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FERNANDO PESSOA E SEUS HETERÔNIMOS
Nascido em 13 de junho de 1888, em Lisboa, Fernando Pessoa liderou o movimento modernista em Portugal, cujos ideais vieram à tona na revista Orpheu. Considerado um escritor singular e muito criativo, foi através da heteronomia que Fernando Pessoa alcançou o prestígio e o sucesso não só em Portugal, mas em toda a literatura universal.
Através de seus heterônimos, Fernando Pessoa mostrava seu vasto projeto artístico: seus heterônimos tinham biografia, estilo e ideais próprios, eram diferentes uns dos outros. Foram mais de 70 heterônimos criados, alguns desenvolvidos completamente, outros não. Os mais marcantes foram: Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.
Como ele mesmo, Fernando Pessoa tinha um forte traço nacionalista. Alimentava o gosto pelo épico e fazia retomada às Grandes Navegações, época de grandes conquistas para Portugal que foi apagado com o tempo.
Voltando-se para temas tradicionais, vemos ainda um traço saudosista nele.
Alberto Caeiro
Alberto Caeiro era o mestre de todos os outros heterônimos, além de ser mestre do próprio Fernando Pessoa. Nascido em 16 de abril de 1889, Caeiro era órfão de pai e mãe e viveu a vida inteira no campo com sua tia.
Fruto de um local bucólico, Caeiro defende a simplicidade da vida e seus pensamentos são extraídos do contato com a natureza e a vida simples. Ele procurava ver o real e como a realidade se configura de maneira simples.
Acreditava que os pensamentos do poeta - as sensações – eram obtidos por meio dos sentidos do ser humano, sem a interferência do pensamento humano. Para ele, as coisas “eram como eram”, não havia necessidade de pensar. Tudo era objetivo.
Caeiro faleceu em 1915, tuberculoso.
Ricardo Reis
Nascido em 19 de novembro de 1887, no Porto, Ricardo Reis tinha formação em medicina. Exilou-se no Brasil porque não concordava com a Proclamação da República Portuguesa. É uma face de Fernando Pessoa ligada ao clássico, à cultura greco-latina.
Ricardo Reis valorizava a vida campestre e a simplicidade das coisas, mas ao contrário de Caeiro, ele não se sente feliz e integrado à natureza, sentindo-se fruto de uma sociedade decadente, que caminha para a destruição. Para Reis, o destino de todos já havia sido traçado e só restava aproveitar a vida ao máximo.
Álvaro de Campos
Era a face mais ligada ao modernismo e ao futurismo. Nascido em 15 de outubro de 1890, em Távira, Álvaro é engenheiro formado em Glasgow, mas não exerceu a profissão por não gostar de sentir-se preso em escritório.
É um homem voltado para o presente e sua poesia buscava transmitir o espírito do mundo moderno. Teve três fases: decadentista, futurista e pessoal. Na fase decadentista há uma ligação com o simbolismo, um descontentamento, o tédio em relação ao mundo presente; na fase futurista vemos a ligação com o moderno e o tempo presente, que passava por modernização; na fase pessoal, vemos questionamentos sobre si próprio, descontentamentos e certo abatimento.
Postado por
Rogério Rocha
às
11:38
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