Neste programa, veiculado originalmente na TV Brasil, discutem-se os impactos positivos e negativos da influência da cultura brasileira nos povos africanos de língua portuguesa.
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quinta-feira, 21 de dezembro de 2017
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
8 das famílias mais influentes da História
No
decorrer dos séculos, algumas famílias ganharam destaque na História
mundial pelo seu grande poder e renome. Elas mudaram o destino de suas
nações ou mesmo da economia internacional. As famílias foram listadas
pelo fundador do site List Verse,
que esclareceu que ela dá uma visão ampla de algumas das mais poderosas
famílias históricas, não excluindo as casas reais. Confira abaixo.
8 – Família Rothschild
A família Rothschild — muitas vezes referida como Os Rothschilds — é
uma dinastia de origem judaica alemã que comanda o sistema bancário e
financeiro internacional, estabelecendo operações em toda a Europa e
sendo enobrecida pelos governos da Áustria e do Reino Unido.
A ascensão da família à proeminência internacional começou com Mayer
Amschel Rothschild (1744-1812 — foto acima), cuja estratégia para o
sucesso era manter o controle de seus negócios nas mãos da família,
permitindo-lhes manter total discrição sobre o tamanho de sua riqueza e
realizações de negócios.
Mayer Rothschild manteve com sucesso a fortuna com casamentos
arranjados com cuidado entre os membros estreitamente relacionados à
família. O quarto filho dele, Nathan Mayer Rothschild, começou seu
negócio em Londres em 1811, onde o império ainda perdura até hoje. Seus
negócios foram tão importantes que até evitaram grandes crises
financeiras na Inglaterra.
Atualmente, temos até alguns membros da família Rothschild radicados
no Brasil, como o Barão Philippe de Nicolay Rothschild, banqueiro
francês e proprietário de uma exclusivíssima vinícola de champanhe, na
região francesa de mesmo nome (Champagne).
7 – Plantageneta
A Casa de Plantageneta foi uma casa real fundada por Henrique II da
Inglaterra, filho de Godofredo V de Anjou e de Matilde (filha de
Henrique I). Os reis de Plantageneta foram os primeiros a governar o
Reino da Inglaterra no século 12.
No total, 15 monarcas da família governaram a Inglaterra de 1154 até
1485. Uma cultura inglesa distinta e um impulso nas artes surgiram
durante a era Plantageneta, incentivados por alguns dos monarcas que
eram patronos do "pai da poesia inglesa", Geoffrey Chaucer. A
arquitetura também ganhou características específicas, como a
apresentada na Abadia de Westminster.
Houve também progressos duradouros no setor social, quando João I da
Inglaterra assinou a Magna Carta (foto acima), que influenciou no
desenvolvimento do direito comum e direito constitucional. As
instituições políticas, como o Parlamento da Inglaterra, tiveram origem
na era Plantageneta assim como instituições de ensino renomadas
mundialmente, incluindo a Universidade de Cambridge e de Oxford.
6 – Família Nehru-Gandhi
A Nehru-Gandhi é uma família política indiana, que dominou o
Congresso Nacional Indiano na maior parte do início da história da Índia
independente. Três membros da família (Pandit Jawaharlal Nehru, sua
filha Indira Gandhi e seu filho Rajiv Gandhi) foram primeiros-ministros
da Índia, sendo que Indira e Rajiv Gandhi foram assassinados.
Um quarto membro da família, Sonia Gandhi (viúva de Rajiv), é
atualmente a presidente do Congresso, enquanto seu filho, Rahul Gandhi, é
o mais novo membro da família a entrar na política ativa quando
concorreu e ganhou um cargo na câmara do Parlamento da Índia em 2004.
Vale destacar que a família Nehru-Gandhi não está relacionada ao líder da independência indiana Mahatma Gandhi.
