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segunda-feira, 6 de julho de 2015

Dois mil cientistas em Paris discutem soluções para mudança climática



Cientistas de uma centena de países estarão em Paris a partir desta terça-feira (7) para discutir formas de combater as mudanças climáticas, no âmbito de uma conferência intitulada "Nosso futuro comum sob as alterações climáticas".

A cinco meses da conferência de Paris onde se reunirão representantes dos 195 estados envolvidos na busca de um acordo global da ONU para limitar o aquecimento global Unidos, mais de 2.000 especialistas se reunirão esta semana para uma atualização sobre a situação da pesquisa climática.

Ao todo, cerca de 160 sessões e painéis serão organizados na Unesco e no campus da universidade de Jussieu.

O evento será inaugurado na terça-feira por dois franceses climatologistas membros do IPCC, grupo de peritos da ONU sobre o clima, Herve Le Treut e Jean Jouzel, entre outros organizadores desta conferência. Também falarão as ministras francesas da Educação, Najat Vallaud-Belkacem, e Ecologia, Ségolène Royal, assim como a vice-diretora-geral da Unesco, Flavia Schlegel, e o secretário-geral da Organização Mundial de Meteorologia, Michel Jarraud.

As discussões serão encerradas na sexta-feira à tarde pelo diretor interino do IPCC, o sudanês Ismail El Gizuli, os dois presidentes das negociações climáticas da ONU, o americano Daniel Reifsnyder e o argelino Ahmed Djoghlaf, e também com a participação do ministro francês das Relações Exteriores, Luarent Fabius, que será o presidente da COP em Paris.

A comunidade internacional estabeleceu como objetivo limitar em 2°C o aumento do termômetro do aquecimento global, cujo fracasso implicaria impactos graves e irreversíveis segundo os pesquisadores.

Fonte: Notícias UOL

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Segundo a NASA, 2012 foi o nono ano mais quente desde 1880


O ano de 2012 manteve a tendência de aquecimento do clima. De 132 anos para cá, os nove anos mais quentes ocorreram depois de 2000

por Redação Galileu
 Editora Globo
O mapa representa as anomalias na média da temperatura global entre 2008 e 2012 / Créditos: NASA/Goddard Space Flight Center Scientific Visualization Studio
Cientistas da NASA afirmam que 2012 foi o nono ano mais quente desde 1880. Uma análise de longo prazo revelou que os nove anos mais quentes em 132 anos, ocorreram após 2000, sendo 2010 e 2005 os anos mais quentes.
O Instituto de Estudos Espaciais da NASA, em Nova York, monitora as temperaturas na superfície global, levando em conta os dados de mais de 1000 estações meteorológicas, imagens de satélite e as pesquisas realizadas com gelo da Antártida. Os índices revelam que a Terra continua esquentando nas últimas décadas. Em relação à média da metade do século XX, a temperatura teria aumentado 0,6 ºC. Comparado com 1880, a média global subiu 0,8 ºC.
O aumento na emissão dos gases causadores do efeito estufa, como o gás carbônico, que retêm a frequência infravermelha dos raios solares, tem intensificado o processo de aquecimento global. Segundo os cientistas, cada ano não precisa ser necessariamente mais quente que o ano anterior. Porém, pela quantidade de gás emitida, a expectativa dos cientistas é que cada década fique bem mais quente que a anterior.
O nível de gás carbônico na atmosfera, emitido pela queima, sobretudo, de combustíveis fósseis, era algo em torno de 285 parte por milhão (ppm) em 1880, subindo para 315 ppm em 1960 e, atualmente, ultrapassando a faixa dos 390 ppm. As regiões mais atingidas são aquelas de climas mais extremos. 
Fonte: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI328894-17783,00-SEGUNDO+A+NASA+FOI+O+NONO+ANO+MAIS+QUENTE+DESDE.html

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Frio intenso castiga população pobre e causa mortes na Europa

Stanislaw, um morador de rua de Varsóvia, na Polônia, improvisa sua moradia nas galerias subterrâneas do sistema de esgoto da cidade para se abrigar do frio. Pelo menos nove pessoas morreram de hipotermia no país na última madrugada, o que eleva a 29 o número de vítimas do frio na Polônia desde a chegada da onda de ar polar, na última sexta-feira   Foto: AFP
Stanislaw, um morador de rua de Varsóvia, na Polônia, improvisa sua moradia nas galerias subterrâneas do sistema de esgoto da cidade para se abrigar do frio. Pelo menos nove pessoas morreram de hipotermia no país na última madrugada, o que eleva a 29 o número de vítimas do frio na Polônia desde a chegada da onda de ar polar, na última sexta-feira 


