Algumas curiosidades cercam a composição e a confecção da bandeira nacional. Muitas delas, certamente, boa parte de nós, brasileiros, sequer imaginamos. Vejamos algumas delas.:
1) A Bandeira Nacional, adotada pelo Decreto n° 4, de 19 de novembro de 1889, com as modificações da Lei n° 5.443, de 28 de maio de 1968, deve ser atualizada sempre que ocorrer a criação ou a extinção de Estados.
Assim sendo, caso no Brasil venham a ser criados novos estados da federação, ou mesmo extintos alguns (por fusão ou incorporação, por exemplo), nosso pavilhão deverá sofrer alterações, retirando-se uma das estrelas brancas constantes dentro do círculo azul em seu centro.
2) As constelações que aparecem na Bandeira Nacional correspondem ao aspecto do céu, na cidade do Rio de Janeiro, às 8 horas e 30 minutos do dia 15 de novembro de 1889 (doze horas siderais) e devem ser consideradas como vistas por um observador situado fora da esfera celeste.
Nesse ponto, um aspecto místico-esotérico (ou astronômico, para dizer o mínimo) se apresenta, pois os criadores da bandeira partiram do pressuposto, à época factualmente impensável, de que algo ou alguém "fora da esfera celeste" pudesse vislumbrar a configuração formada pelo posicionamento daquelas estrelas.
Para alguns estudiosos as formas geométricas constantes no símbolo máximo do país foram subtraídas de uma mandala, ou seja, a bandeira é uma concepção artística da imagem do mundo visto de fora para dentro.
3) Os novos estados da federação serão representados por estrelas que compõem o aspecto celeste, de modo a permitir-lhes a inclusão no círculo azul da Bandeira Nacional sem afetar a disposição estética original.
4) Há previsão legal para a execução de sete tipos (tamanhos) oficiais de pavilhão, podendo ser fabricados tipos extraordinários de dimensões maiores, menores ou intermediárias, conforme as condições de uso, mantidas, entretanto, as devidas proporções da bandeira (como originalmente criada).
5) As letras da legenda Ordem e Progresso (lema inspirado na filosofia positivista de Auguste Comte) serão escritas em cor verde e colocadas no meio da faixa branca, ficando, para cima e para baixo, um espaço igual em branco. A letra P ficará sobre o diâmetro vertical do círculo.
Os coautores intelectuais da atual bandeira eram membros da Igreja Positivista. Dentre eles estavam Raimundo Teixeira Mendes (presidente do apostolado positivista do Brasil), Miguel Lemos, Manuel Pereira Reis (catedrático de astronomia da Escola Politécnica do Rio de Janeiro). O disco azul foi obra do pintor Décio Vilares e o acréscimo da constelação do Cruzeiro do Sul invertida foi ideia de Benjamin Constant.
6) As estrelas serão de 5 (cinco) dimensões: de primeira, segunda, terceira, quarta e quinta grandezas. Devem ser traçadas dentro de círculos cujos diâmetros diferem, de grandeza para grandeza, até alcançarem a quinta. Ou seja, existem, como se pode facilmente observar, 5 tamanhos de estrelas na configuração das que aparecem no interior da esfera azul.
7) As duas faces devem ser exatamente iguais, com a faixa branca inclinada da esquerda para a direita (do observador que olha a faixa de frente), sendo vedado fazer uma face como avesso da outra.
Esotericamente, pode-se atribuir os seguintes significados às formas geométricas de nosso pavilhão:
- O retângulo verde simboliza o Templo do Universo;
- O losango traz a aplicação perfeita do cálculo geodésico dos limites e fronteiras do território do país;
- A cor amarela é a Seção Dourada e simboliza a prevalência da razão, do equilíbrio e da harmonia de proporções;
- O círculo azul representa o setor da esfera celeste entre a faixa do zodíaco e o seu polo sul;
- A faixa branca representa a linha de contorno da Via Láctea;
- A legenda Ordem e Progresso, como já observamos, traduz a síntese da ideia positivista de evolução da humanidade.
Abaixo, podemos ver, relacionados, os estados da federação em analogia às estrelas (corpos celestes) que respectivamente representam.
Estado - Constelação - Estrela:
Acre - Hidra Fêmea - Hya (gama)
Alagoas - Escorpião - Sargas (teta)
Amapá - Cão Maior - Mirzam (beta)
Amazonas - Cão Menor - Prócion (alfa)
Bahia - Cruzeiro do Sul - Gacrux (gama)
Distrito Federal - Oitante - (sigma)
Ceará - Escorpião - Wei (epsilon)
Espirito Santo - Cruzeiro do Sul - Intrometida (epsilon)
Goiás - Argus - Canopus (alfa)
Maranhão - Escorpião - Graffias (beta)
Mato Grosso - Cão Maior - Sirius (alfa)
Mato Grosso do Sul - Hidra Fêmea - Alphard (alfa)
Minas Gerais - Cruzeiro do Sul - Pálida (delta)
Pará - Virgem - Spica (alfa)
Paraíba - Escorpião - Girtab
Paraná - Triângulo Austral - (gama)
Pernambuco - Escorpião - (mu)
Piauí - Escorpião - Antares (alfa)
Rio de Janeiro - Cruzeiro do Sul - Mimosa (beta)
Rio Grande do Norte - Escorpião - Shaula (lambda)
Rio Grande do Sul - Triângulo Austral - Atria (alfa)
Rondônia - Cão Maior - Muliphem (gama)
Roraima - Cão Maior - Wezen (delta)
Santa Catarina - Triângulo Austral - (beta)
São Paulo - Cruzeiro do Sul - Acrux (alfa)
Sergipe - Escorpião - (iotá)
Tocantins - Cão Maior - Adhara (epsilon)