O pai me agraciou com sua bondade,
com a razão, com a incerteza,
a dúvida que motiva a buscar
mais vida, valores, verdades.
O pai me deu a existência,
me fez ser humano, ser eu mesmo,
com labor e paciência.
Bendito Pai!
O pai me fez ver com olhos abertos
(de longe ou de perto).
O pai é meu espelho, mesmo que não seja(mos)
eu, como ele, os mesmos de antes.
O pai me ensinou.
O pai foi comigo aos passeios,
me levou a caminhar veredas
pelo dia e pela noite.
Quando chovia, barcos de papel
desciam pela Rua João Ribeiro.
Da janela os via até perdê-los na descida
(sabe-se lá aonde iam).
O pai me anima a enfrentar meu destino.
Meu destino me lança ao aberto dos projetos,
peregrino na jornada dos dias,
menino na memória do alvorecer.
O pai está comigo, mesmo quando não espero.
O pai me aconselha, o pai me observa
e no sangue o carrego, nos genes e no dizer
das palavras, no desaguar dos gestos.
Ao pai minha sincera exaltação.
A Antonio José Fonseca Rocha
Rogério Rocha.
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