domingo, 3 de março de 2013

Maçonaria se prepara para escolher seu novo grão-mestre


No próximo dia 9, cerca de 40 mil homens que frequentam rituais secretos semanais, usam códigos para reconhecimento mútuo e se tratam socialmente como "irmãos" irão às urnas para escolher seu líder máximo.
Em quase 3.000 lojas maçônicas pelo país, os maçons que ostentam o título de "mestre" do Grande Oriente do Brasil (GOB) --o maior ramo da maçonaria brasileira-- irão escolher seu próximo soberano grão-mestre geral.
Cheia de simbolismos, a organização reproduz internamente a hierarquia institucional da República, com deputados, juízes, governadores e outros. Dentro da instituição, e guardadas as proporções, o cargo em disputa equivale ao da presidente Dilma Rousseff.
A maçonaria costuma ser definida pelos próprios maçons como um clube que reúne "homens livres e de bons costumes", patrióticos e engajados em promover os princípios do lema "liberdade, igualdade e fraternidade".
Os rituais secretos são feitos em templos decorados com imagens celestes, falsas colunas gregas e símbolos do zodíaco. Lojas são os grupos fixos de maçons que se reúnem para os rituais.
Dentro da ordem há várias designações, usadas conforme o status do filiado: chanceler, guardião, soberano, venerável, eminente e sapientíssimo são algumas delas.
Em certos locais, maçons são reconhecidos pelo engajamento em ações filantrópicas. No senso comum, levam a fama de homens influentes e misteriosos que se ajudam para enriquecer, "um estereótipo bem distante da realidade", diz o engenheiro Francisco Anselmo, deputado maçom e estudioso do assunto.
Editoria de Arte/Folhapress
DISPUTA
Na eleição do GOB, o Grande Oriente do Brasil, o candidato mais conhecido é o senador (da República mesmo) Mozarildo Cavalcanti, do PTB de Roraima. Como maçom, ele é deputado da Assembleia Federal Legislativa da entidade. "Sou o único brasileiro deputado e senador ao mesmo tempo", gosta de repetir.
Concorrendo pela terceira vez --ele perdeu em 1993 e 1998--, Mozarildo tirou quatro meses de licença do Senado para dedicar-se com mais afinco à campanha. Com isso, deixou de participar da eleição de Renan Calheiros (PMDB-AL) para presidente do Congresso, por exemplo.
O nome de Mozarildo ganhou algum destaque no noticiário na época da demarcação da terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Ele era contra a remoção dos fazendeiros da área, mas acabou derrotado quando o Supremo Tribunal Federal bateu o martelo sobre o tema.
Mozarildo ainda costuma ser citado como o campeão do uso da Cota para Exercício da Atividade Parlamentar, a verba para reembolso de viagens, consultorias e outros gastos. Em 2012, ele usou R$ 464 mil contra uma média de R$ 268 mil de seus colegas. Em 2011, também liderou.
Editoria de Arte/Folhapress
Na maçonaria, porém, ele é mais conhecido como o maior propagador da ideologia maçônica no Congresso. Uma pesquisa simples no site do Senado lista 87 pronunciamentos de Mozarildo sobre o assunto. Para efeito de comparação, o site informa que Eduardo Suplicy (PT-SP) fez 77 pronunciamentos com a expressão "renda básica".
No plenário, Mozarildo já leu o Manifesto da Grande Loja Maçônica de Roraima, já prestou homenagem ao Dia do Pai Maçom e já fez "uma análise do papel histórico da maçonaria no mundo, ressaltando a operosidade da instituição no contexto social".
Um dos maiores orgulhos do senador no parlamento é o livro "O Senado e a Maçonaria" (472 páginas), assinado por ele e pelo ex-senador Efraim Morais (DEM-RN), também maçom. Impressa na gráfica do Senado, a obra reúne 44 discursos de atuais e ex-senadores sobre o tema.
TRADIÇÃO
Em campanha, Mozarildo faz discurso pela abertura do Grande Oriente. "A maçonaria precisa sair da clausura, ser menos conservadora", diz. "Não pode se contentar em ser uma entidade só de cerimônias e condecorações."
Suas ideias de abertura, porém, não contemplam a revisão de algumas regras discriminatórias da entidade, como a recusa à participação de mulheres e o veto à filiação de deficientes físicos, tradições herdadas da Idade Média, dos primeiros grupos de pedreiros de templos, muralhas e castelos na Europa--a origem da instituição.
Outra cláusula fundamental da maçonaria é a não aceitação de ateus. Todo filiado é obrigado a acreditar em algum ser superior, independentemente da religião. Como pode ser qualquer deus, esse ser superior é chamado internamente de Grande Arquiteto do Universo, simbolizado pela letra "G".
Um dos concorrentes de Mozarildo na disputa é o atual grão-mestre geral do Grande Oriente do Brasil, o servidor público aposentado do Banco Central Marcos José da Silva, candidato à reeleição.
Editoria de Arte/Folhapress
Silva faz campanha ressaltando realizações de sua gestão, sempre dando ênfase aos aspectos financeiros. Além da manutenção de anuidade de R$ 90 por cinco anos "sem reajuste", o destaque é a construção de um centro cultural maçônico de 4.900 m² em Brasília, "obra de R$ 12 milhões totalmente paga à vista", ressalta João Guimarães, seu chefe de gabinete.
O terceiro aspirante é o advogado Benedito Marques Ballouk, membro do Tribunal de Contas do Município de São Paulo na "vida profana", como diz o jargão maçom; ex-grão-mestre de São Paulo na "vida maçônica", o equivalente a governador.
Na disputa, Ballouk também clama por modernização. Depois de exaltar a participação de maçons ilustres na Independência, na Proclamação da República e na Abolição da Escravatura --exaltações, aliás, feitas por todos os maçons ouvidos para esta reportagem--, Ballouk repete o mantra de sua campanha: "A maçonaria precisa voltar a ser parte da elite estratégica do país; hoje somos só uma elite convencional".
INFLUÊNCIA
Fundado em 1822, o Grande Oriente do Brasil é uma das três maiores "potências" maçônicas do país. Em 1927, por divergências eleitorais, um grupo saiu e fundou uma ordem concorrente, conhecida como Grandes Lojas. Em 1973, após nova ruptura, surgiu a "obediência" Grandes Orientes Independentes. Estima-se que, juntas, as três tenham 220 mil maçons.
O próximo comandante do Grande Oriente deverá assumir o controle da entidade num momento histórico paradoxal em seus 190 anos.

