O Inhotim, localizado a uma hora de Belo Horizonte/Brasil, parece um
pouco com os parques temáticos da Disney. Enorme, com estacionamento
para milhares de carros, restaurantes e lanchonetes variados ao longo do
"parque" e atrações espalhadas por jardins impecáveis.
Mas as semelhanças param por aí. Inhotim não é um "parque" qualquer,
ele abriga um jardim botânico com espécies raras e belíssimas. Ao mesmo
tempo é um museu de arte contemporânea com peças pensadas para o local.
Pareço bairrista falando que o Inhotim é tão bom, mas não conheço um
museu tão diferente e bacana como ele. Claro que o Moma de NY, para
citar um exemplo, tem obras bem mais importantes, mas a experiência do
visitante não chega nem aos pés de Inhotim.
Em Inhotim você entra em uma galeria ou pavilhão, aprecia a arte que
está lá e depois sai por belos jardins que ajudam a digerir o que você
viu. Você caminha centenas de metros até entrar em outra galeria e
apreciar outras obras. É uma forma mais demorada e pensada de se ver
arte.
E Inhotim abriga muito boas obras contemporâneas: Matthew Barney Tunga Chris Burden
Adriana Varejão
Quem não conhece, vale a visita. Para quem já foi, é um lembrete para
voltar e apreciar as novas galerias, que estão sempre sendo abertas.
O MoMa (Museu de Arte Moderna de Nova York) anunciou, nesta quinta-feira (29), que adquiriu uma seleção de 14 games que farão parte de um acervo permanente. A decisão ecoa os argumentos dos defensores da classificação dos games como obras e plataformas de arte.
Jogos como "Pac-Man" (1980), "Tetris" (1984) e "Portal" (2007) estão entre os títulos escolhidos pela curadora do MoMa, Paola Antonelli. "Games não são apenas arte, mas também design. Nosso critério de escolha passa pelo visual dos games, mas também por outros aspectos, como elegância do código do jogo", disse Antonelli, em post no blog do Museu.
Divulgação
Imagem do jogo "Pac-Man", da japonesa Namco, um dos clássicos da década de 80
O MoMa exibirá os 15 games a partir de março de 2013 na galeria Philip Johnson, onde o público poderá jogar e até receber "visitas guiadas" a mundos virtuais de jogos complexos, como é o caso de "Dwarf Fortress" e "EVE Online".
O MoMa pretende adquirir outros jogos para a coleção permanente, como "Minecraft" (2011) e "Street Fighter 2" (1991), para ampliar a coleção em cerca de 40 títulos em um "futuro próximo".
Veja os 14 jogos escolhidos pelo MoMa para serem os primeiros games fixos do museu:
Uma disputa entre o prefeito de Nova York, Michael Bloomblerg, e o governador do Estado, Andrew Cuomo, se arrastou por tanto tempo que impediu a abertura de um museu sobre o 11 de Setembrono aniversário de 11 anos dos ataques terroristas, marcados nesta terça-feira. O museu, avaliado em US$ 1 bilhão (cerca de R$ 2 bilhões), não deve abrir nem mesmo até o aniversário do ano que vem.
Assessores de Bloomberg e Cuomo não conseguiram resolver suas diferenças sobre qual agência do governo vai pagar os custos operacionais do museu, cujo objetivo é documentar os ataques de 2001 e homenagear as quase 3 mil vítimas. Também há um impasse sobre quem vai supervisionar o museu e o memorial que cerca o espaço no Marco Zero (como é chamado o local onde ficavam as torres do World Trade Center).
As negociações são ainda mais complicadas porque o governador de Nova Jersey, Chris Christie, também precisa estar de acordo com os planos. Cuomo e Christie dividem o controle sobre a polícia portuária de Nova Jersey e Nova York, responsável pelo Marco Zero. Bloomberg é presidente da Fundação 11 de Setembro, que controla o memorial inaugurado no ano passado .
Com os trabalhos no museu parados há quase um ano, doações e arrecadações de fundos caíram e os artigos a serem expostos acumulam poeira em depósitos de Buffalo (NY) e Santa Fe (Novo México), de acordo com autoridades. Acredita-se que o museu não estará pronto nem mesmo antes da inauguração do 1 World Trade Center , cuja construção deve terminar em 2014.
Os assessores de Bloomberg e Cuomo disseram esperar que o aniversário de 11 anos dos ataques provoque pressão suficiente para um acordo de última hora. Na semana passada, os dois lados começaram a circular propostas para resolver o impasse de um ano.
“Seria uma catastrófico se eles não encontrassem uma solução”, disse Ira M. Millstein, integrante da direção da Fundação 11 de Setembro. “Eles precisam sentar numa sala e se olhar. Isso não pode ser resolvido via email.”
Outros integrantes do conselho, que perderam familiares nos ataques, ameaçaram fazer uma manifestação na segunda-feira caso as autoridades não entrem em acordo.
Bloomberg e Cuomo tentaram resolver suas diferenças no mês passado, ao concordarem em estabelecer um comitê para resolver disputas relacionadas ao memorial, o museu e o acesso ao Marco Zero. Mas uma nova disputa surgiu sobre quanto dinheiro seria doado pela Fundação para o museu, fazendo com que o comitê não fosse levado adiante. Na semana passada, Cuomo e Christie não compareceram ao eventual anual de arrecadação da Fundação. A polícia portuária.
