quinta-feira, 27 de julho de 2017

A LITERATURA COMO REMÉDIO: OS CLÁSSICOS E A SAÚDE DA ALMA | DANTE GALLIAN

domingo, 7 de maio de 2017

Como a evolução transformou os gatos em animais solitários

GatoDireito de imagemPIXABAY
Image captionPara os gatos, os benefícios da vida em grupo não compensam ter que dividir comida
Quão difícil pode ser domar um gato?
Pergunte a Daniel Mills, professor de Veterinária comportamental na Universidade de Lincoln (Reino Unido). Em um estudo recente, Mills e sua colega Alice Potter comprovaram de modo científico o que já se sabia na prática: gatos são mais autônomos e solitários do que os cachorros.
Apesar de envolver a já famosa reputação dos gatos, executar essa pesquisa foi mais difícil do que poderia parecer.
"Eles são complicados se você quer que façam algo de uma certa maneira", diz Mills. "Eles tendem a fazer o que querem."
Donos de gatos do mundo inteiro irão concordar. Mas por que exatamente os gatos são tão relutantes em cooperar, seja entre si ou com humanos? Ou, perguntando de outra forma, por que tantos outros animais - domésticos ou selvagens - têm espírito de equipe?
A vida em grupo é comum na natureza. Pássaros formam bandos e peixes, cardumes. Predadores frequentemente caçam juntos. Até mesmo o leão, parente do gato doméstico, vive em grupo.
Para as espécies que são caçadas por outras, obviamente há uma estratégia de maior segurança em um bando. "Chama-se efeito de diluição", diz o biólogo Craig Packer, da Universidade de Minnesota (EUA).
"Um predador só consegue matar um, e se há cem da mesma espécie isso reduz as chances de cada um deles ser pego para 1%. Mas se você estiver sozinho você será escolhido 100% das vezes."
ZebrasDireito de imagemALAMY
Image captionZebras atravessam rio em grupo na África
Animais em bando também se beneficiam do efeito "muitos olhos atentos": quanto maior o grupo, é mais provável que alguém perceba um predador se aproximando. "E quanto mais cedo você detectar o predador, mais tempo tem para iniciar a fuga", diz Jens Krause, da Universidade de Humboldt em Berlim, Alemanha.
Essa vigilância coletiva traz outras vantagens. Cada um pode gastar mais tempo e energia procurando por comida. E não se trata apenas de evitar predadores. Animais que socializam em grupos não precisam perambular em busca de companheiros, o que é um problema para espécies solitárias que vivem em territórios amplos.
Uma vez que se reproduzem, muitos animais que vivem em grupo adotam a máxima "é necessária uma aldeia inteira para criar uma criança", com os adultos trabalhando em equipe para proteger ou alimentar os mais novos.
Em várias espécies de pássaros, como a zaragateiro-árabe de Israel, os pequenos permanecem em grupos de familiares até que eles estejam prontos para procriar. Eles dançam em grupo, tomam banho juntos e até trocam presentes entre si.

Princípio 'Volta da França'

Viver em grupo também poupa energia. Os pássaros que migram juntos ou os peixes que vivem em cardumes se movimentam com mais eficiência do que os mais solitários.
É o mesmo princípio que os ciclistas da Volta da França utilizam quando formam um pelotão. "Os que estão mais atrás não precisam investir tanta energia para atingir a mesma velocidade de locomoção", diz Krause.
Como pinguins e morcegos podem atestar, a vida pode ser mais calorosa quando se vive cercado de amigos.
Pinguins-imperadores (Aptenodytes forsteri)Direito de imagemALAMY
Image captionOs pinguins-imperadores (Aptenodytes forsteri) se agrupam para suportar o frio
Com tantos benefícios, pode parecer surpreendente que qualquer animal rejeite seus companheiros. Mas, como os gatos domésticos demonstram, a vida em grupo não é para todos. Para alguns animais, os benefícios da coletividade não compensam ter que dividir comida.
"Chega a um ponto em que se alimentar com outros indivíduos com grande proximidade reduz a sua quantidade de alimento", diz John Fryxell, biólogo da Universidade de Guelph, no Canadá.
Um fator-chave para essa decisão é ter alimentação suficiente, o que depende de quanta comida cada animal precisa. E os gatos têm um gosto caro. Por exemplo, um leopardo come cerca de 23 kg de carne em poucos dias. Para gatos selvagens, a competição por alimentos é cruel, e por isso leopardos vivem e caçam sozinhos.
Há uma exceção à regra de felinos solitários: leões. Para eles, é uma questão territorial, diz Packer, que passou 50 anos de sua vida estudando os leões africanos. Alguns locais da savana têm emboscadas perfeitas para a caça, então controlar esse lugar resulta em uma vantagem significativa em termos de sobrevivência.
"Isso impõe sociabilidade porque você precisa de equipes para dominar seu bairro local e excluir outros times. Assim, o maior time vence", diz Packer.
O que torna essa vida em grupo possível é que a presa de um único leão - um gnu ou uma zebra - é grande o bastante para alimentar várias fêmeas de uma vez só. "O tamanho da caça permite que eles vivam em grupos mas é a geografia o que realmente os leva a viver em grupos", diz Packer.
Não é a mesma situação dos gatos domésticos, já que eles caçam animais pequenos. "Eles vão comê-lo inteiro", diz Packer. "Não há comida o suficiente para dividir."
Gatos e ratoDireito de imagemLIFE ON WHITE/ALAMY
Image captionGatos comem um rato inteiro por vez, sem possibilidade de dividir