5 – Família Khan
Genghis Khan foi o fundador, governante e imperador do Império
Mongol, o maior império em área contígua da História, que se estendia a
partir da Ásia Central, Europa Central até o Mar do Japão, Sibéria,
Índia, Indochina e o planalto iraniano e, por fim, ao oeste até o
Levante e Arábia.
Ele chegou ao poder unindo muitas das tribos nômades do nordeste da
Ásia. Depois de fundar o Império Mongol e ser proclamado "Genghis Khan"
(Khan = governante), começou as invasões e ataques de Kara-Khitan
Canato, Cáucaso, Império Khwarezmid, Xia Ocidental e dinastias Jin.
Durante sua existência, o Império Mongol eventualmente ocupou uma
porção substancial da Ásia Central. Antes de Genghis Khan morrer, ele
nomeou Ogedei Khan como seu sucessor e dividiu seu império entre seus
filhos e netos. Ele morreu em 1227 depois de derrotar os Tangutes.
A figura foi enterrada em uma cova anônima em algum lugar na
Mongólia, em um local desconhecido. Seus descendentes passaram a dominar
outras regiões para o Império Mongol nas áreas citadas acima.
4 – Dinastia Júlio-Claudiana
A dinastia Júlio-Claudiana normalmente refere-se aos primeiros cinco
importantes imperadores romanos: Augusto, Tibério, Calígula (também
conhecido como Caio), Cláudio e Nero, ou à família a que pertenciam. A
dinastia governou o Império Romano a partir de sua formação, de 27 a.C. a
68 d.C., quando o último da linha, Nero, cometeu suicídio.
O nome Júlio-Claudiano deriva do apelido de Augusto, pertencente à
família Julia, e de Tibério, um Claudius de nascimento subsequentemente
adotado. Os sucessores de Augusto são conhecidos por esse nome devido
aos casamentos idealizados por ele entre a sua família, os Julii, e os patrícios Claudii.
Os reinados dos imperadores Júlio-Claudianos suportaram algumas
características semelhantes: todos chegaram ao poder através de relações
indiretas ou adotadas. Cada um expandiu o território do Império Romano e
iniciou grandes projetos de construção.
Segundo as fontes, eles eram geralmente amados pelas pessoas comuns,
mas os historiadores antigos descrevem os imperadores Júlio-Claudianos
como cruéis, loucos, sexualmente perversos e tirânicos.
3 – Família Zhu
"Zhu" era o nome de família dos imperadores da dinastia Ming. Foi
Hongwu (Zhu Yuanzhang — imagem acima) que optou por usar o Ming (que
significa “brilhante”) para o nome dinástico. A dinastia Ming foi a
governante da China de 1368 a 1644, após o colapso da Dinastia Yuan
Mongol.
A Ming foi a última dinastia na China governada por Hans étnicos. Ela
foi uma das mais estáveis e duradouras da história chinesa. Após Hongwu
e Yongle, alguns dos imperadores Ming se destacaram como grandes
governantes.
O curto reinado do imperador Xuande (1426-1435), no entanto, foi
considerado por estudiosos posteriores como uma idade de ouro do bom
governo e patrocínio das artes. Xuande foi ele próprio um artista
talentoso e poeta, reunindo um grupo de artistas na corte.
Embora a primeiro capital Pequim tenha entrado em queda em 1644,
devido a uma rebelião liderada por Li Zicheng (que estabeleceu a
dinastia Shun, logo substituída pela dinastia Qing), os regimes leais ao
trono Ming sobreviveram até 1662.
2 – Família Ptolomeu
A dinastia ptolomaica era uma família real macedônia helenística que
governou o império no Egito por cerca de 300 anos, de 305 a 30 a.C.
Ptolomeu, um dos sete guarda-costas que serviram como generais e
deputados de Alexandre, o Grande, foi nomeado sátrapa (governante de
província) do Egito após a morte de Alexandre em 323 a.C.
