Escutai! Se as estrelas se acendem
será por que alguém precisa delas?
Por que alguém as quer lá em cima?
Será que alguém por elas clama,
por essas cuspidelas de pérolas?
Ei-lo aqui, pois, sufocado, ao meio-dia,
no coração dos turbilhões de poeira;
ei-lo, pois, que corre para o bom Deus,
temendo chegar atrasado,
e que lhe beija chorando
a mão fibrosa.
Implora! Precisa absolutamente
duma estrela lá no alto!
Jura! Que não poderia mais suportar
essa tortura de um céu sem estrelas!
Depois vai-se embora,
atormentado, mas bancando o gaiato
e diz a alguém que passa:
"Muito bem! Assim está melhor agora, não é?
Não tens mais medo, hein?"
Escutai, pois! Se as estrelas se acendem
é porque alguém precisa delas.
É porque, em verdade, é indispensável
que sobre todos os tetos, cada noite,
uma única estrela, pelo menos, se alumie.
Há exatos 50 anos, em 5 de agosto de 1962, Hollywood perdia aquela que foi uma de suas maiores estrelas, vítima de uma overdose de barbitúricos: Marilyn Monroe.
Loira platinada, dona de lábios carnudos e curvas voluptuosas, a atriz é considerada uma das mulheres mais sensuais de todos os tempos, combinação única de uma beleza estonteante com espontaneidade frágil, que se exprimiam em um sorriso irresistível.
Nascida Norma Jeane, a diva passou por muita coisa até se tornar um sucesso: não conheceu o pai, ficou grande parte de sua infância em orfanatos, sofreu uma tentativa de estupro e, antes de fechar seu primeiro contrato com o estúdio Twentieth Century Fox, em 1946, assinou também o primeiro divórcio – seriam mais dois até o final da vida.
Na tela, porém, tudo isso ficava para trás e Marilyn encantava o público com sua figura brilhante, como na imortal cena do filme “O Pecado Mora ao Lado”, de 1955, em que seu vestido branco é levantado pelo vento da tubulação do metrô. Esse fascínio, além de torná-la famosa, também atormentou a atriz, que até sua morte, aos 36 anos, tentou provar que era muito mais que uma mulher bonita.
Em seu livro de memórias “Marilyn & Me” (Marilyn e Eu), o fotógrafo Lawrence Schiller, que clicou a beldade nua em 1960, ilustra bem esse sentimento que a devorou. Em uma passagem do volume, ele narra conversa com a estrela sobre sua carreira.
“Deixe-me perguntar a você, Larry: quantas indicações eu tenho ao Oscar?”, disse Marilyn. "Não sei", admitiu Schiller. "Eu sim”, continuou a atriz. “Nenhuma.”
Para você julgar por si mesmo as qualidades deste grande mito do cinema, o Portal da Band listou alguns filmes que ajudam a entender parte da sedução eterna de Marilyn Monroe. Confira:
Os Homens Preferem as Loiras (1953, Howard Hawks)
O musical tornou Marilyn Monroe uma estrela de primeira grandeza. Nele, a loira fez o papel de uma corista americana que tenta insistentemente casar com um homem rico e ganhar muitos diamantes, “os melhores amigos de uma garota”, como diz a canção mais famosa do longa “Diamonds are a Girl’s Best Friend”.
O Pecado Mora ao Lado (1955, Billy Wilder)
Durante o longa inteiro, o personagem vivido por Tom Ewell, que passa por uma crise no casamento, tem de lutar contra a tentação irresistível representada por Monroe. É neste filme que a diva aparece na clássica cena em que seu vestido é levantado pelo vento do metrô. Precisa de outro motivo para assistir?
Nunca Fui Santa (1956, Joshua Logan)
Mostrando todo o talento dramático que possuía, Marilyn interpretou no filme a cantora de um café, que vira alvo do amor de um ingênuo cowboy. Por seu trabalho, ela foi indicada ao Globo de Ouro de melhor atriz de musical ou comédia.
Quanto Mais Quente Melhor (1959, Billy Wilder)
O filme é simplesmente o mais importante em que Marilyn atuou. O motivo? Até hoje, a comédia protagonizada por Jack Lemon e Tony Curtis é considerada um exemplo perfeito de como deve ser o humor no cinema. Na história, a dupla se traveste de mulher para escapar da máfia após presenciar um massacre. Durante a fuga, eles acabam se envolvendo com a loira, que aumenta a confusão.
Sete Dias com Marilyn (2011, Simon Curtis)
Apesar de não ser uma obra prima, o filme vale ser visto para se compreender melhor como era a Marilyn por trás das câmeras. Situado na Inglaterra, durante as filmagens de “O Príncipe Encantado”, o longa é protagonizado por Michelle Williams, impecável em sua recriação da diva.
Apresento aqui uma postagem em tom memorial e, ao mesmo tempo, de homenagem ao saudoso e inesquecível cantor e compositor brasileiro Jessé.
Nascido Jessé Florentino Santos, em Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, Jessé, na década de 70 do século passado, fez parte de grupos como o Corrente de Força e Placa Luminosa, tendo, posteriormente, em sua carreira solo, gravado canções cantando em inglês, com o pseudônimo de Tony Stevens.
No ano de 1980, lançou-se ao público nacional com grande destaque no Festival MPB Shell, da Rede Globo de televisão, interpretando a música "Porto Solidão", seu maior sucesso, e com a qual ganhou o prêmio de melhor intérprete.
Em 1983, o cantor brasileiro venceu o XII Festival da Canção Organização (Televisão Ibero-Americana), OTI, realizado na cidade americana de Washington, com os prêmios de melhor intérprete, melhor canção e melhor arranjo para a canção "Estrela de Papel" (composta por Jessé e Elifas Andreato).
Dono de uma voz potente e possuidor de grande extensão vocal, Jessé encantou os amantes da boa música com marcantes interpretações e indiscutível qualidade de repertório. Morto aos 41 anos de idade, em março de 1993, após um acidente automobilístico, o talentoso cantor deixou um legado musical brilhante à música brasileira, em sua meteórica existência, bem como uma saudade enorme por parte de seus fãs.
No vídeo que irão assistir, temos a música que ele defendeu no referido festival internacional de canções. Em uma apresentação memorável, Jessé deu prova inequívoca de seu talento, da excelência de sua música e do primor da sua voz. Uma cantor intenso e sem igual que o Brasil perdeu.
"Estrela de Papel"
Nas imagens de um gibi Vive o meu herói
Tem num rosto que sorri
Olhos de sonhar
Faz bandidos e cowboys
Nesse carrossel Põe estrelas fora do lugar Brilha num painel Lá do céu
Meu herói tem um chapéu Tem um cão leal e um vagabundo Faz o riso imortal E não se cansa de amar