domingo, 1 de maio de 2011

Todo mundo odeia o Chris

A série reproduz passagens da infância do comediante americano Chris Rock e a vida da sua família entre os anos de 1982 a 1987, no ambiente de Bedford-Stuyvesant (conhecida como "Bed-Stuy"), no Brooklyn, em Nova York. Nesse local se desenrolam, em tons sarcásticos e humorísticos, as aventuras, frustrações e desventuras do adolescente.

Numa breve análise do contexto social e ideológico da programa podemos destacar algumas questões subjacentes à intenção primeira de toda comédia, que é entreter as pessoas com boas doses de situações hilárias.

Chris é o único negro que estuda na "Corleone Junior High School", escola pública frequentada predominantemente por alunos brancos, a duas horas do seu bairro. No ambiente escolar ele é vítima de toda ordem de preconceitos (sobretudo por parte de uma professora branca e racista que no fundo tem uma queda por homens negros e, pasmem, por uma colega oriental que edita o jornal escolar). 



O garoto é alvo constante de  chacotas, desmoralizações,  bem como de agressões físicas e morais por parte de vários personagens ao longo dos episódios, mas sobretudo é alvo da perseguição de um aluno branco de sua escola, o personagem Joe Caruso (vejam como o bullying já existe a um bom tempo, não é mesmo).

Apesar disso, o personagem central não é aquilo que se poderia chamar de aluno problema (embora se envolva em situações inusitadas). Muito pelo contrário!

O cara na verdade é todo certinho. Bem intencionado, pensa no bem dos outros, respeita a figura dos pais, cuida dos dois irmãos mais novos e aparenta uma postura bastante madura para um garoto de treze anos, oprimido pela pobreza do gueto, pela falta de perspectiva da família, pelos sentimento de inferioridade enraizado nos próprios membros de sua família e pelo preconceito racial.

Infelizmente, como demonstra o seriado, mesmo todas as virtudes de Chris não são capazes de despertar nos demais personagens o respeito e a admiração que lhes seriam merecidas.

Um exemplo disso é a sua própria mãe, uma dona de casa centralizadora e mandona que tem sonhos de consumo incompatíveis com sua condição social, vive gritando com os filhos e mimando os irmãos mais novos de Chris. Na maioria dos episódios da série, Rochele, personagem vivida pela atriz Tichina Arnold, sobrecarrega o filho de tarefas e responsabilidades, punindo-o por qualquer pequeno escorregão, enquanto, de outro lado, demonstra complacência para com Drew e Tanya, dois jovens manipuladores e dissimulados.

Outro personagem que encarna o estereótipo do explorado, que se sacrifica para dar um pouco de dignidade à família, mas, ainda assim, não 
vê perspectivas de ascensão social é Julius, o pai de Chris, interpretado pelo grandalhão careca Terry Crews. 


Julius batalha em dois empregos, ganha pouco, tem fama de pão duro, passa o dia inteiro fora de casa, tem pouco tempo para os filhos mas, ainda assim, talvez seja o personagem cujos ensinamentos melhor sirvam ao primogênito, transmitindo-lhe importantes lições de vida.

Ao fim da 3ª temporada, Chris forma-se na Corleone junto com Greg e a partir da temporada seguinte passa a cursar o ensino médio no Tattaglia High School, no Queens, com outros alunos negros.



No último episódio da série, que foi ao ar nos EUA em maio de 2009, após abandonar os estudos por haver repetido de ano e ter se atrasado em relação aos demais colegas, o personagem Chris aguardava o resultado de um supletivo que decidiria seu futuro educacional e, porquê não, na vida.

Elenco:
Tyler James Williams
Chris Rock

Tequan Richmond
Drew Rock

Vincent Martella
Greg

Terry Crews
Julius Rock

Chris Rock
Narrador

Tichina Arnold
Rochelle Rock

Imani Hakim
Tanya Rock



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Christopher Julius Rock III, nascido em Andrews, South Carolina em 07 de fevereiro de 1965, é um comediante e ator americano.
Cresceu em Bedford-Stuyvesant High Scchool, onde foi presidente do grupo de xadrez e da Liga dos Alunos Negros.
Chris Rock, filho de Christopher Julius Rock II e Rosalie Tingman Rock (chamada no seriado de Rochelle), possui 7 irmãos, dentre eles Tony, Kenny e Charles (falecido), mas somente dois aparecem no seriado, Andrew (Drew) e Tonya.

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O seriado “Everybody Hates Chris”

Exibido entre setembro de 2005 e maio de 2009 pela emissora de televisão The CW, atualmente é exibido no Brasil pela emissora Record.

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Chris Rock é o personagem mais infeliz e azarado da série. Porém, é em torno dele e a partir de sua personalidade que irradiam os momentos mais interessantes da série.

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Julius Rock: o pai de Chris é o filho mais velho de quinze irmãos, por isso teve de aprender a se virar, tornando-se um homem trabalhador que aprendeu a dar valor a cada centavo.

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Rochelle Rock: a mãe autoritária de Chris, manda no marido, grita com a família inteira mas, vez ou outra, também mostra seu lado protetora.

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Drew Rock: é o irmão do meio. Personagem mais sortudo da série, atrai as garotas com as quais Chris não tem sequer uma chance.

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Tonya Rock: irmã mais nova de Chris e única filha do casal Rochele e Julius, ela é capaz de conseguir qualquer coisa através de chantagens, mentiras e dissimulações.

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Greg Wuliger: garoto branco, ítalo-americano, conselheiro e melhor amigo de Chris. É quase seu alter ego, se assim pudermos dizer.

2 comentários:

  1. Oi professor, tudo bem? Bom reencontrá-lo aqui. Sobre o texto, quero dizer que gosto muito do seriado Todo mundo odeia o Chris e não me canso de ver até os episódios repetidos. Apesar da entonação humorística, a série mostra uma realidade de muito preconceito racial e discriminação. Mas também traz um exemplo de superação na figura do Chris que, apesar das inúmeras dificuldades, preserva os valores e batalha para continuar os estudos e ajudar a família. Acho muito bonita a relação que é retratada entre as personagens de Chris e Greg, que constroem uma grande amizade, mesmo com as diferenças. Grande abraço!

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  2. Querida Raíla!!! Quanto tempo!! Fico muitíssimo feliz por tê-la aqui, participando do blog com seu ilustre comentário.
    Concordo plenamente com sua colocação a respeito da amizade entre os personagens Chris e Greg. Ela é verdadeira, sem medir as diferenças raciais ou culturais. E o Chris, apesar das agruras por que passou é mesmo um grande guerreiro, pois não sucumbiu aos obstáculos que a vida lhe trouxe, perseverou e venceu.
    Grande abraço pra você.

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