Sentado na cama e
vendo o vento levar tudo,
Apagando da minha
mente a fantasia dourada
E um cruel
sentimento de outros tempos.
Como dói esse
momento, como é vão todo tormento
Alimentado na flor
da idade, a fals(a)idade
De querer tudo, de
tudo temer também.
Nessa noite o
silêncio escreve a última página
De um livro que
ninguém lerá.
Nessa noite os
olhos frios da tristeza
Fitarão fixamente
o espaço
entre a memória e
o esquecimento.
E tudo será como
sempre,
Embora a sorte nos
diga que não.
E tudo entrará
para o aqui,
Pois, a toda hora,
algo de sísmico
Nos atinge e
abala.
Caindo aos pedaços
a morada
Que por uma vida
habitávamos.