Contando mestres (os únicos votantes), companheiros e aprendizes --os três estágios internos--, são 78 mil maçons associados à ordem. A entidade nunca teve tanta gente. Mas, numa avaliação bastante comum entre os próprios adeptos, nunca foi tão pouco influente.
Entre os notáveis sempre louvados estão figuras como José Bonifácio, Patriarca da Independência e primeiro grão-mestre da instituição, D. Pedro I, Rui Barbosa, marechal Deodoro da Fonseca e Joaquim Nabuco.
Hoje, o mais ilustre é o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), que, no entanto, não costuma ser citado com muito entusiasmo por seus "irmãos". "Faz tempo que ele não aparece por aqui, acho que está inativo", diz o coronel aposentado da Polícia Militar de São Paulo Antonio Carlos Mendes, maçom oficial de gabinete do Grande Oriente paulista.
Nas contas de Mozarildo, há hoje 58 deputados federais maçons no Congresso Nacional e outros seis senadores. "Uma das minhas propostas é organizar a bancada da maçonaria", afirma. "Imagine só: seria maior que a de muitos partidos de hoje."
Enquanto a bancada não se organiza, os maçons da Câmara e do Senado só são notados quando sobem à tribuna para prestar homenagens à organização quando é 20 de agosto, o Dia do Maçom. No Senado, os seis que sempre comparecem, além de Mozarildo, são Alvaro Dias (PSDB-PR), Cícero Lucena (PSDB-PB), Gim Argelo (PTB-DF), Jayme Campos (DEM-MT), Sérgio Souza (PMDB-PR) e Valdir Raupp (PMDB-RO).