Em 305 a.C, ele declarou-se rei Ptolomeu I, sendo mais tarde
conhecido como "Soter" (salvador). Os egípcios logo aceitaram os
Ptolomeus como os sucessores dos faraós do Egito independente e a
família governou a região até a conquista romana de 30 a.C.
O membro mais famoso da linha foi a última rainha, Cleópatra VII,
conhecida por seu papel nos combates políticos romanos entre Júlio César
e Pompeu, e mais tarde entre Otaviano e Marco Antônio. Seu suicídio na
conquista por Roma marcou o fim do domínio Ptolomeu no Egito.
1 – Dinastia Capetiana
Não, essa não é a dinastia do capeta. Na verdade, a dinastia
capetiana se refere a qualquer um dos descendentes diretos de Hugo
Capeto da França. O Rei Juan Carlos da Espanha e Grão-Duque Henri de
Luxemburgo são membros desta família, ambos pela ramificação Bourbon da
dinastia. Essa é a maior casa real europeia.
Ao longo dos séculos anteriores, os capetianos se espalharam pela
Europa, governando toda forma de unidade provincial de reinos até
feudos. Além de ser da família real mais numerosa na Europa, é também
uma das mais incestuosas, especialmente na monarquia espanhola.
Muitos anos se passaram desde que os monarcas capetianos governaram
grande parte da Europa, no entanto, eles ainda permanecem como reis, bem
como outros títulos. Atualmente dois monarcas ainda dominam a Espanha e
Luxemburgo.
O membro da família legítimo atual é Louis Alfonso (foto acima), o
duque de Anjou, que também detém a alegação legitimista ao trono
francês. No geral, dezenas de ramos da dinastia Capeto ainda existem em
toda a Europa.
Fonte(s): List Verse, Forbes Brasil, Megacurioso.
Postado por
Rogério Rocha
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segunda-feira, 2 de julho de 2012
Como as traições tem influenciado o rumo da história
Como as traições tem influenciado o rumo da história
A história está cheia de casos de pessoas muito confiáveis que se revelaram capazes de delatar e prejudicar os melhores amigos e a pátria. Conheça a sórdida - e ambígua - saga da traição
Álvaro Oppermann | 20/06/2012 12h9
Um dos episódios mais bem guardados da Revolução Cubana tinha no bojo uma traição em família. E só veio à tona em outubro, quando Juanita Castro lançou o livro de memórias Fidel y Raúl, mis Hermanos. La Historia Secreta, co-escrito com a jornalista María Antonieta Collins. Quinta dos sete filhos de Ángel Castro e Lina Ruz González, Juanita traiu seus irmãos trabalhando para a CIA entre 1961 e 1964, em plena Havana. "Foi uma relação estreita com o arqui-inimigo dos Castro", diz a jornalista sobre a informante de 76 anos, que vive no exílio há 45, primeiro no México e depois nos Estados Unidos. Nesse período, ela nunca falou com os irmãos.
A traição está entre os capítulos mais sombrios - e saborosos - da História ocidental. A própria Bíblia cita vários casos, nenhum tão peculiar quanto aquele em família. Primogênito de Adão e Eva, Caim ficou enciumado da predileção de Deus por seu irmão caçula. Levou Abel para um campo deserto, onde o matou. À traição, subentende-se. "Agora és maldito e expulso do solo fértil que abriu a boca para receber de tua mão o sangue de teu irmão", ordenou Javé ao assassino. "Na cultura do Ocidente não existe delito mais grave que o de defraudar a confiança adquirida", afirma José Manuel Lechado, em Traidores que Cambiaron La Historia ("Traidores que mudaram a História", inédito no Brasil). Mas, sob perspectivas distintas, certos personagens desleais podem até ser heróis. "Na visão dos ingleses, George Washington (protagonista da independência americana) foi um grande traidor", diz Lechado. Seja bem-vindo à narrativa dos atos sorrateiros. E cuidado com quem está às suas costas. Já diz o ditado: "Deus me livre dos amigos, porque os inimigos eu sei quem são".
