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quarta-feira, 10 de abril de 2013

Afinal, como funciona o mercado de gibis nos EUA?

Reproduzo aqui matéria veiculada no site Judão - Livros e HQ. Curtam!


De tempos em tempos surgem notícias aqui no JUDÃO falando sobre o mercado de histórias em quadrinhos nos EUA. Basicamente, são informações sobre quem vendeu mais, quem vendeu menos, quem lucrou, quem está perto de ser cancelado… Ou seja, fatos importantes, que podem levar a novos direcionamentos para os nossos heróis favoritos no (ainda) importante mercado estadunidense.
Fatos que, com toda a certeza, serão sentidos depois pelos leitores de editoras como DC, Marvel eImage no Brasil
Só que há uma coisa que, talvez, você não saiba. O mercado de gibis lá na Terra do Tio Sam é COMPLETAMENTE diferente do nosso. Praticamente não existe venda nas bancas. São as comic shops que ditam o sucesso (e o fracasso) de qualquer coisa por lá.
Um pouco de história
Nem sempre foi assim, claro. A venda de gibis nos Estados Unidos já foi, um dia, tal qual como é até hoje aqui no Brasil. A distribuição era feita para as bancas, que funcionavam como intermediários. Sim, o jornaleiro da sua esquina é apenas um intermediário. Ele não compra nada. As editoras cedem revistas e jornais para ele, que fica responsável pela venda. Caso hajam compradores, ele ganha uma porcentagem. O que ficar — chamado encalhe — é retirado pela distribuidora e devolvido com a editora.
Se a tiragem for muito maior que a demanda, é quase certo que esse encalhe se tornará prejuízo para o editor. Por isso, trata-se de um formato de negócio bem complicado.
Acontece que tudo isso começou a mudar nos EUA durante os anos 70. As duas décadas anteriores tinham visto um boom dos quadrinhos, mas as vendas em banca começaram a diminuir no começo dos anos 70. Na mesma época, começaram a surgir lojas especializadas na venda de revistas em quadrinhos. Eram os comic shops.
Phil Seuling, que era dono de comic shop e organizador de convenções, foi o primeiro a perceber que era mais interessante comprar diretamente das editoras. Afinal, ele tinha um controle da demanda dos clientes. Assim, ele poderia pedir as quantidades exatas de cada revistas e aumentar a margem de lucro (pois não havia a figura do “distribuidor”). Por outro lado, o cara teria que se organizar: no caso de comprar mais do que o necessário, os gibis ficariam encalhados na loja dele, o que poderia representar um prejuízo.
Assim surgia o chamado “mercado direto”. Na época, o “direto” significava que não haveriam mais as distribuidoras, um conceito que acabou se perdendo — afinal, elas ainda são necessárias.
Uma antiga comic shop
Com o tempo, as vendas no mercado direto foram crescendo. Só que foi apenas no começo dos anos 80 que a Marvel finalmente viu o real potencial desse mercado. Foi a partir daí que a Casa das Ideias passou a lançar revistas diretamente para as comic shops e que não sairiam mais nas bancas.
A jogada se provou um sucesso. Tudo porque os quadrinhos não precisavam mais disputar espaço com outras publicações. Eles tinham uma loja só para eles, que poderia ser preenchida com um número cada vez maior de gibis. E apesar da editora ter uma margem menor em cada venda, não existia o risco da editora morrer com um monte de revistas na mão — o que permitia apostar em personagens e séries feitas para vender menos, como as graphic novels adultas. Sandman e o selo adulto Vertigo são filhos diretos dessa mudança.
Não demorou para inúmeros distribuidoras surgirem nos EUA, se especializando em receber as solicitações das lojas (que informavam quais títulos queria vender) para as editoras (que enviavam por meio da distribuidora as publicações). Não demorou muito para as vendas em banca morrerem e acontecer um verdadeiro boom de comic shops.
Nos anos 90 sobraram apenas três distribuidoras: Diamond, Capital City e a Heroes World. A última foi comprada pela Marvel em 1994, já que a editora acreditava que ter uma distribuidora própria poderia ajudar nas vendas e nos lucros. Não deu muito certo. Na segunda metade da década, tantos as grandes quanto as menores editoras assinaram contrato de exclusividade com a Diamond, que passou a ser a única a operar no mercado direto.
Como funciona o mercado direto hoje
Uma capa da revista Previews
Depois desse processo, o mercado direto de HQs começou a operar em um formato bem consolidado. As editoras (incluindo DC, Marvel e Image) informam para a Diamond quais revistas vão vender em cada mês, os títulos, sinopses e alguns previews (ou seja, revelam algumas páginas das publicações). Essas informações são divulgadas em grandes listas cerca de três meses antes da distribuição, além de serem veiculadas em uma revista da Diamond chamada simplesmente de Previews, que é lida pelos donos das comic shops.
Normalmente, são essas solicitações que acabam virando notícia aqui no JUDÃO. É que elas podem revelar mudanças na equipe criativa, capas bombásticas, sinopses misteriosas ou até o cancelamento do título.
A partir da revista Previews, os donos das comic shops selecionam quais revistas querem — e a quantidade que esperam vender. Dessa forma, são os lojistas que efetivamente COMPRAM as publicações, esperando vendê-las para os leitores.