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/1239836-maconaria-se-prepara-para-escolher-seu-novo-grao-mestre.shtml

Leila Pinheiro - "Serra do Luar" (Ao Vivo)

João Bosco - "Corsário"

O magistral músico brasileiro João Bosco interpretando um de seus grandes sucessos.

sábado, 2 de março de 2013

In Sochi, Russia’s sanatoriums get a different treatment


Ah, the burdens borne by the Soviet worker: digging coal, mining metals, firing bricks — and all the while building communism besides. No wonder a vacation visit to a sanatorium was so desirable, and necessary. Fresh air, perhaps a session in the magnet chamber or a zap of electricity, and it was back in the traces, ready for the latest Five-Year Plan.
Sanatoriums and houses of rest were spread around the former empire for worker restoration and relaxation, but perhaps none inspired more longing than those in Sochi, a Black Sea city with Florida-like sun and palm trees. As other emblems of the Soviet past faded over the past 20 years, Sochi remained a city of the sanatorium, holding fast to a dated charm.
Until now.

Today, revolution threatens. The Winter Olympics arrive next February, and everywhere five-star hotels are on the rise. The sanatoriums are battling for market share, advertising WiFi in addition to their baths in mineral water and sulfurous mud, and tarting themselves up. Hello, skin-nibbling doctor fish (Garra rufa); goodbye, leeches.
On Lenin Street in the Adler section of Sochi, workers dangle on ropes from the sides of the eight-story Yuzhnoe Vzmorye — Southern Beach — sanatorium. Their electric sanders roar as they ready the rough dirty-gray concrete walls for fresh white paint and bright yellow trim. A small kiosk inside the front gate greets guests with a cheerful assortment of newspapers, magazines, toys, Olympic souvenirs — and rolls of coarse gray toilet paper.
Inside, women in white lab coats preside, with nary a liveried doorman or bellhop in sight. Don’t look for a lobby bar in the dimly lit reception area — a lobby pharmacy dispenses its own cures for what ails. Where a concierge might otherwise officiate sits a consultant offering to book a special body cleansing treatment. Bottles labeled “vitamins” and “bacteria” adorn her desk — no jar of mints here.
William Nickell, assistant professor of Russian literature at the University of Chicago, first visited Sochi in 1989, just out of college. Returning 20 years later, he saw the city was already tearing down some of the old sanatoriums in pursuit of modernization — even before the pressure of the Olympics — and was inspired to document what might come. In 2010, he curated an evocative exhibit about Sochi resorts while teaching at the University of California at Santa Cruz.
“Each phase in its history has brought a re-imagination of what it can be,” said Nickell, now something of a sanatorium connoisseur. “But now they’re thinking Russian Dubai, with high-rise residential apartments and an elite resort, more like a contemporary spa than Soviet sanatoria.”
The Soviet sanatorium adopted the 19th-century legacy of taking the waters and added its own alternative remedies, which often involved strange-looking machines that delivered shocks or rooms applying magnetic therapy. Shots of megavitamins made up for often-scarce fresh fruits and vegetables in this enormous and cold country.
Matéria extraída de: http://www.washingtonpost.com/world/in-sochi-russias-sanatoriums-get-a-different-treatment/2013/03/01/693afb94-81a7-11e2-a350-49866afab584_story.html?hpid=z3

O HOMEM POR TRÁS DOS BOATOS DE QUE HUGO CHÁVEZ MORREU


O homem por trás dos constantes boatos de que o presidente venezuelano Hugo Chávez está morto ganha voz ativa na imprensa mundial

Um panamenho adepto de teorias conspiratórias tem-se dedicado a trolar os chavistas.
O artigo abaixo, de Adam Clark Estes, foi publicado originalmente no site Atlantic Wire.
Na quarta-feira à noite, um dos postos mais obscuros do império CNN informou que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, tinha morrido, citando uma fonte panamenha, Guillermo Cochez. A CNN Chile relatou muito claramente: “Hugo Chávez está morto.” A notícia em si, se for verdade, não é inacreditável. O político vem lutando com o câncer já há algum tempo e está fora dos olhos do público por meses. Chávez não pôde nem comparecer a sua posse própria. Menos de uma semana atrás, o governo venezuelano deu a má notícia de que Chávez não estava melhorando. Ele sofre de problemas respiratórios depois de voltar de Cuba, onde foi submetido a uma cirurgia contra o câncer pela terceira vez.

