AYAC -Lusa
Chimoio,
Moçambique, 09 abr (Lusa) - O analfabetismo e a pobreza ainda impedem a
mulher moçambicana de explorar e aproveitar os recursos naturais de que
o país dispõe para geração da sua riqueza, considerou a governadora de
Manica, centro de Moçambique.
Ana
Comoana reiterou que a mulher precisa ser alfabetizada para melhor
aproveitar o potencial da terra, rios e recursos minerais que a
província, em particular, e o país, em geral, dispõem para que a mulher
saia da pobreza.
"Reconhecemos
que apesar de todos os esforços empreendidos e avanços alcançados até
agora, os desafios são enormes: o analfabetismo e pobreza são obstáculos
que nos impedem de avançar com a necessária celeridade", disse à Lusa
Ana Comoana, apelando à mulher camponesa, a maioria no país, para
apostar no ensino sem importar a idade.
Falando
durante a celebração do dia da Mulher este fim de semana, que coincidiu
com a comemoração do 41.º aniversário da criação da Organização da
Mulher Moçambicana (OMM), ala feminina da Frente de Libertação de
Moçambique (Frelimo), no poder, aquela governante desafiou a mulher a
participar no ensino, sem deixar de lado os trabalhos da machamba
(quinta), para abastecer o país.
"Nas
sociedades em desenvolvimento, as economias são basicamente agrárias,
não sendo Moçambique uma exceção, e por ironia do destino são as
mulheres que constituem o grosso daquelas que trabalham na agricultura,
pelo que apelamos a participarem no ensino, ainda que continuem a cuidar
das famílias e a produzirem", disse Comoana.
Dados
do Ministério de Educação indicam que os índices de analfabetismo são
altos em mulheres em idade escolar no país. Atualmente, as estatísticas
apontam que a taxa de analfabetismo entre as mulheres em Moçambique (52
por cento da população) ronda os 37,5 por cento.
Entretanto,
o Governo, através dos serviços de educação, tem vindo a introduzir
vários programas de alfabetismo e educação de adultos.
Outra
iniciativa em curso é o programa "família sem analfabetismo", que ajuda
idosos e outros membros de família impossibilitados de assistirem a
aulas em centros, a poderem aprender em suas casas.
Fonte: Página Global