Domesticação

Essa lógica econômica está tão integrada ao comportamento dos gatos que parece improvável que até mesmo a domesticação tenha alterado essa preferência fundamental por solidão.
Isso é duplamente verdade quando você leva em consideração o fato de que os humanos não domesticaram os gatos. Em vez disso, em seu próprio estilo, os gatos domesticaram a si mesmos.
Todos os gatos domésticos são descendentes dos gatos selvagens do Oriente Médio (Felis silvestris), o "gato-do-mato". Os humanos não coagiram esses gatos a deixar as florestas: eles mesmos se convidaram a entrar nos alojamentos de humanos, onde havia uma quantidade ilimitada de ratos ao seu dispor.
A invasão a essa festa de ratos foi o início de uma relação simbiótica. Os gatos adoraram a abundância de ratos nos alojamentos e depósitos e os humanos gostaram do controle grátis da infestação de ratos.
Os gatos domésticos não são completamente antissociais. Mas sua sociabilidade - em relação a outro humano ou entre eles - é determinada inteiramente por eles, em seus próprios termos.
"Eles mantêm um nível alto de independência e se aproximam de nós apenas quando querem", diz Dennis Turner, especialista em comportamento animal no Instituto de Etologia Aplicada e Psicologia Animal em Horgen, Suíça.
"Os gatos desenvolveram muitos mecanismos para se manter à parte, o que não os conduz para a vida em bando", diz Mills. Os gatos marcam seu território para evitar encontros constrangedores entre si. Se eles acidentalmente se toparem, os pêlos são levantados e as garras saltam para fora.
Gatos brigamDireito de imagemBLICKWINKEL/ALAMY
Image captionGatos domésticos têm uma tendência a brigar
Em determinadas circunstâncias pode parecer que os gatos domésticos adotaram a vida coletiva, como quando um grupo vive junto em um galpão. Mas não se engane. "Eles têm laços muito frouxos e não têm uma identidade real como grupo", diz Fryxell. "Eles só gostam de ter um lugar comum para deixar seus filhotes."
Aliás, mesmo diante de um grande perigo, quando eles se unem para se defender, é pouco provável que os gatos colaborem entre si. "Não é que algo que eles tipicamente façam quando se sentem ameaçados", diz Monique Udell, bióloga da Universidade de Oregon (EUA).
Os gatos simplesmente não acreditam na força de um grupo. Tudo isso ajuda a explicar por que os gatos têm a reputação de dominação impossível. Ainda assim, há evidências de que o desprezo dos gatos pela vida em grupo possa ser uma fraqueza.

