domingo, 15 de maio de 2011

Müller admite abalo com a fama e diz que "gastou muito dinheiro"



 . Foto: Getty Images
Muller não soube lidar com o sucesso quando jovemFoto: Getty Images
Morando de favor na casa do antigo companheiro de São Paulo, o ex-lateral direito Pavão, o ex-atacante Müller, 45 anos, avaliou os erros que causaram sua decadência financeira após carreira de 20 anos e concluiu que não estava preparado para tamanho sucesso. "Quando você é jovem, sempre gasta muito dinheiro, até desnecessariamente. Você não tem um preparado psicológico para fama e o sucesso, e acaba gastando muito dinheiro", afirmou, ao programaEsporte Fantástico, da TV Record.
Deslumbrado com o sucesso e com a fartura financeira, Müller não conseguiu se manter após a aposentadoria e, atualmente, tenta construir um cômodo no andar de cima da casa de Pavão para se alojar. Jogador de sucesso, não obteve êxito como dirigente e treinador. Atuou também como comentarista televisivo, e não descarta voltar a qualquer uma dessas funções. "Sempre priorizo o que vem primeiro. O futebol sempre foi meu meio de sobrevivência, então o que vier primeiro eu priorizo", afirmou o ex-craque.

CCJ analisará PEC que facilitará apresentação de projetos de iniciativa popular


Projetos de iniciativa popular podem ter a tramitação facilitada no Congresso. Na pauta de votação do próximo dia 18 da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), a PEC (proposta de emenda à Constituição) 3/11 diminui as exigências para a apresentação de propostas ao Legislativo. Do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), a PEC altera o número de assinaturas necessárias para iniciar a tramitação desse tipo de projeto. 

Atualmente, um projeto de iniciativa popular precisa do apoio de, pelo menos, 1% dos eleitores do país (algo em torno de 1,3 milhão de assinaturas), distribuídos por cinco estados distintos e com participação de 0,3% de eleitores em cada estado. A PEC diminui a exigência para 0,5% dos votos válidos na última eleição para deputado federal (aproximadamente 490 mil assinaturas), passa a distribuição de cinco para nove estados e reduz para 0,1% o número de eleitores exigidos de cada um dos estados. 


O relator da PEC na CCJ é o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que deu parecer favorável à proposta, mas apresentou uma emenda. O senador propôs a distinção, no caso da iniciativa popular, entre projetos de lei e propostas de emenda à Constituição. Para projeto de lei, continuaria valendo o percentual 0,5% dos votos dados na última eleição para a Câmara dos Deputados. Já para PECs, o índice subiria 0,7% do eleitorado. 


Fonte: Agência Senado

sábado, 14 de maio de 2011

Projeto de Lei fixa pena para fraude em concurso ou vestibular



A
Câmara analisa o Projeto de Lei 327/11, do deputado Hugo Leal, que estabelece pena de reclusão de dois a seis anos, além de multa, para o crime de fraude em Concurso Público ou exame vestibular.13/05/2011-17:20 |




A proposta acrescenta artigo ao Código Penal (Decreto-Lei 2.848/40). O deputado explica que o projeto busca preencher uma lacuna, já que ainda não existe legislação específica para o ato de fraudar concursos públicos, e esse crime precisa ser enquadrado em outros artigos do código.



Para o autor, esse tipo de fraude tem semelhanças com o crime de falsificação e, por isso, deve ser enquadrado na mesma parte do código. "Esse tipo de fraude é grave, pois agride a fé pública, que é baseada exatamente na confiança dos cidadãos nas instituições, sendo que essa confiança é essencial para a vida em sociedade", explica.



Hugo Leal afirma que os órgãos públicos têm buscado cada vez mais atuar com seriedade na elaboração de processos seletivos, mas, apesar dos esforços adotados pelas bancas examinadoras, as fraudes continuam ocorrendo. "Pessoas envolvidas utilizam-se de técnicas cada vez mais sofisticadas, tentando sempre burlar o sigilo e a segurança para que candidatos ligados ao esquema ilícito consigam ser aprovados", diz.



Tramitação:



O projeto tramita apensado ao PL 1086/99, que trata de assunto semelhante. As propostas serão analisadas pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e pelo Plenário.



Mais informações: www.camara.gov.br.