Nesse sentido, quem dita o sucesso ou fracasso de uma publicação são os comic shops. Se eles não apostam em um gibi, o gibi tem poucas solicitações — e, depois, poucos exemplares à venda. Se os números não sobem, provavelmente a publicação será cancelada. Muitas vezes pode ser até uma história interessante, que teria público. Mas esse público nem fica sabendo…
É claro que existem inúmeras nuances nisso tudo. As editoras tentam desesperadamente impulsionar as vendas no período das solicitações, principalmente por meio de notícias, entrevistas e comunicados para a imprensa. Os previews propriamente ditos também ajudam bastante nisso.
Claro, três meses de antecedência é um tempo muito longo, no qual muita coisa pode acontecer. Por isso existem as chamadas “re-solicitations”, período mais próximo da publicação no qual o lojista pode pedir mais exemplares das revistas. Isso acontece muito, por exemplo, quando há uma publicação bombástica recente, que infla as vendas das revistas relacionadas que virão a seguir.
Há ainda outras “manhas” das editoras. Em casos bem específicos, Marvel e DC (que tem mais bala na agulha) oferecem a oportunidade das comic shops devolverem um potencial encalhe. Tal jogada acontece bastante em grandes crossovers. Sem o risco de perder dinheiro, os lojistas encomendam mais exemplares e a editora tem certeza que todos os leitores vão encontrar o título à venda.
E sim, muitas vezes é difícil encontrar os gibis mais populares. Tudo porque os donos das comic shops são muito conservadores nas solicitações e porque eles, claro, criaram outras formas de potencializar as vendas. Além de estimular o boca-a-boca para emplacar os lançamentos, eles reservam as séries mais procuradas para os clientes que pedem. Dessa forma, tem muito gibi que está esgotado antes mesmo de chegar à loja.
A parceria entre editoras e comic shops não para por aí. Há toda uma agenda de eventos anuais entre eles, apresentando os futuros planos das editoras — na San Diego Comic Con, por exemplo, há painéis exclusivos para revendedores pela manhã. Também existem eventos especiais. Avengers vs. X-Men, por exemplo, contou com festas nas principais comic shops dos EUA, que abriram na noite da véspera do lançamento oficial do crossover apenas para adiantar as vendas.
Uma típica comic shop atual
New comic book day
Outra sacada importante do mercado direto é a consolidação do “new comic book day”. Na realidade, a Diamond distribui os gibis na terça-feira para serem comercializados no dia seguinte, transformando a quarta no dia para comprar HQs. Isso dita o andamento de todo o mercado e dos leitores, que criam uma rotina baseada nesse dia. Produções como Big Bang Theory mostrando isso com bastante clareza.
E, cara, é realmente necessário ir até a comic shop na quarta-feira. Por conta do conservadorismo das lojas e das reservas prévias, fica difícil encontrar as revistas mais procuradas no PRÓPRIO new comic book day. Ano passado, quando visitei a famosa comic shops Meltdown (que fica em Los Angeles), passei por isso: era quarta-feira, mas os principais lançamentos da semana já tinha esgotado. Foi frustrante.
Para os mais perdidos (que descobriram que precisavam daquele gibi depois do amigo comentar ou depois de ver algo na internet), há uma segunda chance. Quando um gibi esgota nas comic shops e ainda há demanda por meio de pedidos e reservas, os revendedores pedem novas tiragens para as editoras, que aproveitam a oportunidade para agregar outras capas variantes. Assim, os atrasados garantem um exemplar, enquanto os mais fanáticos compram novamente só por causa da nova capa.
Sucesso ou fracasso
Com tanto controle, as editoras sabem previamente se um título vai virar ou se está indo para o buraco. Dessa forma, ajustes podem ser feitos no meio do caminho, incluindo mudanças na HQ, uma maior divulgação nas comic shops ou com novas notícias na internet. Nesses tempos de Twitter e Facebook, vale até um comentário dos quadrinistas envolvidos. Dan Slott, atual roteirista do Homem-Aranha, já tuitou diversas vezes que “haviam poucas solicitações” de uma edição específica.
Logo quando o mês acaba, a Diamond divulga o ranking dos mais vendidos e das editoras. Não são abertos números, mas sim índices. Dessa forma, dá pra saber, por exemplo, que Guardians of the Galaxy #1 foi o mais vendido de março e que a Marvel dominou o mês.
Além disso, a Diamond separa os resultados de duas formas. Na primeira sabemos quem vendeu o maior número de exemplares, enquanto o outro o ranking é por dólares. Isso acontece porque algumas revistas mensais custam US$ 2,99, enquanto outras são US$ 3,99, levando a resultados diferentes. Há também edições mais caras (Amazing Spider-Man #700 custou US$ 7,99), encadernados e graphic novels (que têm preços diferenciados).
A Diamond também distribui action figures e colecionáveis criados pelas editoras e outras empresas relacionadas. É por aí que os bonecos da DC Direct vão para as comic shops, por exemplo. Também há um ranking específico para isso.
Apesar da distribuidora não revelar números absolutos, é possível estimá-los a partir do índice que é divulgado. O ComiChron faz um ótimo trabalho desse sentido. Por isso, dá pra saber que a mesma Guardians of the Galaxy #1 vendeu mais de 211 mil exemplares apenas em março.