A palavra "traição", muito além da infidelidade conjugal, mudou de sentido ao longo do tempo. "Hoje ela é acima de tudo um crime contra o Estado. Mas nem sempre foi esse o caso", afirma Alan Orr em Treason and the State ("A traição e o Estado", sem edição em português). Na Antiguidade, trair era agir contra os deuses. Foi o pecado que cometeu, na visão de seus súditos, o faraó Akenaton. No século 14 a.C., ele aboliu a antiga religião egípcia e seu panteão para determinar a adoração monoteísta a Aton e proclamar-se único representante dele. Na Batalha das Termópilas (480 a.C.), entre espartanos e persas, o grego Efialto entregou aos inimigos o segredo de uma estreita passagem entre as montanhas, até a retaguarda grega. Por sua perfídia, vista como uma ofensa direta ao deus da guerra, Ares, Efialto foi amaldiçoado.
Trair começou a ganhar status laico e jurídico na Roma antiga. Segundo o historiador do direito Simon Hirsch, os romanos inventaram o conceito de crimen maiestatis (lesa-majestade) para atos contra a soberania de Estado, o que incluía excentricidades como destruir a estátua do imperador.
Ilustrações: Murilo Maciel
Na Europa, durante a Idade Média, o conceito passou a se referir ao atentado contra a vida do senhor feudal, do rei ou do papa. Mas e se um rei se insurgisse contra o papa? Isso seria traição? E o barão que se rebelasse contra o monarca? No século 13, a opinião dominante entre os juristas era a de que, em ambos os casos, a quebra de hierarquia configurava o delito. No imaginário do aldeão médio, contudo, não havia pior infame que Judas Iscariotes. Com um beijo, entregou Jesus por 30 moedas de ouro. O cristianismo transformou a traição em pecado gravíssimo. Mas o ato do apóstolo demorou a se disseminar. "Até a década de 60 do século I, diferentes memórias parecem sugerir, no seu todo, que os cristãos desconheciam o tema da traição de Jesus", diz André Chevitarese, professor de história da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A malhação de Judas só começou por volta do século 4.
Óleo fervente e veneno
Foi na Inglaterra de Henrique VIII que a traição ganhou sua acepção moderna, de crime contra o Estado. O tema é especialmente caro aos ingleses, que usam três palavras para designá-lo: treason, de uso jurídico, e treachery e betrayal, de uso comum. Segundo Orr, o conceito legal moderno nasceu das formulações dos juristas das eras Tudor (século 16) e Stuart (século 17). Ainda não havia separação clara entre Estado e monarca, mas a nova concepção já era diferente da medieval. O crime contra o Estado (que incluía o rei e altos cargos eclesiásticos) era chamado de Alta Traição (High Treason). Em 1530, um cozinheiro condenado por tentar envenenar o bispo de Rochester foi jogado num panelão de óleo fervente. Os reis utilizavam a mesma regra para neutralizar inimigos. Ela ensejou várias condenações irregulares, como a de Ana Bolena, segunda esposa de Henrique VIII, em 1536. Também havia uma "traição menor" (Petty Treason), que contemplava, entre outros delitos, o de mulheres que matavam maridos. Essa lei só foi abolida em 1828.
O método mais usado para se livrar de pessoas indesejadas era o veneno. Só em Paris havia cerca de 30 mil "especialistas" que ofereciam seus serviços por encomenda. Envenenado, sir Thomas Overbury foi vítima do mais mirabolante caso de Alta Traição, em 1613, contra o rei James I da Casa de Stuart. Tudo não passou de uma tramoia de Lady Frances Howard. Desejando casar-se com o conde de Rochester, Robert Carr, sofreu a enfática oposição de Overbury, amigo íntimo do assediado. Ela persuadiu o rei a dar um cargo para o desafeto bem longe dali - na Rússia. Desesperado, Thomas recusou a "promoção". A dama, então, convenceu James I de que a negativa do nobre fora motivada por uma conspiração. Notório paranoico, o rei mandou trancar Overbury na Torre de Londres. Ele apareceu morto em 15 de setembro de 1613. E Frances, enfim, casou-se com o conde.