Chávez está realmente doente, e todo mundo sabe disso. Mas Guillermo Cochez também é indiscutivelmente um teórico da conspiração. Mais cedo nesta quarta-feira, Cochez – e apenas Chochez – informou que Chávez tinha tido morte cerebral em 30 de dezembro. Cochez disse que Chávez estava sendo mantido em suporte de vida e, mais tarde, citando fontes do governo venezuelano, acrescentou que suas filhas haviam finalmente decidido desligar os aparelhos. Cochez vem, essencialmente, trolando os venezuelanos. “Desafio o governo venezuelano a provar que estou errado, e apresentar o presidente Chávez para que se saiba se o que eu digo é a verdade ou uma mentira”, disse à CNN chile Cochez. Chile.

Devemos acreditar no cara que está desafiando o governo venezuelano a provar que ele está errado?

A foto que aparentemente mostra Chávez lendo um jornal de 14 de fevereiro sugerem que não. Nela o líder bolivariano aparece deitado na cama, sorrindo, com suas duas filhas a seu lado. Claro, não é tão difícil com um photoshop botar um novo jornal em uma foto antiga de Chávez, e o governo venezuelano não é totalmente inexperiente com propaganda. Mas, novamente, isso nos leva para o território da teoria da conspiração. De resto, esta não é a primeira vez que um rumor sobre a morte de Chávez irrompe na internet. Por ora, a coisa mais segura é assumir que Chávez está realmente muito doente.

É, naturalmente, possível que ele tenha morrido, e que o governo esteja mantendo em segredo, como Cochez sugere. Mas é também possível que Cochez esteja encharcado de teorias conspiratórias. Um indício sério disso é que – até o momento em que este texto é escrito – nenhum dos outros escritórios da CNN ao redor do mundo tinha comprado a história. Como este blogueiro, provavelmente eles estão esperando por uma segunda fonte para confirmar o rumor.

Fontes: Diário do Centro do Munde Blog Página Global

Dragonforce - Through The Fire And Flames (Video)

Sammy Hagar - Give To Live (Official Video, 1987)

Bon Jovi - Livin' On A Prayer

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

DESCOBERTO ANTIGO CONTINENTE SOB O OCEANO ÍNDICO

Descoberto antigo continente sob o Oceano Índico

Fragmentos de um antigo continente foram identificados nas profundezas do Oceano Índico, na região das Ilhas Maurício e Reunião, segundo um estudo publicado neste domingo pela revista Nature Geoscience. De acordo com a pesquisa conduzida por cientistas de várias universidades do mundo, este microcontinente, chamado de Mauritia pelos pesquisadores, se rachou e se dispersou à medida que o Oceano Índico se abriu e cresceu, há 83,5 milhões e 61 milhões de anos.

O material relacionado à descoberta do novo continente foi encontrado sob grandes quantidades de magma abaixo do fundo do mar, perto das ilhas. Foram examinadas a composição da areia do litoral da Ilha Maurício e encontradas rochas vulcânicas, de 9 milhões de anos, e também minerais de zircônio, de 660 milhões a 1,97 bilhão anos atrás.

Para os pesquisadores, fendas em continentes e dispersão de fragmentos estão, algumas vezes, ligadas a restos gigantescos de rocha fervente que “sobem” pelo magma sob a crosta terrestre, em um processo parecido com o do surgimento da lava dos vulcões.

Este fenômeno fragiliza as placas tectônicas por baixo e faz com que elas rachem. Esta seria uma das razões da separação do continentes, de acordo com a pesquisa, e isso teria 

acontecido nesta região do Oceano Índico. O microcontinente teria afundado sob o oceano, sendo soterrado pelos depósitos de magma ao longo do tempo.

De acordo com os cientistas esta mesma hipótese seria responsável pela separação do antigo supercontinente de Gondwana há mais ou menos 170 milhões de anos. Em Gondwana estariam os atuais territórios da África, Antártica, América do Sul e Índia.


