domingo, 14 de abril de 2013

Os bolachões sobrevivem


Você sabe o que é um vinil? É mídia de reprodução musical que surgiu nos anos 1940. O LP (Long Play) é feito de plástico e as informações de áudio são reproduzidas pela vitrola ou toca-discos. Entre 1980 e 1990, o formato perdeu espaço para o CD e para os arquivos digitais. Mesmo assim, tem muitos admiradores. E não são só os mais velhos!
Andréa Iseki
Vitória de Mello Galhardo, 15 anos, de Santo André (acima), é uma. Há três anos a vontade de decorar as paredes do quarto com discos transformou-se em paixão por ouvi-los. "Me surpreendi quando achei LPs do Pink Floyd e Iron Maiden na casa da minha avó. Eram da minha mãe e do meu tio", conta a garota, que pegou o toca-discos da avó para ouvir os cerca de 50 vinis.
Lucas Rodrigues, 18, de São Caetano, é  de Green Day e sempre procura por discos dos ídolos. "Para colecionador, o vinil é mais especial de guardar. Gosto mais da qualidade do som", afirma Lucas, que tem banda cover do grupo.
Para Mayrton Bahia, coordenador do curso de Produção Fonográfica da Estácio de Sá, o som digital tem qualidade superior ao do vinil, mas o disco tem valor sentimental. "São várias etapas de produção até chegar ao produto final. Além disso, possui limitações que não existem nos arquivos digitais. Porém, as pessoas têm relação afetiva e histórica."
Anderson Silva
Bruno Leopaldo (acima), 17, de São Caetano, acredita que se não fosse pelos pais não curtiria os bolachões. "Tem gente que gosta, mas não encontra vitrola para comprar ou acha os discos caros. Tem muitos que preferem baixar músicas da internet." Entre seus artistas favoritos estão Elton John, The Beatles e Elis Regina. "Dá saudade de uma época que nem vivi. É bom para relaxar e viajar nos pensamentos."
Mesmo com a febre digital, dados de 2012 da Polysom, única fábrica de discos da América Latina, apontam que a produção de LPs aumentou 110% se comparado ao ano anterior. "O vinil não vai morrer, mas está ligado a nichos", diz Mayrton Bahia.
Artistas têm apostado nisso, como o Agridoce, projeto paralelo da cantora Pitty com o músico Martin. "O formato digital é prático, mas deixa a desejar em personalidade na sonoridade e em apelo estético. No vinil há interferências causadas pelo caráter mecânico da produção, o que é bacana", explica Martin. Além disso, artistas estão relançando CDs em LPs, como a própria Pitty. O vinil de Admirável Chip Novo deve chegar neste mês às lojas para comemorar os dez anos do lançamento.
Fonte: www.dgabc.com.br

sábado, 13 de abril de 2013

Cássia Eller - "O segundo sol" (Ao Vivo - Acústico)



Quando o segundo sol chegar
Para realinhar as órbitas dos planetas
Derrubando com assombro exemplar
O que os astrônomos diriam
Se tratar de um outro cometa

Quando o segundo sol chegar
Para realinhar as órbitas dos planetas
Derrubando com assombro exemplar
O que os astrônomos diriam
Se tratar de um outro cometa

Não digo que não me surpreendi
Antes que eu visse você disse
E eu não pude acreditar
Mas você pode ter certeza

De que seu telefone irá tocar
Em sua nova casa
Que abriga agora a trilha
Incluída nessa minha conversão

Eu só queria te contar
Que eu fui lá fora
E vi dois sóis num dia
E a vida que ardia sem explicação

Quando o segundo sol chegar
Para realinhar as órbitas dos planetas
Derrubando com assombro exemplar
O que os astrônomos diriam
Se tratar de um outro cometa

Não digo que não me surpreendi
Antes que eu visse, você disse
E eu não pude acreditar
Mas você pode ter certeza

De que seu telefone irá tocar
Em sua nova casa
Que abriga agora a trilha
Incluída nessa minha conversão

Eu só queria te contar
Que eu fui lá fora
E vi dois sóis num dia
E a vida que ardia sem explicação

Seu telefone irá tocar
Em sua nova casa
Que abriga agora a trilha
Incluída nessa minha conversão

Eu só queria te contar
Que eu fui lá fora
E vi dois sóis num dia
E a vida que ardia sem explicação

Explicação, não tem explicação
Explicação, não
Não tem explicação
Explicação, não tem
Não tem explicação
Explicação, não tem
Explicação, não tem
Não tem

Literatura Universal - Dom Quixote de La Mancha (programa UNIVESP)

Programa sobre o livro que já foi considerado o melhor de todos os tempos por uma comissão de escritores. A professora Maria Augusta da Costa Vieira, do Departamento de Letras Modernas da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, especialista no livro Dom Quixote, fala sobre Miguel de Cervantes Saavedra e a obra prima dele, que influenciou definitivamente o romance moderno.


