiveram [a decisão]. Não houve muita alternativa ao Brasil se não aplicar esses requisitos de maneira semelhante. Apesar da retomada do diálogo entre os dois países na última semana, a aplicação das novas regras está mantida.

Autora: Ericka de Sá - Revisão: Roselaine Wandscheer

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