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terça-feira, 3 de julho de 2012

A mente doentia dos criminosos bárbaros


JAIRO BOUER é médico formado pela USP, com residência em psiquiatria. Trabalha com comunicação e saúde. E-mail: jbouer@edglobo.com.br (Foto: Camila Fontana/ÉPOCA)
Por Jairo Bouer
Duas adolescentes matam uma colega de 13 anos e arrancam o coração de dentro de seu peito. Uma mulher traída dá um tiro no marido, decepa cabeça e braços, retalha o restante do corpo, acondiciona os pedaços em três malas e sai espalhando as partes pela cidade.
Filmes de terror? Não, apenas noticiário das últimas semanas do país. Para além da violência cotidiana, esses crimes recentes expõem requintes de frieza e crueldade que mexem até com os mais indiferentes.
Embora nenhuma forma de violência mereça justificativa, é mais compreensível para o senso comum que alguém, em momento de intenso desespero, seja capaz de um ato impensado. Essa, aliás, é uma das formas de violência mais difíceis de evitar. É como tentar prevenir o imprevisível. Será que muita gente em situação-limite não estaria sujeita a agir de forma nunca antes imaginada? Não há como saber. Mas, quando há um elemento a mais do crime, como premeditação, esse sentimento é substituído por espanto e indignação.
Decapitar um inimigo e pendurar a cabeça no alto de um poste, retalhar um corpo humano, valer-se da condição de médico para abusar sexualmente de pacientes fragilizadas emocionalmente são crimes que guardam um parentesco. Parece haver um método, uma programação, um desfrute da ocasião. É como se o autor da ação transformasse a tragédia em parque de diversões e passasse a sentir certo prazer naquele momento.
O matador em série (serial killer, em inglês) é alguém que usa um padrão na forma de atacar e matar. É comum que esses criminosos tenham, como base, uma disfunção ou distúrbio conhecidos como psicopatia (que podem ser de vários tipos). Agem acima do bem e do mal. A construção do que é certo ou errado é muito peculiar. Consideram-se grandiosos, plenos de razão. Foi com tom de superioridade que o jovem norueguês que matou 77 pessoas em 2011 deu seu depoimento.
No caso de autores de crimes bárbaros isolados, há, em linhas gerais, alguns quadros psiquiátricos e características mais comuns. Um deles é o surto psicótico, desencadeado por uma variedade de motivos, que leva alguém a agir de acordo com uma percepção delirante da realidade (como se sentir perseguido). Outro é o transtorno de personalidade (como em algumas psicopatias), que faz alguém agir de forma fria e violenta em situações vistas como extremas. Para essas pessoas, decepar o marido ou tirar o coração da amiga são ações feitas com tranquilidade fora do comum. Elas têm um tipo de funcionamento psíquico que não é regra, e sim absoluta exceção. Em geral, podem responder por seus atos, já que escolhem praticar ou não uma ação.  
Fonte: revistaepoca.globo.com/Vida-util/jairo-bouer/noticia/2012/07/mente-doentia-dos-criminosos-barbaros.html

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Futuros sistemas de rastreamento ocular lerão sua mente


Futuros sistemas de rastreamento ocular lerão sua mente
Crédito da foto: Getty Images
Os olhos são as janelas da alma, diz o velho ditado. E para as empresas que desenvolvem a tecnologia de rastreamento ocular, eles podem ser tornar verdadeiros voyeurs.
As câmeras frontais devem se tornar padrão em todos os dispositivos, e estarão equipadas não só para monitorar o que lemos na internet, mas também como lemos. Elas observarão quanto tempo você se demora em uma palavra ou imagem, como suas pupilas dilatam e quão rápido você pisca. Por quê? Porque todos esses detalhes fornecem uma grande quantidade de informações relevantes sobre seu cliente favorito: você. E isso significa muito dinheiro em receitas publicitárias.
“Será que nossos olhos permanecem por alguns segundos em um anúncio que, no final, decidimos não clicar? Como nossos olhos se movem à medida que percorrem o conteúdo de uma página? Existem certas palavras, frases ou tópicos que parecemos preferir ou evitar? Nofuturo, seremos apresentados a anúncios on-line baseados não apenas naquilo que compramos, mas também nos pensamentos refletidos pelo movimento de nossos olhos?”, questionou recentemente John Villasenor, do Slate.com.
É claro que os gurus da tecnologia moderna da Apple já solicitaram uma patente de interface gráfica em 3D para dispositivos eletrônicos pessoais, como o iPhone e o iPad. E a empresa europeia Senseye está se preparando para incluir um software de rastreamento ocular em seus smartphones no próximo ano.
A maioria dos computadores atuais e dispositivos eletrônicos pessoais não são suficientemente potentes para realizar os complexos cálculos exigidos pelo rastreamento ocular, mas é só uma questão de tempo.
Villasenor pôs uma pertinente “cereja do bolo” no final de seu post quando escreveu o seguinte:
“Hoje, quando lemos alguma coisa na internet, nossos pensamentos ainda são nossos. É melhor aproveitarmos enquanto podemos”.
Fonte:  Slate/Discovery Brasil

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