O próximo passo será realizar um teste em grande escala com a PfSPZ
por Ana Freitas
As fêmeas infectadas do mosquito Anopheles são responsáveis por transmitir a doença // Crédito: Shutterstock
Cientistas do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas de Bethesda, em Maryland, nos EUA, criaram uma vacina 100% eficiente para a Malária, doença à qual 3,3 bilhões de pessoas - metade da população mundial! - estão expostas todos os anos e que, só em 2010, matou 660 mil pessoas no planeta.
Pra você ter uma ideia de como a notícia é boa, a meta da OMS para um possível método de profilaxia para a doença exigia apenas 80% de eficácia na vacina, e essa meta estava estabelecida para 2025.
A vacina, chamada PfSPZ, é feita de esporozoítos enfraquecidos - esporozoítos é como é chamada a forma infecciosa inicial do parasita da malária, o Plasmodium falciparum. Esse esporozoíto invoca uma resposta do sistema imunológico, como ficou comprovado com os seis sujeitos de teste que receberam cinco doses intravenosas. Todos eles, mais tarde, foram picados com mosquitos infectados pela Malária, e nenhum foi contaminado com a doença.
O próximo passo é testar a vacina com um número maior de voluntários, em regiões de epidemia de Malária. E porque demorou tanto pra desenvolver uma vacina eficaz contra a doença? O motivo é que o processo de fabricá-la ainda é complicado - exige contaminar mosquitos com a doença e então expô-los à radiação para enfraquecer o parasita, e então tirar os parasitas direto das glândulas salivares dos mosquitos . Ainda assim, os cientistas conseguiram produzir a vacina em escala industrial.
Fonte: www.revistagalileu.globo.com