Fonte: PCI

sexta-feira, 13 de maio de 2011

VASCO DA GAMA: O CLUBE DA ABOLIÇÃO


No dia do centenário da abolição da escravidão, 13 de maio de 1988, o Clube de Regatas Vasco da Gama fez publicar nos principais jornais cariocas o seguinte anúncio, de página inteira:

13 de Maio
Cem Anos de Abolição

HOMENAGEM DO CLUBE DE
REGATAS VASCO DA GAMA.
UM CLUBE TÃO PRETO E
BRANCO QUANTO O BRASIL.

      O Vasco da Gama foi o primeiro clube de futebol a acreditar no talento e na raça do povo negro.
      Por causa disto, foi também o mais hostilizado.
      Com um time formado por negros, operários e suburbanos, o Vasco foi campeão da segunda divisão em 1922.
      No ano seguinte, tornava-se campeão carioca da primeira divisão.
      Era um clube do povo.
      Na época, o futebol era um esporte de elite. Uma elite que, ao se sentir agredida, exigiu do Vasco a eliminação de doze de seus atletas, todos negros. A decisão foi definitiva: o clube não abriu mão de seus jogadores e retirou-se da Associação Metropolitana de Esportes.
Mas as pressões não terminaram. O Vasco foi condenado por não possuir um estádio.
      Contra tudo e com a ajuda do povo, construímos então o maior estádio da América Latina.
      Muitos quiseram acabar com nosso clube. Mas isto foi em 1923.
      O que restou dessa luta ficou imortalizado nas palavras do Presidente do Vasco. Numa resposta histórica.
      Hoje, negros e brancos suam a mesma camisa em diversos clubes.
      Foi desta mistura que nasceram as cores do Vasco.
      É dessa união que dependem as cores do nosso país.
Seguindo-se então o ofício histórico enviado pelo presidente do Vasco à AMEA em 7 de abril de 1924 (reproduzido mais acima); os logotipos das empresas que ajudaram a financiar a publicação do anúncio; e, no pé da página, o emblema do Vasco da Gama.
Que outro clube pode orgulhar-se de poder publicar um anúncio deste teor?

Vasco da Gama: história de integração racial e social no futebol do Brasil



O Vasco lançou no dia 24 de março o seu terceiro uniforme para a temporada 2011. O modelo é inspirado no usado na década de 20 e faz referência ao atuação do clube naquele período, em prol da inclusão de jogadores negros e de classes mais humildes.  No lado esquerdo do peito da camisa, há a imagem de uma mão espalmada em preto e branco. E, na gola, as palavras “Inclusão” e “Respeito”.