EM BUSCA DO PARAÍSO (por Zecharia Sitchin)



Contam as antigas escrituras que houve uma época em que a imortalidade estava ao alcance da humanidade. Era uma idade de ouro, o homem vivia com seu Criador no Jardim do Éden, cuidava do pomar e Deus passeava, gozando a brisa vespertina. "Iahweh Deus fez crescer do solo toda espécie de árvores formosas de ver e boas de comer, e a Árvore da Vida no meio do jardim e a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Um rio saía do Éden para regar o jardim e de lá se dividia formando quatro braços. O primeiro chama-se Fison (...); o segundo rio chama-se Geon (...); o terceiro rio chama-se Tigre (...); o quarto rio é o Eufrates.”
Jardim do Éden
Adão e Eva tinham permissão para comer os frutos de todas as árvores, com exceção do fruto da Árvore do Conhecimento. Quando desobedeceram à ordem (tentados pela serpente), Deus ficou preocupado com o assunto da imortalidade:
Depois disse Iahweh Deus:
Se o homem já é como um de nós,
Versado no bem e no mal,
Que agora ele não estenda a mão
E colha também da Árvore da Vida,
E coma e viva para sempre!”
E Iahweh Deus o expulsou do Jardim do Éden
Para cultivar o solo de onde fora tirado.
Ele baniu o homem e colocou,
Diante do Jardim do Éden,
Os querubins e a chama da espada flamejante,
Para guardar o caminho da Árvore da Vida.
Assim, o homem foi expulso do lugar onde a vida eterna esperava por ele. E, embora banido, jamais cessou de recordar, ansiar e tentar atingir a imortalidade.
Desde a expulsão do paraíso, os heróis têm ido aos Confins da Terra em busca da imortalidade. A alguns escolhidos foi dado encontrá-la; gente simples afirmou ter chegado a ela por acaso.
No decorrer dos tempos, a procura do paraíso foi algo que sempre dizia respeito a cada indivíduo. Entretanto, nos meados deste milênio, essa busca tornou-se uma empreitada oficial de poderosos reinos.
Segundo nos levaram a acreditar, o Novo Mundo foi descoberto quando os exploradores procuravam uma rota marítima para a Índia em busca de riquezas. Isso é verdade, mas apenas em parte, pois o que Fernando e Isabel, os reis da Espanha, mais desejavam era encontrar a Fonte da Eterna Juventude, uma fonte de poderes mágicos cujas águas rejuvenesciam os velhos e mantinham as pessoas eternamente jovens, porque brotava de um poço do paraíso.
Nem bem Colombo e seus homens desembarcaram no que pensavam ser as ilhas da Índia (as "Índias Ocidentais"), eles passaram a combinar a exploração das novas terras com a busca pela lendária fonte cujas águas "tornavam os velhos novamente jovens". Os espanhóis interrogaram, sob tortura, os "índios" capturados para que revelassem a localização secreta da mítica fonte.
Quem mais se destacou nessas investigações foi Ponce de León, soldado profissional e aventureiro espanhol, que saiu das fileiras para terminar como governador de parte da ilha de Hispaniola, que atualmente é o Haiti, e de Porto Rico. Em 1511, ele assistiu ao interrogatório de alguns índios aprisionados. Ao descreverem a ilha que habitavam, os nativos falaram de suas pérolas e outras riquezas, e enalteceram as maravilhosas virtudes de suas águas. Existe uma fonte, contaram, onde um ilhéu "gravemente oprimido pela velhice" foi beber. Depois disso "ele recuperou sua força varonil e praticava todos os desempenhos viris, tendo novamente tomado uma esposa e gerado filhos".
Ouvindo com crescente entusiasmo, Ponce de León, ele próprio um homem de mais de 50 anos, convenceu-se de que os índios descreviam a mítica fonte das águas rejuvenescedoras. A observação final dos nativos lhe pareceu a parte mais notável do relato, pois na corte da Espanha, bem como em toda a Europa, abundavam quadros feitos pelos maiores artistas e sempre que eles pintavam cenas de amor ou alegorias sexuais incluíam uma fonte no cenário. Talvez o mais famoso desses quadros seja O Amor Sagrado e o Amor Profano, de Ticiano. Na pintura, a fonte insinua o máximo em matéria de amor - as águas que tornavam possíveis "todos os desempenhos viris" ao longo da eterna juventude.
Tiziano - Amor sacro e Amor profano (1514) Óleo sobre tela. Galleria Borghese. Roma
O relatório de Ponce de León para o rei Fernando aparece nos registros mantidos pelo historiador oficial da corte, Pietro Martire di Anghiera. Como este afirma em seu Decade de Orbe Novo (Décadas do Novo Mundo), os índios vindos das ilhas Lucaias, ou Bahamas, revelaram que "há uma ilha onde existe uma fonte perene de água corrente de tal excelsa virtude que ingerida, quem sabe acompanhada de alguma dieta, torna os velhos novamente jovens". Muitos estudos, como a obra de Leonardo Olschki, Ponce de León's Fountain of Youth: History of a Geographical Myth (A Fonte da Juventude de Ponce de León: História de um Mito Geográfico), estabeleceram que a "Fonte da Juventude era a mais popular e característica expressão das emoções e expectativas que agitaram os conquistadores do Novo Mundo". Sem dúvida, Fernando, rei da Espanha, era um dos que esperavam ansiosamente a confirmação da notícia.