O primeiro sinal de tensão aconteceu antes do aniversário de dez anos dos ataques, quando foi noticiado que Cuomo e Christie tinham se incomodado com as restrições impostas por Bloomberg e a fundação quanto ao acesso ao memorial e a cerimônia. Assessores de ambos negaram a informação.
Em junho, a disputa entrou para uma nova fase com uma luta sobre quem será responsável pelo memorial. E o conflito em relação ao que muitos nova-iorquinos consideram ser um espaço sagrado carrega riscos políticos tanto para o prefeito quanto para o governador.
Bloomberg arrecadou dezenas de milhões de dólares para o museu e contribuiu com US$ 15 milhões (R$ 30,4 milhões) de sua própria fortuna, mas pode deixar o cargo em 2013 sem terminar o projeto. E Cuomo pode ser considerado culpado pelo impasse se conversas sobre problemas políticos e o fracasso do museu dominarem a cobertura do aniversário de 11 anos dos ataques.
A Fundação estima que será necessário mais um ano de construção para finalizar o museu e dois ou três meses para instalar a exibição e preparar o local para a abertura.
Questionados sobre as razões do impasse, assessores de Bloomberg disseram apenas que as negociação continuavam. “O atraso é muito decepcionante para os familiares das vítimas e para aqueles que trabalham duro pelo museu”, afirmou a porta-voz de Bloomberg, Julie Wood. “Mas estamos confiantes de que o produto final será o registro definitivo do que aconteceu naquele dia terrível.”
O porta-voz de Cuomo, Josh Vlasto, disse que “o trabalho sobre complexas questões financeiras e econômicas continuam”. “Mas estamos cuidadosamente otimistas” quanto a um acordo, afirmou.
O atraso do museu contrasta com avanços no resto do Marco Zero. A nova torre do World Trade Center chegou ao topo, com 104 andares, o mezanino do sistema de transporte local está essencialmente pronto e, segundo autoridades, cerca de 4,5 milhões de pessoas visitaram o memorial desde a abertura, há um ano.
Segundo um acordo de 2006, a Fundação deveria arrecadas US$ 700 milhões (R$ 1,4 bilhão) para construir o museu, incluindo doações privadas e dinheiro estadual e federal. A polícia portuária ficava responsável pela construção e pelo pagamento de centenas de milhões de dólares em despesas relacionadas, além de transferir ou alugar o local para a fundação.
Há muito tempo existe uma disputa entre a Fundação e a polícia portuária sobre os custos do projeto. Depois do aniversário de dez anos dos ataques, a polícia partou a construção dizendo que a Fundação devia entre US$ 150 milhões e US$ 300 milhões (R$ 304 milhões e R$ 608 milhões). Mas a Fundação acusa a polícia de dever US$ 100 milhões (US$ 202 milhões) por não ter terminado a construção em 2009, como prometido.
Negociações posteriores chegaram a definir um pagamento extra de US$ 75 milhões (R$ 152 milhões), mas o acordo deu errado por Cuomo buscou farantias de que a Fundação tinha um plano para cobrir os custos operacionais, além de exigir parte do controle sobre o memorial e o museu.
A diretoria da Fundação promete pressionar os dois lados por uma solução. “As pessoas caminham até a porta do museu e a encontram fechada”, afirmou Christine A. Ferer, integrante da Fundação cujo marido, Neil D. Levin, diretor-executivo da polícia portuária, morreu nos ataques. “E trancada ali dentro está a história completa do 11 de Setembro.”
Criador está em busca de patrocínio; enquanto isso, peças são mantidas em um depósito
(1) O primeiro notebook; (2) Valle no Jô Soares e (3) o primeiro Mac, de 1984. FOTOS: Reprodução
SÃO PAULO – O Museu do Computador já apareceu em jornal, revista, horário nobre da TV aberta. O criador do único museu de computação do País já deu até entrevista no Jô Soares (cuja foto ele exibe com orgulho).
Mas, agora, as peças que outrora foram exibidas para o mundo estão em um galpão em Itapecerica da Serra. “Estão estragando. São peças raras”, diz Jose Carlos Valle, que fundou o Museu do Computador em 1998.
“O Museu está fechado por falta de apoio”, diz Valle, técnico em computação desde os anos 60. No galpão estão peças como um mouse de madeira e o primeiro computador portátil.
José tem mais de 15 mil itens coletados em mais de cinco décadas de computação.
O museu operava em um prédio em Interlagos. Mas, em 2008, os problemas começaram: o dono do imóvel pediu o prédio e o museu ficou desalojado. De lá, ele foi para a rua Santa Ifigênia, pólo de venda de eletrônicos em São Paulo, mas ficou por lá por apenas três meses.
Desde então está fechado – e Valle começou uma cruzada para reabrir as portas do local.
Ele tem um projeto de comprar um terreno na grande São Paulo e construir um novo museu com uma ‘arquitetura com contâiners’. Mas isso custará caro – o projeto é estimado em R$ 1,5 milhão.
Enquanto o grande sonho não se concretiza, Valle procura patrocinadores, parceiros e lugares para dar palestra e montar exibições sobre a história da computação. “Somos uma ONG procurando um captador de recursos”, explica.
“Precisamos de uns seis meses para colocar uma uma parte em ordem. São peças grandes, das décadas de 40, 50, 60”, diz Valle.
O caderno Metrópole, do Estadão, noticiou a abertura do museu