Homem sem-teto que usa o esgoto como abrigo observa a rua de um bueiro, em Varsóvia  Foto: AFP
Homem sem-teto que usa o esgoto como abrigo observa a rua de um bueiro, em Varsóvia


Anna Svrcinova, uma moradora de rua, passa as noites frias de Praga, na República Checa, em uma fábrica abandonada  Foto: AP
Anna Svrcinova, uma moradora de rua, passa as noites frias de Praga, na República Checa, em uma fábrica abandonada


As mãos de um morador de rua, com feridas agravadas pelo frio intenso em Bucareste, na Romênia  Foto: Reuters
As mãos de um morador de rua, com feridas agravadas pelo frio intenso em Bucareste, na Romênia


Perto do grupo de sem-teto que dorme sob a ponte, gelo cobre lixeiras na capital da República Checa  Foto: Reuters
Perto do grupo de sem-teto que dorme sob a ponte, gelo cobre lixeiras na capital da República Checa


Fontes e fotos: Reuters e AP

Onda de frio castiga Europa e Ásia


O número de mortos pela onda de frio que atinge o leste da Europa há uma semana aumentou nesta quinta-feira para 114, enquanto o norte do Japão contabiliza 56 mortos e mais de 750 feridos desde novembro. O frio também chegou à Coreia do Sul, que enfrenta o início de fevereiro mais gélido em 55 anos.

Foto: AP
Mulher caminha em rua de Vilnius, Lituânia, sob temperaturas de 30 graus negativos pela manhã

As temperaturas no leste da Europa caíram para menos de 32,5ºC em algumas áreas. Partes do Mar Negro congelaram na área costeira da Romênia, e houve uma queda rara de neve nas ilhas da Croácia no Mar Adriático. Na Bulgária, 16 cidades tiveram suas temperaturas mais baixas desde que os recordes começaram a ser registrados há 100 anos.
O país mais afetado é a Ucrânia, onde o número de mortos subiu de 43 para 63 nesta quinta-feira e quase 950 pessoas foram internadas com hipotermia e ulceração produzida pelo frio. O governo montou 2 mil tendas aquecidas com alimentos quentes para os sem-teto.
Do total de mortos, 41 morreram na rua, 14 em suas casas e oito em hospitais, segundo o Ministério de Emergência ucraniano. O primeiro-ministro da Ucrânia, Nikolai Azarov, anunciou na quarta-feira à noite que o Ministério da Saúde proibiu aos hospitais dar alta aos pacientes indigentes até que o frio diminua.
Pelos dados do Serviço Meteorológico, as temperaturas mínimas desses dias, que estão entre os 30 graus negativos, se manterão até sábado, quando devem subir de 10 a 15 graus abaixo de zero, mais frequentes para essa época do ano.
Além da Ucrânia, outros países que contabilizaram mortos são Polônia, Romênia, Sérvia, Bulgária, Rússia e República Checa. Segundo as autoridades, a maioria das vítimas são moradores de rua.
Nas montanhas da Sérvia, ao menos 11 mil habitantes de uma vila ficaram presos pela neve pesada e as nevascas. Segundo o policial de emergências Predrag Maric, os que estão presos vivem em 6,5 mil casas em áreas remotas que não podem ser alcançadas por causas de estradas escorregadias e cheias de neve. As equipes trabalham para tirar a neve e poder entregar os suprimentos necessários.
Durante esta semana, helicópteros tiveram de retirar dezenas de pessoas de vilas na Sérvia e Bósnia, bem como enviar pelo ar alimentos e remédios. "A situação é dramática, com a neve acumulada em cinco metros em algumas áreas. Só é possível ver os tetos", disse Milorad Dramacanin, que participou nas retiradas feitas pelos helicópteros.
Escolas, enfermarias e faculdades em toda a região fecharam, incluindo uma escola no leste da Hungria. O aeroporto na capital de Montenegro, Podgorica, ficou fechada pelo segundo dia consecutivo nesta quinta-feira por causa das nevascas.
Na Rússia, o chefe dos Serviços de Saúde russos, Guenadi Onichtchenko, desaconselhou categoricamente que os moscovitas saiam às ruas para se manifestar contra o governo do primeiro-ministro Vladimir Putin no sábado por causa do frio de 18 graus negativos.
"As previsões meteorológicas são sumamente desfavoráveis, no sábado fará 18 graus negativos. É uma temperatura muito baixa para Moscou", afirmou, criticando também o fato de que os moscovitas não estão usando roupas apropriadas para frio tão intenso. Os opositores preveem realizar no sábado una marcha na qual esperam reunir milhares.
Japão e Coreia do Sul
Nevascas excepcionais no norte do Japão causaram avalanches e acidentes que deixaram ao menos 56 mortos e mais de 750 feridos desde novembro, disseram autoridades. De acordo com a agência de gestão de desastres, 43 morreram ao tentar retirar a neve de telhados ou estradas, e outras sete foram esmagadas pela queda brutal de neve empilhada em edifícios. Outras quatro pessoas morreram em avalanches na quarta-feira, e outras duas perderam a vida por causa das condições climáticas extremas.
As autoridades disseram que as tempestades de neve atingiram as cidades costeiras ao longo do Mar do Japão e amplas áreas do norte do país desde o fim do ano passado. Algumas áreas receberam mais do dobro da quantidade normal de neve para o período.
Em Tóquio, as temperaturas foram as mais baixas em 26 anos, chegando aos 4,8 graus centígrados, 1,3 a menos do que o normal para essa época, segundo a Agência Meteorológica japonesa. Desde quarta-feira uma frente de fortes nevascas, acompanhada de ventos de mais de 130 km/h e ressaca intensa atinge as províncias do norte de Akita, Yamagata, Aomori e Niigata.
Durante esta quinta, cerca de 50 voos foram cancelados no oeste do país por causa do frio, de acordo com a televisão local NHK.
A capital da Coreia do Sul, Seul, registrou 17 graus negativos nesta quinta-feira e teve sua principal linha de metrô paralisada no início do fevereiro mais gélido do país em 55 anos. No país, a insólita onda de frio polar deixou a região de Cheorwon, perto da fronteira norte-coreana, sob 24,6 graus abaixo de zero nesta quinta e, em Chuncheon, a capital setentrional da Província de Gangwon, os termômetros marcaram 23,1 graus negativos.
As extremas condições meteorológicas causaram grandes engarrafamentos em Seul, cuja área metropolitana abriga 20 milhões de habitantes, que também sofreram com a paralisação da linha de metrô que liga a capital às principais cidades da periferia.
*Com AP e EFE

