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AFP PHOTO / FRANCK FIFESarah Menezes exibe a medalha de ouro conquistada na categoria até 48 kg
A primeira medalha de ouro do Brasil em Londres veio com um feito
histórico. A judoca piauiense Sarah Menezes venceu a romena Alina
Dumitru na final da categoria até 48 kg e assegurou uma conquista
inédita para o judô feminino do Brasil em Jogos Olímpicos.
Mais agressiva, Sarah tentou imobilizar a adversária logo no começo da
luta. Por pouco não conseguiu, e deixou a romena sentindo o braço
direito. A brasileira passou a forçar o lado atingido da adversária, e
conseguiu um yuko no último minuto, seguido por um waza-ari para
assegurar o ouro.
“Ainda estou flutuando, não caiu minha ficha completamente. Estou muito
feliz e agora acredito ainda mais no meu potencial”, comentou Sarah
após a vitória.
A vitória na decisão arremata o dia perfeito da brasileira. Sarah
começou vencendo a vietnamita Ngoc Tu Van, a francesa Laetitia Payet e a
chinesa Wu Shugen pela manhã. À tarde, fez uma disputa tensa, mas
ganhou da belga Charline van Snick por um yuko.
MAIS SOBRE O OURO DE SARAH
Na decisão, fez valer seu retrospecto contra a romena Alina Dimitru,
que era a atual campeã olímpica mas havia perdido as três últimas lutas
contra Sarah.
A conquista coloca Sarah como a atleta com os melhores resultados da
história do judô feminino. Ela sagrou-se campeã mundial júnior pela
primeira vez em 2008 e repetiu o feito no ano seguinte, quando ainda foi
eleita a atleta olímpica do ano pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro),
em votação popular.
Mais adiante, ainda faria bonito em dois Mundiais adultos. Em 2010, foi
bronze na competição disputada no Japão, repetindo o posto em Paris, no
ano passado. Foi também na última temporada que ela sofreu uma das
derrotas mais duras da carreira. Na final do Pan de Guadalajara, quando
era ampla favorita, perdeu da cubana Dayaris Alvarez, provocando a ira
da técnica Rosicleia Campos.
Nada que abalasse a relação entre elas. Quando venceu a semifinal e
ganhou a prata, por exemplo, Sarah emocionou-se ao abraçar a treinadora,
que cuida da piauiense na seleção desde o início da carreira da pupila.
O outro técnico que tem papel no ouro da judoca é Expedito Falcão, seu
técnico desde a entrada no judô, aos 9 anos.
Sarah, que coloca o mestre como seu ídolo, começou no esporte à revelia
de seus pais, que achavam o judô muito masculino. Hoje, a atleta não só
superou o preconceito em casa como também mudou completamente seu
status em seu estado natal. Apesar de ter recebido várias propostas, ela
se recusa a deixar o Piauí, especialmente depois de começar a receber
ajuda da CBJ para se manter por lá.
Pela fidelidade, ela é tratada como celebridade em Teresina, onde vive,
e não raras vezes é paparicada por autoridades como o governador do
Estado e o prefeito da cidade.
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