E, quando se fala “vendeu”, lembre-se: para as comic shops. Se encalhar algo na loja, não é mais uma preocupação da editora ou da distribuidora. Por isso as vezes surgem informações de quem uma revista teve mais de 100 mil exemplares vendidos, mas que são encontrados com facilidade nas lojas…
E as bancas?
Basicamente, a venda de quadrinhos nas bancas morreu nos Estados Unidos.
Uma banca cheia de gibis. Só que isso é de 1975...
Há, claro, alguns exemplares ou publicações que aparecem nelas. Podem ser edições especiais, ou ainda gibis direcionadas a um público mais infantil (que não vai tanto nas comic shops). Porém, o grosso disso tudo fica restrito ao mercado direto. O que é, por um lado, é bem ruim.
As bancas possuem um público muito mais amplo. A pessoa poderia ir lá comprar o USA Today, aTime, o que for, e ver uma publicação do Batman, gostar da capa e levar pra casa. No formato de hoje, fica difícil trazer esse cara que, por impulso, compraria um gibi e poderia se tornar um novo leitor.
As comic shops acabam sendo dominadas por um público muito específico. Claro, o balconista pode sugerir uma revista nova, um personagem novo. Só que isso acontecerá para o mesmo cara de sempre. Fica difícil ter a compra por impulso por parte de um novo leitor em potencial.
Isso acaba estimulando as grandes sagas, mortes e tudo mais que vemos atualmente. Vingadores vs. X-Men, por exemplo, atrai uma atenção nova, já que são duas franquias de sucesso juntas. É algo que pode fazer um não-leitor sair de casa, ir até uma loja (que nem sempre é perto) para comprar uma revista. A morte de alguém importante também funciona da mesma forma.
Esse foi um dos motivos do reboot da DC em 2011. A editora queria pegar esse cara que não vai até as comic shops nas quartas-feiras e mostrar pra ele que, a partir daquele momento, existia um fato novo, uma janela que o permitiria finalmente ler Superman, Batman, Mulher-Maravilha e por aí vai. Era o momento ideal para começar uma nova rotina.
Isso tudo tem surtido efeito. Depois de alguns anos de marasmo, o mercado de quadrinhos está crescendo. Só para ficar no exemplo de março, o ComicChron informa que as vendas foram 20% melhores que há um ano, 29% maiores que há dez anos e 1% maiores que há 15, quando as editoras estavam em um grande crescimento. Nos três primeiros meses de 2013, foram vendidos 17% mais gibis que no mesmo período do ano passado.
Os números consideram apenas as revistas mensais. Nos encadernados, o crescimento é ainda maior.
Comic shops assim são poucas, mesmo nos EUA
Ainda assim, as editoras estão buscando novas alternativas. A DC, por exemplo, lançou a linhaEarth One, com encadernados que possuem as livrarias como principal foco. Não deixa de ser uma oportunidade de conquistar um público que nunca pensou em ler HQs.
Venda digital
Outro caminho que está surgindo é a internet. Nos últimos anos cresceu bastante a venda de gibis digitais para tablets, smartphones e e-readers. O ComiXology se consolidou como a principal força desse mercado. Além de ter o próprio aplicativo (que traz as principais editoras), a empresa fornece tecnologia para Marvel, DC e Image, que possuem aplicativos e sites próprios para venda.
Se por um lado os leitores sentem falta do físico, as editoras só têm elogios. Sem o custo da impressão e da distribuição, as margens de lucro são maiores. Também não existe a limitação da tiragem, é possível vender uma revista para todo o mundo no dia do lançamento e facilita na venda de edições antigas, já que basta que elas sejam digitalizadas.
Hoje, as edições digitais saem no mesmo dia que as revistas físicas são lançadas. Apesar disso tudo, não dá para acreditar, ainda, no fim da venda física, mas sim numa consolidação do digital.
Até porque é bom lembrar: as editoras PRECISAM das comic shops e seus funcionários. São principalmente eles que convencem os leitores a apostarem em novas publicações e/ou heróis.
E no Brasil?
Por aqui ainda vivemos no bom e velho tempo da banca. O que não é ruim.
Existem algumas comic shops, mas elas são insuficientes para sustentar todo um mercado editorial — que também é pequeno, aliás. As bancas, por outro lado, estão em cada esquina, além de facilitar a atração de novos leitores.
Em todas estas décadas, o Brasil se adaptou da forma que deu. Se não há espaço para dezenas de gibis mensais em bancas e comic shops, as editoras criaram as chamadas “revistas mix”, que mesclam em apenas um título várias publicações estadunidenses. Isso torna possível emplacar HQs que, apesar de boas, não teriam sucesso sozinhas.
Recentemente a Panini até que tentou apostar na criação do mercado direto. Foram lançados quatro gibis exclusivos de Os Novos 52 (o reboot da DC) para as comic shops. Apesar do sucesso das publicações de banca, as do mercado direto não tiveram sucesso e foram canceladas.
Bom, ao menos as seguidas tentativas de impulsionar o mercado direto nos EUA também surtiram efeito no Brasil. Para você ter uma ideia, a DC tem hoje NOVE revistas mensais por aqui, fora os especiais. É algo inédito na história da editora.
E é assim que se vende gibi nos EUA — e no Brasil. ;)