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Pesquisa na Amazônia terá aporte de € 3,2 milhões de fundação francesa

Iniciativa vai estudar mudanças climáticas em lagos da região.
Universidade do Estado do Amazonas participará do projeto.

Do G1 AM
Dezenas de pesquisadores, entre franceses e brasileiros, participarão do programa de pesquisa “Mudanças climáticas e biodiversidade em lagos na Bacia Amazônica: Como promover a sustentabilidade ecológica e econômica (Clim – Fabiam). A duração do projeto é de três anos e será executado pelo Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD) com financiamento de 3,2 milhões de euros por parte da Fundação para Pesquisa em Biodiversidade (FRB).
O objetivo do Clim-Fabiam é analisar os fatores ambientais que controlam a associação existente entre a biodiversidade aquática e terrestre em zonas de inundações Amazônicas. A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) por meio do Centro de Estudos Superiores do Trópico Úmido (Cestu) será a única instituição amazonense que participará do projeto.
O Cestu ficará responsável pelo fornecimento de medidas de variação dos níveis das águas, geradas por satélites altimétricos, para complementar os estudos da biodiversidade. Os dados possibilitam medidas em locais não instrumentados pela rede de monitoramento tradicional instalada na região Amazônica.
De acordo com a pesquisadora, Joecila Santos da Silva, a área de atuação do Clim-FABIAM é de aproximadamente 90 mil quilômetros quadrados. Ela compreende as zonas de inundações do corredor fluvial Solimões-Amazonas, desde a cidade de Tabatinga, até a cidade de Santarém, no Estado do Pará.
Joecila destacou as características do estudo que poderá ser aplicado em zonas úmidas de outras partes do mundo. “A biodiversidade terrestre e aquática será estudada no sentido transversal ao escoamento do rio, partindo da terra firme ao leito principal e também no sentido longitudinal do corredor fluvial, de oeste a leste”, afirmou.
Além da UEA outras instituições brasileiras vão participar do projeto. Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal Rio Grande Sul (UFRGS), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), Universidade Federal do Pará (UFPA) e Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast). Entre as instituições francesas estão o IRD, o Centro Internacional de Pesquisa Agrícola para o Desenvolvimento (Cirad) e Universidade de Paris VIII.
Pesquisa Agrícola para o Desenvolvimento (Cirad) e Universidade de Paris VIII.

