O último tiro da quinta-feira foi doloroso. Mas não a ponto de encerrar a batalha. Com esse espírito, o técnico Rubén Magnano encarou a derrota dramática da seleção brasileirapara a Rússia na terceira rodada do torneio de basquete em Londres. Satisfeito com a reação diante de uma das potências da Europa, o treinador argentino saiu em defesa dos jogadores após a partida. E garantiu que a frustração pelo tropeço já será parte do passado no sábado, quando a equipe volta à quadra para enfrentar a China.
Magnano apoia o time durante a partida contra a Rússia, nesta quinta-feira, em Londres (Foto: Agência EFE)
- Eu sempre digo isso para eles. Assim como todos os triunfos passam a ser apenas história depois das partidas, com as derrotas também é assim. Vou proteger esses jogadores não 100%, mas 101%. Eles são os soldados, vou protegê-los até o fim. Jogamos de igual para igual com uma potência europeia. Não estou feliz da vida, claro, mas acho que eles fizeram um trabalho muito bom - explicou Magnano.
Quando a bola caiu, ainda tínhamos uns quatro segundos no relógio, mas a equipe ficou totalmente sem reação"
Marquinhos, ala da seleção
Arremesso espírita no fim
A derrota veio com uma cesta de três de Vitaliy Fridzon, com menos de cinco segundos no relógio. Desequilibrado, com Leandrinho escorregando aos seus pés, o russo acertou seu único chute de três no jogo e deu números finais ao duelo: 75 a 74 para os europeus.
- Quando a bola caiu, ainda tínhamos uns quatro segundos no relógio, mas a equipe ficou totalmente sem reação. Nossa ideia era fazer uma falta antes do arremesso, mas não deu tempo. Ele não colocou a bola no chão, já recebeu virando para chutar - analisou o ala Marquinhos.
Sem tempo para pedir, Leandrinho correu a quadra e tentou o último arremesso no desespero, mas a bola não caiu. A frustração era evidente após a sirene final, mas os atletas mais experientes do grupo sabem que, no meio de um torneio como as Olimpíadas, não há tempo para tristeza em excesso.
Fridzon acerta o arremesso no fim do jogo: frustração para os brasileiros em Londres (Foto: Reuters)
- Digerir essa derrota é difícil, mas não podemos baixar a cabeça. O momento é frustrante, todo mundo saiu bravo, mas não pode ser algo muito grande. Não podemos nos apegar muito à derrota, assim como não nos apegamos muito à vitória - afirmou Guilherme Giovannoni.
Faltam dois dias para a primeira oportunidade de levantar a cabeça. No sábado, às 12h15m (de Brasília), a equipe verde-amarela encara os chineses, na penúltima rodada de classificação. O SporTV transmite ao vivo, e o GLOBOESPORTE.COM acompanha em Tempo Real. Na segunda-feira, o adversário será a Espanha. Com a vaga assegurada para as quartas de final, o Brasil caminha para ficar em terceiro no grupo, mas ainda luta por uma posição acima.