Fonte: http://www.seuhistory.com/noticias.html

Os primórdios dos debates de Einstein com Niels Bohr

Foto © Museum Boerhaave, NL
Por George Musser 
Os pensamentos de Albert Einstein permanecem relevantes para físicos que tentam entender a mecânica quântica. “Esse homem foi quem percebeu mais rápida e profundamente os problemas que nos afligem atualmente”, contou-me um físico quântico. O último volume de “Collected Papers of Albert Einstein” [Textos Selecionados de Albert Einstein, em tradução aproximada] que contém as publicações, rascunhos, cartas e rabiscos de Einstein, de janeiro de 1922 a março de 1923, mostra que suas profundas preocupações com o quantum antecederam seus famosos duelos com Niels Bohr e tiveram um importante papel na formação da nova teoria. Muitos desses textos ainda não tinham sido publicados. Convidei Tilman Sauer do Caltech, editor sênior doEinstein Papers Project, para descrever algumas das novidades que apareceram. – George Musser

Albert Einstein e Niels Bohr tiveram um famoso embate no final da década de 20 e início da década de 30 sobre a interpretação da mecânica quântica e o fenômeno que atualmente chamamos de emaranhamento quântico.

Einstein, porém, já estava investigando a mecânica quântica há muitos anos, tanto teórica quanto experimentalmente. Propôs não apenas experimentos mentais, mas também experimentos reais que, quando conduzidos, foram cruciais para moldar a compreensão de físicos sobre a nova teoria. Detalhes das ideias de Einstein e novas observações sobre seu envolvimento com a teoria quântica vieram à luz durante o curso de nosso trabalho com seus textos.

Bohr havia postulado que elétrons se movem ao redor de núcleos atômicos apenas em órbitas estacionárias, e que só liberam radiação quando vão de uma dessas órbitas para uma de energia mais baixa. Equalizando a energia da luz emitida com a diferença energética das duas órbitas, ele conseguiu explicar o espectro do hidrogênio. Foi um avanço espetacular. Mas apesar de seu sucesso empírico, os postulados de Bohr desafiavam princípios básicos da eletrodinâmica clássica. Todos ficaram confusos. Bohr abrira a porta para um mundo de mistério e surpresa.

Einstein também foi desafiado e provocado pela ousada teoria de Bohr. Ele mesmo um dos fundadores da teoria quântica inicial e autor da hipótese do quantum de luz, Einstein sentiu que havia um problema que não poderia ser reconciliado com conceitos clássicos e que imperativamente exigia novas ideias e abordagens. 

No final de 1921, Einstein divisou o que acreditava ser um experimento crucial para determinar a natureza do processo de emissão de luz. Quando elétrons se movem de uma órbita para a seguinte, será que a luz é emitida por átomos ejetados instantaneamente, como um quantum, ou gradualmente, como uma onda contínua?

Ele propôs estudar o processo usando os chamados raios canais, que são partículas aceleradas por uma voltagem em um tubo de vidro; elas fluem por poros (“canais”) no cátodo do tubo. Depois de passar através dos cátodos, elas podem ou não se neutralizar, mas em qualquer caso nós podemos emitir luz (pelo mecanismo de Bohr, de elétrons saltando para uma órbita de energia mais baixa). A luz sofre uma mudança de frequência devido ao efeito Doppler, indicando que as partículas emissoras de luz estão se movendo rapidamente. 

Einstein previu que se alguém enviar luz produzida dessa maneira através de um meio dispersivo, as frentes de ondas deveriam ser defletidas se o processo de emissão fosse clássico.

Quando Hans Geiger e Walther Bothe conduziram o experimento, usando gás de dissulfeto de carbono como meio, não viram essa deflexão. Einstein tomou isso como evidência de que a luz é emitida como partícula em vez de onda.

O novo volume de Einstein’s Collected Papers deixa claro que Einstein havia cometido um erro. Como lhe apontou seu amigo Paul Ehrenfest (mostrado na foto acima com seu filho e Einstein), sua análise era falha. Ele não havia distinguido corretamente entre velocidade de grupo e velocidade de fase. Quando essa correção era aplicada, nenhuma das duas alternativas teóricas resultava em uma deflexão.