Assim, quando chegou a carta de Ponce de León, o rei não perdeu tempo. Concedeu de imediato ao aventureiro uma patente de descobrimento (com data de 23 de fevereiro de 1512), autorizando a partida de uma expedição da ilha de Hispaniola tomando rumo norte. O Almirantado recebeu ordem de auxiliar Ponce de León e dar-lhe as melhores embarcações e marinheiros, com os quais talvez descobriria sem demora a ilha de "Beininy" (Bimini). O rei deixou bem explícita uma instrução: "Depois de teres atingido a ilha e ficares sabendo o que existe nela, tu me mandarás um relatório".
Em março de 1513, Ponce de Leon partiu para o norte com a intenção de encontrar a ilha de Bimini. A desculpa pública para a expedição era "procurar ouro e outros metais", mas a verdadeira meta era encontrar a Fonte da Eterna Juventude. Os marinheiros logo desconfiaram disso quando viram não apenas uma ilha, mas centenas delas, as Bahamas. Ao ancorarem em uma após outra, os grupos de desembarque receberam instruções de procurarem não ouro, mas uma fonte incomum. Águas de riachos foram testadas e bebidas sem efeitos extraordinários aparentes. No Domingo de Páscoa - Pasca de Flores, em espanhol -, foi avistado um longo litoral e Ponce de León chamou a "ilha" de Flórida. Acompanhando a costa e desembarcando várias vezes, ele e seus homens exploraram as florestas e beberam a água de inúmeras fontes. Todavia, nenhuma delas pareceu realizar o milagre tão almejado.
Ponce de Léon na busca à fonte da eterna juventude
Contudo, o fracasso da missão não conseguiu abalar a convicção de que existia mesmo a tal fonte no Novo Mundo. Ela só precisava ser descoberta. Mais índios foram interrogados. Alguns aparentavam muito menos idade do que realmente afirmavam ter; outros repetiram lendas que confirmavam a existência da água milagrosa. Urna delas, transcrita em Creation Myths of Primitive America (Mitos da Criação da América Primitiva), de J. Curtin, diz que quando Olelbis, "aquele que está sentado no alto", estava para criar a humanidade, mandou dois emissários à Terra para construírem uma escada que ligaria o Céu e a Terra. A meio caminho, deveriam instalar um local de repouso, onde haveria uma lagoa da mais pura água potável. No topo da escada criariam duas fontes, uma para se beber e outra para banhos.
Disse Olelbis: "Quando um homem ou uma mulher envelhecer, deixem-no subir a esse cume, beber e banhar-se. Com isso, sua juventude será restaurada".
A convicção de que a fonte existia em algum lugar daquelas ilhas era tão forte que em 1514 - um ano depois da malograda expedição de Ponce de León - Pietro Martire escreveu (em sua Segunda Década) ao papa Leão X informando:
A uma distância de 325 léguas de Hispaniola, dizem, existe uma ilha chamada Boyuca, aliás Ananeo, que, segundo aqueles que exploraram seu interior, possui urna fonte extraordinária, cujas águas rejuvenescem os velhos.
Que Sua Santidade não pense que isso esteja sendo dito leviana ou irrefletidamente, pois esse fato é considerado verdadeiro na corte, e de uma maneira tão formal, que todos, mesmo aqueles cuja sabedoria ou fortuna os distinguem das pessoas comuns, o aceitam como verdade.
Ponce de León, sem se deixar desanimar, concluiu, após pesquisas adicionais, que deveria procurar uma fonte ligada a um rio, possivelmente através de um túnel subterrâneo. Então, se a fonte ficava numa ilha qualquer, seu manancial não seria um rio da Flórida?
Em 1521, a Coroa espanhola ordenou que Ponce de León fizesse urna nova expedição, desta vez centralizando as buscas na Flórida. Não existem dúvidas sobre o verdadeiro propósito dessa missão. Poucas décadas depois, o historiador espanhol Antonio de Herrera & Tordesillas afirmou em sua Historia General de Las Indias (História Geral das Índias): "Ele (Ponce de León) saiu em busca daquela fonte sagrada, tão afamada entre os índios, e do rio cujas águas rejuvenesciam os velhos". A intenção era descobrir a fonte na ilha de Bimini e o rio na Flórida, onde, segundo afirmavam os índios de Cuba e Hispaniola, "os velhos que nele se banhavam tornavam-se jovens de novo".
Em vez da juventude eterna, Ponce de León encontrou a morte ao ser atingido por uma flecha dos índios caraíbas. Assim, embora a procura individual por uma poção ou ungüento que consiga adiar o dia final talvez jamais termine, a busca organizada, sob comando real, chegou ao fim.
Teria a busca sido inútil desde o início? Fernando, Isabel, Ponce de León e todos que navegaram e morreram procurando pela Fonte da Juventude seriam apenas tolos que acreditavam em contos de fada primitivos?
Não, no entender deles. (...)
(Trecho retirado do obra de Zecharia Sitchin, O caminho para o céu: livro II das crônicas da Terra. trad. Evelyn de Massaro. Ed. Best Seller, 1980.)