Ilustrações: Murilo Maciel
No Brasil, um dos episódios mais conhecidos de traição é o de Domingos Fernandes Calabar. Contrabandista e senhor de engenho em Pernambuco, em 1632 decidiu juntar-se aos holandeses da Companhia das Índias Ocidentais, que pilhavam o Nordeste desde a década anterior. Os préstimos de Calabar foram vitais para que a Holanda estendesse seus domínios de Pernambuco até o Rio Grande do Norte. Capturado pelos portugueses em 1635, ele foi estrangulado e esquartejado. Já José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo, construiu sua infâmia durante a Ditadura. De líder da Associação dos Marinheiros, passou a guerrilheiro da Vanguarda Popular Revolucionária e então a delator. Preso em 1970, foi convencido pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury a entregar os companheiros. Em janeiro de 1973, o cabo serviu de isca para o extermínio de seis dos principais militantes da VPR, num sítio em Pernambuco. Entre as vítimas estava Soledad Barret Viedma, companheira dele, grávida de sete meses. Depois disso, teve de sumir. Fez uma cirurgia plástica e mudou de identidade, bancado pelo regime.
A história mostra que às traições não faltam ambiguidades. Para Juanita Castro, os verdadeiros pérfidos foram seus irmãos. Devotada revolucionária, responsável pela construção de clínicas e hospitais em Cuba, ficou desapontada com Fidel e Raúl, quando tiveram início as prisões, fuzilamentos e confisco de propriedades. Nessa época, ela tinha laços estreitos com o então embaixador da representação do Brasil em Havana, Vasco Leitão da Cunha, e sua mulher, Virgínia. O casal ofereceu asilo a muitos rebeldes durante a ditadura de Fulgencio Batista. Inclusive a Juanita, em 1958. Três anos depois, Virgínia procurou a irmã de Fidel - já desencantada com a revolução - para que ela se reunisse "com amigos". Tais amigos eram da CIA. Juanita aceitou repassar informações, desde que nada fosse usado nas tentativas de assassinato a El Comandante. Em 1964, depois da morte da mãe, Raúl conseguiu-lhe um visto para ir ao México. Lá, Juanita rompeu formalmente com os irmãos.
"A traição é um conceito extraordinariamente ambíguo, que foi utilizado - e ainda o é - para combater inimigos políticos e também para justificar fracassos", diz Lechado. Isso vale para o Brasil, como ilustra o caso de Calabar. Em 1975, um tribunal simulado, em João Pessoa, julgou que o ex-senhor de engenho agiu em favor dos conterrâneos e o absolveu. De traidor passou a mártir.
Galeria da infâmia
Uma pequena seleção do clube que insiste em crescer
Conde Ugolino della Gherardesca
Membro do partido Gibelino, aliado ao imperador, ele comandava Pisa no início do século 13. O partido rival, o Guelfo, dominava Gênova e Florença. Acusado pelo arcebispo Ubaldini, um desafeto, de aderir ao guelfos, Ugolino foi destituído.Ambos aparecem como traidores na Divina Comédia.
Mary Stuart
Pretendente católica ao trono inglês, Mary - chamada carinhosamente de "rainha dos escoceses" (terra dos Stuart) - foi encarcerada por ordem da rainha Elizabeth I, que temia uma trama dos católicos contra ela, anglicana. Após 19 anos na prisão, Mary Stuart foi executada por Alta Traição em 1587.
Joaquim Silvério dos Reis
Em 1789, entregou os inconfidentes mineiros para ter suas dívidas com a coroa portuguesa perdoadas. Seu amigo Tiradentes acabou enforcado e esquartejado. Depois, Silvério ganhou uma pensão vitalícia de Portugal e foi até recebido por dom João.