Se o Vasco não foi o primeiro clube brasileiro a contar com jogadores negros em seu elenco – alguns pesquisadores defendem que a primazia foi do Bangu; outros que a Ponte Preta foi a pioneira -, não há dúvida que o Clube de Regatas Vasco da Gama adotou uma inovadora política clara de inclusão de atletas negros, mulatos e/ou que não pertenciam à elite. E que lutou para que eles não fossem excluídos do esporte. Contribuindo decisivamente para que o futebol deixasse um esporte exclusivo de descendentes de ingleses e jovens da aristocracia. Brancos.
- O mulato e o preto eram, assim, aos olhos dos clubes finos, uma espécie de arma proibida – escreveu Mário Filho em seu livro “O negro no futebol brasileiro”. Escrito em 1947, a obra é uma referência sobre o assunto.
Coube ao Vasco, vindo da segunda divisão, desafiar o sistema vigente. O clube, fundado por portugueses, se distinguia de outros criados pela colônia lusitana por abrir suas portas também para brasileiros. De qualquer origem. O critério para ser convidado a defender o clube da Cruz de Malta não era a cor da pele ou a situação social. Era saber tratar bem a bola.
E o time passou a adotar um regime desconhecido dos demais. Os jogadores, na prática, viviam para o futebol. Acordavam em uma espécie de ‘concentração’ e treinavam. Exercícios físicos e com a bola. De manhã até de noite. Treinador pelo uruguaio Ramon Platero, e com o apoio de comerciantes portugueses, tinham boa alimentação e recebiam ‘bichos’ para dedicarem ao futebol. Um princípio de profissionalismo em uma época em que os comandantes do futebol orgulhavam-se de dizer que o esporte era amador.
Com atletas habilidosos e bem preparados, o time do Vasco geralmente dominava os adversários no segundo tempo dos jogos, quando os rivais não conseguiam mais acompanhar quem havia treinado forte durante toda a semana. E o clube vindo da segunda divisão foi campeão carioca em 1923, logo no ano de estreia na elite do futebol do Rio (na foto acima, o time campeão).
A reação dos clubes tradicionais não demorou. No ano seguinte, o grupo formado por América, Botafogo, Flamengo e Fluminense decidiu deixar a Liga Metropoliana de Desportos Terrestres (LMDT) e fundar a AMEA (Associação Metropolitana de Esportes Atléticos). 
Pelas regras da nova entidade, os jogadores precisariam provar que estudavam ou trabalhavam. Não em um trabalho qualquer. “Um emprego decente (…). Empregados subalternos eram riscados”, segundo Mário Filho. E precisavam saber ler e escrever corretamente. Além disso, todos os clubes deveriam ter campos e sedes próprios. O Bangu, com um time formado em boa parte por operários da fábrica de tecidos instalada no bairro da Zona Oeste, foi convidado pelo quarteto a ingressar na entidade. Os cinco fundadores tinham peso maior nas votações, garantindo que as suas propostas fossem vitoriosas.
Ao Vasco, foi exigido que 12 jogadores fossem afastados, por não atenderam aos requisitos impostos pela AMEA. Diante do ultimato, o presidente do clube, José Augusto Prestes, assinou um ofício em 7 de abril, que ficou famoso na história do futebol carioca. E brasileiro.
 Rio de Janeiro, 7 de abril de 1924
Ofício no. 261
Exmo. Sr. Arnaldo Guinle, M.D. presidente da Associação Metropolitana de Esportes Athleticos.
As resoluções divulgadas hoje pela imprensa, tomadas em reunião de ontem pelos altos poderes da Associação a que V. Exa. tão dignamente preside, colocam o Club de Regatas Vasco da Gama em tal situação de inferioridade que absolutamente não pode ser justificada nem pela deficiência do nosso campo, nem pela simplicidade da nossa sede, nem pela condição modesta de grande número dos nossos associados.
Os privilégios concedidos aos cinco clubes fundadores da AMEA e a forma como será exercido o direito de discussão e voto, e as futuras classificações, obriga-nos a lavrar o nosso protesto contra as citadas resoluções.
Quanto a condição de eliminarmos doze (12) jogadores das nossas equipes, resolve por unanimidade a diretoria do Club de Regatas Vasco da Gama, não a dever aceitar, por não se conformar com o processo por que foi feita a investigação das posições sociais desses nossos con-sócios, investigações levadas a um tribunal onde não tiveram nem representação nem defesa.
Estamos certos que V. Exa. será o primeiro a reconhecer que seria um ato pouco digno da nossa parte sacrificar ao desejo de filiar-se a AMEA alguns dos que lutaram para que tivéssemos entre outras vitórias a do Campeonato de Futebol da Cidade do Rio de Janeiro de 1923.
São esses doze jogadores jovens quase todos brasileiros no começo de sua carreira, e o ato público que os pode macular nunca será praticado com a solidariedade dos que dirigem a casa que os acolheu nem sob o pavilhão que eles com tanta galhardia cobriram de glórias.
Nestes termos, sentimos ter de comunicar a V. Exa. que desistimos de fazer parte da AMEA.
Queira V. Exa. aceitar os protestos de consideração e estima de quem tem a honra de se subscrever de V. Exa. Att. Obrigado.
Dr. José Augusto Prestes
Presidente

O Vasco permaneceu na LMDT, ao lado de clubes que não aceitaram as condições ou que não conseguiram cumpriram as exigências da AMEA (casos do Bonsucesso, Andarahy, Villa Isabel, Mackenzie). E foi campeão da Liga Metropolitana em 1924.
No ano seguinte, houve acordo entre o clube e a AMEA, costurado em boa parte por Carlito Rocha, futuro presidente do Botafogo. O Cruzmaltino manteve seus atletas. E o clube, com seus jogadores negros, mulatos e pobres, entrou para a história esportiva do país ao contribuir decisivamente para tornar o futebol um esporte realmente de todos os brasileiros.
Fonte: blog Memória Esporte Clube 

Leônidas da Silva: o Diamante Negro


(1913-2004)

Filho de uma cozinheira com um marinheiro português, Leônidas da Silva nasceu em 6 de setembro de 1913, na cidade do Rio de Janeiro. Em 1931, começaria sua carreira como jogador de futebol no Bonsucesso, impressionando os dirigentes cariocas, que o convocaram para disputar o Campeonato Brasileiro de Seleções. Já famoso, Leônidas mudou-se para Vila Isabel, onde tornou-se vizinho e amigo de Noel Rosa.