¿Qué tan altas pueden ser las montañas? (por Minuto de La Tierra)


sexta-feira, 12 de abril de 2013

Mulheres se perdem mais do que homens


Eles têm um senso de direção melhor do que elas, é verdade. Isso não é papo machista. E também não tem nada a ver com processo de evolução – aquela velha desculpa pra tudo, desde infidelidade masculina até preguiça de limpar a casa.  A culpa é dos hormônios. Mais precisamente da testosterona. Ela faz com que eles se percam menos no caminho de volta pra casa – ou pra qualquer outro lugar.
Psicólogos da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, analisaram 35 estudos já existentes sobre habilidade espacial em humanos e animais, como cavalos, ratos, ratazanas, macacos, etc. E perceberam que, sim, os machos geralmente têm melhor senso de direção do que as fêmeas.
Mas descartam a possibilidade disso ser um resultado positivo do processo evolutivo. “Há muitos buracos nesta teoria. Pense: somente os homens que sabiam o caminho de volta eram bem sucedidos. Eles teriam filhos e, logo, passariam esses genes para todos, inclusive para mulheres”, diz Justin Rhodes, um dos autores da pesquisa.
Eles acreditam que, na verdade, o senso de direção aguçado é um dos efeitos colaterais dos altos níveis de testosterona – tipo barba e voz grossa. Aliás, segundo a pesquisa, estudos já comprovaram que aumentar o nível de testosterona nas mulheres faz com que elas se localizem melhor.
Quem se interessar pela explicação do próprio pesquisador, com desenho e tudo mais, é só dar uma olhada nesse vídeo aqui:
Crédito da foto: flickr.com/vouterismanos
Fonte: super.abril.com.br

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Afinal, como funciona o mercado de gibis nos EUA?

Reproduzo aqui matéria veiculada no site Judão - Livros e HQ. Curtam!


