Por KÁTIA BRASIL
DE MANAUS
AGUIRRE TALENTO
ENVIADO ESPECIAL A MANAUS
AGUIRRE TALENTO
ENVIADO ESPECIAL A MANAUS
O prefeito eleito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), afirmou ontem à Folha que o "time dos sonhos" de seu partido para as eleições presidenciais de 2014 é a união do senador Aécio Neves (PSDB-MG) com o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos.
"Acho que não é hora de lançar ninguém de São Paulo. Meu time dos sonhos reuniria Aécio e Eduardo Campos, sem importar em qual posição da chapa", afirmou Virgílio.
Lula Marques/Folhapress |
O prefeito eleito de Manaus, Arthur Virgílio |
De acordo com a avaliação do tucano, essa dupla representa "dois governos aprovados, duas pessoas simpáticas, dois jovens, duas tradições políticas".
Virgílio, 66, venceu a disputa em Manaus com 66% dos votos, ante 34% de Vanessa Grazziotin (PC do B), candidata que teve apoio da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O tucano, referência do PSDB em seu mandato como senador (2003-2010), passou dois anos afastado da política após ser derrotado por Grazziotin na disputa pelo Senado em 2010.
Agora, ele representa a mais importante vitória do PSDB nas eleições municipais deste ano.
De acordo com Virgílio, "mais do que novos quadros, precisamos de novas ideias". "O PSDB precisa aterrissar no cotidiano e falar a linguagem das pessoas. Está superado isso de partido de intelectuais; não me agrada essa conversa", disse ele.
GANHAR A PRÓXIMA
Para ele, os tucanos serão "ridicularizados" se perderem a disputa pela Presidência em 2014. "Já perdemos três eleições seguidas, tem que ganhar a próxima."
Agora prefeito eleito, ele disse que buscará parcerias com o Palácio do Planalto e criticou a participação da presidente no palanque da sua adversária.
"Entendo ela ter participado, mas presidente não deveria participar de campanha. A instituição da Presidência da República é uma coisa que a gente devia solenizar mais", disse o prefeito eleito.
Para Virgílio, Dilma o tratou com respeito e Lula foi "insultuoso".
"Ele [Lula] falou que eu não gostava de pobre, mas ele era bem pobre quando fui solidário a ele", disse, citando episódio no Estado na década de 1980 em que Lula foi processado sob a acusação de incitar o assassinato de um fazendeiro.
Na ocasião, Virgílio disse que foi ao julgamento dar apoio a Lula e depois jantou com ele. "Em nenhum momento eu tive rancor dele; tive muita tristeza com o que coordenou contra mim."