A greve dos motoristas de ônibus rodoviários mais uma vez deixa a população de São Luís sem transporte coletivo. Ontem – apesar de o Tribunal Regional do Trabalho ter mandado, na sexta-feira, os motoristas colocarem nas ruas 80% da frota –, não se via sequer um ônibus circulando na cidade.
Justificando o descumprimento da decisão do desembargador José Evandro de Souza, do TRT-MA, o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Dorival Silva, afirmou apenas que não poderia obrigar a categoria a trabalhar. O valor da multa diária pelo descumprimento da decisão judicial é de R$ 50 mil.
Os rodoviários reivindicam reajuste de 16% no salário, aumento do tíquete alimentação (de R$ 315 para R$ 450), pagamento de 100% das horas extras, inclusão de dois dependentes no plano de saúde e plano odontológico.
Milhares de pessoas foram prejudicadas pela greve – que prossegue hoje –, tendo dificuldades para se deslocar ao trabalho, à escola e outros compromissos.
“Estou há duas horas esperando um ônibus e não passou nenhum. Tenho de chegar ao meu serviço na Cohama, e até agora não consegui sair da parada. É um absurdo ficar sem transporte”, disse a trabalhadora doméstica Débora Cristina Castro, 33 anos, moradora da Vila Embratel.
Na garagem da empresa Taguatur, no Anjo da Guarda, vários motoristas e cobradores estavam sentados em forma de protesto. Nenhum dos trabalhadores quis falar com equipe do Jornal Pequeno, alegando que não estavam autorizados dar entrevista.
Diretores do Sindicato dos Motoristas, que também estavam no local, igualmente se negaram a prestar qualquer tipo de informação.
Congestionamento – Com a greve, muitas pessoas que possuem carro, mas que geralmente utilizam ônibus, resolveram tirar o veículo da garagem. Isso gerou congestionamentos em algumas das principais avenidas de São Luís.
Na Avenida dos Franceses, um enorme engarrafamento tomou conta da via, no sentido Centro. Os motoristas que passaram pelo local enfrentaram o trânsito lento, que começou antes da Rodoviária e chegava até o retorno que dá acesso a Avenida dos Africanos.
Na área Itaqui-Bacanga um enorme congestionamento tomou conta da Avenida dos Portugueses, sentido centro. A lentidão no trânsito começava na barragem do Bacanga e se estendia até o Bairro da Vila Embratel. “Muitas pessoas que não tem habilidade no trânsito tiraram o carro da garagem e por isso causou esse enorme engarrafamento”, disse o taxista Reinaldo Lopes, 45 anos.
Transporte alternativo – A paralisação dos Rodoviários gerou lucros para as pessoas que trabalham com transporte alternativo. Na área Itaqui-Bacanga muitos trabalhadores informais aproveitaram a greve para lucrar com seu trabalho.
A população podia se deslocar para o Centro mediante o pagamento da tarifa de R$ 2. A equipe do Jornal Pequeno flagrou o momento em que vans e carros de passeio pegavam pessoas com destino ao Mercado Central. Danilo Artuh Marques, 21 anos, disse ter conseguido a quantia de R$ 60 das 6h às 9h da manhã. “Minha expectativa é de conseguir no mínimo R$ 300. Vou aproveitar essa greve para faturar mais”, contou. No entanto, para os taxistas, a greve dos rodoviários não gerou lucros, pois a população preferiu pagar R$ 2 no transporte alternativo para se deslocar ao Centro, do que R$ 10 em um táxi pelo mesmo trajeto.
Do Jornal Pequeno Online
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