sexta-feira, 29 de março de 2013

Ka-Zar, um dos personagens mais antigos da Marvel



Ka-Zar
Poucos leitores mais novos sabem, mas Ka-Zar, conhecido como o Senhor da Terra Selvagem, a Marvel, é um dos personagens mais antigos da "Casa das Ideias", e nasceu nos pulps para depois migrar para os quadrinhos.
Então, mergulhe agora na história desse personagem que teve, inclusive, outros nomes.
Ka-Zar nos pulps e na Era de Ouro
A primeira versão de Ka-Zar surgiu na década de 1930. O personagem se chamava David Rand e era uma das diversas "cópias" de Tarzan existentes naquele período, como Sangroo, Kwa, Kroom, Kooga, Ki-Gor, Sheena e Jan of the Jungle.
O herói também era conhecido como Ka-Zar the Great(que pode ser traduzido livremente como Ka-Zar, o Glorioso). Sua primeira aparição ocorreu nas páginas da revista pulp Ka-Zar # 1, de outubro de 1936, da Manvis Publishing, um dos diversos selos editorias de Martin Goodman, que também era o dono da Timely Comics(que, posteriormente, viraria a Marvel).
A revista pulp Ka-Zar teve apenas três edições, entre outubro de 1936 e junho de 1937. O personagem ilustrava a capa (pintada por J. W. Scott) e era a estrela da história principal da edição - que incluía outros três ou quatro contos -, sempre assinada por Bob Byrd. Depois disso, o herói ficou esquecido entre 1937 e 1939, quando ressurgiu adaptado para os quadrinhos.
Ka-Zar
Ka-Zar apareceu nos quadrinhos em Marvel Comics # 1, o primeiro título da Timely. Essa aventura foi adaptada por Ben Thompson, baseada no conto King of Fang and Claw, originalmente escrito por Bob Byrd.
Marvel Comics moderna só reconheceu oficialmente a existência desse personagem dentro do seu Universo em All-New Official Handbook of the Marvel Universe A to Z # 6, publicado em 2006.
David Rand - sem nenhum parentesco com Daniel Rand, o Punho de Ferro - nasceu na África do Sul, em 1918. Com apenas três anos, ele viajava para o Cairo, no Egito, com seus pais, num avião que caiu nas florestas do Congo, que na época era uma colônia da Bélgica.
O garoto cresceu na selva com seu pai, John Rand, isolado das tribos locais. Seus únicos amigos eram os animais, e o mais fiel deles era Zar, um leão que ele salvara da areia movediça. Aliás, o nome Ka-Zar significa "irmão do leão".
O pai de David faleceu num confronto com o contrabandista de esmeraldas Paul de Kraft, mas posteriormente foi vingado por Ka-Zar. Nessa fase, as aventuras do herói eram bastante ligadas ao momento histórico do período, com cenários no Congo belga, Somalilândia (uma região da Somália), Etiópia, Quênia, Inglaterra e Estados Unidos.
Além de caçadores, contrabandistas e até homens-lagarto, Ka-Zar também enfrentou nazistas, fascistas e outros aliados do Eixo, durante a Segunda Guerra Mundial.
Ka-Zar
Essa adaptação de King of Fang and Claw foi lançada em seis partes (Marvel Comics # 1 e Marvel Mystery Comics # 2 a # 5), entre outubro de 1939 e março de 1940.
King of Fang and Claw, de Bob Byrd, está disponívelonline como um arquivo de texto do Projeto Guttemberg Austrália. O conto também pode ser lido, em versão html, com as ilustrações originais de L. F. Bjorklund, no site the Holloway Pages - Pulp Heroes.
As aventuras de Ka-Zar foram publicadas até a edição # 27 da revista Marvel Mystery Comics (de janeiro de 1942), sempre com arte de Ben Thompson.
Como ocorre com grande parte do material publicado na Era de Ouro, existem dúvidas sobre a autoria dos roteiros, se eram realmente de Thompson, ou de outro escritor como, por exemplo, Ray Gill, que também assinava histórias na mesma revista.
Recentemente, uma reedição dessas aventuras credita Frank Frollo como desenhista de algumas delas, o que pode ser um erro, pois diversos pesquisadores de quadrinhos estadunidenses questionam essa atribuição.
Na época, os principais heróis de Marvel Mystery Comics eram o Tocha Humana e o Anjo, ambos de Carl Burgos; e Namor, de Bill Everett.
Ka-Zar
E Ka-Zar chegou a participar de uma história do Tocha Humana, publicada em Human Torch # 5, lançada em 1941. Depois disso, o herói foi temporariamente esquecido pela editora.
Algumas aventuras do personagem foram publicadas no Brasil na revista Gibi Mensal.
Na década de 1950, quando os super-heróis estavam em baixa e os heróis da selva proliferavam, a Atlas (um dos muitos nomes usado pela Marvel) reviveu o personagem com outro nome, Lo-Zar.