Em 1932 foi a grande estrela da Seleção Brasileira na conquista da Copa Rio Branco, no Uruguai. Em 1933, o sucesso na Seleção rendeu-lhe contrato com um clube uruguaio, o Peñarol. Mas em pouco tempo Leônidas voltaria ao país, indo jogar no Vasco da Gama. Em 1935, foi campeão carioca pelo Botafogo. No ano seguinte, quando foi para o Flamengo, tornou-se o maior ídolo da torcida rubro-negra. Lá, disputou 179 jogos, com 142 gols, e foi campeão carioca em 1939. 

Leônidas da Silva foi o primeiro negro a assumir a condição de astro do futebol brasileiro. O jogador foi um profissional, numa época em que o futebol era marcado pelo amadorismo. Por isso, segundo André Ribeiro, às vezes era chamado de mascarado.

Leônidas disputou 37 jogos na Seleção Brasileira, nos quais marcou 37 gols. Artilheiro da Copa de 1938, na França, virou ídolo nacional, apesar da Seleção Brasileira ter ficado em 3º lugar. Fez um histórico gol descalço na vitória por 6 a 5 contra a Polônia, na prorrogação. No jogo contra a Tchecoslováquia, ganhou definitivamente o torcedor europeu ao executar uma bicicleta, jogada até então inexistente no futebol, levando os franceses a chamarem-no de Homem de Borracha.

No Brasil, o empresário das comunicações, Assis Chateaubriand, que também era dono da fábrica de chocolates Lacta, lançou o chocolate Diamante Negro em homenagem ao craque, antecipando o sucesso que produtos aliados à imagem de jogadores poderiam fazer. Na época, foi criado também o cigarro Leônidas, pela Companhia Sudan, a maior fabricante do país, e o relógio de grife com o nome do jogador.

Em 1942, o craque deixou o Flamengo para jogar no São Paulo, na negociação mais cara do futebol sul-americano da época. Foi o auge de sua carreira. Lá disputou 211 jogos, com 140 gols marcados, e venceu cinco campeonatos paulistas entre 1943 e 1949, um recorde. Em 1950, marcou seu último gol oficial, vestindo a camisa do São Paulo, em partida contra o Botafogo do Rio de Janeiro. Depois disso, tornou-se comentarista esportivo.

Em 1976, Leônidas se aposentou da carreira de comentarista, depois dos primeiros sintomas do Mal de Alzheimer, doença degenerativa que o faria perder completamente a memória. O carioca Leônidas da Silva, conhecido como Diamante Negro, inventor da jogada de bicicleta, faleceu em 24 de janeiro de 2004 em São Paulo, aos 90 anos.



Fonte: site A cor da cultura

Informações Relacionadas

NEGRO COSME: VERDADEIRO HERÓI DO MARANHÃO

Negro Cosme
(1800 – 1842)
http://www.livrosgratis.net/upload/capas/A.Guerra.da.Balaiada-Colecao.Negro.Cosme-www.LivrosGratis.net.jpg
Líder da insurreição negra que fez parte da Balaiada. Uma das maiores rebeliões populares da História do Brasil. Negro Cosme defendeu o fim da escravidão.

Cosme Bento das Chagas nasceu em Sobral, CE, por volta de 1800. Nasceu livre e vivia de pequenos expedientes, sabia ler e escrever. Foi preso em 22 de setembro de 1830, por ter assassinado Francisco Raimundo Ribeiro em Itapecuru-Mirim, sendo enviado à capital São Luis. Cosme fugiu da cadeia em 1° de maio de 1833, depois de liderar um levante de presos. Ficou foragido até 1838, quando foi capturado em Codó. Neste tempo ficou escondido em vários quilombos da região de Itapecuru Mirim.

Quando a Balaiada estourou em dezembro de 1838, ele se encontrava preso na capital, não participando da insurreição até o final de 1839. Cosme fugiria da prisão em outubro de 1839, e em novembro já se tinha notícias dele liderando os escravos nas várias fazendas às margens do Rio Itapecuru. No final de 1839, Cosme já era conhecido como Imperador da Liberdade.