Caixa-preta da menta felina

Um estudo publicado em 2014 no periódico científico Journal of Comparative Psychology investigou os traços de personalidade dos gatos domésticos. A conclusão foi que manter-se solitário e desinteressado torna os gatos neuróticos, impulsivos e resistentes a ordens.
Curiosamente, no entanto, os gatos domésticos parecem capazes de cooperar um pouco mais que seus parentes selvagens. Quando os pesquisadores compararam o gato doméstico a quatro selvagens - o gato selvagem escocês, o leopardo-nebuloso, o leopardo-da-neve e os leões africanos -, os gatos domésticos foram os que mais se aproximaram dos leões em termos de personalidade.
LeoasDireito de imagemAFRICA PHOTOBANK/ALAMY
Image captionLeoas vivem em grupo, diferentemente de outras espécie de felinos
É preciso dizer que os gatos domésticos trilharam um longo caminho a partir de seus ancestrais até aqui em termos de tolerar a companhia um do outro. Mesmo que gatos morando em galpões formem laços frouxos, eles ainda demonstram um nível impressionante de aceitação da presença do outro nesses espaços confinados.
Em Roma, cerca de 200 gatos vivem lado a lado no Coliseu, enquanto na ilha de Aoshima, no Japão, o número de gatos supera o de pessoas em uma proporção de seis para um. Essas colônias podem não ter tanta cooperação, mas estão bem avançadas em relação ao passado solitário dos gatos domésticos.
Enquanto isso, pode ser mais fácil para pesquisadores encontrar os gatos "no meio do caminho" ao realizar seus experimentos, fazendo certas concessões.
Quando Udell fez suas primeiras experiências com gatos, enfrentou uma série de dificuldades ao tentar motivar suas cobaias a participar de certa atividade. Ela já havia trabalhado com cachorros, que estariam dispostos a fazer qualquer coisa em troca de um petisco.
Os gatos, contudo, eram mais exigentes. Com o passar do tempo, Udell percebeu que teria mais sucesso se desse aos gatos a opção de escolher sua recompensa.
"Acho que parte do desafio é o quanto sabemos sobre os gatos", diz. Se os cientistas começarem a entrar na caixa-preta que é a mente felina, a domesticação à força pode ser substituída por uma coerção mais astuta.
"Muito do comportamento animal - incluindo uma afinidade ou resistência à domesticação - é profundamente ligado ao circuito neural. Portanto, parece pouco possível deixar para trás anos de seleção natural", diz Fryxell.
"Mas quem sabe? Obviamente, leões conseguiram essa proeza, então deve ser possível que mutações ocorram", diz ele. "E se eles conseguiram fazer isso, talvez domesticar gatos não seja uma ideia tão maluca, afinal de contas."
Fonte: Site da BBC Brasil

domingo, 30 de abril de 2017

Preparing the future of Work We Want by Deborah Greenfield

Deborah Greenfield, ILO’s Deputy Director-General for Policy
The ILO’s centenary in 2019 will arrive at a time when the world of work is at a crossroads. On the heels of the Great Recession that brought global unemployment levels to 200 million and led to widespread insecurity, labour markets across the world are undergoing deep transformations. These changes oblige us to rethink what work means and what it entails. They are also challenging societies to find ways to ensure that work delivers the jobs and incomes that people need.
For generations, work entailed for many of us – especially in the developed world – much more than a job. It was not only where we went to sustain our livelihoods and those of our families, but also where we created professional and personal communities. We were also rewarded for our efforts with a regular and fair wage, benefits such as retirement income, and some measure of security in case of illness or injury. In exchange for our efforts we were also granted a certain level of security: we knew when the next pay cheque was coming and were afforded some guarantees in case we fell or had an accident. The nature of this contract often led us to work for the same employer over an entire career.
For some workers in the developing and emerging world, especially those with a public sector or manufacturing job, this was also the case. For many others such a decent job was beyond reach but it was an aspiration. Managers, in turn, were rewarded with a stable workforce that they could train.
Today, the world of work is witnessing an erosion of the classical employee-employer relationship. An increasing share of the world’s workforce is employed in what the ILO calls “non-standard” forms of employment (NSE). This includes temporary work, part-time and on-call work, multi-party employment relationships such as “dispatch work” or disguised employment and dependent self-employment relationships. The rise of the “gig” or “on-demand” economy in recent years, whereby work is mediated through online web platforms or apps, has brought renewed attention to these forms of work. In addition, the place of work has also changed, with many more workers taking advantage of developments in information technology to work from home or for themselves.
For some, working in NSE is an explicit choice that has positive outcomes. Part-time work, for example, can allow workers to combine paid work with child-rearing, elder care, studies or further training. Yet for many others it is associated with insecurity, not only in terms of employment, earnings and hours, but also in fundamental workplace issues such as the right to a safe and healthy workplace and representation and voice.
Indeed, in some instances NSE has helped improved work-life balance via increased autonomy to organize one’s working time – facilitated by new technologies where one is not always obliged to be “at the office”. However, this has led to longer hours and increased ambiguity between paid work and personal time that requires people to be constantly available – all of which is associated with higher levels of stress and questions about compensation.
Similarly, non-standard employment allows enterprises to adjust their workforces in response to changes in demand and scheduling needs or to replace temporarily absent workers. Yet an over-reliance on the use of temporary workers can lead to productivity challenges, as enterprises lose the incentive to invest in training of their staff or in organizational and technological innovations.
Looking forward to ILO’s centenary, these new forms of work are likely to intensify in the age of digitisation and new technologies. At this important crossroads, government, employers and workers policy approaches must evolve in parallel. This is one reason why on April 6-7, the ILO will bring together leading global experts to discuss “the Future of Work We Want.” This landmark event presents an important step to gain greater understanding of the changes we are witnessing and to develop effective policy responses that can shape the future of work.
We recognize policies are needed to ensure that all types of work arrangements constitute decent work, as no contractual form is immune to the ongoing transformations in the world of work. While the years ahead will undoubtedly bring new changes, the dependence on work for one’s livelihood and the effect of work on a person’s overall well-being will not change. It is thus incumbent on governments, as well as employers, workers and their organizations, through national, regional and international efforts, to focus on these challenges in the context of the future of work, with the goal of promoting decent work for all.
Fonte: International Labor Organization