Recolhendo seu manuscrito original, Einstein graciosamente publicou uma análise de propagação de ondas clássicas em meios dispersivos, para que outros não caíssem na mesma armadilha.

Einstein, no entanto, não desistiu. Ele divisou vários experimentos projetados para esclarecer sobre a escolha entre conceitos quânticos e clássicos. Algumas ideias tinham vida curta, outras estavam sendo postas a prova.

Ehrenfest ficou fascinado. Ele sonhavaem trancar Einsteine Bohr em uma sala para que os dois brigassem sobre o assunto, assim antecipando os famosos debates entre eles sobre a interpretação de Copenhague alguns anos mais tarde, na conferência de Solvay de 1927.

De fato, no início da década de 20, Einstein examinou a maioria dos problemas sob a perspectiva quântica. Poucos fizeram investigações tão profundas quanto ele.

Tome a supercondutividade, por exemplo. A misteriosa perda completa e repentina de resistividade elétrica a temperaturas de hélio líquido só foi observada pela primeira vez 10 anos antes, em Leyden, para o caso do mercúrio, e até 1923 era apenas em Leyden que Kamerlingh Onnes tinha instalações adequadas para produzir o fenômeno.

Einstein levantou a hipótese de que corrente de carga em supercondutores era produzida por elétrons se movendo em correntes de órbitas de Bohr sem emitir radiação. Em metais supercondutores, átomos ficariam alinhados de maneira que suas órbitas se osculassem tangencialmente, assim permitindo que elétrons passassem suavemente da órbita de um átomo para a seguinte.

Se isso fosse verdade, deduziu ele, as interfaces entre metais diferentes não deveriam ser supercondutoras. Era uma ideia inteligente. Mas quando Onnes executou o experimento e encontrou supercondutividade em um anel consistindo de pedaços alternados de chumbo e estanho, Einstein suspirou: “E mais um vislumbre de esperança para a compreensão é abandonado”.

Em Frankfurt, ao mesmo tempo, Otto Stern e Walther Gerlach estavam enviando átomos de prata através de um campo magnético forte, não-homogêneo, para verificar se carregavam momento magnético e, se fosse o caso, se esse momento era quantizado no espaço, como postulava a teoria quântica.

Eles descobriram que o feixe de átomos de prata se dividia em dois raios, correspondendo a duas possibilidades diferentes de alinhar seu momento magnético no campo magnético. Quando Einstein e Ehrenfest discutiram o experimento durante uma das visitas de Einstein a Leyden, eles imediatamente perceberam que o experimento Stern-Gerlach não podia ser explicado classicamente.

Fizeram alguns cálculos estimando quanto tempo levaria para um átomo de prata se alinhar em um campo magnético por emissão clássica de radiação por rotação Larmor. Descobriram que isso levaria 100 anos, se comparado aos poucos microssegundos que os átomos tinham à disposição durante seu tempo de voo.

Confrontados com o primeiro exemplo de um processo genuíno de medição quântica, Einstein e Ehrenfest imediatamente perceberam o problema fundamental do que mais tarde se tornou o exemplo clássico do colapso da função de onda.

Einstein Papers Project visa tornar acessíveis os textos e correspondência de Einstein em uma edição acadêmica cuidadosamente anotada. O projeto editorial se baseia nos Albert Einstein Archives, uma coleção de arquivos de seus textos publicados e não-publicados, e de sua extensa correspondência depositada na Universidade Hebraica de Jerusalém.

Um catálogo da coleção está acessível em uma base de dados com mais de 80 mil registros e muitos fac-símiles. O projeto editorial está organizado cronologicamente. Com o último volume, a série publicada agora cobre a vida e o trabalho de Einstein até seu 44º aniversário. Quem sabe que outras pepitas de sabedoria aparecerão nos próximos volumes?