Entre fevereiro e setembro de 1840, Luis Alves de Lima e Silva havia praticamente derrotado todos os rebelados, com exceção dos negros sob o comando de Cosme. Na Balaiada, os negros foram os últimos a capitularem. A insurreição foi dada por terminada somente quando as tropas legais capturaram Cosme. A captura ocorreu depois de uma sangrenta batalha realizada em Calabouço no município de Mearim em 7 de fevereiro de 1841.

Preso, seu processo foi aberto em março de 1841, arrastando-se por mais de um ano, pois somente em 5 de abril de 1842, realizou-se o seu julgamento. Negro Cosme foi condenado à forca por liderar no Maranhão uma das mais temidas insurreições do povo negro já ocorridas no Brasil. À frente dos quilombolas, lutava para pôr fim à escravidão, junto com líderes como o índio Matroá, o vaqueiro Raimundo Gomes e de Manoel Ferreira dos Anjos, o Balaio.

Cosme liderava um exército de escravos formado principalmente de africanos, visto que no Maranhão tinha um grande contingente de negros naquela época. Cosme organizou um grande quilombo em Lagoa Amarela e nele fundou uma escola. Negro Cosme contava com um exército de aproximadamente três mil homens.

Luís Alves de Lima só considerou a província realmente “pacificada” após a prisão de Cosme, no entanto, os combates foram tão intensos e ferozes que a política oficial se viu frustrada na tentativa de poupar a vida dos escravos que seriam devolvidos/entregues aos seus antigos senhores.

Cosme foi enforcado em Itapicuru Mirim entre os dias 19 e 25, provavelmente em 20 de setembro de 1842, transformando-se em símbolo da luta contra escravidão. 
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYW68veCtagTUxDSa3SQTqCrUwAv-vqnVwtVMT6mLwgJsKB6VrUaIaHeLCdB69P_1szdfQz5Ef5b7QUNakiLMKytMcC6PMRsiwuH-fA9POD_QKVYrJ7YDkMBU3F711SzC9BAE7f9GT4nUj/s320/negro-cosme.jpg http://www.overmundo.com.br/uploads/guia/img/1229704144_cidade_de_caxias_memorial_da_balaiada.jpg
Fonte: http://www.acordacultura.org.br/herois/heroi/negrocosme 