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Câmara aprova em segundo turno filtro para recurso especial


Por 376 votos favoráveis e sete votos contrários, a Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira (15), em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 209/2012, que cria um filtro para a admissão dos recursos especiais. A proposta agora será encaminhada ao Senado Federal. 
A PEC 209 tem como autores a ex-deputada e atual senadora Rose de Feitas e o ex-deputado Luiz Pitiman. Ela pretende reduzir o excessivo número de recursos que chegam ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e viabilizar o cumprimento de sua missão essencial, que é a interpretação do direito federal infraconstitucional.
Congestionamento
De acordo com a proposta, para que o recurso especial seja admitido, deve ser demonstrado que a questão discutida tem repercussão relevante do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassa os interesses subjetivos da causa.
Segundo os autores, a ideia é evitar o congestionamento de recursos especiais no STJ relativos a causas de menor relevância, temas corriqueiros, que não extrapolam o mero interesse individual das partes envolvidas.
Filtro de relevância
O texto insere o parágrafo 1º ao artigo 105 da Constituição Federal para que a admissão do recurso especial siga os moldes da repercussão geral exigida para o recurso extraordinário dirigido ao Supremo Tribunal Federal (STF) – com a demonstração da relevância das questões jurídicas discutidas pelo recorrente.
Sem o filtro da relevância, o tribunal tende a funcionar como mera instância de revisão dos julgados dos Tribunais de Justiça e dos Tribunais Regionais Federais, diluindo seu papel constitucional na análise de questões sem maior densidade jurídica, que não trazem impacto para a uniformização da jurisprudência.
A expectativa é que o filtro de relevância diminua em 50% o volume de recursos que chegam ao tribunal.
 
Fonte: STJ

sábado, 25 de março de 2017

"Odeon", de Ernesto Nazareth (por Fabio Lima)

Fabio Lima é integrante da nova geração de violonistas brasileiros. Com sua qualidade musical, Fabio honra nossa tradição de grandes nomes nesse instrumento. Aqui ele brilha com uma interpretação de "Se ela perguntar", do mestre Dilermano Reis, unindo talento e sensibilidade.



