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quarta-feira, 24 de abril de 2019

AS SUTILEZAS DA COMPLEXA ARTE DA CONVIVÊNCIA


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Por Rogério Rocha

A arte de conviver é tão antiga quanto a existência humana sobre a Terra. Apesar disso, e de ser uma necessidade do indivíduo, que parece trazer em seu gene a imperiosa necessidade do pertencimento, temos muito ainda por aprender.
Conviver é, antes de tudo, saber viver junto, dividir espaço e partilhar com o outro nossos medos e fragilidades, mas também nossas esperanças e realizações. E é o outro (por vezes tão próximo, por vezes distante), quem justamente nos dá a certeza de que somos únicos e diferentes.
Mas por que, afinal de contas, é tão difícil conviver com o diferente? E se somos de fato únicos e, por isso mesmo, intrinsecamente diferentes, por que será a convivência harmoniosa tão difícil?
Uma resposta possível é a de que talvez não tenhamos sido capazes ainda de desenvolver a virtude fundamental ao convívio humano: a tolerância. A tolerância é a virtude que nos capacita a aceitar o outro como ele é. Um ser singular. Especial.
E é justamente por sermos singulares que nos tornamos importantes para o outro. Afinal, imaginem se fossemos exatamente iguais em tudo. Iguais em qualidades e defeitos, comportamentos e aspectos físicos, nos gostos e no modo de pensar. Creio que tudo seria muito monótono, pois qualquer pessoa teria as mesmas características que as nossas. Consequentemente, ninguém seria especial.
 A tolerância, portanto, baseia-se na capacidade de enxergar em cada ser humano um indivíduo único e especial dentro da pluralidade que invariavelmente nos rodeia.
Outra qualidade fundamental ao convívio harmônico é a sabedoria de esperar o tempo próprio de cada coisa. A isto chamamos paciência. Ser paciente é dar tempo ao tempo, é ajustar nossas expectativas e equilibrá-las às dos demais. É saber que o momento não pertence só a mim. É semear hoje o bem e amanhã colher o amor.
Viver com o outro, portanto, o nosso próximo de cada dia, o diferente, o único, o singular e especial, é descobrir que buscamos tornar-nos aquilo que aspiramos ser. Passo a passo, degrau a degrau, entre tropeços e vitórias, nas muitas trilhas que compõem a jornada da vida. São essas as divinas sutilezas da complexa arte da convivência.

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