13 DE MAIO: MEMÓRIA DA ABOLIÇÃO

A Abolição à Brasileira...
Num país que inventou a prerrogativa jurídica, segundo a qual as leis "pegam" ou "não pegam", não é de estranhar que as imposições contra o tráfico de escravos e contra a própria escravidão tenham demorado tanto para "pegar".
As pendengas judiciais, aos tortuosos caminhos legais da Câmara e do Senado, aos entraves e recuos provocados por infindáveis discussões partidárias; aos conflitos entre os liberais e conservadores que antecediam a aprovação de qualquer nova lei contra a escravidão, deve-se acrescentar o fato de que, depois de finalmente aprovadas, tais leis se tornavam, no ato e na prática, letra morta.
Esse processo sórdido explica por que a luta legal contra a escravidão se prolongou por 80 anos no Brasil.
Foi somente após a humilhação internacional resultante do "Bill Aberdeen" que o Brasil, enfim, se dispôs a proibir o tráfico. A abolição se tornou, então, uma questão interna, realmente "nacional".
Sem a pressão exterior, seu processo se prolongaria por quase quatro décadas. A maioria dos conservadores era, a priori, contra a libertação dos escravos.
Se ela tivesse de ser feita, os proprietários precisariam ser indenizados pelo Estado e o processo deveria ser “lento, gradual e seguro”.
Em maio de 1855, o conselheiro José Antônio Saraiva propôs que a escravidão fosse extinta em 14 anos e que o Estado pagasse 800 mil-réis por escravo entre 20 e 30 anos, 600 mil-réis pelos de 30 a 40, 400 mil-réis pelos de 40 a 50 e um conto (ou 1 milhão) de réis por escravo com menos de 20 anos.
Entre os liberais, as posições variavam muito. Havia os que pensavam como os conservadores; havia os republicanos radicais; havia os fazendeiros de São Paulo interessados em solucionar logo a questão, substituindo os escravos por imigrantes europeus - desde que recebessem incentivos financeiros para o projeto.
De qualquer forma, em 28 de setembro de 1871, numa jogada política sagaz, o gabinete conservador, chefiado pelo visconde do Rio Branco, conseguiu aprovar a chamada Lei do Ventre Livre, segundo a qual seria livre qualquer filho de escrava nascido no Brasil.
Além de arrancar a bandeira abolicionista das mãos dos liberais, ainda bloquearia por anos a ação dos abolicionistas mais radicais, garantindo, assim, que a libertação dos escravos fosse um processo "lento, gradual e seguro".
Na prática, a lei seria burlada desde o início, com a alteração da data de nascimento de inúmeros escravos.
O Fundo de Emancipação, criado pela mesma lei e oriundo da Receita Federal - para pagar pela alforria de certos escravos - também foi logo dilapidado, usado em grandes negociatas. Muitos proprietários arrancavam os filhos recém-nascidos de suas mães e os mandavam para instituições de caridade, onde as crianças eram vendidas por enfermeiras que faziam parte do esquema armado para burlar a Lei Rio Branco.
Em alguns manuais escolares, o conservador Visconde do Rio Branco ainda surge com a mesma imagem que adquiriu aos olhos dos abolicionistas ultramoderados: a imagem de "Abraham Lincoln brasileiro".
Golpeada pela Lei do Ventre Livre, a campanha abolicionista só recomeçaria em 1884. Um ano mais tarde, porém, o Parlamento jogou outra cartada em sua luta para retardar a abolição: em 28 de setembro foi aprovada a Lei Saraiva­ Cotejipe, ou Lei dos Sexagenários. Proposta pelo gabinete liberal do conselheiro José Antônio Saraiva e aprovada no Senado, comandado pelo presidente do Conselho de Ministros, o Barão de Cotejipe, a lei concedia liberdade aos cativos maiores de 60 anos e estabelecia normas para a libertação gradual de todos os escravos, mediante indenização.
Na verdade, a Lei dos Sexagenários voltaria a beneficiar os senhores de escravos, permitindo que se livrassem de velhos "imprestáveis".
No início de 1888, a impopularidade do chefe de polícia do Rio de Janeiro, Coelho Bastos, fez cair o ministério de Cotejipe, que abertamente afrontava a princesa Isabel. Os conservadores permaneceram no poder, com João Alfredo como presidente do ministério.
Em abril de 1888, Alfredo chegou a pensar em propor a abolição imediata da escravatura, porém obrigando os libertos a ficar por "dois anos junto a seus senhores, trabalhando mediante módica retribuição". No mês seguinte, não foi mais possível retardar o processo abolicionista - agora liderado pela própria princesa Isabel.
Depois que a regente assinou a lei, Cotejipe estava entre os que foram cumprimentá-la. Ao beijar-lhe a mão, o barão teria dito: "Vossa Majestade redimiu uma raça, mas acaba de perder o trono". A frase se revelaria profética.
Brasil: sociedade e cultura após a “abolição”
A lei sucinta e direta que a princesa Isabel assinou em 13 de maio de 1888, não concedia indenização alguma aos senhores de escravos. De qualquer forma, ao longo dos 17 anos que se estenderam da Lei do Ventre Livre à abolição efetiva, os escravocratas tinham encontrado muitas fórmulas para se ressarcirem de supostas perdas, entre elas o tráfico interprovincial de escravos, as fraudes ao fundo de emancipação e à Lei do Ventre Livre.
Mas se os escravocratas não atingiram um de seus objetivos, o fracasso dos abolicionistas foi maior e mais amargo. Afinal, pessoas como Nabuco, Patrocínio, Rebouças, Gama, Antônio Bento e Rui Barbosa - apesar de suas divergências ideológicas - acreditavam que a abolição era a medida mais urgente de um programa que só se cumpriria com a reforma agrária, a "democracia rural" (a expressão é de Rebouças) e a entrada dos trabalhadores num sistema de oportunidade plena e concorrência.
Para eles, como expôs Alfredo Bosi, "o desafio social e ético que a sociedade brasileira teria de enfrentar era o de redimir um passado de abjeção, fazer justiça aos negros, dar-lhes liberdade a curto prazo e integrá-los numa democracia moderna".
Mas nada disso se concretizou. Os negros libertos - quase 800 mil - foram jogados na mais temível miséria. O Brasil imperial - e, logo a seguir, o jovem Brasil republicano - negou-lhes a posse de qualquer pedaço de terra para viver ou cultivar, de escolas, de assistência social, de hospitais. Deu-lhes, só e sobejamente, discriminação e repressão.
Grande parte dos libertos, depois de perambular por estradas e baldios, dirigiu-se às grandes cidades: Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Lá, ergueram os chamados bairros africanos, origem das favelas modernas. Trocaram a senzala pelos casebres. Apesar da impossibilidade de plantar, acharam ali um meio social menos hostil, mesmo que ainda miserável.
O governo brasileiro não pagou indenização alguma aos senhores de escravos (“Indenização monstruosa, já que uma grande parte deles eram africanos ilegalmente escravizados, pois haviam aportado ao Brasil depois da Lei Feijó, de 7 de novembro de 1831”, como disse, em discurso na Câmara, Joaquim Nabuco).
O preço para que tal indenização absurda não fosse paga foi, porém, enorme. Teria sido justamente para evitar qualquer petição que pudesse vir a ser feita pelos escravocratas que Rui Barbosa, ministro das Finanças do primeiro governo republicano, assinou o despacho de 14 de dezembro de 1890, determinando que todos os livros e documentos referentes à escravidão existentes no Ministério das Finanças fossem recolhidos e queimados na sala das caldeiras da Alfândega do Rio de Janeiro.
Seis dias mais tarde, em 20 de dezembro, a decisão foi aprovada com a seguinte moção: “O Congresso Nacional felicita o Governo Provisório por ter ordenado a eliminação nos arquivos nacionais dos vestígios da escravatura no Brasil”. Em 20 de janeiro de 1891, Rui Barbosa deixou de ser ministro das Finanças, mas a destruição dos documentos prosseguiu.
De acordo com o historiador Américo Lacombe, "uma placa de bronze, existente nas oficinas do Lloyde Brasileiro, contém, de fato, esta inscrição assaz lacônica: “13 de maio de 1891. Aqui foram incendiados os últimos documentos da escravidão no Brasil”. Foi, portanto, com essa espécie de auto-de-fé abolicionista que o Brasil comemorou os três anos da mais tardia emancipação de escravos no hemisfério ocidental.
Embora pragmática - e muito mais verossímil do que a versão oficialesca de que os documentos foram queimados para “apagar qualquer lembrança do triste período escravocrata”-, a medida foi torpe. E ajudou a fazer com que, passados mais de cem anos da libertação dos escravos, o Brasil ainda não tenha acertado as contas com seu negro passado.
História do Brasil - Luiz Koshiba - Editora Atual
História do Brasil - Bóris Fausto - EDUSP

