quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Haia - Holanda

Música nas ruas de Bruges - Bélgica

Grand Place - Bruxelas - Bélgica

Market Place - Bruges - Bélgica

Bruges - Bélgica

Visitando Abbey Road - Londres

Reggae em Piccadilly Circus - Londres

Rodando por ruas de Londres

Um passeio na London Eye

domingo, 30 de novembro de 2014

If leaving me is easy - Phil Collins

A arte de conversar

Les Plaisirs du bal, Jean-Antoine Watteau
Alcir Pécora

A ideia da conversação como uma parte decisiva da vida civil foi desenvolvida por três importantes autores italianos do século 16: Baldassare Castiglione (1478-1529); Giovanni Della Casa (1503-1556) e Stefano Guazzo (1530-1593). Em pouco tempo, tais considerações avançaram pelas principais cortes europeias, delas recebendo diferentes traduções e emulações.

Nos salões parisienses, em pleno período de rebelião dos grandes senhores contra a política de centralização monárquica levada a cabo pelos cardeais Richelieu e Mazarino, tais ideias foram aclimatadas de maneira interessante. Sob o reinado de Luís XIV, dois nomes, pouco conhecidos atualmente fora da França, destacaram-se nesse processo.

O primeiro deles é o de Antoine Gombaud, Chevalier de Méré (1607-1684). No De la conversation, de 1677, define a conversação como qualquer diálogo entre pessoas que se encontram casualmente ou não, com o propósito principal de diversão. Portanto, opõe conversa a conselho ou conferência, isto é, reuniões de negócios, onde não cabem gracejos e brincadeiras. Uma boa conversa deve ser distinta; agradar aos que escutam, pois apenas se estima o que contribui para a felicidade própria; suscitar movimentos moderados da alma, sem tristeza ou riso excessivos; usar argumentos de fácil inteligência; ter maneiras diversificadas; dar-se em boa companhia; possuir uma eloquência própria, mais próxima de pequenos retratos sem relação entre si, do que de grandes quadros.

Além disso, para Gombaud, a boa conversa supõe elocução fluente, sem grande ornamentação; supõe também simplicidade, que apenas existe no ar nobre e natural, oposto ao excesso de estudo, e ainda conformidade, isto é, uma acomodação do discurso às pessoas que se deseja conquistar. Convém sempre um humor afável e complacente com os amigos, além de um emprego comedido de provérbios, equívocos e agudezas, pois perdem a graça quando repetidos ou traduzidos para estrangeiros e visitantes.

Gombaud aconselha adotar um ritmo de “pressa lenta” na conversa, que nunca demonstre afã de impressionar; com esse mesmo propósito, também cabe evitar o tom sentencioso, de gosto vulgar. Realça ainda o papel da desenvoltura, para que não pareça que apenas se consegue falar bem mediante muito esforço, e a importância de evitar o didatismo livresco nas conversas. Outro aviso importante é do de temperar os elogios para que a fala não ganhe ares de adulação.

Para o autor, a regra mais decisiva da conversação é a de perceber o que cai ou assenta melhor na conversa, o que implica ser capaz de intuir sentimentos e pensamentos dos que escutam, de modo a jamais embaraçá-los. Ou seja, um conversador hábil deve saber o que a matéria e ocasião pedem, o que talvez se possa traduzir pelo critério mais geral de “senso de conveniência”.

O segundo nome que gostaria de mencionar é o de Madeleine de Scudéry (1607-1701), cujas séries de Conversations, escritas entre 1680 e 1688, recebem grande atenção de seus contemporâneos. Para ela, a utilidade e o prazer da conversação residem no estabelecimento de laços entre os homens. A isso se opõem vários maus hábitos correntes, como conversar sobre cuidados domésticos, sobre criados ou filhos, e ainda mais sobre roupas e o quanto elas custaram. Tampouco julga adequado falar cifradamente de intrigas; discutir genealogia e bens de família; falar da própria profissão, que em geral é maçante e só interessa aos que fazem o mesmo; e, de modo geral, entrar em assuntos graves, nos quais não cabe jovialidade. Também desaconselha reunião exclusiva de mulheres, sem a presença de ao menos um homem, mesmo que seja tolo, pois, a sós, tendem a esfriar o ambiente com bagatelas.

Madame de Scudéry ainda condena risos excessivos; narrações de casos funestos bem como de histórias do passado para gente que não o tenha vivido; empregar-se a falar de novidades locais, sem interesse para o visitante; falar baixinho, como se fosse segredo, o que geralmente não vai além de segredar falsas novidades. Tampouco julga adequado fantasiar grandes novidades ou falar de tudo seguidamente, para demonstrar espírito. É péssimo o hábito de falar aprofundadamente de um só assunto, que nunca se deixa mudar.

Para ela, a regra mais geral a adotar-se para uma conversação é a de falar livre e diversamente, segundo a ocasião, os lugares onde se está e as pessoas com quem se fala. O corolário dessa regra de ouro é que um grande conversador, dotado de espírito de polidez, reúne em si três talentos principais: o de desviar a direção usual das conversas; um espírito alegre e um sentido de conveniência sem apego a regras rígidas.

Salvo engano, portanto, a leitura dessas antigualhas ainda pode, senão instruir, divertir um bocado a quem se aventurar nelas.

Fonte: http://revistacult.uol.com.br/home/2014/11/a-arte-de-conversar/

Levantamento mostra que a televisão ainda é a campeã de audiência em todo o país


Por Ruy Martins Altenfelder Silva*




A Pesquisa Brasileira de Mídia, encomendada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República ao Ibope, traz algumas novidades, mas, basicamente, ajuda a con firmar e a dimensionar tendências já detectadas aqui e no exterior. Suas conclusões certamente poderão balizar a comunicação mais e ciente do governo com a população, especialmente nas chamadas mídias eletrônicas (rádio, TV e internet), já que tanto emissoras quanto programas e sites o ficiais são pouco lembrados e ainda menos assistidos. 