Acesso ao catálogo: http://www.alberteinstein.info/


Fonte: http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/os_primordios_dos_debates_de_einstein_com_niels_bohr.html

domingo, 24 de fevereiro de 2013

VINHO: NÃO TENHA MEDO DO RÓTULO



Rótulo de vinhoRótulo de vinho
 Você já se pegou olhando para um rótulo de vinho e querendo entender todas aquelas palavras? Saber analisar um rótulo não é uma tarefa difícil, mas é preciso dar importância aos detalhes.
Antes de qualquer coisa, veja a nacionalidade do vinho. Para aqueles que estão entrando agora nesse universo, o mais fácil é, primeiramente, familiarizar-se com os rótulos dos vinhos do chamado Novo Mundo (países como Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, Austrália, Estados Unidos e África do Sul, por exemplo).
A primeira coisa a ser notada é o nome do vinho, que estará no alto do rótulo, geralmente em destaque. Ele pode indicar, além de um nome de batismo, a região ou até o ano da safra. Um Salton Talento 2006, por exemplo, indica seu nome (Talento), a vinícola produtora (Salton) e a safra (2006).
A próxima coisa a ser vista é a uva. Nos rótulos de vinhos do Novo Mundo, haverá o nome da uva especificado. Os vinhos que não trouxerem o nome da uva são cortados (feitos com a mistura de uvas), ou são tão tradicionais que consideram desnecessário dizer a casta. Essa última situação acontece apenas com os vinhos dos países do Velho Mundo, então, por enquanto, não vamos nos preocupar com eles.
Para começar, basta saber que um vinho do Novo Mundo terá o nome da uva, no caso de não ser cortado.
Próxima coisa a se analisar: a safra - o ano que estará impresso no rótulo. Muita gente acredita que quanto mais velho for o vinho, melhor ele será. Errado! A safra apenas indica o ano em que as uvas foram colhidas. Em alguns vinhos, o ano da safra nem sempre é o mesmo ano do engarrafamento. Os vinhos do Novo Mundo, no geral, devem ser consumidos entre dois ou três anos de safra, com exceção de vinhos especiais que foram envelhecidos. Nesse caso, você deve saber qual vinho envelhecido quer comprar, tanto do Novo quanto do Velho mundo, e já saber o nome de alguns. O mesmo vale para vinhos que podem ser guardados por mais anos, na sua casa. Importante entender que, se o vinho não trouxer um ano certo de safra, pode ser que ele tenha sido produzido com várias safras diferentes.

Agora que você já entendeu os rótulos do Novo Mundo, vamos para o Velho. Os rótulos europeus são mais complicados. Primeiro, porque não dizem qual é a uva usada para fazer o vinho, apenas o local onde ele foi produzido. Isso porque quem fez o rótulo pressupõe que você já saiba que um vinho feito em Borgonha- Romanée Conti é de Pinot Noir, e que um Toscana - Chianti terá pelo menos 80% de Sangiovese. Isso acontece pela valorização cultural do terreno, na Europa.
Para o Velho Mundo, uva e região se complementam, fazem parte de um mesmo conceito, o que torna sem sentido enumerar as uvas que compõem determinado vinho. Por isso, os vinhos do Velho Mundo exigem um pouco de estudo prévio, para que você identifique a uva característica de cada região europeia, assim como os locais de mais prestígio.
Além do nome da região, o rótulo terá: o produtor, o volume da garrafa, o país e a graduação alcoólica.

A graduação alcoólica e o volume são informações obrigatórias nas garrafas de vinho. Mas algumas coisas podem mudar, de garrafa para garrafa do Velho Mundo. Devido à diversidade de tradições, cada região costuma privilegiar detalhes distintos nos rótulos de seus vinhos, destacando elementos diferentes. Se você sentir falta de algumas informações, não hesite em olhar para o outro rótulo: o que fica atrás da garrafa, com dados mais específicos.
Esperamos que agora a garrafa esteja menos indecifrável. Mas é importante frisar que, assim como um livro não pode ser comprado pela capa, um vinho não pode ser comprado pelo rótulo. A melhor análise será feita pelas suas papilas gustativas! Boa sorte!
Matéria extraída de: http://www.sonoma.com.br/curiosidades-itens/item/254-n%C3%A3o-tenha-medo-do-r%C3%B3tulo?mc_cid=b521aaed42&mc_eid=11a60c761d

Roda Viva - Miguel Reale (2000)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

UFC vs Lesões Corporais

Apendendo direito com humor. Uma forma descontraída e inteligente de se compreender conceitos e institutos jurídicos.

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