Esse "clone" de Ka-Zar foi criado por Don Rico e ilustrado pelo ótimo Joe Maneely. A estreia de Lo-Zar ocorreu em Jungle Action # 1, publicado em outubro de 1954.
Curiosamente, o personagem foi xerocado mais uma vez na década de 1970, quando, para evitar um conflito com Ka-Zar, Lo-Zar teve suas histórias republicadas na revista Jungle Action (Volume 2), de 1972, com o nome de Tharn e com o cabelo ruivo, em vez de loiro.
A versão moderna de Ka-Zar
Ka-Zar
Marvel Comics voltou a dar atenção ao personagem em 1965, quando Ka-Zar foi recriado por Stan Lee e Jack Kirby, nas páginas de The X-Men # 10.
O novo Ka-Zar passou a se chamar Kevin Plunder, e é conhecido como o "Senhor da Terra Selvagem". Suas aventuras mudaram da África para um vale perdido na Antártica.
A Terra Selvagem é lugar que possuiu um clima tropical, graças a uma série de máquinas criadas por extraterrestres, e é habitada por tribos primitivas e dinossauros. O leão Zar foi substituído por Zabu, um tigre de dente de sabre. O nome do personagem passou a significar "filho do Tigre".
Essa versão foi inspirada tanto em Tarzan (e no Ka-Zar original), quanto em Tor, um herói pré-histórico criado por Joe Kubert, na década de 1950.
Suas histórias na década de 1960 foram publicadas nas revistas X-Men, Daredevil e The Amazing Spider-Man. Seu primeiro título solo, Ka-Zar, foi lançado entre 1970 e 1971, teve apenas três edições e trazia reimpressões das aventuras do personagem publicadas a partir de 1965.
Em agosto de 1970, Ka-Zar passou a estrelar Astonishing Tales, título bimestral que trazia duas histórias de dez páginas. Nos primeiros anos de publicação, ele dividia as páginas com o vilão Dr. Destino, mas, depois de oito edições, passou a ser o único personagem da revista.
Ka-Zar
Nessa fase, Ka-Zar faz amizade com Tongah e Barbara Morse - que, quase uma década mais tarde, se transformaria na heroína Harpia (Mockingbird, no original) - e enfrenta Kraven, o caçador, Garokk, o homem petrificado, Zaladane, Homem-Coisa, I.M.A. (Ideias Mecânicas Avançadas), Gog e muitos outros.
Anos mais tarde, Garokk e Zaladane foram usados por Chris Claremont e John Byrne numa história clássica dos X-Men na Terra Selvagem. E Gog voltaria numa aventura do Homem-Aranha na Terra Selvagem.
Os roteiros das HQs de Astonishing Tales são de Stan Lee, Gerry Conway, Gary Friedrich, Mike Friedrich e Roy Thomas. A arte é de Barry Windsor-Smith, Herb Trimpe, Tom Sutton, John Buscema, Sal Buscema, Gil Kane e Rich Buckler.
As histórias de Astonishing Tales # 10 e # 11 foram publicadas no Brasil em Ka-Zar # 1, da Editora Paladino.
Em 1971, Ka-Zar passou a figurar em outra revista,Savage Tales, publicada em preto e branco, no mesmo formato de A espada selvagem de Conan. Era uma publicação indicada para leitores maduros, que não trazia o selo do Comic Code Authority.
Ka-Zar
A primeira HQ nesse título, The Night of the Looter, foi escrita por Stan Lee e ilustrada por John Buscema. É uma trama simples e direta, com algumas discretas cenas de nudez (algo raro na época) da personagem Carla, umafemme fatale que desejava seduzir Ka-Zar para facilitar a obtenção do raro metal Vibranium.
Essa aventura também foi reproduzida, em cores, nas páginas de Astonishing Tales # 14, mas com uma diferença: todas as cenas de nudez foram redesenhadas por Buscema e uma sequência mais provocativa foi substituída (em texto e arte), dentro do contexto da trama - por cenas inócuas.
Conan foi o destaque de capa da revista até Savage Tales # 5, mas nas edições seguintes foi substituído por Ka-Zar. As histórias eram de Gerry Conway e dentre os artistas estavam John Buscema, Alfredo Alcala, Tony DeZuñiga, Steve Gan, Russ Heath e Sandy Plunkett.
Martin Goodman, o publisher da Marvel, não tinha grande interesse na publicação de Savage Tales, pois era um título que provocava o Comic Code Authority, e a entidade era bastante poderosa na década de 1970. Segundo Roy Thomas, logo que encontrou uma desculpa, Goodman cancelou a revista, após 11 edições.
O Senhor da Terra Selvagem deixou a revista Astonishing Tales na edição # 20 e ganhou outro título,Ka-Zar, Lord of the Hidden Jungle, em 1974. Algumas das histórias dessa fase foram publicadas no Brasil pela editora Bloch, em Ka-Zar, em sete edições publicadas entre 1975 e 1976.