Bacia amazônica, área de atuação do projeto (Foto: Divulgação/UEA)
Fonte: G1

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Do clima à fome. Da fome à guerra


Cientistas comprovam a relação entre o El Niño e a ocorrência de guerras civis em países pobres

por LETÍCIA SORG (Revista Época)
TRAGÉDIA  CÍCLICA Moradores fogem da fome causada pela seca na Somália. A falta de chuvas na região foi prevista, mas o alerta não evitou a crise humana  (Foto: Boris Roessler/dpa/Corbis/Latin Stock)














As tristes imagens que tornaram a Somália uma catástrofe mundial no início da década de 1990 voltaram ao noticiário nos últi-mos dois meses. As fotos de crianças severamente desnutridas e de milhares de refugiados não deixam dúvidas sobre a gravidade da seca no Chifre da África, região de condições políticas precárias. Além da seca e da fome, a população já convive há duas décadas com uma guerra civil.
Que as consequências dos conflitos militares são mais graves em regiões com condições climáticas extremas é um fato comprovado há tempos. Um grupo de cientistas, no entanto, foi mais longe. Seu estudo, publicado na revista Nature, mostra o que muitos suspeitavam: as condições climáticas também podem agravar ou criar guerras locais. “O clima pode ser o último empurrão para a eclosão de uma guerra civil”, disse Solomon Hsiang, líder do grupo de pesquisa do Instituto da Terra da Universidade Colúmbia, em Nova York.
No Chifre da África, a atual seca é consequência do fenômeno La Niña – resfriamento de parte das águas do Oceano Pacífico. Em outras partes do mundo, porém, é geralmente associada a outro fenômeno, de características opostas, o El Niño – aquecimento das águas do Pacífico. Com os dois fenômenos em mente, Hsiang e seus colegas analisaram a variação climática de 175 países e a ocorrência de conflitos civis entre 1950 e 2004. Notaram não só que as guerras eram mais frequentes nos anos do El Niño, mais quentes e secos, como também costumavam eclodir no segundo semestre, junto com os efeitos do fenômeno climático. Encaixam-se nesse padrão a retomada da guerra civil no Sudão, em 1983, depois de dez anos de armistício; os conflitos no Haiti, após o golpe de Estado de 1991; e o início da guerra civil na República Democrática do Congo, em 1997. 
No ano passado, os cientistas já haviam alertado sobre o risco de que, se não voltasse a chover, o Chifre da África teria de se preparar para a fome. As águas não vieram, e estima-se que 30 mil crianças já tenham morrido de inanição. O quadro pode piorar: 750 mil pessoas correm o risco de morrer nos próximos quatro meses se não receberem ajuda humanitária. A Organização das Nações Unidas considera a atual crise a mais grave dos últimos 60 anos. Mas não se trata de um problema novo. Somália, Etiópia, Sudão, Eritreia, Quênia e Uganda sofrem com a fome há décadas. Nem inesperado: a crise atual foi prevista com meses de antecedência por cientistas e agências meteorológicas. Embora os ciclos de resfriamento e aquecimento das águas do Pacífico repitam-se há milhares de anos, a maioria dos países ainda não consegue lidar com as consequências dos períodos de seca. Entre elas, para aqueles mais instáveis politicamente, pode ser incluído o risco de um aumento da violência.Cientistas já desconfiavam que as alterações no clima poderiam estar ligadas a graves problemas sociais. O livro Late victorian Holocausts (Holocaustos do fim da era vitoriana), de Mike Davis, relaciona o El Niño às fomes do fim do século XIX. Mas é a primeira vez que conseguem estabelecer uma ligação estatística entre o clima e as guerras civis no mundo contemporâneo. Em média, a ocorrência do El Niño dobra o risco de um conflito civil nas áreas tropicais, mas o efeito parece ser mais significativo para os países mais pobres. “O El Niño geralmente torna o clima mais quente e seco, o que é muito ruim para a agricultura”, diz Hsiang. “E as perdas na produção agrícola afetam especialmente os países mais pobres, que dependem mais desse setor.” Com oferta menor de alimentos, a disputa por recursos naturais se acirra, o que pode levar muitos a trocar o debate político pacífico pelas armas. 
Em países mais ricos e com instituições políticas mais sólidas, como a Austrália e o Brasil, o El Niño não chega a ameaçar a paz social. O clima seria então apenas um último – mas importante – fator para a ocorrência de uma guerra. A conclusão é significativa quando o pla-neta caminha para um clima mais quente e mais seco. Não é possível comparar diretamente os efeitos do El Niño – um fenômeno abrupto e cíclico – com os do aquecimento do planeta – gradativo e permanente. Mas o mundo precisa estar atento para a possibilidade de novos conflitos gerados pela seca e pela escassez de alimentos.

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