Charles Maurice de Talleyrand-Périgord
Ministro das Relações Exteriores de Napoleão, dizia que "traição era uma questão de datas". Virou agente da Rússia e entregou segredos do império francês aos austríacos. Em 1815, organizou a deposição de Napoleão e a volta da monarquia.
Jin Bihui
Conhecida como "Mata Hari do Oriente", a manchu foi espiã para o Japão na corte do último imperador da China, Pu Yi. Bela e inteligente, era amante do principal assessor militar do imperador. Gostava de usar roupas masculinas. Segundo uma versão, sofreu abuso sexual na infância. Foi executada como traidora pelo governo nacionalista chinês em 1948.
Heinrich Himmler
O chefe da SS abandonou Hitler e negociou uma rendição da Alemanha com os EUA e a Grã-Bretanha quando viu que o nazismo estava com os dias contados. Hitler, ao descobrir a traição, ficou furioso. Himmler terminou preso pelo exército inglês em maio de 1945. Depois, suicidou-se.
Augusto Pinochet
O general Augusto José Ramón Pinochet Ugarte (1915-2006) foi Chefe do Exército do Chile no fim do governo socialista de Salvador Allende. Quando Pinochet orquestrou o golpe de 11 de setembro de 1973, Allende foi pego de surpresa: considerava-o um bom amigo. Allende suicidou-se e o general instaurou um sangrento regime militar que duraria até 1990.
Tommaso Buscetta
Foi importante membro da Cosa Nostra e ficou rico traficando drogas no Brasil. Preso em 1984 e deportado para a Itália, fez um acordo com a Justiça local, entregando o esquema da Máfia. Foi o primeiro a quebrar o código de silêncio da organização. Faleceu em 2000 em Nova York, livre, mas muitos de seus parentes foram mortos por causa da traição.
Inesquecível colaboracionismo
O auxílio às tropas de Adolf Hitler deixou muitas cicatrizes
A cooperação com os nazistas é um capítulo da Segunda Guerra que muitos franceses gostariam de apagar. Em 1940, o Norte do país foi ocupado pelo exército de Hitler. Para manter a nação funcionando, assumiu o poder um governo fantoche , em Vichy, liderado pelo marechal Philippe Pétain. Um dos mais notórios colaboracionistas foi Pierre Laval. Como ministro das Relações Exteriores, ele autorizou a deportação de 15 mil judeus. Em 1945, foi considerado culpado de Alta Traição e fuzilado. Outras pessoas simpáticas ao invasor, mesmo aquelas indiretas, como Coco Chanel, encararam o "julgamento moral" dos compatriotas. A estilista era amante do espião Hans Gunther von Dincklage. Graças a ele, pôde manter seu apartamento num hotel de Paris. Não se sabe até que ponto ela conhecia segredos da espionagem nazista, mas, ao fim da guerra, saiu de Paris e refugiou-se na Suíça, onde permaneceu até 1954. Foi então que criou o glamouroso terninho Chanel. E o sucesso ofuscou a mácula da guerra. Já na Inglaterra, o oficial do exército William Joyce foi condenado à forca por fazer propaganda nazista no rádio. Conhecido como Lorde Haw Haw, ele transmitia de Berlim, para as ilhas britânicas, exaltações ao Führer.
Saiba mais
LIVRO
Traidores que Cambiaron la Historia, José Manuel Lechado, Ediciones Espejo de Tinta, 2006
O autor espanhol narra as mudanças no conceito de traição no Ocidente e conta casos famosos. A obra ainda não foi editada em português.
Post-Scriptum
Estranhas coalizões
A traição na conjuntura política brasileira
Luiz Inácio falou: "Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão". Como o apóstolo ganhou infâmia na condição de quem traiu a confiança de Cristo em troca de dinheiro, a frase do presidente Lula irritou a Igreja e provocou diferentes reações acerca do sentido da traição e sobre como se governa o Brasil.
