Meu martelo constrói a incompletude.
Meu martelo trabalha com afinco,
Destrói o mundo com seu golpe rude.
Meu martelo cria e urde, desafia e
Emudece as formas que surgem,
Mas habita na fala das pedras
Desamparadas do ente mais duro.
Meu martelo titânico destrói e devassa,
Burila e avassala rochas densas,
De natureza inconcussa e magmática.
Bate sobre o solo com firmeza instrumental.
Absorve-se no absurdo que é bater no infinito,
Despejar no monolito a frieza do seu grito magistral.
O arquiteto noviço, o artífice decrépito, o reles escultor,
Coletam lascas, coletam nesgas, rastejam na praça
Em busca dos restos do objeto perfeito que esculpo.
Um ruído surdo invade os orbes celestes,
devora o mundo, prefere os ataques lascivos,
os dedos massivos do pai dos tormentos.
Meu martelo espanca o ilusório;
Meu martelo trabalha com fúria
E detona todo vulto civilizatório.
Meu martelo desarma, num gesto,
A solene ambição dos que regem
O processo nefasto do estar à mão.
Meu martelo profético desfaz e arrasa,
Com golpes potentes, enormes pancadas,
As torres maciças que o templo resguarda.
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