São Luís: a cidade dos buracos

Ruas de São Luís são dominadas por buracos e ameaçam segurança de motoristas

Ismael Araújo
Especial para o UOL Notícias
Em São Luís

Buracos nas ruas de São Luís (MA)

Foto 20 de 20 - Carros desviam de crateras na travessa Paulo VI, em São Luís (MA). Há mais de seis meses, moradores de São Luís estão revoltados pelo excesso de buracos nas ruas avenidas da cidade. Com a chegada do período chuvoso, nos meses de abril e maio, a situação agravou-se ainda mais UOL
 
Há mais de seis meses, moradores e visitantes de São Luís estão incomodados com o excesso de buracos que aparecem quase diariamente nas ruas e avenidas da cidade. Como tem ocorrido todos os anos, com a chegada do período chuvoso, em abril e maio, a situação piora, e a prefeitura não consegue manter as vias lisas e adequadas para o trânsito.
Neste ano, em uma das avenidas mais movimentadas da cidade, a Luiz Rocha, no bairro do Monte Castelo, um ônibus caiu em um enorme buraco. Um trator teve de ser usado para tirar o veículo, que ficou mais de três horas preso, provocando um engarrafamento de mais de cinco quilômetros.
Em pleno Centro Histórico, local visitado por dezenas de turistas todos os dias, está cheio de lixo, buracos, paralelepípedos faltando e até com luminárias de lampiões quebradas. Os visitantes das ruas centenárias estão revoltados com o descaso.
A turismóloga Lídia Flor Lima disse que, nos últimos cinco meses, sente receio ao trazer visitantes para essa área da cidade devido ao cenário deplorável em que ele se encontra.
Há bairros de São Luís, como o Cohatrac, Cidade Operária, João de Deus, Coroado, Calhau e até mesmo o Centro, onde as ruas chegam a ficar divididas. Na rua da Baronesa, a cratera tomou conta de toda a extensão da via. Os moradores precisam tomar muito cuidado ao sair de casa para não cair e fraturar uma braço ou uma perna, por exemplo.

