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sexta-feira, 29 de junho de 2012

MICHEL MAFFESOLI E A SOCIOLOGIA DO COTIDIANO



Michel Maffesoli é considerado o fundador da sociologia do quotidiano

O pensador francês dedica-se aos estudo da chamada pós-modernidade, sendo um dos construtores da noção que vê a sociedade atual como uma complexa "tribo urbana", movida por seus códigos de socialização e por um movimento contínuo de comunicação e interação.    

Em suas obras analisa fenômenos como as festas rave e a internet, desenvolvendo conceitos como os de "sociedade comunitária" e "tribal", em contraponto aos modelos de sociedade dominantes. Maffesoli também aborda em seus escritos o panorama de fragmentação das relações que se desenrolam no mundo pós-moderno.

Influenciado por pensadores franceses como Edgar Morin, Giles Deleuze e Jean Baudrillard, muito de seu pensamento emerge de problemas levantados por eles para, a partir disso, elaborar teorias relevantes e necessárias à compreensão dos estranhamentos que perfazem a história que se está a construir com a expansão dos meios tecnológicos, pautados num projeto de racionalidade herdada do positivismo.

Sua concepção de homo estethicus nos mostra que não é apenas o trabalho, como pensa o marxismo, que representa a realização de si. Para Maffesoli também a cultura, o hedonismo e o corpo são importantes para a definição da forma como nós, principalmente hoje, nos realizamos. Dimensão esta muito evidenciada no estilo de viver de todos nós, tomados que somos, quase sempre, por emoções mixadas. 

Defensor da ideia de que há, de fato, uma pós-modernidade instaurada (ao contrário de algumas figuras ilustres da filosofia e da sociologia, que entendem que o projeto da modernidade sequer se concretizou), o sociólogo francês elenca aquelas que seriam as características desse tempo: a importância do corpo, a mestiçagem e a imaginação. Tais elementos seriam responsáveis por compor uma forma de 'criatividade social'.

Em síntese, muito da visão de Maffesoli exalta, para além de um otimismo gratuito, na verdade uma 'concepção generosa da vida'. Concepção esta que deve ser tomada no sentido empírico do termo, no melhor estilo nitzscheano da "vontade de viver". 

Ou seja, estamos cercados de desafios, problemas, crises, mas, apesar de tudo, nos resta a vida. Afinal, no dizer do próprio sociólogo, 'A vida talvez não valha nada. Mas nada vale tanto quanto a vida.' 

sábado, 10 de março de 2012

Morre o cartunista francês Moebius


O cartunista francês Jean Giraud, conhecido como Moebius, pai da história em quadrinhos sobre o tenente Blueberry, morreu neste sábado (10/03) aos 73 anos de idade após um longo período com estado de saúde debilitado, informou a emissora Europe 1.
Efe
O autor assinou boa parte de sua obra com o pseudônimo de Gir. Moebius trabalhou em algumas das revistas mais importantes da França, colaborou com desenhos para o cinema e ganhou fama com o gênero faroeste.
Criador de um universo muito pessoal, o desenhista francês colaborou na criação dos personagens dos filmes "Alien - O 8º Passageiro", de Ridley Scott; "O Quinto Elemento", de Luc Besson; e "O Segredo do Abismo", de James Cameron, entre outros.
Nascido em 8 de maio de 1938 na cidade francesa de Nogent-sur-Marne, no seio de uma família humilde, Giraud começou a publicar seus primeiros desenhos com apenas 15 anos.
Sua atração pelo "western" levou-o a criar, em colaboração com Jean-Michel Charlier, a saga "Blueberry", que assinou com o pseudônimo de Gir e que lhe deu fama internacional.
Com o passar dos anos, no final da década de 1960, o cartunista deixou de lado o realismo da série faroeste para se consagrar com obras mais fantásticas, em um universo próprio muito relacionado à ficção científica.
Foi nesse momento em que adotou o pseudônimo de Moebius e quando começou uma prolífica colaboração com o cinema, que durou vários anos.
Entre o realismo e a imaginação, Moebius teve tempo de desenhar a si mesmo, como mostra a série de álbuns que editou sobre sua própria vida sob o título "Inside Moebius".
Giraud teve fortes vínculos com o México, onde viveu sua mãe e onde passou diversos períodos de sua vida, o que influenciou sua visão do gênero "western".
Nomeado Melhor Artista Gráfico da França nos anos 1990, Moebius tinha a insígnia das Artes e das Letras que recebeu do então presidente François Mitterrand em 1985.
Muito admirado em seu país, concluiu no ano passado em Paris uma grande exposição consagrada da sua obra.
Fonte: Opera Mundi

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