quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Governo deve ajudar empresas nacionais a comprar estatais europeias



Agencia Brasil




São Paulo - O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, disse hoje (26) que o governo brasileiro deve ajudar empresas nacionais a comprar companhias estatais europeias. Segundo ele, com a crise, países da região terão que vender parte de seu patrimônio e o Brasil pode aproveitar a oportunidade para aumentar sua presença internacional. "O momento internacional é estratégico", declarou. "Os empresários brasileiros precisam ver a crise como uma oportunidade", completou o ministro.

Mercadante participou hoje (26) de uma das sessões do 6º Encontro Nacional da Indústria (Enai), em São Paulo, onde informou que o governo brasileiro já monitora oportunidades de negócios em países europeus em crise. Segundo ele, Portugal, Espanha e Itália, já anunciaram que vão vender parte de suas estatais: empresas de energia, correios e aviação, por exemplo. Só na Itália, o valor das companhias à venda deve chegar aos 100 bilhões de euros (cerca de R$ 245 bilhões).

O ministro disse que é interessante para o Brasil que empresas nacionais entrem na disputa. Por isso, o governo deve apoiar financeiramente os projetos de compra que surgirem. "O Estado brasileiro tem que ser parceiro", disse o Mercadante. "Se for um projeto, se for alguém que tenha condição de tomar crédito, seguramente o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] estará pronto para apoiar."

O ministro também confirmou que o governo vai aumentar o índice de nacionalização dos automóveis vendidos no Brasil. Como anunciou ontem (25) o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o índice, que serve de base para incentivos fiscais e atualmente em está 65%, deve mudar em 2013. Para Mercadante, esse percentual é pequeno no Brasil. Na China, segundo o ministro, ele chega a 90%.

O ministro disse ainda que índices de nacionalização para outros setores produtivos também estão em estudo. Na avaliação de Mercadante, isso deve ajudar o Brasil a fortalecer sua indústria e não "exporte" empregos para outros países.

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