domingo, 14 de agosto de 2011

Ao pai (poema)


O pai me agraciou com sua bondade,
com a razão, com a incerteza,
a dúvida que motiva a buscar
mais vida, valores, verdades.


O pai me deu a existência,
me fez ser humano, ser eu mesmo,
com labor e paciência.


Bendito Pai!


O pai me fez ver com olhos abertos
(de longe ou de perto).
O pai é meu espelho, mesmo que não seja(mos) 
eu, como ele, os mesmos de antes.


O pai me ensinou.
O pai foi comigo aos passeios, 
me levou a caminhar veredas
pelo dia e pela noite.
Quando chovia, barcos de papel
desciam pela Rua João Ribeiro.
Da janela os via até perdê-los na descida
(sabe-se lá aonde iam). 


O pai me anima a enfrentar meu destino.
Meu destino me lança ao aberto dos projetos,
peregrino na jornada dos dias,
menino na memória do alvorecer.


O pai está comigo, mesmo quando não espero.
O pai me aconselha, o pai me observa
e no sangue o carrego, nos genes e no dizer
das palavras, no desaguar dos gestos.


Ao pai minha sincera exaltação.


                                                                                            A Antonio José Fonseca Rocha


Rogério Rocha.



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