De tempos em tempos surgem notícias aqui no JUDÃO falando sobre o mercado de histórias em quadrinhos nos EUA. Basicamente, são informações sobre quem vendeu mais, quem vendeu menos, quem lucrou, quem está perto de ser cancelado… Ou seja, fatos importantes, que podem levar a novos direcionamentos para os nossos heróis favoritos no (ainda) importante mercado estadunidense.
Fatos que, com toda a certeza, serão sentidos depois pelos leitores de editoras como DC, Marvel eImage no Brasil
Só que há uma coisa que, talvez, você não saiba. O mercado de gibis lá na Terra do Tio Sam é COMPLETAMENTE diferente do nosso. Praticamente não existe venda nas bancas. São as comic shops que ditam o sucesso (e o fracasso) de qualquer coisa por lá.
Um pouco de história
Nem sempre foi assim, claro. A venda de gibis nos Estados Unidos já foi, um dia, tal qual como é até hoje aqui no Brasil. A distribuição era feita para as bancas, que funcionavam como intermediários. Sim, o jornaleiro da sua esquina é apenas um intermediário. Ele não compra nada. As editoras cedem revistas e jornais para ele, que fica responsável pela venda. Caso hajam compradores, ele ganha uma porcentagem. O que ficar — chamado encalhe — é retirado pela distribuidora e devolvido com a editora.
Se a tiragem for muito maior que a demanda, é quase certo que esse encalhe se tornará prejuízo para o editor. Por isso, trata-se de um formato de negócio bem complicado.
Acontece que tudo isso começou a mudar nos EUA durante os anos 70. As duas décadas anteriores tinham visto um boom dos quadrinhos, mas as vendas em banca começaram a diminuir no começo dos anos 70. Na mesma época, começaram a surgir lojas especializadas na venda de revistas em quadrinhos. Eram os comic shops.
Phil Seuling, que era dono de comic shop e organizador de convenções, foi o primeiro a perceber que era mais interessante comprar diretamente das editoras. Afinal, ele tinha um controle da demanda dos clientes. Assim, ele poderia pedir as quantidades exatas de cada revistas e aumentar a margem de lucro (pois não havia a figura do “distribuidor”). Por outro lado, o cara teria que se organizar: no caso de comprar mais do que o necessário, os gibis ficariam encalhados na loja dele, o que poderia representar um prejuízo.
Assim surgia o chamado “mercado direto”. Na época, o “direto” significava que não haveriam mais as distribuidoras, um conceito que acabou se perdendo — afinal, elas ainda são necessárias.
Uma antiga comic shop
Com o tempo, as vendas no mercado direto foram crescendo. Só que foi apenas no começo dos anos 80 que a Marvel finalmente viu o real potencial desse mercado. Foi a partir daí que a Casa das Ideias passou a lançar revistas diretamente para as comic shops e que não sairiam mais nas bancas.
A jogada se provou um sucesso. Tudo porque os quadrinhos não precisavam mais disputar espaço com outras publicações. Eles tinham uma loja só para eles, que poderia ser preenchida com um número cada vez maior de gibis. E apesar da editora ter uma margem menor em cada venda, não existia o risco da editora morrer com um monte de revistas na mão — o que permitia apostar em personagens e séries feitas para vender menos, como as graphic novels adultas. Sandman e o selo adulto Vertigo são filhos diretos dessa mudança.
Não demorou para inúmeros distribuidoras surgirem nos EUA, se especializando em receber as solicitações das lojas (que informavam quais títulos queria vender) para as editoras (que enviavam por meio da distribuidora as publicações). Não demorou muito para as vendas em banca morrerem e acontecer um verdadeiro boom de comic shops.
Nos anos 90 sobraram apenas três distribuidoras: Diamond, Capital City e a Heroes World. A última foi comprada pela Marvel em 1994, já que a editora acreditava que ter uma distribuidora própria poderia ajudar nas vendas e nos lucros. Não deu muito certo. Na segunda metade da década, tantos as grandes quanto as menores editoras assinaram contrato de exclusividade com a Diamond, que passou a ser a única a operar no mercado direto.
Como funciona o mercado direto hoje
Uma capa da revista Previews
Depois desse processo, o mercado direto de HQs começou a operar em um formato bem consolidado. As editoras (incluindo DC, Marvel e Image) informam para a Diamond quais revistas vão vender em cada mês, os títulos, sinopses e alguns previews (ou seja, revelam algumas páginas das publicações). Essas informações são divulgadas em grandes listas cerca de três meses antes da distribuição, além de serem veiculadas em uma revista da Diamond chamada simplesmente de Previews, que é lida pelos donos das comic shops.
Normalmente, são essas solicitações que acabam virando notícia aqui no JUDÃO. É que elas podem revelar mudanças na equipe criativa, capas bombásticas, sinopses misteriosas ou até o cancelamento do título.
A partir da revista Previews, os donos das comic shops selecionam quais revistas querem — e a quantidade que esperam vender. Dessa forma, são os lojistas que efetivamente COMPRAM as publicações, esperando vendê-las para os leitores.