No total, Ka-Zar - Lord of the Hidden Jungleteve 20 edições, publicadas bimestralmente entre 1974 e 1977.
Ka-Zar
Shanna e Ka-Zar se encontram pela primeira vez em Ka-Zar - Lord of the Hidden Jungle # 1. Nas revistas seguintes, outros personagens que retornaram foram Tongah e Bobbi Morse. No sexto número, Gerry Conway assumiu os roteiros, substituindo Mike Friedrich. John Buscema e Alfredo Alcala assinavam os desenhos.
A revista esquentou a partir da edição #12, com a históriaWizard of the Forgotten Flesh, escrita por Doug Moench e ilustrada pelo veterano Russ Heath, que marcou o início de uma das fases mais divertidas do personagem. Ka-Zar e Tongah decidem ajudar Sharka e Charn, dois membros da tribo do pântano, contra os feiticeiros Zaurai, Sheesa e seus homens lagartos.
Na sequência, Ka-Zar enfrenta Ulysses Klaw, o Garra Sônica, e os Sheenaurians (alienígenas de outra dimensão, que, num provável erro do escritor ou do letrista em algumas partes, também são chamados de Shaurians), numa aventura de várias partes, com arte de Larry Hama e Val Mayerik e texto de Doug Moench.
Também participam da aventura a repórter Tandy Snow e o radiologista Kirk Marston (que posteriormente se transformaria na criatura Garokk, numa HQ dos X-Men, da fase de Chris Claremont e John Byrne). Quando Ka-Zar e seus companheiros invadem a dimensão dos Sheenaurians, descobrem que existe outra raça alienígena no lugar, os Quarlians, estranhos humanoides que usam tubarões alados como meio de transporte. Tandy acaba sendo coroada como rainha Tandylla, pelos Quarlians.
Infelizmente, a história ficou inacabada. A Marvel cancelou a revista no número # 20, prometendo continuar a aventura num título futuro, o que ocorreu na forma de um flashback narrado por Karl Lykos (Sauron) e Ka-Zar, no clássico Uncanny X-Men # 115.
Claremont optou por um desfecho bastante simplificado, literalmente um Deus Ex Machina, envolvendo a intervenção de Zaladane acompanhada do novo Garokk (Kirk Marston), para exterminar a ameaça interdimensional e retornar a Terra Selvagem à normalidade.
Ka-Zar
Depois disso, Ka-Zar só voltou a ganhar um título regular em 1981, na aclamada série Ka-Zar the Savage, com texto de Bruce Jones e arte de Brent Anderson. Foi nessa série, de 34 edições, que ele e Shanna se casaram no número #29.
Em 1990, o personagem ganhou uma graphic novelKa-Zar - Guns of the Savage Land, com enredo de Chuck Dixon e Timothy Truman,layouts de Gary Kwapisz e pintura de Ricardo Villagrán. Também estão na história Shanna, Zabu e Wyatt Wingfoot.
Mark Waid e Andy Kubert assumiram as histórias do herói, em Ka-Zar, série de 1997 com 20 edições publicadas. Uma das grandes inovação foi a introdução de Matthew Plunder, o filho de Ka-Zar e Shanna. Thanos, mais acostumado a enfrentar super-heróis cósmicos, é um dos vilões dessa fase.
O herói também participou do eventoFlashback, no qual todas as revistas da Marvel estamparam o número # 1 na capa, e as histórias se passavam no passado dos personagens. Para realçar esse efeito, a editora usou o mesmo logo da série Ka-Zar - Lord of The Hidden Jungle, de 1974. O enredo é de Mark Waid e Todd DeZago e a arte é de John Cassaday.
Ka-Zar
Em 1997, o herói ganhou ainda Ka-Zar of the Savage Land # 1, uma edição especial com roteiro de Chuck Dixon e arte de Frank Teran, na qual Ka-Zar e Shanna enfrentam Sauron.
Quatro anos depois, em 2011, a Marvel lançou uma minissérie de Ka-Zar, de cinco edições, com texto de Paul Jenkins e arte de Pascal Alixe. O filho de Ka-Zar e Shanna, Matthew, participa da história.
A última participação regular de Ka-Zar no Universo Marvel ocorreu na minissérie de 2011 Skaar, King of the Savage Land, de Rob Williams e Brian Ching. Nela, Skaar, o filho do Hulk com a alienígena Caiera, enfrenta Ka-Zar, Shanna, Devil Dinossaur, Moon Boy, o caubói Two-Gun Kid e outros, pelo domínio da Terra Selvagem.
Desde então, o herói aguarda por mais um retorno, que, a julgar por sua história nos quadrinhos, certamente acontecerá.
Comente este artigo no Blog do Universo HQ.
Sérgio Codespoti mora em Luxemburgo, mas adoraria ter um portal para a Terra Selvagem.
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Fonte: Universo HQ