Os buracos espalhados pelas ruas da cidade se tornam verdadeiras armadilhas para os motoristas, principalmente à noite, quando os cuidados devem ser redobrados.

Outro lado

A Secretaria de Obras e Serviços Públicos (Semosp) de São Luís informou que pretende aguardar o término do período chuvoso para começar as obras de reparo dos buracos nas vias da capital. Segundo o órgão municipal, paralelepípedos e placas de concretos estão sendo provisoriamente colocados nos locais onde os buracos inviabilizam o tráfego.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

U.D.O. em São Luís

Domingo à noite na Let It Beer foi a vez dos fãs de heavy metal se reunirem para ver e ouvir de perto o ex-líder da banda Accept, que fez a galera agitar do início ao fim, cantando grandes hits da carreira solo e de sua antiga banda.

UDO












sexta-feira, 6 de maio de 2011

GUARANÁ JESUS - O SONHO COR DE ROSA


Sendi Morais/ÉPOCA
O ORIGINAL

O guaraná Jesus e sua lata premiada. 91 anos de existência de um ícone pop da cultura maranhense.

Quando o farmacêutico maranhense Jesus Norberto Gomes, em 1920, criou a cola Jesus, não pensava ele que estaria ajudando a construir uma marca fortíssima, hoje uma verdadeira instituição da cultura do nosso estado, sobretudo da capital, São Luís.

O refrigerante Jesus está no inconsciente coletivo do maranhense. Reside também na memória afetiva e gustativa de muitos de nós há várias gerações. 

Seu sabor doce é inconfundível (uns identificam traços de canela e cravo, outros dizem que lembra tutti fruti). Sua cor rosada chama atenção mesmo de quem não o conhece ou nunca o provou.

A sempre linda Luiza Brunet, de passagem por São Luís, provou e aprovou
                    
Ótima pedida esse "sonho cor de rosa".

O belo desenho de sua nova lata mereceu prêmio em festival internacional de excelência em design, o IDEA. O modelo vencedor foi inspirado nos azulejos coloniais portugueses encontrados em nossos casarões históricos e alavancou em 17 por cento suas vendas, após veiculação da campanha de marketing, quando do seu lançamento, no ano de 2008. 

    

Qual você prefere?












Até Madonna vai querer tomar














Em 2001, quando a marca do Guaraná Jesus
foi comprada pela Coca-Cola Company junto
à família do falecido criador, estava a empresa
americana agindo estrategicamente, num golpe
comercial que lhe rendeu, ao mesmo tempo:
1º) a retirada de sua mais forte concorrente
no Maranhão (haja vista que as vendas do Jesus 
superaram sempre as da famosa cola negra);
2º) a absorção de um produto plenamente
consolidado no mercado local, produzido e
comercializado aqui, com êxito de vendas
garantido.

Foto: Daniel Costa
























A marca e o refrigerante Jesus são sucessos definitivos,
ganhando o Brasil via propaganda boca a boca, 
seja por meio dos turistas que nos visitam e acabam 
conhecendo o produto, seja por causa daqueles 
que apreciam seu gosto peculiar e acabam levando consigo 
várias latas ou garrafas para outros estados do nosso país, 
seja por causa da propagação desse ícone local dentre 
admiradores e curiosos em comunidades e sites da internet.

A única pergunta que me faço, quanto ao uso da marca e
à comercialização do produto por uma empresa de peso
como é a Coca-Cola Company, é por qual razão, até hoje, 
o refrigerante Jesus ainda não é vendido e distribuído para
os demais estados da federação. Será por ser o guaraná 
Jesus ainda desconhecido de boa parte do público 
consumidor nacional? Ou será que a empresa americana 
teme que a aceitação do refrigerante maranhense dentre os
brasileiros possa abalar a liderança que a velha Coca 
possui no mercado?

Bem... por enquanto é isso. Fiquem em paz, que eu vou indo
tomar o meu Jesus.


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