Nesse sentido, quem dita o sucesso ou fracasso de uma publicação são os comic shops. Se eles não apostam em um gibi, o gibi tem poucas solicitações — e, depois, poucos exemplares à venda. Se os números não sobem, provavelmente a publicação será cancelada. Muitas vezes pode ser até uma história interessante, que teria público. Mas esse público nem fica sabendo…
É claro que existem inúmeras nuances nisso tudo. As editoras tentam desesperadamente impulsionar as vendas no período das solicitações, principalmente por meio de notícias, entrevistas e comunicados para a imprensa. Os previews propriamente ditos também ajudam bastante nisso.
Claro, três meses de antecedência é um tempo muito longo, no qual muita coisa pode acontecer. Por isso existem as chamadas “re-solicitations”, período mais próximo da publicação no qual o lojista pode pedir mais exemplares das revistas. Isso acontece muito, por exemplo, quando há uma publicação bombástica recente, que infla as vendas das revistas relacionadas que virão a seguir.
Há ainda outras “manhas” das editoras. Em casos bem específicos, Marvel e DC (que tem mais bala na agulha) oferecem a oportunidade das comic shops devolverem um potencial encalhe. Tal jogada acontece bastante em grandes crossovers. Sem o risco de perder dinheiro, os lojistas encomendam mais exemplares e a editora tem certeza que todos os leitores vão encontrar o título à venda.
E sim, muitas vezes é difícil encontrar os gibis mais populares. Tudo porque os donos das comic shops são muito conservadores nas solicitações e porque eles, claro, criaram outras formas de potencializar as vendas. Além de estimular o boca-a-boca para emplacar os lançamentos, eles reservam as séries mais procuradas para os clientes que pedem. Dessa forma, tem muito gibi que está esgotado antes mesmo de chegar à loja.
A parceria entre editoras e comic shops não para por aí. Há toda uma agenda de eventos anuais entre eles, apresentando os futuros planos das editoras — na San Diego Comic Con, por exemplo, há painéis exclusivos para revendedores pela manhã. Também existem eventos especiais. Avengers vs. X-Men, por exemplo, contou com festas nas principais comic shops dos EUA, que abriram na noite da véspera do lançamento oficial do crossover apenas para adiantar as vendas.
Uma típica comic shop atual
New comic book day
Outra sacada importante do mercado direto é a consolidação do “new comic book day”. Na realidade, a Diamond distribui os gibis na terça-feira para serem comercializados no dia seguinte, transformando a quarta no dia para comprar HQs. Isso dita o andamento de todo o mercado e dos leitores, que criam uma rotina baseada nesse dia. Produções como Big Bang Theory mostrando isso com bastante clareza.
E, cara, é realmente necessário ir até a comic shop na quarta-feira. Por conta do conservadorismo das lojas e das reservas prévias, fica difícil encontrar as revistas mais procuradas no PRÓPRIO new comic book day. Ano passado, quando visitei a famosa comic shops Meltdown (que fica em Los Angeles), passei por isso: era quarta-feira, mas os principais lançamentos da semana já tinha esgotado. Foi frustrante.
Para os mais perdidos (que descobriram que precisavam daquele gibi depois do amigo comentar ou depois de ver algo na internet), há uma segunda chance. Quando um gibi esgota nas comic shops e ainda há demanda por meio de pedidos e reservas, os revendedores pedem novas tiragens para as editoras, que aproveitam a oportunidade para agregar outras capas variantes. Assim, os atrasados garantem um exemplar, enquanto os mais fanáticos compram novamente só por causa da nova capa.
Sucesso ou fracasso
Com tanto controle, as editoras sabem previamente se um título vai virar ou se está indo para o buraco. Dessa forma, ajustes podem ser feitos no meio do caminho, incluindo mudanças na HQ, uma maior divulgação nas comic shops ou com novas notícias na internet. Nesses tempos de Twitter e Facebook, vale até um comentário dos quadrinistas envolvidos. Dan Slott, atual roteirista do Homem-Aranha, já tuitou diversas vezes que “haviam poucas solicitações” de uma edição específica.
Logo quando o mês acaba, a Diamond divulga o ranking dos mais vendidos e das editoras. Não são abertos números, mas sim índices. Dessa forma, dá pra saber, por exemplo, que Guardians of the Galaxy #1 foi o mais vendido de março e que a Marvel dominou o mês.
Além disso, a Diamond separa os resultados de duas formas. Na primeira sabemos quem vendeu o maior número de exemplares, enquanto o outro o ranking é por dólares. Isso acontece porque algumas revistas mensais custam US$ 2,99, enquanto outras são US$ 3,99, levando a resultados diferentes. Há também edições mais caras (Amazing Spider-Man #700 custou US$ 7,99), encadernados e graphic novels (que têm preços diferenciados).
A Diamond também distribui action figures e colecionáveis criados pelas editoras e outras empresas relacionadas. É por aí que os bonecos da DC Direct vão para as comic shops, por exemplo. Também há um ranking específico para isso.
Apesar da distribuidora não revelar números absolutos, é possível estimá-los a partir do índice que é divulgado. O ComiChron faz um ótimo trabalho desse sentido. Por isso, dá pra saber que a mesma Guardians of the Galaxy #1 vendeu mais de 211 mil exemplares apenas em março.