Na política, e em todas as formas de relações sociais, trair simboliza deslealdade ou infidelidade. Geralmente, o suposto traidor busca vantagens pessoais ou posições de poder. Mas há situações em que pessoas abandonam seu partido ou evitam adotar teses defendidas por ele apenas para manter a coerência com os ideiais originários da agremiação.
Casos de traição política no Brasil não são recentes. No século 18, o delator Joaquim Silvério dos Reis levou à morte Tiradentes. O líder comunista Luis Carlos Prestes, preso pelo governo Vargas no Estado Novo (o mesmo que entregou sua mulher, Olga Benário, para os nazistas), depois apoiou Getulio para as eleições presidenciais de 1950. Carlos Lacerda, Jânio Quadros, Paulo Maluf e muitos outros colecionam histórias em que figuraram tanto como traídos quanto como traidores.
Mas fatos mais recentes ocorridos com Lula e com o Partido dos Trabalhadores ilustram bem a polêmica em torno do que se considera traição política. Fundado em 1980 com orientação programática socialista e crítica ao capitalismo, o PT se colocou como alternativa (quase única) para a construção de uma sociedade mais justa rejeitando acordos com partidos de centro para a direita. Assim, perdeu as eleições presidenciais de 1989, 1994 e 1998 tendo Lula como candidato. Em 2002, ampliou alianças para viabilizar a vitória. Porém, tal objetivo não seria alcançado sem que o PT abdicasse da defesa irrestrita de bandeiras históricas, como o rompimento com o FMI e a taxação de fortunas. A candidatura de Lula, enfim, atraiu um grande empresário, o então senador José de Alencar, do Partido Liberal, de bandeiras opostas. A formação do governo também surpreendeu, a exemplo da nomeação do tucano Henrique Meirelles (hoje no PMDB) para presidir o Banco Central.
Quem traiu quem? Os dissidentes, que fundaram um novo ou migraram para outros partidos, ou o PT, que assumiu a impossibilidade de vencer e administrar sem fazer acordos? Em nome da governabilidade, Lula atraiu antigos "inimigos", como os ex-presidentes José Sarney e Fernando Collor. Mas o uso do termo traição acerca do momento vivido pelo PT não foi reivindicado só por dissidentes. Em 12/8/2005, o presidente Lula foi à TV falar sobre o mensalão: "Eu me sinto traído por práticas inaceitáveis. Indignado pelas revelações que chocam o país, e sobre as quais eu não tinha qualquer conhecimento". É inegável que, ao buscar novas alianças, Lula teria de abrir mão de certos princípios. O pragmatistmo rendeu vitórias em 2002 e 2006, mas o presidencialismo brasileiro não permite, salvo raras situações, que o eleito consiga maioria suficiente para garantir governabilidade apenas com o resultado das urnas. Desse modo, não resta alternativa senão compor o governo com forças que estavam na oposição, o que requer acordos que geralmente passam por ceder espaços na máquina pública. O grupo que adere deveria fazê-lo por objetivos programáticos comuns, mas isso, concretamente, não ocorre. No Congresso, a barganha acontece principalmente com o pagamento de emendas parlamentares. Ambas as práticas não são exclusivas do atual mandatário.
Agora, se Lula sentiu-se traído por companheiros no auge da crise do mensalão e indicou que, para governar, precisa se unir a supostos adversários, não seria exagero dizer que muitos petistas ou ex-petistas experimentam a mesma sensação ao verificar os mecanismos para obter a governabilidade na gestão Lula.
A grande questão que fica é: poderia ter sido diferente? Teria razão Maquiavel ao afirmar que a política tem uma lógica própria?
*Marco Antônio Carvalho Teixeira Cientista político, é professor e pesquisador da Fundação Getúlio Vargas - SP
Postado por
Rogério Rocha
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23:17
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