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Stan Lee, gênio dos quadrinhos, completa 90 anos


Stan Lee
O dia 28 de dezembro de 2012 é especial para o mundo dos quadrinhos. Nesta sexta, Stan Lee, gênio das HQs, completa 90 anos bem vividos e aproveitados.
Quando Stanley Martin Lieber nasceu, em Nova York, o mundo não conhecia os super-heróis da forma que nós conhecemos hoje. A ordem mundial havia mudado após o encerramento da Primeira Guerra Mundial e o mundo se encaminhava para um segundo grande confronto. É graças a alguns gênios como ele que crianças e adultos de 2012 podem sonhar com um mundo cheio de superseres cujos poderes incluem andar pelas paredes como aranhas e ter força suficiente para arremessar tanques de guerra como se fossem bolinhas de papel.
A carreira de Lee nas editoras de HQs começou de forma pouco promissora, como uma espécie de faz-tudo da Timely Comics. Mas quando os editores Joe Simon e Jack Kirby deixaram a empresa, em 1944, Lee foi promovido a editor-interino, com apenas 19 anos.
Desde então, Lee só cresceu. Entre seus filhos mais queridos pelo público estão Quarteto Fantástico, Homem de Ferro, Homem Aranha, Hulk, Demolidor e os mutantes de X-Men.
Stan Lee seguiu também para televisão, em que apresentou um reality show de super-heróis reais. Mas sua participações mais divertidas são, sem dúvida, nos filmes com os heróis da Marvel, como um vendedor de cachorro-quente em X-Men, de 2000, ou um senhor que joga xadrez e não acredita que super-heróis estejam em Nova York, no recente Os Vingadores.
Fonte: Revista Rolling Stone