E, quando se fala “vendeu”, lembre-se: para as comic shops. Se encalhar algo na loja, não é mais uma preocupação da editora ou da distribuidora. Por isso as vezes surgem informações de quem uma revista teve mais de 100 mil exemplares vendidos, mas que são encontrados com facilidade nas lojas…
E as bancas?
Basicamente, a venda de quadrinhos nas bancas morreu nos Estados Unidos.
Uma banca cheia de gibis. Só que isso é de 1975...
Há, claro, alguns exemplares ou publicações que aparecem nelas. Podem ser edições especiais, ou ainda gibis direcionadas a um público mais infantil (que não vai tanto nas comic shops). Porém, o grosso disso tudo fica restrito ao mercado direto. O que é, por um lado, é bem ruim.
As bancas possuem um público muito mais amplo. A pessoa poderia ir lá comprar o USA Today, aTime, o que for, e ver uma publicação do Batman, gostar da capa e levar pra casa. No formato de hoje, fica difícil trazer esse cara que, por impulso, compraria um gibi e poderia se tornar um novo leitor.
As comic shops acabam sendo dominadas por um público muito específico. Claro, o balconista pode sugerir uma revista nova, um personagem novo. Só que isso acontecerá para o mesmo cara de sempre. Fica difícil ter a compra por impulso por parte de um novo leitor em potencial.
Isso acaba estimulando as grandes sagas, mortes e tudo mais que vemos atualmente. Vingadores vs. X-Men, por exemplo, atrai uma atenção nova, já que são duas franquias de sucesso juntas. É algo que pode fazer um não-leitor sair de casa, ir até uma loja (que nem sempre é perto) para comprar uma revista. A morte de alguém importante também funciona da mesma forma.
Esse foi um dos motivos do reboot da DC em 2011. A editora queria pegar esse cara que não vai até as comic shops nas quartas-feiras e mostrar pra ele que, a partir daquele momento, existia um fato novo, uma janela que o permitiria finalmente ler Superman, Batman, Mulher-Maravilha e por aí vai. Era o momento ideal para começar uma nova rotina.
Isso tudo tem surtido efeito. Depois de alguns anos de marasmo, o mercado de quadrinhos está crescendo. Só para ficar no exemplo de março, o ComicChron informa que as vendas foram 20% melhores que há um ano, 29% maiores que há dez anos e 1% maiores que há 15, quando as editoras estavam em um grande crescimento. Nos três primeiros meses de 2013, foram vendidos 17% mais gibis que no mesmo período do ano passado.
Os números consideram apenas as revistas mensais. Nos encadernados, o crescimento é ainda maior.
Comic shops assim são poucas, mesmo nos EUA
Ainda assim, as editoras estão buscando novas alternativas. A DC, por exemplo, lançou a linhaEarth One, com encadernados que possuem as livrarias como principal foco. Não deixa de ser uma oportunidade de conquistar um público que nunca pensou em ler HQs.
Venda digital
Outro caminho que está surgindo é a internet. Nos últimos anos cresceu bastante a venda de gibis digitais para tablets, smartphones e e-readers. O ComiXology se consolidou como a principal força desse mercado. Além de ter o próprio aplicativo (que traz as principais editoras), a empresa fornece tecnologia para Marvel, DC e Image, que possuem aplicativos e sites próprios para venda.
Se por um lado os leitores sentem falta do físico, as editoras só têm elogios. Sem o custo da impressão e da distribuição, as margens de lucro são maiores. Também não existe a limitação da tiragem, é possível vender uma revista para todo o mundo no dia do lançamento e facilita na venda de edições antigas, já que basta que elas sejam digitalizadas.
Hoje, as edições digitais saem no mesmo dia que as revistas físicas são lançadas. Apesar disso tudo, não dá para acreditar, ainda, no fim da venda física, mas sim numa consolidação do digital.
Até porque é bom lembrar: as editoras PRECISAM das comic shops e seus funcionários. São principalmente eles que convencem os leitores a apostarem em novas publicações e/ou heróis.
E no Brasil?
Por aqui ainda vivemos no bom e velho tempo da banca. O que não é ruim.
Existem algumas comic shops, mas elas são insuficientes para sustentar todo um mercado editorial — que também é pequeno, aliás. As bancas, por outro lado, estão em cada esquina, além de facilitar a atração de novos leitores.
Em todas estas décadas, o Brasil se adaptou da forma que deu. Se não há espaço para dezenas de gibis mensais em bancas e comic shops, as editoras criaram as chamadas “revistas mix”, que mesclam em apenas um título várias publicações estadunidenses. Isso torna possível emplacar HQs que, apesar de boas, não teriam sucesso sozinhas.
Recentemente a Panini até que tentou apostar na criação do mercado direto. Foram lançados quatro gibis exclusivos de Os Novos 52 (o reboot da DC) para as comic shops. Apesar do sucesso das publicações de banca, as do mercado direto não tiveram sucesso e foram canceladas.
Bom, ao menos as seguidas tentativas de impulsionar o mercado direto nos EUA também surtiram efeito no Brasil. Para você ter uma ideia, a DC tem hoje NOVE revistas mensais por aqui, fora os especiais. É algo inédito na história da editora.
E é assim que se vende gibi nos EUA — e no Brasil. ;)