domingo, 5 de março de 2017

TROCO TESES POR LIKES


 (Foto: Helena Sbeghen)
Ninguém pode ler tudo.” A primeira frase do Manifesto da Altmetria, publicado em 2010, foi inspirada em uma pesquisa divulgada na Universidade de Ottawa, no Canadá, que estimou a produção científica desenvolvida em todo o mundo. De acordo com o estudo, mais de 50 milhões de artigos foram publicados entre 1665, quando surgiu a primeira revista especializada, na França, e 2009, ano de publicação do trabalho. A pesquisa também afirma que mais de 2,5 milhões de trabalhos científicos são publicados a cada ano em revistas especializadas, quase tudo disponível online. Definitivamente, ninguém pode ler tudo.
Organizado por pesquisadores de diferentes instituições norte-americanas, o Manifesto de 2010 apresenta a altmetria (em inglês, altmetrics), que propõe avaliar a repercussão de pesquisas científicas com base nas interações nas redes sociais. Afinal, se a dinâmica de compartilhamento do conhecimento mudou, por que a principal forma de avaliar a repercussão de uma pesquisa continuaria restrita às citações recebidas em outros artigos?
CURTA E COMPARTILHE
“Enquanto as citações levam cerca de dois anos para aparecer, os dados de altmetria proporcionam um retorno imediato do impacto da pesquisa em fontes não tradicionais, como redes sociais e jornais”, afirma o biólogo britânico Mark Hahnel, fundador e CEO do Figshare, um repositório aberto de artigos científicos.
A plataforma desenvolvida por Hahnel exibe informações como o número de downloads e visualizações, além do selo com a avaliação de altmetria desenvolvida pela Altmetric, empresa inglesa que atribui uma pontuação diferente para cada tipo de interação ocorrida com o artigo online. O cálculo dessa pontuação é desenvolvido por um algoritmo, que calcula a relevância de cada ação: uma notícia citando o artigo em um jornal de grande alcance vale mais do que o compartilhamento em uma rede social para poucas pessoas, por exemplo.
Andréa Gonçalves do Nascimento, bibliotecária que pesquisou a altmetria para seu mestrado na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, destaca que as métricas alternativas colaboram para despertar o diálogo entre o cientista e o público leigo. “O cientista acompanhará a repercussão e entrará em contato com as pessoas que se interessaram pelo estudo”, diz, ressaltando que os métodos formais de divulgação não permitem essa interação entre os cientistas e seus leitores.
#PESQUISATOP
Além de estimular a interação entre os pesquisadores e o público, métodos alternativos de divulgação permitem que mais pessoas tenham acesso a pesquisas de ponta, já que, atualmente, a maior parte dos periódicos científicos não são gratuitos. A utilização de novas métricas para calcular o impacto das pesquisas também beneficia países em desenvolvimento, como Brasil e Índia, uma vez que as revistas consideradas mais relevantes reservam a maior parte de suas páginas para publicar pesquisas produzidas em países ricos.
“Mas esses dados adicionais devem beneficiar de verdade os cientistas e suas instituições, trazendo informações novas e relevantes e não somente dizendo a mesma coisa que as métricas tradicionais já dizem”, afirma William Gunn, diretor de comunicação acadêmica da Elsevier, maior editora científica do mundo.
Rita de Cássia Barradas Barata, diretora de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ressalta que as métricas alternativas são particularmente úteis para saber o impacto de pesquisas que não têm aplicação tão rápida nem geram patentes. “Quanto da pesquisa que é financiada por recursos públicos é de fato relevante para solucionar problemas da sociedade? A altmetria pode ajudar a tornar isso mais claro”, afirma. Mas a diretora da Capes, uma das mais importantes instituições de financiamento de pesquisa do país, alerta para a necessidade de as métricas contarem com critérios rigorosos. “É mais fácil divulgar em redes sociais, mas é difícil saber se esses números são espontâneos ou manipulados.”
Abel Packer, diretor da biblioteca digital brasileira SciELO, considera que a altmetria não substituirá o método tradicional das citações, mas complementará o trabalho de divulgação. “Existe uma correlação entre ser popular nas redes sociais e receber mais citações no futuro.”
Para que os órgãos de incentivo à pesquisa considerem a altmetria um método seguro para identificar trabalhos relevantes, a comunidade científica precisará trocar curtidas, compartilhamentos e comentários com textões. De acordo com Packer, a partir de 2018 será obrigatória a participação em redes sociais das mais de 400 revistas científicas que fazem parte do acervo da SciELO. “A comunicação está na essência da pesquisa científica. O trabalho que não surge para ser comunicado não tem sentido.”
Os números não mentem
A empresa inglesa Altmetric desenvolveu um algoritmo que calcula a relevância dos artigos científicos citados nas redes sociais e nos jornais
17 milhões é o número de menções nas redes sociais recebidas pelos 2,7 milhões de artigos científicos rastreados pela Altmetric
Artigo mais popular de 2016
315 notícias / 8.943 tweets foi escrito pelo ex-presidente Barack Obama, e falava sobre o sistema norte-americano de sáude
O 3º Artigo mais popular de 2016
4.484 tweets / 125 notícias tem contribuição de brasileiros: pesquisadores da Unesp e do Inpe participaram de um trabalho sobre ondas gravitacionais.
Fonte: Revista Galileu versão Online 
link: http://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2017/02/troco-teses-por-likes.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=post

sexta-feira, 3 de março de 2017

50 Anos de Star Trek - Momentos Inesquecíveis

Uma das melhores séries de ficção científica já produzidas. Revolucionou o gênero e rendeu muitas crias. Só para os fãs! Vale lembrar!



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