domingo, 5 de agosto de 2012

Confirmado: novo filme dos X-Men se chamará "Dias de um Futuro Esquecido"


Dias de um Futuro Esquecido
Os rumores vinham desde junho, mas agora está confirmado. De acordo com o produtor Bryan Singer, a continuação de X-Men - Primeira Classe realmente se chamará X-Men - Dias de um Futuro Esquecido.
A revelação foi feita durante uma entrevista ao site IGN. "O nome é Dias de um Futuro Esquecido. A história lidará com aspectos da saga dos quadrinhos, mas também com algumas coisas novas. Será um filme bastante ambicioso", disse.
Singer, que dirigiu X-Men - O Filme e X-Men 2, acha que o universo dos mutantes é tão amplo quanto o restante doUniverso Marvel e existe um interesse em expandir os personagens e fazer conexões entre os vários filmes.
A direção, mais uma vez, será de Matthew Vaughn e o elenco do longa-metragem anterior voltará para a nova produção.
O roteiro ainda está sendo escrito e não foram revelados detalhes da trama. Entretanto, é possível que apresente algumas mudanças significativas em relação aos quadrinhos, já que a franquia cinematográfica atual apresenta personagens bem diferentes.
As filmagens estão programadas para começar em janeiro de 2013. O lançamento nos cinemas acontecerá no dia 18 de julho de 2014.
Dias de um Futuro Esquecido foi publicado na década de 1980, com roteiros de Chris Claremont e arte de John Byrne, e se tornou uma das histórias mais cultuadas dos personagens. Na trama, num futuro em que todos os mutantes são chacinados ou mantidos em campos de concentração pelas mãos dos robôs Sentinelas, não parece haver esperança frente a uma iminente guerra nuclear. Cabe aos remanescentes dos X-Men voltar ao passado para tentar modificar o horror em que o presente se transformou.
Saiba mais sobre o enredo da saga "Dias de um Futuro Esquecido", clicando aqui.

TROPA ALFA (Alpha Flight)


 

A Tropa Alfa (Alpha Flght) foi uma das maiores equipes de super-herois da editora Marvel Comics.  

Criada pelo lendário John Bryne em 1979, a Tropa apareceu pela primeira vez em "Uncanny X-Men" 120, em abril daquele ano, como grupo de apoio a uma série de histórias dos X-Men, mas a aceitação do público os levou a conseguir sua própria revista.


A Tropa Alfa original era composta por Aurora (Jeanne-Marie Beaubier), Estrela Polar (Jean-Paul Beaubier), Sasquatch (Walter Langkowski), Pássaro da Neve (Narya), Shaman (Michael Twoyoungmen), Guardião (James Macdonald Hudson). Na formação que aparece na figura acima está presente ainda o Pigmeu (Eugene Milton Judd).


Os membros do super-grupo foram reunidos para formar a equipe guardiã do Canadá, criada pelo Departamento H. Sua primeira missão foi capturar Wolverine (conhecido à época como Arma X). O próprio Wolverine, também canadense, chegou a atuar com a equipe em alguns episódios, mas posteriormente juntou-se em definitivo aos X-Men. 


Em 2004, a editora Marvel Comics lançou a série "All-New, All-Different" Alpha Flight, numa tentativa de juntar novamente a extinta equipe com novos e alguns antigos membros, contudo, a série foi cancelada na edição de número 12, devido às baixas vendas.

Segundo tem informado a imprensa especializada, a Marvel planeja promover o retorno da Tropa Alfa, provavelmente no mês de outubro desse ano, ao lançar o evento "Chaos War", que deverá contar com minisséries e edições especiais.

Fontes: www.guiadosquadrinhos.com / http://pt.wikipedia.org / http://www.universohq.com



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