De acordo com o levantamento, a televisão é a campeã inconteste de audiência em todo o País, pois 65% dos brasileiros se postam diariamente, por mais de três horas, diante da telinha. Esse percentual sobe para 82%, quando considerados aqueles que a assistem cinco ou seis dias por semana. Surpresa, pelo menos para quem não está muito familiarizado com estudos sobre a mídia, é a forte preferência declarada dos telespectadores por noticiários e outros programas de cunho jornalístico, que chega a 80%, deixando em segundo lugar as novelas, com 48%.

O rádio vem em segundo lugar, mas com um dado que desmente sua penetração nos Estados com ocupação mais rarefeita. No Centro-Oeste, por exemplo, 52% da população nunca ouve rádio, o mesmo acontece com 51% dos moradores da região Norte. A maior audiência está no Rio Grande do Sul, com 72% dos gaúchos sintonizando suas emissoras preferidas pelo menos uma vez por semana. O último lugar fica com o Maranhão (9%). Não foi abordado na pesquisa o quesito programas mais ouvidos, o que daria mais clareza ao per fil dos ouvintes.

NOVAS E ANTIGAS MÍDIAS

O terceiro lugar do ranking já pertence à internet, embora 53% da população nacional ainda não acesse esse meio de comunicação, enquanto 26% ficam conectados à web durante a semana, com uma média diária de mais de três horas e meia. Nenhuma surpresa: a internet é a campeã entre os jovens menores de 25 anos (77%) e a menos cotada entre os maiores de 65 anos (3%). Com 68% das citações, as redes sociais aparecem como as mais acessadas, com prevalência do Facebook - uma tendência que estatísticas mais recentes sinalizam como já sendo abandonada pelos mais jovens. Aliás, o Facebook, com 38%, é o site mais procurado por quem está interessado em informação, seguido por portais essencialmente jornalísticos e ligados à mídia impressa, como Globo.com, G1 e UOL. Entre os entrevistados, em respostas de múltipla escolha, o acesso à internet por celular registra sensível avanço, com 40% das citações, contra os 80% dos computadores. Q uando se chega à mídia impressa, é sensível a queda da leitura de jornais e revistas entre os hábitos dos brasileiros: 70% e 85%, respectivamente, nunca abrem um jornal ou uma revista - fato que vem a confirmar as previsões de que esses meios de comunicação estão fadados ao desaparecimento. Já os mais otimistas alimentam a esperança de que com esses tradicionais veículos de comunicação aconteça o mesmo que ocorreu com o cinema, condenado à morte quando a televisão se popularizou. Ou seja, que jornais e revistas consigam sobreviver e até se fortalecer numa simbiose com os outros meios que ameaçam sua sobrevivência. Além disso, é bom não confundir o meio com a mensagem, pois o bom jornalismo pode ser exercido em outras mídias que não a impressa. E mais, como demonstra a preferência pelos programas noticiosos de TV, a fome pela informação não está desaparecendo entre as pessoas; ao contrário, ela só cresce.

SINAIS DOS TEMPO
Na análise das várias segmentações estatísticas apresentadas pela Pesquisa Brasileira de Mídia, aparece um forte sinal. O acesso aos meios de comunicação tem relação direta com dois indicadores sociais nos quais o Brasil não brilha, apesar de avanços recentes: a escolaridade e o nível de renda. Ou seja, quem tem mais anos de estudo e orçamento mais folgado, poderá ser um cidadão mais bem informado e com maior visão de mundo. Será, por exemplo, um eleitor mais consciente na escolha de seus representantes; um melhor pai ou um melhor professor para crianças e jovens; um indivíduo mais preparado para usufruir os direitos - e para cumprir os deveres - da cidadania; e assim por diante. Por tudo isso, para quem se interessa pelo tema, é sempre importante lembrar-se de aliar as pesquisas de mídia à qualidade do conteúdo que elas transmitem.


VANTAGEM

 Num importante quesito, entretanto, a mídia impressa leva nítida vantagem. Q uando está em jogo a credibilidade, ou a confiança na notícia recebida, 53% dos leitores acreditam no leem nos jornais, enquanto apenas 28% dos usuários põem fé nas informações postadas nas redes sociais. Outro ponto a observar na pesquisa é o peso da oferta de serviços de interesse da população. Por exemplo, no amplo sistema de emissoras, programas e sites mantido e alimentado pelo governo Federal, apenas dois sites receberam citações de acesso acima dos 10% e ambos com foco em assuntos de grande interesse: o do Ministério da Educação, com 12,6%; e o da Receita Federal, com 12,3%.

SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Os meios de comunicação públicos ainda não são citados espontaneamente pela população. Os brasileiros não mencionam a TV Brasil nem a Rádio Nacional, por exemplo, quando perguntados sobre qual emissora de TV ou estação de rádio mais acessam. Os dados são da Pesquisa Brasileira de Mídia divulgada hoje pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom-PR). De acordo com a publicação Hábitos de Consumo de Mídia pela População Brasileira, encomendada pela Secom e feita pelo Ibope Inteligência, programas da TV Brasil e emissoras de rádio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) apenas são lembrados pelos cidadãos brasileiros quando seus nomes são estimulados pelos entrevistadores.
*RUY MARTINS ALTENFELDER SILVA é presidente do Conselho Diretor do CIEE Nacional e da Academia Paulista de Letras Jurídicas.

Fonte: Portal Conhecimento Prático UOL - Revista Geografia

Postagens populares

Total de visualizações de página

Páginas