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Sentimento em palavras



"Quero falar sobre minhas coisas, quero ligar para ele. É terrível, mas não tem jeito." (Bruno Mazzeo, humorista, sobre a falta que sente de seu pai, Chico Anysio)

YouTube passa a exibir vídeos para quem tem internet muito lenta



O YouTube deu um jeito de facilitar a visualização de seus vídeos por quem não dispõe de internet rápida: incluiu a resolução 144p, de baixíssima qualidade, porém bastante leve. Até então a menor resolução disponível era 240p. A novidade foi percebida por internautas e reportada nesta segunda-feira, 8, pelo 9to5. 
 Ainda não se sabe quando o novo formato estará liberado para todo o acervo porque o processo de codificação pode demorar.  A estratégia do YouTube é buscar mais popularidade em mercados emergentes, onde as conexões geralmente não são boas o suficiente para quem deseja gastar algumas horas navegando no site.

Fonte: Olhar Digital

APLICATIVOS PARA REALIZAR CHAMADAS GRATUITAS


Existem inúmeros aplicativos que permitem que você faça ligações gratuitas, através de uma conexão à Internet, seja ela Wi-Fi ou 3G. Os aplicativos de VoIP mais populares e abrangentes em termos de sistemas operacionais. Ou seja, se você utiliza iOS poderá falar com seu amigo que utiliza Android, por exemplo. Basta estar conectado à Internet.

O mais popular entre os três listados ainda é o Skype. Por outro lado, o Viber vem tomando cada vez mais espaço, devido a sua praticidade e eficiência. Já o Facebook recentemente lançou o serviço de efetuar chamadas para qualquer contato online. Confira as principais características de cada um deles.
1. Viber
O que faz? É um dos aplicativos mais simples, basta instalar para que ele verifique seus contatos e já conecte com quem também for usuário. Seu ID de usuário é o seu número de telefone.
Através dele é possível: Realizar chamadas gratuítas; Enviar mensagens de texto e imagens.
Valor: Grátis.
Sistemas Operacionais: Android, Bada, Blackberry, iOS, Symbian, Windows Phone.
2. Skype
O que faz? Através do clássico e pioneiro em VoIP, é possível realizar chamadas com vídeo e enviar mensagens de chat através de uma conexão wifi ou 3g, de Skype para Skype.
Valor: Grátis.
Sistemas Operacionais: Android, iOS e Windows Phone.

3. Facebook Messenger
O que faz? Recentemente o Facebook liberou o recurso de efetuar chamadas de voz através do seu sistema de mensagens.
Valor: Grátis.
Sistemas Operacionais: Android e iOS.

Fonte: Tech Tudo / Cesar JB Blog

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