quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A capa da invisibilidade


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Harry Potter e sua capa da invisibilidade
Uma das últimas mágicas propostas por pesquisadores está ligada à capa de invisibilidade, que vem ganhando avanços incríveis e está cada vez menos distante de se tornar algo concreto. Há cerca de 10 anos, uma primeira geração dessas vestimentas começou a ser desenvolvida. Trata-se de uma roupa feita com material retro-reflexivo, no qual uma imagem é projetada. Isso é possível com a ajuda de uma câmera e de um computador, que captam a imagem e calculam as perspectivas e os ângulos de reflexão, a fim de que uma simulação perfeita seja realizada. Ou seja: é como se pudéssemos enxergar o que está acontecendo do outro lado da capa, o que faz com que quem a esteja usando ganhe uma certa característica de invisibilidade.
Os avanços e as novas propostas

Em informações publicadas na base de dados arXiv, em junho desse ano, Moti Fridman e Alexander Gaeta (da Universidade de Cornell, EUA) apresentaram um dispositivo que pode fazer com alguns eventos se tornem simplesmente invisíveis. Não foram apontados muitos detalhes, já que possivelmente um artigo sobre o assunto sairá na importante revista Nature. O básico da pesquisa, entretanto, pode ser percebido. A idéia dos pesquisadores é a de criar um ponto cego no tempo, durante o qual um evento pode acontecer sem ser notado.

Essa perspectiva teórica de uma capa para o espaço-tempo, algo também chamado de “editor da história”, foi aberta por um trabalho publicado no início do ano por Martin McCall e Kinsler Paul, do Imperial College. Os físicos explicaram que quando a luz passa através de determinados materiais, como algumas lentes, as ondas que a compõe se tornam mais lentas. É possível, entretanto, construir uma lente que divida a luz em dois, de modo que a metade - os comprimentos de onda mais curtos, por exemplo - acelerem, enquanto a outra metade, os comprimentos de onda mais longos, fique mais vagarosa. Isso abre uma lacuna na percepção da luz na qual um acontecimento pode ser escondido, já que metade das ondas chega aos olhos antes de o evento ter acontecido, enquanto que a outra só chegará depois.
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A primeira geração de capas de invisibilidade
Os experimentos de Fridman e Gaeta seguem esse mesmo padrão. Eles usaram um conjunto de lentes para abrir uma brecha em um feixe de luz, abrandando longos comprimentos de onda como os da luz vermelha, e acelerando ondas curtas, como as do azul. Com um segundo conjunto de lente, os cientistas fecharam a abertura existente pelo descompasso entre as ondas, fazendo com o feixe de luz ficasse igual ao do início. Os experimentos indicam que, nesse momento, é possível esconder um evento que dure cerca de 1,25 microssegundo. A expectativa é a de que esse tempo seja aumentado indefinidamente.

Estamos ainda longe de termos uma capa tão boa quanto à de Harry Potter, mas tudo indica que um dia ainda chegaremos lá, ainda que nossa bruxaria seja um pouco diferente.

Fonte: Click e aprenda UOL

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