Novas formas de publicar um livro passam o controle para o autor
por Verônica MambriniPUBLICADO
O hobby de Bernardo Salcedo virou livro e vendeu centenas de exemplares
Para um autor desconhecido, publicar um
livro é uma epopeia. São dezenas de tentativas perdidas em meio a uma
pilha de originais, disputando espaço com outros iniciantes até,
finalmente, ser lido por alguma editora. Uma vez aceito, começa um longo
processo, que passa por uma detalhada negociação contratual, revisão,
escolha da tipografia e design da capa, entre outras etapas. Mas os
autores nem costumam reclamar, pois o funil editorial, a maior prova, já
foi ultrapassado. Só que outras formas de se publicar um livro estão
surgindo nesse mercado. Cada vez mais, autores lançam mão da publicação
independente, onde podem controlar desde a capa e o formato do livro até
quanto querem ganhar por exemplar.
A publicação independente é uma onda que não
para de crescer nos principais mercados editoriais. Nos Estados Unidos,
foram publicados 764.448 títulos dessa forma no ano passado, um
crescimento de 181% em relação ao ano anterior. Nas editoras
tradicionais, foram 288.355 títulos publicados. No Brasil, a tendência
está em franca expansão e com muito espaço para crescer. Apenas 0,87%
dos livros no País são vendidos pela internet, de acordo com dados de
2008 da Câmara Brasileira do Livro. E as redes sociais e vendas online
são, junto com o boca a boca dos autores, o principal canal de
divulgação e distribuição dos livros autopublicados.
Essa foi a alternativa utilizada pelo
consultor de marketing Bernardo Salcedo, 36 anos. No ano passado, ele
lançou um blog com crônicas sobre os amigos. A receptividade foi tão
grande, que resolveu publicá-los. “Procurei várias editoras, que não se
interessaram”, diz. Acabou publicando “Doze Homens e Nenhum Segredo”
pela Ag.Book, que pedia apenas o arquivo pronto, com o livro diagramado.
O autor não tem custos e cada livro é impresso apenas quando a compra é
efetivada. “A principal vantagem é a liberdade de fazer do jeito que eu
quero. Vendi algumas centenas, sem nenhum evento de lançamento, só
pelos contatos em redes sociais e pelo próprio blog”, afirma.
Desde 2009, a AgBook cadastrou 800
escritores, publicou 2 mil títulos e vendeu 7 mil livros, de acordo com
Rodrigo Abreu, vice presidente internacional da AlphaGraphics, que
controla a AgBook. “Somos uma alternativa para autores que querem
relançar obras ou edições que não justificam a impressão de grandes
quantidades, ou segmentos que necessitam de atualização rápida de
conteúdo, como tecnologia, direito e medicina”, afirma Abreu. Há outros
modelos para autores mais ambiciosos, como o da editora All Print, que
também distribui as obras. “O autor manda o livro para nós e fazemos a
produção, com revisão ortográfica, diagramação, capa e registro”, diz a
diretora Luciane de Araújo. Um sem-fim de chances para que cada livro
encontre seu leitor.
Fonte: Istoé
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